quarta-feira, fevereiro 28, 2024

Nota: o PSD-Madeira tem que acabar com "isto" e concentrar-se no 10 de Março

Espero e desejo profundamente que o PSD-Madeira amanhã, final do prazo para apresentação de candidaturas,  acabe rapidamente com esta porcaria divisionista de uma lamentável discussão interna em cima do calendário eleitoral, quando este já era conhecido. Falo desta treta das listas para cima e listas para baixo para que se concentre a 1000% nas eleições de 10 de Março. Mesmo sendo legislativas, estas são as legislativas mais importantes da história do  PSD-Madeira porque precisa dar  uma inequívoca prova de vida, mobilizar o seu universo militante e eleitoral e dar uma imagem de confiança e de certeza de que as instituições, com maior ou menor dificuldade, regra geral sobrevivem às tempestades por muito fortes que soprem os ventos e agitadas estejam as marés. Mas isso só se consegue na rua, no contacto com as pessoas - pessoas que esperam uma palavra de um partido que não pode esconder-se num estado de negação elitista - assumindo com coragem e dignidade os factos, consciencializando-se dos riscos, mas mantendo inquebráveis os seus alicerces fundacionais essenciais. Não se consegue nada de estimulante insistindo em visitas para consumo mediático, que se repetem em todos os actos eleitorais realizados, tanto mais que as bocas soltas e de circunstância nada dizem às pessoas, sobretudo quando elas se confrontam com a realidade do poder em Lisboa que, os últimos anos, pouco ou nada resolve no que à RAM diz respeito.

Um resultado eleitoral negativo vai colocar tudo em causa, nomes, listas, estratégias, calendários, porque isso significa que talvez o PSD-Madeira deva fazer muito mais, em termos de pensamento e de liberdade de discussão e de decisão, do que tem feito. Nenhum partido ganha eleições contando apenas com os militantes que pagam quotas. Ganha ou perde eleições em função das escolhas feitas "lá fora", no universo eleitoral que precisam de motivar e mobilizar a favor das causas de cada partido. Mas o tempo, repito e insisto, é para ajudar a candidatura liderada por Pedro Coelho a conseguir o seu desiderato, esquecendo estupefações e críticas a apostas feitas, sem sentido e sem lógica. Obviamente que tudo foi decidido antes do 24 de Janeiro... Menos que os actuais 3 mandatos será sempre uma derrota, assim como uma queda na votação. Não venham com desculpas esfarrapadas num cenário desses. Já confessei e volto a repetir: antes de tudo o que se passou não ia sequer votar porque discordo da coligação com o CDS. E tenho essa liberdade de escolha e de decisão. Depois de tudo o que se passou, depois desta crise profunda que apenas faz um intervalo, dado que tudo o que lhe deu origem, continua o seu caminho nas entidades competentes até que seja conhecido um epílogo, decidi comparecer nas urnas e votar, porque tenho a consciência do que vale o 10 de Março para um partido ainda combalido e que precisa de se libertar de amarras condicionadoras da sua própria liberdade. É o que eu penso, é apenas a minha opinião que livremente dou expressão pública. Respeitando todos os que acham que estou errado e não tenho razão. Tal como está isto vai acabar mal! (LFM)

terça-feira, fevereiro 27, 2024

Lideranças do PSD-Madeira desde 2006

2006

Alberto João Jardim foi reconduzido por mais dois anos na liderança do PSD-Madeira em eleições directas dos seus militantes, tendo obtido 72,1% dos votos. Estavam inscritos 6.889 militantes com direito a voto nestas eleições internas do partido. Houve 1,2% de votos brancos e nulos. Ao acto eleitoral, apresentou-se uma única lista presidida por Alberto João Jardim.

2008

Alberto João Jardim foi eleito presidente da Comissão Política Regional do PSD-Madeira com 99,7% de votos, nas terceiras eleições directas do partido na Região. Num universo eleitoral de 7.830 militantes, as eleições registaram uma participação de 78,3%, tendo a única lista concorrente à Comissão Política Regional do PSD-M, liderada por Alberto João Jardim, obtido 99,7% de votos favoráveis e 0,3% de brancos ou nulos. Alberto João Jardim candidatou-se pela décima segunda vez à liderança do PSD-M tendo sido esta a terceira em eleições directas. Foram também eleitos os delegados ao XII Congresso Regional do PSD-M, que se realizou a 5 e 6 de Abril no Funchal.

2010

O PSD-Madeira reelegeu Alberto João Jardim para a liderança do partido na região, pela quarta vez e em sufrágio universal e directo. Segundo o presidente do conselho de jurisdição, Miguel Albuquerque, nestas directas o universo eleitoral foi constituído por 10.158 militantes, tento ficado de fora os filiados com menos de um ano de inscrição. Jardim encabeçou a única lista concorrente à liderança tendo-se registado uma votação de 80,6% dos votantes, dos quais 80,58% na lista A, encabeçada por Alberto João Jardim, e 0,2% de votos brancos e nulos". Foram escolhidos também os delegados ao congresso regional, que teve lugar de 08 a 10 de Abril. Alberto João Jardim disse ter elaborado a sua lista enquanto esteve internado, em Janeiro deste ano, no Hospital Nélio Mendonça, no Funchal, depois de ter sofrido um ataque cardíaco agudo.

2012

Alberto João Jardim foi reeleito presidente do PSD-Madeira nas primeiras eleições diretas disputadas com dois candidatos, tendo obtido 1.786 votos (51%), contra 1.644 votos (48,6%) do seu adversário, Miguel Albuquerque, uma diferença de 142 sufrágios. O partido tinha 3.859 eleitores na região e 3.473 podiam exercer o seu direito de voto. No apuramento dos votos foram ainda contabilizados 24 votos brancos e 19 nulos. Miguel Albuquerque considerou que estas eleições diretas foram um "momento histórico para o PSD-M e para a Madeira", sustentando que "está quebrado assim o falso unanimismo que desde há uns anos estava a estagnar a prática do partido no seu pensamento, na sua postura, nas suas ações políticas".

2014

Miguel Albuquerque foi eleito presidente da comissão política do PSD/Madeira, sucedendo ao histórico líder regional Alberto João Jardim, com 3.949 votos (64,06%) dos militantes. Miguel Albuquerque derrotou na segunda volta das eleições internas do partido o então secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais da Madeira, Manuel António Correia, que conseguiu 2.216 votos (35,94%). Num universo de 7.163 militantes em condições de votarem, 6.232 foram às urnas, registando-se uma afluência às urnas de 87%. Foram também apurados 13 votos brancos e 54 nulos. Miguel Albuquerque venceu em dez dos 11 concelhos e em 46 das 54 freguesias da Região Autónoma da Madeira.

2016

Miguel Albuquerque venceu, sem qualquer opositor, as eleições internas que se realizaram a 9 de dezembro de 2016, tendo sido reeleito com 98,2% dos votos (2.850 dos 2.901 militantes que exerceram o seu direito de escolha). O líder eleito do PSD/Madeira era o único subscritor da única moção de estratégia global apresentada ao XVI Congresso Regional do PSD/Madeira, intitulada “Proximidade, Confiança, Desenvolvimento. Recuperar este ano os sete dos onze municípios que o PSD/M perdeu nas eleições autárquicas de 2013 e a revisão do Estatuto Político-Administrativo da Madeira foram os dois “desafios” do partido.

2018

Miguel Albuquerque reeleito presidente do PSD/Madeira. Dos 3.348 militantes em condições de votar, 2.715 exerceram o seu direito (81%), tendo sido registados 2.671 votos em Miguel Albuquerque (98,4%). Miguel Albuquerque foi o único candidato. Foram ainda apurados 27 votos em branco (1%) e 17% votos nulos (0,6%). Nestas diretas foram ainda eleitos os 450 delegados ao XVII congresso, agendado para 19 e 20 de janeiro de 2019.

2020

Miguel Albuquerque foi reeleito presidente do PSD/Madeira nas eleições diretas em que foi o único candidato, tendo obtido 87,3% dos votos dos militantes. Dos 2.839 militantes em condições de votar, 2.489 exerceram o seu direito de voto, 87.6%, sendo que do total de votos apurados, 2.480 deram o sim à reeleição de Miguel Albuquerque. Foram ainda apurados 5 votos em branco (0,1%), e 4 votos nulos (0,1%). Foram também também escolhidos 449 delegados ao XVIII Congresso Regional marcado para 21 e 22 de novembro, mas que poderia ser adiado, por razões de segurança, devido à pandemia da covid-19. Albuquerque foi eleito líder dos sociais-democratas madeirenses em 29 de dezembro de 2014, com 64% dos votos num universo de 6.232 votantes. Nas anteriores diretas, em 14 de dezembro de 2018, foi reeleito, com 98,4% dos votos.

2022

Miguel Albuquerque foi reeleito presidente do PSD/Madeira, em eleições diretas na qual era o único candidato, com 2.370 votos, num universo de 2.410 votantes (98%), estando inscritos 2.625 militantes. Esta foi a sexta vez que Albuquerque, entrou na corrida à liderança do partido na região, tendo sucedido, em 2014, a Alberto João Jardim. De acordo com os dados divulgados, foram contabilizados 22 votos brancos e 18 nulos, tendo a lista encabeçada por Miguel Albuquerque somado 2.370. Desde que assumiu a liderança partidária, Miguel Albuquerque foi o único candidato à presidência da Comissão Política em todas as eleições internas, tendo obtido 98,2% dos votos em 2016, 98,4% em 2018 e 87,3% em 2020. Os militantes sociais-democratas madeirenses também elegeram os delegados ao XVIII congresso regional que teve lugar a 05 e 06 de março. De acordo com o regulamento do partido, votaram os militantes com quotas regularizadas até 2021 e que se tivessem inscritos no PSD até 05 de fevereiro de 2021 (LFM)

Os Congressos do PSD-Madeira

  • XVIII Congresso do PSD/Madeira, previsto para 21 e 22 de Novembro de 2020, acabou adiado, devido ao Covid, para 6 e 7 de Março de 2022, Casino da Madeira
  • XVII Congresso do PSD/Madeira, 19 e 20 de Janeiro de 2019, Casino da Madeira
  • XVI Congresso do PSD/Madeira, 20 e 21 de Janeiro de 2017, Casino da Madeira
  • XV Congresso do PSD/Madeira, 10 e 11 de Janeiro de 2015, CEMA
  • XIV Congresso do PSD/Madeira, 24 e 25 de Novembro de 2012, CEMA
  • XIII Congresso do PSD/Madeira, 8 a 10 de Abril de 2011, Tecnopolo e CEMA
  • XII Congresso do PSD/Madeira, 5 e 6 de Abril de 2008, CEMA
  • XI Congresso do PSD/Madeira, 27 e 28 de Maio de 2006, CEMA
  • X Congresso do PSD/Madeira, 7 a 9 de Maio de 2004, Tecnopolo
  • IX Congresso do PSD/Madeira, 25 e 26 de Março de 2000, Tecnopolo
  • VIII Congresso do PSD/Madeira, 25 e 26 de Novembro de 1995, Cine Casino
  • VII Congresso do PSD/Madeira, 14 e 15 de Dezembro de 1991, Cine Casino
  • VI Congresso do PSD/Madeira, 22 e 23 Abril de 1989, Cine Casino
  • V Congresso do PSD/Madeira, 24 e 25 de Maio de 1986, Cine Casino
  • IV Congresso do PSD/Madeira, 5 e 6 de Novembro de 1983, Cine Casino
  • III Congresso do PSD/Madeira, 10 e 11 de Outubro de 1981, Cinema de Machico
  • II Congresso do PSD/Madeira, 30 de Junho e 12 de Julho de 1979, Cinema da Ponta do Sol
  • I Congresso do PSD/Madeira, 9 e 10 de Julho de 1977, Casino Park Hotel. Neste primeiro congresso do PSD/Madeira foi estabelecido que o líder do Partido seria eleito em congresso e não em eleição direta. Nesse sentido, foram apresentadas duas listas em que o cabeça de lista de ambas era Alberto João Jardim. Numa lista este fazia-se acompanhar de Emanuel Rodrigues e Magalhães Mota e na outra de Jaime Ramos e António Gil Silva.

Influenciados pela “novidade” e pelo digital, eleitores jovens votam mais à direita

A pouco mais de duas semanas das eleições legislativas, a última sondagem divulgada pela Universidade Católica para o PÚBLICO, RTP e Antena 1 indica que 50% dos jovens inquiridos tencionam votar à direita. Comparando com o anterior estudo da Católica, PS e Livre foram os partidos que mais cresceram nas intenções de voto na faixa etária dos 18 aos 34 anos, sem ultrapassar a Aliança Democrática (AD), Chega e IL, que ocupam o pódio neste segmento do eleitorado. Especialistas ouvidos pelo PÚBLICO traçam o retrato dos eleitores mais novos: são atraídos pelo que representa “novidade” e influenciados pelo que consomem na Internet. E tendem a identificar-se menos com um partido em concreto.

A última sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) da Universidade Católica mostra que os inquiridos entre os 18 e os 34 anos de idade preferem votar em forças políticas de direita. A soma das intenções de voto desta faixa etária na AD, IL e Chega é de 50%: 20% admitem votar na aliança que junta PSD, CDS-PP e PPM, 16% no Chega e 14% na IL. Os restantes 50% dividem-se entre a intenção de votar à esquerda e no PAN (cerca de 24%) e aqueles que estão indecisos, não querem votar e/ou não quiseram responder (27%).

A faixa etária em questão não é constituída apenas por jovens, mas também por “jovens adultos”, alerta o director técnico da empresa de sondagens Aximage, José Almeida Ribeiro, que acrescenta que nestas idades se verifica “uma grande diferença geracional”. As intenções de voto dos jovens actuais são influenciadas por aquilo que é “novidade”, pelo que traz “diversidade e experimentação”, explica.

Nota: um desabafo

Fui desafiado a regressar às lides partidárias, um tempo que foi dos mais estimulantes e fantásticos que passei. A política é fantástica e não estamos a falar de um mundo "habitado" apenas por bandidos, corruptos ou oportunistas. Também existem, como em tudo na vida, em  todas as actividades, empresas, instituições publicas e privadas, os bons e os maus, os sérios e os mais vulneráveis, etc. Mas confundir a árvore com a floresta é um insulto. Numa família por haver um caso desviante ou alguém tenha cometido erros, essas família não pode ser catalogada apenas por causa disso, fazendo com que todos paguem pelo que apenas um  dos seus membros faz de errado. Todos nós conhecemos casos desses, quiçá junto a nós. Tenhamos isso presente na nossa vida e sejamos justos, tolerantes e cumpridores de valores essenciais numa sociedade como a nossa, que não é perfeita, nunca foi perfeita, porventura nunca será perfeita, mas que não merece ser demonizada e achincalhada como por vezes acontece. A política faz-se com partidos que são instituições de utilidade pública. Os partidos constroem-se com pessoas, têm vida graças a ideias, competências e pessoas. Longe vão os tempos em que havia apenas um partido, mesmo que se perceba que, quase 50 anos depois do 25 de Abril, crescem, por desinformação e manipulação, os que acham que devíamos permitir esse insultuoso retrocesso nesta nossa caminhada colectiva, de liberdade e de democracia.

Agradeço o convite e a atenção. A verdade é que estou afastado da política activa desde 2013, por opção pessoal, não por ter sido proscrito. Não mudo de partido, aconteça o que acontecer, muito menos daquele de que sou militante desde 1974, ainda estudante e que nem à tropa tinha ido. Fiz a minha escolha, influenciado por Francisco Sá Carneiro, nunca o escondi.

Contudo, apesar de entender que o PSD-Madeira precisa de gente nova, de ideias refrescadas de mudar muita coisa internamente e de repensar, desde logo, o seu modelo de funcionamento e eventualmente estatutos, limitação temporal do exercício dos mandatos nos órgãos partidários e aprovação de um código de conduta que não diminui antes pelo contrário, dignifica e credibiliza, entendi manter-me neste estado de "adormecimento" assumido, incluindo por razões de saúde que não me recomenda grandes excitações e ansiedades que o quotidiano político nos propicia. Veremos no futuro próximo...

Tenho uma opinião sobre tudo o que se passa, sobre o que deveria ter sido feito, estranho certas decisões, lamento o estado as que se chegou e o que algumas pessoas passam, com as quais estarei sempre solidário porque não sou juiz nem "deus" julgador de ninguém. Se tenho a liberdade de opinião tenho a consciência de que não tenho a legitimidade de querer impor seja o que for porque uma opinião pessoal - tal como uma andorinha não faz a primavera - vale, no contexto de um partido com milhares de militantes e simpatizantes, uma insignificância ou quase zero.

Em democracia não devemos criar obstáculos ao debate e às escolhas alargadas, sem que isso signifique fazer uma escolha, muito menos quando nem conhecemos propostas, ideias, mudanças, inovações, protagonistas, etc.

O que desejo é que o PSD-Madeira, o seu universo militante, se mobilize, participe, debate, sem inibições, e que faça escolhas, preservando sempre o direito ao seu voto secreto, fazendo cada militante a escolha que entender ser a que melhor se identifica com os seus valores e consciência. No caso do PSD-Madeira, a prioridade das prioridades não é aumentar clivagens, colocar pessoas contra pessoas. Acho que estamos num tempo de fragilidades que não se compadece com a preservação de erros. Um partido não precisa nem de salvadores nem tem que ficar refém seja de quem for e do quer for. Um partido é um espaço de liberdade, de afirmação, de debate, de diferença, é uma casa comum que se constrói debaixo para cima, a partir dos alicerces que se exige sejam suficientemente consistentes. Mas temos que saber escolher o melhor, o que melhor defende e preserva um partido que faz parte da história da Madeira e da história de milhares de pessoas, pela mudança realizada. Isso não significas que tudo tenha sido perfeito, não foi, não significa que não tenham sido cometidos erros, foram certamente, e muitos, não significa que não tenham sido feitas más escolhas ou tomadas decisões erradas, foram certamente e não poucas. Mas os partidos são "feitos" por pessoas, com a suas virtudes e fragilidades, não são feitos por anjos ou divindades imaculadas. Significa apenas que o PSD-Madeira sempre esteve na primeira linha do combate, de cara erguida e sem vergonha do seu passado. É isso que temos que saber defender, porque a alternativa pode conduzir-nos para desfechos irremediavelmente fatais. Que não merecemos. Sem que nos sejas permitido julgar os culpados dessa eventualidade. Aliás temos exemplos de sobre noutros partidos locais (LFM)

sábado, fevereiro 24, 2024

ERC abre inquérito a sondagem divulgada pelo Chega

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social abriu um inquérito a uma sondagem divulgada pelo Chega. Apesar de a recolha de dados ter sido feita por uma equipa da Intercampus, o estudo foi realizado com o compromisso de não ser divulgado em qualquer meio de comunicação, uma vez que a sondagem foi desenvolvida por uma empresa brasileira que não está credenciada em Portugal. A sondagem acabou por ser publicada no jornal oficial do Chega e amplamente partilhada pelo partido nas redes sociais. O estudo indicava um empate técnico entre PS, AD e o partido de André Ventura. A empresa brasileira de estudos de opinião, a Paraná Pesquisas está envolta em polémica no Brasil por ter recebido 500mil euros do partido de Jair Bolsonaro, nas vésperas das eleições.

Sondagem RTP/Público. Maioria aponta para vitória da AD e prefere Montenegro como primeiro-ministro

A duas semanas das legislativas, uma sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e Público mostra que a Aliança Democrática (AD) é a força partidária que recolhe mais intenções de voto e é apontado pela maioria como provável vencedora das eleições de 10 de março. Apesar de considerarem que Pedro Nuno Santos ganhou o debate contra Montenegro, a maioria dos inquiridos considera que o líder do PSD seria um melhor primeiro-ministro.

A Aliança Democrática liderada por Luís Montenegro continua a ser apontada como a favorita à vitória na noite eleitoral de 10 de março e as intenções de voto aumentaram, inclusivamente, em relação à sondagem anterior e em relação ao PS. De acordo com a sondagem desta sexta-feira da Universidade Católica, 27% da população inquirida admite que marcaria um X na coligação PSD/CDS/PPM no boletim de voto, mais quatro pontos percentuais em relação à última sondagem, de 5 de fevereiro.

O PS surge em segundo lugar, com 22% de intenções de voto (mais 2 pontos percentuais em relação às últimas sondagens). O Chega aparece como terceira força política com 13% (menos um ponto percentual), seguindo-se a IL, BE, Livre, CDU e PAN. Convertendo estas intenções de voto em estimativas de resultados eleitorais, estas percentagens traduzir-se-iam numa vitória para uma AD com 35% dos votos (mais três pontos percentuais do que nas últimas sondagens).

O PS surge em segundo lugar, com 29% dos votos (menos um ponto percentual). Segue-se o Chega com 17% (dois pontos percentuais abaixo do último estudo de opinião), a IL (6%), o BE (4%), o Livre (3%), a CDU (2%) e o PAN (1%). Estima-se ainda 3% de votos brancos, nulos ou noutros partidos.

Questionados sobre quem acham que vai ser o partido mais votado nas próximas eleições, independentemente das suas preferências partidárias, 41% responde a AD e 38% o PS. Apenas 4% considera que o Chega será o partido mais votado e 17% disse não saber ou não respondeu.

Montenegro apontado como melhor primeiro-ministro

Questionados sobre quem seria melhor primeiro-ministro, 46% dos 1284 inquiridos votaram em Luís Montenegro e34% em Pedro Nuno Santos. Vinte por cento disse não saber ou não respondeu.

No entanto, no frente a frente entre os dois líderes dos principais partidos, na segunda-feira, os inquiridos que viram o debate consideram que Pedro Nuno Santos foi quem esteve melhor. A maioria (33%), porém, disse não ter visto o debate e 10% apontam para um empate.

Em relação aos restantes confrontos, cerca de um quarto dos inquiridos disse não ter visto nem acompanhado. Entre os indecisos, essa percentagem sobe para cerca de um terço.

A maioria (77%) viu pelo menos um debate. Vinte por cento admite ter visto “um ou dois”, 13% “menos de metade” e14% diz ter acompanhado “quase todos”. Apenas 5% dos inquiridos diz ter visto todos os debates.

Mais indecisos entre o eleitorado que votou à esquerda

Após estudar para onde estão a ir os votos de 2022 e qual a probabilidade dos eleitores de votarem nos vários partidos, a sondagem da Católica conclui que há uma maior indecisão entre o eleitorado que votou à esquerda nas últimas legislativas em comparação com o eleitorado que votou à direita.

Dos eleitores que hoje votariam no PS, 57% votou no Partido Socialista há dois anos e 21% no Bloco de Esquerda. Entre os votantes do PS em 2022, 49% consideram “muito provável” voltar a atribuir o voto aos socialistas nestas eleições e 46% “nada provável” votar na AD.

Já os eleitores que votaram PSD ou CDS em 2022 são mais unânimes na rejeição de um voto no PS – 70% responde que é “nada provável” votar nos socialistas e 61% diz ser “muito provável” colocar um X na AD. No caso da Aliança Democráticas, 74% dos eleitores que admitem votar agora na coligação atribuíram o voto ao PSD há dois anos, 71% ao CDS e 26% à Iniciativa Liberal. O Chega é o partido que mais retém o seu eleitorado de 2022 (86%) e continua a ser aquele que mais voto vai buscar à abstenção (21%).

A sondagem mostra ainda que 82% dos inquiridos respondeu que “de certeza vai votar” no dia 10 de março. No entanto, a Universidade Católica ressalva que “podemos assumir que essa percentagem será menor entre aqueles que não aceitaram participar” na sondagem. Por este motivo, salienta a Católica que “não é possível prever um valor para a abstenção”.


Ficha técnica

Este inquérito foi realizado pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público entre os dias19 e 21 de fevereiro de 2024. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1284 inquéritos válidos, sendo 46% dos inquiridos mulheres.

Distribuição geográfica: 32% da região Norte, 23% do Centro, 31% da A.M. de Lisboa, 6% do Alentejo, 4% do Algarve, 3% da Madeira e 1% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região com base nos dados do recenseamento eleitoral. A taxa de resposta foide 39%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1284 inquiridos é de 2,7%, com um nível de confiança de 95%. Foram contactadas 3265 pessoas. De entre estas, 1284 aceitaram participar na sondagem e responderam até ao fim do questionário (RTP, texto da jornalista Mariana Ribeiro Soares e grafismo de Sara Piteira)

Sondagem TVI/CNN: Maioria dos portugueses acha que Pedro Nuno Santos vai ser primeiro-ministro

Trata-se de uma pergunta que não avalia em quem é que os eleitores vão votar – avalia quem é que os eleitores acham que vai vencer 44% das pessoas entendem que vai ser o secretário-geral do PS a liderar o país a partir de 10 de março. 42% entendem que vai ser Luís Montenegro. É sobretudo nos votantes dos partidos que não PS, AD ou Chega que surge esta ideia. 51% das pessoas que votaram em 2022 noutros partidos que não estes três responderam que vai ser Pedro Nuno Santos o próximo primeiro-ministro. Ainda assim, a maioria diz que vai votar na AD.

FICHA TÉCNICA

A presente sondagem foi realizada pela Duplimétrica/IPESPE para a TVI e a CNN Portugal. As entrevistas aleatórias por cotas foram realizadas entre os dias 10 e 20 de fevereiro de 2024. Foram recolhidas 800 entrevistas representativas do eleitorado recenseado de Portugal, com 18 anos e mais, tendo por base os critérios de género (53% mulheres e 47% homens), idade (24% com 18 a 34 anos; 33% com 35 a 54 anos; e 43% com 55 anos e mais), e região (22% Norte, 13% Grande Porto, 26% Centro, 23% Lisboa, 12% Sul e 5% Ilhas).

A margem de erro máxima é de 3,5% para um grau de confiança de 95,45%. A seleção dos entrevistados foi realizada através de geração aleatória de números de “telemóvel”, mantendo uma proporção aproximada dos três principais operadores móveis. Quando necessário, foram selecionados aleatoriamente números fixos para apoiar o cumprimento do plano amostral. As entrevistas foram recolhidas através de entrevista telefónica (CATI – Computer Assisted Telephone Interviewing). A taxa de resposta foi de 61,07%. O estudo teve como objetivo avaliar a opinião dos eleitores portugueses sobre temas relacionados com as eleições legislativas, a serem realizadas no dia 10 de março de 2024. A ficha técnica completa e os resultados desta sondagem foram depositados junto da Entidade Reguladora da Comunicação Social.

Sondagem TVI/CNN: AD à frente do PS, Chega com 16%, Livre supera a CDU

 

AD vence entre os inquiridos que têm o 1.º ciclo ou Ensino Superior. PS e Chega à frente entre as pessoas com Ensino Secundário. Se as eleições fossem hoje era a Aliança Democrática (AD) a ganhar, de acordo com uma sondagem feita pela Duplimétrica-IPESPE para a TVI / CNN Portugal e que atribui uma votação na casa dos 24% à coligação liderada por Luís Montenegro. Atrás surge o Partido Socialista (PS), com menos três pontos percentuais, sendo que o Chega tem 16%. Isto num cenário em que há 14% de indecisos, pelo que as votações destes três partidos em particular devem ser mais altas. Em quarto e quinto lugares, como em 2022, surgem Iniciativa Liberal e Bloco de Esquerda (BE), com 6% e 4%. Já o Livre sobe para 3%, ultrapassando uma CDU que não vai além de 1% e deixando também para trás o PAN, que tem igualmente 1%.

Chega com os mais novos, PS com os mais velhos

De acordo com a mesma sondagem, a AD consegue 19% entre os eleitores dos 18 aos 34 anos e 22% dos 35 aos 54 anos. De resto, apenas na faixa etária dos 55 anos ou mais é que o PS consegue vencer (reuniu 32% das respostas). O Chega bate o PS e a AD na faixa etária entre os 18 e 34 anos (obtém 25%, contra 19% da AD e 10% do PS). Fica ainda à frente do PS na faixa etária entre os 35 e 54 anos. Quanto à escolaridade, há uma tendência menos prevalente. A AD vence nos inquiridos que têm o 1.º ciclo ou Ensino Superior, mas perde para PS e Chega nas respostas de pessoas com Ensino Secundário (aqui vence o partido de André Ventura).

Só Lisboa e ilhas votam PS

De acordo com a sondagem realizada para a TVI e CNN Portugal, a Grande Lisboa é a única zona do continente em que o PS tem vantagem. E é mínima – ganha por 1 ponto à AD e por 2 ao Chega. A grande diferença está no polo oposto. O Grande Porto atribui 28% dos votos à AD e 17% ao PS. A coligação liderada por Luís Montenegro vence também no Norte, Centro e Sul, ficando também atrás do PS nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

FICHA TÉCNICA

A presente sondagem foi realizada pela Duplimétrica/ IPESPE para a TVI e a CNN Portugal. As entrevistas aleatórias por cotas foram realizadas entre os dias 10 e 20 de fevereiro de 2024. Foram recolhidas 800 entrevistas representativas do eleitorado recenseado de Portugal, com 18 anos e mais, tendo por base os critérios de género (53% mulheres e 47% homens), idade (24% com 18 a 34 anos; 33% com 35 a 54 anos; e 43% com 55 anos e mais), e região (22% Norte, 13% Grande Porto, 26% Centro, 23% Lisboa, 12% Sul e 5% Ilhas). A margem de erro máxima é de 3,5% para um grau de confiança de 95,45%. A seleção dos entrevistados foi realizada através de geração aleatória de números de “telemóvel”, mantendo uma proporção aproximada dos três principais operadores móveis. Quando necessário, foram selecionados aleatoriamente números fixos para apoiar o cumprimento do plano amostral. As entrevistas foram recolhidas através de entrevista telefónica (CATI – Computer Assisted Telephone Interviewing). A taxa de resposta foi de 61,07%. O estudo teve como objetivo avaliar a opinião dos eleitores portugueses sobre temas relacionados com as eleições legislativas, a serem realizadas no dia 10 de março de 2024. A ficha técnica completa e os resultados desta sondagem foram depositados junto da Entidade Reguladora da Comunicação Social.

segunda-feira, fevereiro 19, 2024

Endividamento das famílias quadruplica face a 2015 à boleia de créditos à saúde

Empréstimos com finalidades específicas ascenderam aos 140,9 milhões de euros em 2023, tendo sido a saúde uma das categorias com mais peso. Crescimento expressivo reflete fragilidades do SNS, atestam especialistas. A tendência é marcante e surge à luz dos números divulgados na semana passada pelo Banco de Portugal (BdP): os empréstimos contratualizados entre o setor financeiro e as famílias para fazer face a despesas de saúde, educação e energias renováveis têm crescido a um ritmo vertiginoso ao longo da última década. Só em 2023, foram concedidos 140,9 milhões de euros para o conjunto das referidas finalidades, o que significa quatro vezes mais (332%) do que o valor financiado em 2015 (32,6 milhões), o último ano de governação social-democrata. Falamos de uma diferença nominal de 108,3 milhões de euros.

De acordo com a Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC), os seus 28 associados foram responsáveis por conceder 125 milhões de euros nestas categorias, o correspondente a 89% daquele montante. Por questões concorrenciais, a instituição não está autorizada a refinar a estatística além dos padrões do supervisor, mas ao DN/Dinheiro Vivo, Duarte Pereira Gomes, o seu secretário-geral, admite que, na variação observada, pesam sobretudo os segmentos da saúde e das energias renováveis. Os empréstimos para educação, por seu turno, ter-se-ão mantido estáveis, ao passo que o leasing de equipamentos “nem é de se considerar”.

Sondagem: PS à frente do PSD, mas Direita ganha vantagem à Esquerda

Socialistas continuam com margem de cinco pontos sobre os sociais-democratas. Chega sólido no terceiro lugar. BE cai e CDU em último pela primeira vez. O PS de Pedro Nuno Santos (33,1%) mantém uma vantagem de cinco pontos sobre a AD de Luís Montenegro (27,7%) quando faltam três semanas para as legislativas, de acordo com a mais recente sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF. Ao contrário, os partidos à Direita aumentam para cinco pontos a vantagem sobre os partidos à Esquerda, com o Chega sólido no terceiro lugar (16,4%) e a valer quase tanto como os quatro seguintes: um BE em queda (6,3%), Iniciativa Liberal (4,9%), PAN (3,3%) e Livre (2,8%) a crescer. Em último lugar, e pela primeira vez nestes barómetros, fica a CDU de Paulo Raimundo (2,3%).

Para os três primeiros, ficou quase tudo na mesma entre janeiro e fevereiro, apesar de ter sido um período de forte agitação política e social, com os protestos dos polícias e dos agricultores e a queda do Governo Regional da Madeira (o trabalho de campo da sondagem decorreu entre 8 e 13 de fevereiro, ainda antes da decisão de libertar, sem indícios de crime, os três principais suspeitos deste caso, que envolve também o demissionário Miguel Albuquerque).

Geringonça é curta

Se estes resultados se confirmassem nas urnas, teriam o potencial de se transformar numa espécie de vitória de Pirro para o PS, uma vez que seria difícil conseguir uma maioria parlamentar com uma nova “geringonça”: o bloco de partidos mais à Esquerda (PS, BE, Livre e CDU) soma escassos 44 pontos, que comparam com os 49 do bloco mais à Direita. Mesmo com uma junção do PAN, essa eventual coligação “arco-íris” ficaria nos 48 pontos.

É importante acrescentar, no entanto, que para além de uma sondagem ser sempre um retrato do passado (mesmo que seja um passado recente), há vários fatores que acrescentam incerteza ao processo eleitoral e que podem fazer oscilar a balança para um lado ou para o outro: desde logo, o frente a frente de hoje entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro, a partir das 20,30 horas, com transmissão pela RTP, TVI e SIC; depois, o período de campanha eleitoral que ainda temos pela frente; finalmente, os indecisos, que nesta sondagem ainda são 7,7%; e os 24% de inquiridos que só decidem o seu voto em definitivo “mais em cima” da eleição.

Sondagem: Eleitores entre o "forte e decidido" e o "honesto e confiável"

Líder socialista leva vantagem sobre o social-democrata numa lista de 13 atributos pessoais e políticos. Mas há um país partido a meio entre mais novos e mais velhos. Pedro Nuno Santos é mais “forte e decidido” (41%) e “inteligente” (40%); Luís Montenegro conhece melhor “os problemas que os portugueses enfrentam” (36%) e é mais “honesto e confiável” (32%). De acordo com uma sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF em que se questionou os portugueses sobre um conjunto de características e qualidades pessoais e políticas, há algum equilíbrio entre os dois grandes candidatos a primeiro-ministro, mas com a balança a pender para o lado do socialista.

No entanto, quando a análise se centra nos diferentes grupos populacionais, o que sobressai é uma profunda divisão: Montenegro está ancorado entre os que residem na Região Norte e os que fazem parte dos dois escalões sociais mais desafogados; Santos domina entre os que vivem nas regiões de Lisboa e Centro e entre os dois escalões mais pobres. A divisão é ainda mais evidente quando se tem em conta a idade: o líder da AD vence todas as categorias entre quem tem 18 a 34 anos; o líder do PS é o campeão indiscutível entre os mais velhos (com a notável exceção da honestidade, em que até estes preferem Montenegro). Dos 13 atributos em que os portugueses foram “obrigados” a escolher entre os dois grandes candidatos a primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos bate o rival social-democrata em sete deles, com destaque para o facto de ser “um líder forte e decidido” (vantagem de 11 pontos percentuais), ser “inteligente” (mais dez pontos) e partilhar “os mesmos valores” que o inquirido (mais sete pontos).

Bancos com lucros gigantes não baixam comissões

O valor das receitas das comissões nos maiores seis bancos em 2023 (exceto o 4.º trimestre da CGD e do BCP, ainda não divulgado) foi de 2,17 mil milhões de euros. Instituições não se comprometem com descidas nos preçários, levando a Deco Proteste a denunciar falta de consciência social, num contexto de juros altos e perda de rendimentos. A tabela de preços relativa às comissões de manutenção de conta, anuidade do cartão de débito e transferências bancárias mantém-se até agora inalterada nos principais bancos, havendo apenas uma exceção, segundo um levantamento da Deco Proteste para o JN/Dinheiro Vivo. Enquanto os preçários do BPI, Caixa Geral de Depósitos, BCP, Montepio e Santander não sofreram variações até janeiro de 2024, o do Novobanco subiu.

Embora não se tenham verificado aumentos na maioria das instituições, a organização considera incompreensíveis os valores que se continuam a cobrar em pleno tempo de altas taxas de juro, acusando mesmo a banca nacional de ter “falta de consciência social”. Justificando-se com a necessidade de aproximar os valores aos do mercado, o Novobanco agravou a comissão mensal da sua principal conta à ordem em 27%, para os clientes sem acesso às bonificações, e 29%, para os que delas beneficiam.

Encaixou 2,17 mil milhões

Contudo, nota Nuno Rico, especialista em assuntos financeiros da Deco Proteste, apesar de não existir, de momento, conhecimento de futuras alterações de preçário nas restantes instituições, “não será de excluir que as mesmas possam vir a ser anunciadas nos próximos meses”. No início deste mês, a CGD anunciou que não irá aumentar o custo dos seus serviços, à luz do que já tinha feito no ano passado, “com o intuito de ajudar as famílias portuguesas a manter o orçamento num contexto de elevada inflação”.

Impostos sobem há 23 anos e não vão parar

Foi sempre a subir desde 2000 e, para este ano, a previsão é de que os portugueses vão continuar a pagar mais impostos, isto apesar de todos os partidos concorrentes às próximas eleições de 10 de março prometerem um alívio no bolso dos contribuintes. O relatório anual da Direção-Geral dos Impostos e União Aduaneira da Comissão Europeia diz tudo: Portugal foi dos poucos países da União Europeia que, nos últimos 25 anos, mais aumentaram as taxas máximas do imposto sobre o rendimento, ao contrário da maioria dos estados-membros (Jornal de Notícias)

A política traz à tona o pior de nós e "transforma-nos a todos em canalhas". E a ciência já descobriu porquê

“A política, ao que parece, transforma-nos a todos em canalhas.” Esta é a grande conclusão de uma investigação publicada na revista Political Psychology e que revela o porquê de os políticos mostrarem uma postura intransigente e sempre crítica face aos seus opositores e uma postura tolerante face a esquemas duvidosos ou à margem da lei dos seus parceiros. Segundo a Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, basta as pessoas entrarem no mundo da política para alterarem a sua moral e comportarem-se de forma antiética, independentemente da idade, da situação sócio-económica e do partido com que mais se identificam.  Para chegarem a esta conclusão, os investigadores Kyle Hull, Kevin Smith e Clarisse Warren questionaram 2.472 adultos sobre o quão dispostos estariam para se comportar de forma mais antiética na esfera política em comparação com a esfera pessoal e se seriam mais tolerantes com os desvios morais cometidos por um político do que por um amigo. 

“As nossas análises fornecem evidências de diferenças entre o comportamento moral e a tolerância moral no domínio político e no domínio pessoal”, lê-se no estudo. E parte dessa diferença comportamental e de julgamento deve-se à palavra ‘político’, suficiente para a pessoa mudar a forma de pensar e, por consequência, de agir.  “Basicamente, estávamos a fazer praticamente as mesmas perguntas à mesma pessoa”, revela Kevin Smith, explicando que “a única diferença nas questões é que mudámos ‘pessoa’ para ‘político’”. “E isso foi suficiente para mudar o julgamento moral das pessoas”, garante o professor de Ciência Política, em declarações ao site da universidade. 

Com medo de perder a casa, sem emprego e contas para pagar: crise atira cada vez mais mulheres para a prostituição

A crise em Portugal tem ‘empurrado’ cada vez mais mulheres para a prostituição, indicou esta quarta-feira o ‘Diário de Notícias’. “O país está na miséria. É esta crise que está a levar as mulheres para a rua. Há pessoas que perdem a casa, porque o banco lhes tira, outras são despejadas pelos senhorios. Há casais que estão os dois no desemprego. As pessoas veem-se obrigadas a isto. E vai haver cada vez mais prostituição”, indicou Maria de Jesus, que abandonou a prostituição há cinco anos, em declarações ao jornal diário. As associações de apoio já estão no terreno, como é o caso da Obra Social das Irmãs Oblatas. “Muitas das mulheres que estão na rua perderam o emprego. Não conseguem encontrar um trabalho formal e continuam na prostituição. Outras vão à rua para pagar a água, a luz e o gás. A crise trouxe mais mulheres para a rua”, referiu a responsável Carla Fernandes.

“A crise fez com que viessem mais mulheres para a rua. Há mulheres que não exerciam há alguns anos e que tiveram de voltar. A acrescentar, temos uma crise gravíssima ao nível da habitação. Temos mulheres que nos dizem que há dias em que só trabalham para pagar o quarto. E que se não trabalharem não têm forma de pagar o quarto, para dormir”, garantiu. A mesma opinião tem Conceição Mendes, da associação O Ninho. “As pessoas não têm meios de subsistência e, atualmente, existe também a falta de opção habitacional. Vê-se mulheres de todas as idades, mas, em alturas de crise, surgem mulheres mais velhas, que não têm outras escolhas”, sublinhou (Executive Digest)

Políticos terão dados online mas consulta a rendimentos e património só a pedido

No novo portal da Entidade da Transparência, a informação do registo de interesses e as atividades dos políticos passa a estar disponível, mas há uma parte dessa informação cujo acesso terá que ser solicitado para poder ser acedido: os rendimentos e o património, explica o “JN”. Qualquer cidadão vai poder consultar os dados sobre os rendimentos e o património dos políticos em Portugal através da nova plataforma online da Entidade da Transparência mas essa informação só estará disponível mediante pedido, de acordo com informação avançada esta segunda-feira pelo “JN”.

Explica o diário que estão a ser feito “todos os esforços” para que o site esteja a funcionar antes das eleições legislativas, sendo que o mesmo irá abranger as declarações de rendimentos e património dos políticos e titulares de altos cargos públicos.

Ouvida pelo “JN”, Margarida Mano, líder da Associação Transparência e Integridade, deposita a esperança de que este portal tenha um “grande potencial para melhorar o escrutínio” mas terão que ser cumpridos dois requisitos: que tenha uma política de dados aberta e que se articule com outras plataformas. Assim, a informação do registo de interesses e as atividades dos políticos passa a estar disponível na internet, mas há uma parte dessa informação cujo acesso terá que ser solicitado para poder ser acedido: os rendimentos e o património (Jornal Económico, texto do jornalista José Carlos Lourinho)

sábado, fevereiro 17, 2024

Sondagem: AD e Montenegro na Pole Position

A três semanas da ida às urnas e nas vésperas do frente a frente entre os líderes dos dois maiores partidos e do arranque da campanha eleitoral, a AD de Luís Montenegro destaca-se como força política mais votada na sondagem da Consulmark2 para o Nascer do SOL e a EuroNews. A coligação liderada pelo PSD e que integra também o CDS e o PPM, além de um grupo de cidadãos independentes, volta a colocar-se em posição de poder formar Governo após 10 de março, com 30% nas intenções de voto, sendo que o PS tem agora 27,4% e o Chega 18,1%. Para estes resultados terão com certeza contribuído as eleições nos Açores – com a vitória da AD de José Manuel Bolieiro e a destruição do discurso do PS segundo o qual o PSD estaria refém do Chega para poder governar – e as boas prestações de Montenegro nos debates televisivos, designadamente frente a Mariana Mortágua e a André Ventura.

Quem tem também surpreendido pela positiva nos frente a frentes televisivos é Rui Rocha, líder da IL, que aparece agora em quarto lugar nas intenções de voto (5,5%), mercê também de uma queda do BE_de Mariana Mortágua (4,2%). Da mesma forma, o Livre de Rui Tavares (2,9%) ganha vantagem em relação a uma CDU (2,6%) penalizada pela incapacidade mediática do seu secretário-geral, Paulo Raimundo. Já o PAN, de Inês Sousa Real, mantém-se como o menos votado entre os partidos com assento parlamentar. Relativamente às eleições nos Açores, dois em cada três portugueses dizem-se pouco (25%) ou nada (41%) surpreendidos com os resultados, sendo que a maioria aponta José Manuel Bolieiro, Luís Montenegro e a AD_como os grandes vencedores e o PS, Vasco Cordeiro e Pedro Nuno Santos como os principais derrotados.

Saúde continua ‘a’ prioridade

Relativamente às questões que mais preocupam os portugueses, o mau funcionamento do Sistema Nacional de Saúde continua a liderar destacado, com a habitação e a educação a ocuparem os dois restantes lugares do pódio das prioridades, ultrapassando claramente a inflação/custo de vida. Não obstante todas as polémicas recentes e da corrupção ser uma preocupação maior, a Justiça continua no fundo da tabela das prioridades deste estudo da Consulmark2.

Ficha técnica

Estudo de opinião sobre a atual situação social e política em Portugal, realizada pela Consulmark2, Estudos de Mercado e Trabalho de Campo, Lda para o jornal Nascer do SOL. Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostragem por quotas pelas variáveis sexo, idade e região, com base nos Censos 2021. A amostra teve 804 entrevistas efetivas: 382 homens e 422 mulheres; 68 entre os 18 e os 24 anos, 102 entre os 25 e os 34 anos, 130 entre os 35 e os 44 anos, 278 entre os 45 e os 64 anos e 226 para os 65 e mais anos; Norte 276, Centro 184, A. M. Lisboa 217, Alentejo 56, Algarve 37, R. A. Açores 17 e R. A. Madeira 17. Técnica: Entrevistas telefónicas (CATI). O trabalho de campo decorreu entre 6 e 12 de fevereiro de 2024. Taxa de resposta: 69,7%. O erro máximo de amostragem, para um intervalo de confiança de 95%, é de + 3,5%. Responsabilidade do estudo: Consulmark2, Estudos de Mercado e Trabalho de Campo, Lda, sob a direção técnica de José Constantino Costa. A percentagem de Ns/Nr/Recusas distribuída aritmeticamente é de 19,3% (Sol)

Sondagem: 31% dos portugueses admitem que polícias e Madeira podem influenciar o voto


São os mais jovens e os potenciais eleitores do Chega os que se mostram mais sensíveis aos casos que contaminam a campanha. Primeiro rebentou a crise na Madeira, com uma operação policial que viria a provocar a queda do executivo regional liderado pelo PSD. No dia seguinte, as ruas de Lisboa encheram-se com milhares de polícias num protesto massivo que se alargou ao Porto e fez tremer o Governo do PS. Dois acontecimentos que entraram pela campanha eleitoral, mas que, a julgar por uma sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF, terão um efeito limitado a 10 de março: só 31% dos portugueses admitem, num caso, como no outro, que têm a força suficiente para influenciar o seu sentido de voto.

O trabalho de campo da sondagem decorreu entre 8 e 13 de fevereiro, o que significa, no caso da Madeira, que não reflete os últimos desenvolvimentos: os três detidos a 24 de janeiro foram libertados, três semanas depois, pelo juiz de instrução, com a indicação de que não havia indícios de que tivessem cometido qualquer crime. Antes dessa reviravolta, 59% dos portugueses garantiam que não teria influência no seu sentido de voto. Em particular os mais velhos (78%) e os que votam nos três partidos mais à esquerda (Livre, CDU e BE). 

Irineu e a crise na Madeira: a única decisão possível numa realidade condicionada até final de Março

Apesar de eu ter criticado, e mantenho, o tempo excessivo em que demorou a perceber a crise política regional e a tomar decisões, em função dos dados que lhe chegavam, nomeadamente do Presidente do Governo e do seu processo de demissão, acho que Irineu Barreto hoje fez a declaração que devia ter feito e tomou a decisão que porventura Marcelo lhe recomendou.

As pessoas precisam entender, desde logo, que a crise política, a sua evolução e a tomada de decisões, está fortemente  condicionada, diria mesmo limitada, por uma data - 24 de Março - a partir da qual o Presidente, liberto de impedimentos constitucionais, pode pronunciar-se sobre esta crise política na Madeira e, caso seja essa a sua escolha, anunciar a dissolução, sim ou não, do parlamento regional - eleito em Setembro do ano passado, há dois meses! - e convocar eleições regionais que nunca poderiam realizar-se antes de final de Junho - temos europeias no início desse mês, e considerando que o PSD-M vai reclamar tempo para realizar um Congresso, presumo que antes das eleições, caso essa opção venha a ser a prevalecente.

Irineu tinha duas opções - governo de gestão com espaço muito limitado, sem poder ser alvo de moções de censura ou de confiança e com capacidade legislativa substancialmente limitada - ou novo governo, obrigando a novo acordo político e parlamentar, a novo programa de governo e a novos protagonistas, ainda por cima correndo o risco de, chegados a 24 de Março, tudo se "derreter" por decisão do sempre imprevisível e instável Marcelo Rebelo de Sousa.

Não há uma vacatura no exercício do poder executivo regional, Irineu ganha tempo, já anunciou o que se segue em função de qualquer dos cenários ao alcance do Presidente, não deu indicações sobre o que MRS fará, mesmo que eu duvide, e duvido muito, que este tenha dito alguma coisa ao seu representante na Madeira no decorrer da audiência de 6ª feira em Lisboa.

Temos ainda a incerteza em torno da evolução da situação política e parlamentar nos Açores onde há um governo minoritário do PSD, CDS e PPM (a AD, e demais coligações, extinguem-se com a publicação dos resultados oficiais) que quer aprovar o seu programa de governo num quadro político e parlamentar sem acordos alargados e prévios e numa Assembleia que é instalada 5ª feira próxima, fazendo com que o cenário de eleições antecipadas nos Açores também se coloque em cima da mesa, provavelmente com a mesma limitação temporal que hoje existe para a Madeira e condiciona decisões que alguns desejariam fossem mais rápidas (LFM) (Video aqui)

Calado no Funchal: declaração séria, convicta e cautelosa

Pedro Calado fez, no regresso ao Funchal, uma declaração emotiva, tranquila, prudente, cautelosa, claramente combinada com o seu advogado. Disse no aeroporto do Funchal o que devia dizer, com convicção, reclamando repetidamente a sua inocência - o ónus das provas faz com que sejas o MP a acusá-lo e a provar as acusações com factos concretos, não com teorias estapafúrdias ou deambulações - sem criticar nem o tempo excessivo passado detido, 22 dias, e que tanta polémica e celeuma tem causado, e elogiando a postura de todas as diferentes entidades envolvidas no seu processo, desde os advogados aos simples guardas prisionais ou agentes policiais.

Registo a sua esperada recusa em desempenhar qualquer cargo público ou exercer funções partidárias, até que o processo de que é alvo seja finalizado, o que não significa que, depois de tudo ser esclarecido e de haver uma decisão final na justiça, possa ser, caso queira, um nome a contar pelos social-democratas, caso reúna no epílogo de tudo isto, condições para esse desiderato. Mesmo que se viva numa terra de justicialistas bandalhos, licenciados nas redes sociais e na maledicência, que acham que todos são bandidos e corruptos e que todos devem ser presos, mesmo sem julgamento, comportamento que alteram  quando a justiça lhes pisa os calos ou os obriga a pagar milhares em indemnizações a terceiros por causa dos insultos proferidos indiscriminadamente, menos àqueles que lhes garantem sustento na política ou na sociedade. E escroques desses também existem na política (LFM) (Video aqui)

sexta-feira, fevereiro 16, 2024

Sondagem: Aliança Democrática em primeiro lugar com 23%

A Aliança Democrática aparece em primeiro lugar nas intenções de voto de uma nova sondagem para as legislativas. A coligação liderada pelo PSD tem 23% das intenções de voto na sondagem da Consulmark2 para o jornal Nascer do Sol e para a EuroNews. O PS segue com menos 2 pontos. Em terceiro lugar está o Chega, com 14,2%. A Iniciativa Liberal está nos 4,2%, seguida do Bloco de Esquerda com menos um ponto. Em sexto lugar uma novidade: o Livre, que surge à frente da CDU, com pouco mais de 2% das intenções de voto. O PAN fica em último lugar. Os resultados desta sondagem mostram que a Aliança Democrática está em posição de poder formar governo porque há uma maioria de direita no Parlamento. A sondagem tem ainda uma elevada taxa de indecisos e de recusas, de 19,3%.

Aumentam os passageiros apanhados a fumar em aviões

ANAC abriu 229 processos de contraordenação desde 2019, no valor de 326 mil euros. Consumo de álcool é a segunda infração mais cometida. Fumar dentro dos aviões continua a ser a infração mais cometida pelos passageiros, a par de problemas com o consumo de álcool e o uso irregular de dispositivos eletrónicos. Nos últimos cinco anos, foram instaurados em Portugal 229 processos de contraordenação a bordo de aeronaves, que resultaram na aplicação de coimas no valor total de 326 mil euros (Jornal de Notícias)

Sondagem: Montenegro ganha ‘batalha’ da confiança a Pedro Nuno Santos

Líder socialista perdeu a vantagem em relação ao candidato social-democrata na questão sobre quem irá ser primeiro-ministro após as eleições. No frente a frente na luta pelo lugar de primeiro-ministro, os portugueses confiam mais no líder da Aliança Democrática (AD), Luís Montenegro, em relação ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, de acordo com a sondagem da Intercampus para o CM/CMTV e ‘Negócios’. Os inquiridos no barómetro preferiram Montenegro nas questões sobre pedir um conselho financeiro (17,1% contra 13,2%), entregar dinheiro para gerir (12,3% contra 7,7%) ou comprar um carro em segunda mão (12,3% contra 8,7%) (Correio da Manhã)

Sondagem: Montenegro ultrapassa Pedro Nuno como preferido para primeiro-ministro

No mesmo mês em que passa para a frente nas intenções de voto, Luís Montenegro também supera Pedro Nuno Santos na avaliação de quem seria melhor primeiro-ministro. Secretário-geral do PS é visto como mais poderoso e melhor líder. Tal como nas intenções de voto, Luís Montenegro superou o principal adversário nas preferências dos portugueses e é agora o mais bem avaliado para suceder a António Costa como primeiro-ministro. O líder social-democrata já estava na frente, mas sobe ainda mais nas avaliações de caráter sobre honestidade, seriedade e responsabilidade. Pedro Nuno Santos é visto como melhor líder (Jornal de Negócios)

Venezuela expulsa funcionários de agência da ONU para os direitos humanos

O governo do presidente Nicolás Maduro vai manter a suspensão até que a agência "retifique publicamente, perante a comunidade internacional, a sua atitude colonialista, abusiva e violadora da Carta das Nações Unidas". O governo da Venezuela anunciou a suspensão de funções do gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos no país, e ordenou a saída dos seus funcionários no prazo de 72 horas. Na prática, esta decisão significa que o país fica sem qualquer supervisão estrangeira, numa altura em que o governo de Nicolás Maduro é acusado de intensificar a censura e a repressão sobre a população. A medida surge na sequência de um comunicado emitido por aquela agência da ONU, no qual manifestava "profunda preocupação" com a detenção da ativista venezuelana Rocío San Miguel, conhecida por ser bastante crítica do presidente Nicolás Maduro. 

Em comunicado, o ministro dos Negócios Estrangeiros justifica a decisão como uma resposta à postura que considera ser "inadequada" e "imparcial" do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. "Tornou-se o escritório de advocacia privado de golpistas e terroristas que conspiram permanentemente contra o país", afirmou Yvan Gil, citado pelo comunicado. O ministério acrescenta que esta suspensão irá manter-se até que aquela agência da ONU "retifique publicamente, perante a comunidade internacional, a sua atitude colonialista, abusiva e violadora da Carta das Nações Unidas".

O gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos foi estabelecido na Venezuela em 2019, altura em que era dirigido pela ex-presidente do Chile Michelle Bachelet. Antes de deixar o cargo, Bachelet assinalou progressos no respeito pelos direitos humanos no país, mas sublinhou que ainda havia muito trabalho para fazer. Citado pelo New York Times, Phil Gunson, especialista do International Crisis Group, notou que a expulsão da agência de direitos humanos, a par com a detenção da ativista Rocío San Miguel, "marca um endurecimento drástico" do governo de Maduro nas suas ações contra opositores e críticos políticos (CNN-Portugal)

Tribunal de Contas deteta ilegalidades em contratos do Governo da Madeira durante a pandemia de covid-19

O Tribunal de Contas considerou ilegal a adjudicação de serviços hoteleiros pelo Governo da Madeira (PSD/CDS-PP) a duas empresas durante a pandemia de covid-19, em 2020, refere o relatório da auditoria ao Instituto de Administração da Saúde. O Tribunal de Contas (TdC) esclarece que se debruçou sobre uma amostra constituída por seis contratos, cujo preço conjunto ascendeu a 3,5 milhões de euros, com o propósito de aferir o cumprimento da legalidade e da regularidade das despesas contratualizadas em 2020 pelo Instituto de Administração da Saúde da Madeira (IASAÚDE) para combate à pandemia causada pela covid-19 e aos seus efeitos. “O Tribunal concluiu que a adjudicação dos serviços hoteleiros com pensão completa e alojamento às empresas ITI — Sociedade de Investimentos Turísticos na Ilha da Madeira, S.A. e à M. & J. Pestana, S.A. foi ilegal”, é referido numa nota de imprensa. A autoridade adianta que, antes da celebração de cada contrato, foram “ilegalmente autorizados” pagamentos àquelas empresas, no montante de 109.797 euros e de 574.671 euros, respetivamente.

“Por ausência de contraprestação efetiva, a parcela dos pagamentos ilegais, respeitante aos serviços eventuais de alimentação associados aos denominados quartos-garantia (não ocupados), é causadora de dano para o erário público, que deve ser reintegrado”, indica o TdC. O Tribunal precisa que os valores a reintegrar são 8.701,82 euros, relativamente ao contrato celebrado com a empresa ITI — Sociedade de Investimentos Turísticos na Ilha da Madeira, S.A. e 106.419,64 euros, no âmbito do contrato celebrado com a empresa M. & J. Pestana, S.A.. “Apesar do contexto pandémico, o sistema de controlo interno do Instituto de Administração da Saúde da Madeira revelou, quanto aos contratos incluídos na amostra analisada, fragilidades importantes que carecem de ação corretiva”, adianta o Tribunal de Contas, recomendando a implementação de procedimentos ao nível do sistema de controlo interno. O TdC recomenda também que seja acautelado o “estrito cumprimento da legislação” em matéria de contratação pública (Lusa)

Sondagem: portugueses preveem nova ida antecipada às urnas pouco depois de 10 de março


A maioria dos portugueses acredita que Portugal voltará às urnas de voto depois de 10 de março devido à falta de um resultado que garanta um quadro de estabilidade governativa, apontou a sondagem da Intercampus realizada para o ‘Correio da Manhã/Jornal de Negócios’, embora a maioria deseje estabilidade pós-eleitoral. O cenário pós-eleitoral de um Governo da AD com o apoio do Chega é o escolhido dos portugueses, sendo que uma maioria absoluta do PS passou do cenário favorito para um dos menos desejados. Questionados sobre o período pós-eleitoral, quase metade dos participantes da sondagem (47,5%) apontou que, em pouco tempo, será necessário novo ‘round’ eleitoral, uma subida face aos 41,4% de janeiro último. Um cenário de estabilidade governativa colhe cada vez menos entusiastas – apenas 29,6% acredita nessa possibilidade.
A vontade dos portugueses, segundo a sondagem, é que 10 de março represente uma solução de estabilidade governativa. No entanto, no caso de uma vitória sem maioria absoluta, a preferência dos inquiridos é que a oposição deve viabilizar uma solução de Governo do partido vencedor.
No caso de uma vitória minoritária da AD e maioria à esquerda, 49% dos inquiridos quer um Governo liderado por Luís Montenegro (em janeiro cifrou-se em 41,8%). Já uma vitória do PS e maioria à direita, 44,2% dos inquiridos revelou ser a solução (38,1% em janeiro): de acordo com a Intercampus, “o eleitorado quer estabilidade”, mas está convicto de que “não vai acontecer”.
A possibilidade AD/Chega passou, de janeiro, de segunda para a solução preferida de Governo (16,6%), ainda que a larga maioria (61%) dos inquiridos rejeite uma aliança entre os dois partidos.
De destacar, a queda abrupta da maioria absoluta do PS na preferência dos portugueses: em janeiro, era a solução preferida para 15% dos inquiridos, caindo agora para 8,4%. A segunda solução mais do agrado dos portugueses é mesmo uma maioria absoluta da coligação de direita. Por último, um acordo entre PS e Bloco de Esquerda, registou 11% das preferências dos inquiridos.