Espero e desejo profundamente que o PSD-Madeira amanhã, final do prazo para apresentação de candidaturas, acabe rapidamente com esta porcaria divisionista de uma lamentável discussão interna em cima do calendário eleitoral, quando este já era conhecido. Falo desta treta das listas para cima e listas para baixo para que se concentre a 1000% nas eleições de 10 de Março. Mesmo sendo legislativas, estas são as legislativas mais importantes da história do PSD-Madeira porque precisa dar uma inequívoca prova de vida, mobilizar o seu universo militante e eleitoral e dar uma imagem de confiança e de certeza de que as instituições, com maior ou menor dificuldade, regra geral sobrevivem às tempestades por muito fortes que soprem os ventos e agitadas estejam as marés. Mas isso só se consegue na rua, no contacto com as pessoas - pessoas que esperam uma palavra de um partido que não pode esconder-se num estado de negação elitista - assumindo com coragem e dignidade os factos, consciencializando-se dos riscos, mas mantendo inquebráveis os seus alicerces fundacionais essenciais. Não se consegue nada de estimulante insistindo em visitas para consumo mediático, que se repetem em todos os actos eleitorais realizados, tanto mais que as bocas soltas e de circunstância nada dizem às pessoas, sobretudo quando elas se confrontam com a realidade do poder em Lisboa que, os últimos anos, pouco ou nada resolve no que à RAM diz respeito.
Um resultado eleitoral negativo vai colocar tudo em causa, nomes, listas, estratégias, calendários, porque isso significa que talvez o PSD-Madeira deva fazer muito mais, em termos de pensamento e de liberdade de discussão e de decisão, do que tem feito. Nenhum partido ganha eleições contando apenas com os militantes que pagam quotas. Ganha ou perde eleições em função das escolhas feitas "lá fora", no universo eleitoral que precisam de motivar e mobilizar a favor das causas de cada partido. Mas o tempo, repito e insisto, é para ajudar a candidatura liderada por Pedro Coelho a conseguir o seu desiderato, esquecendo estupefações e críticas a apostas feitas, sem sentido e sem lógica. Obviamente que tudo foi decidido antes do 24 de Janeiro... Menos que os actuais 3 mandatos será sempre uma derrota, assim como uma queda na votação. Não venham com desculpas esfarrapadas num cenário desses. Já confessei e volto a repetir: antes de tudo o que se passou não ia sequer votar porque discordo da coligação com o CDS. E tenho essa liberdade de escolha e de decisão. Depois de tudo o que se passou, depois desta crise profunda que apenas faz um intervalo, dado que tudo o que lhe deu origem, continua o seu caminho nas entidades competentes até que seja conhecido um epílogo, decidi comparecer nas urnas e votar, porque tenho a consciência do que vale o 10 de Março para um partido ainda combalido e que precisa de se libertar de amarras condicionadoras da sua própria liberdade. É o que eu penso, é apenas a minha opinião que livremente dou expressão pública. Respeitando todos os que acham que estou errado e não tenho razão. Tal como está isto vai acabar mal! (LFM)