domingo, julho 23, 2023

Sondagem: Raparigas mais favoráveis às leis do aborto e do casamento gay


Apesar de não participarem de forma massiva em partidos políticos, os jovens têm "opiniões fortes". Elas são inequívocas em temas fraturantes da sociedade, em comparação com eles. As raparigas distanciam-se dos rapazes em vários temas fraturantes da sociedade, como a interrupção voluntária da gravidez, a morte medicamente assistida e o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Independentemente do género, a maioria dos jovens a residir em Portugal diz “concordar” ou “concordar totalmente” com os respetivos temas e, por consequência, com as leis aprovadas ou em vigor no país. No entanto, a sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF mostra uma maior percentagem de mulheres entre os 18 e os 34 anos a dar “luz verde” a assuntos geralmente pouco consensuais na população, quase de forma inequívoca.

No caso da chamada “lei da eutanásia”, aprovada em março deste ano no Parlamento pela quarta vez e publicada em Diário da República a 25 de maio, há uma diferença de 14 pontos percentuais entre o sexo feminino e o sexo masculino. Há mais raparigas a “concordar totalmente” com a morte medicamente assistida, em situações de grande sofrimento, com lesão definitiva de gravidade extrema ou doença grave e incurável. Em ambos os géneros, são os mais escolarizados, com ensino secundário ou superior, a ter uma opinião favorável a esta lei.

A psicóloga clínica Margarida Gaspar de Matos nota que, mesmo com poucos jovens inseridos em partidos políticos, se nota uma “geração empenhada e informada” com “opiniões fortes” sobre vários assuntos. “É um resultado positivo”, afirma ao JN.

Conversam menos

É visível também a unanimidade em torno da interrupção voluntária da gravidez. Quase 70% dos jovens são favoráveis. Porém, entre as mulheres e os homens há uma diferença de 19 pontos percentuais na resposta “concordo totalmente”. Elas apoiam, quase sem dúvidas, o direito ao aborto. Passa-se o mesmo no casamento entre pessoas do mesmo sexo: 61% das mulheres “concordam totalmente” contra 33% dos homens, entre o total de inquiridos.

A relação com a Internet é feita sobretudo para aceder às redes sociais (75%), a ouvir música (51%)e ver televisão, filmes e séries em streaming (46%). Uma minoria (8%) participa em jogos online com prémios a dinheiro. A consulta à Internet é feita “várias vezes por dia”. Os resultados não são estranhos para a psicóloga clínica. Margarida Gaspar de Matos alerta, porém, para “as opiniões menos refletidas”. “A Internet deu rapidez às nossas vidas e conversa-se menos. Temos menos tempo para calçar os sapatos dos outros”. 

Saber mais

80%

dos jovens entre os 18 e os 34 anos utilizam o Instagram. São as mulheres e os mais novos (com menos de 25 anos) a preferir esta rede social. O Facebook está em queda (quarto lugar).

À lupa

Acesso

A maioria acedeu pela primeira vez à Internet com menos de 15 anos (79%) e foram sobretudo os com mais habilitações (Secundário e Superior).

Ambiente

As práticas “amigas do ambiente” que os inquiridos têm no dia a dia são “fazer a reciclagem de resíduos” (65%) e “comprar menos roupas e acessórios” (35%) (Jornal de Notícias, texto da jpornalista Rita Neves Costa)

Sem comentários: