terça-feira, fevereiro 06, 2024

Sondagem: Jovens votam mais à direita e um terço dos reformados prefere o PS

PSD é o partido com eleitorado mais uniforme em todas as faixas etárias, mas o total da direita congrega mais jovens e instruídos (à excepção do Chega). IL e Chega têm mais votantes homens. O PS continua a ser o partido mais popular entre os reformados, com praticamente um terço desse eleitorado, ao passo que os jovens preferem votar mais à direita. Neste momento, são as mulheres que estão mais indecisas: um quarto diz não saber ainda se vai votar.

A análise do universo de inquiridos na sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) da Universidade Católica para o PÚBLICO, RTP e Antena 1 revela que quase um terço (32%) dos eleitores com 65 ou mais anos tenciona votar no PS – os governos PS dos últimos anos fizeram sucessivos aumentos extraordinários das pensões –, agora liderado por Pedro Nuno Santos, que também tem o eleitorado com menores qualificações – um quarto dos que dizem votar PS tem o terceiro ciclo ou menos, 22% têm o ensino secundário, e 15% têm nível universitário.

De acordo com os dados sobre a estimativa de voto por idade, sexo e escolaridade caso as legislativas fossem agora, a AD – Aliança Democrática, que junta PSD, CDS-PP e PPM, tem um eleitorado muito mais uniforme no conjunto das faixas etárias: um quinto dos jovens 18-34 anos, 23% nos adultos e 24% nos idosos. Quanto ao nível de escolaridade, os eleitores da coligação têm preponderantemente o ensino superior (28%), 21% ficaram-se no máximo pelo terceiro ciclo e 17% completaram o secundário.

O inverso acontece no Chega: com uma fatia maior do eleitorado entre os 18 e os 65 anos, apenas 8% dos idosos dizem tencionar votar no partido de André Ventura. Igual percentagem de eleitores com o ensino superior afirma tencionar votar no Chega, enquanto o partido consegue a maior fatia de eleitores com o ensino secundário (23%). Também a CDU (que junta o PCP e o PEV) faz muito mais sucesso entre os idosos e eleitores com menos escolaridade, não chegando sequer a 1% das intenções de voto dos jovens.

A Iniciativa Liberal continua a ter o seu ponto forte entre os jovens e os licenciados: 14% dos inquiridos entre os 18 e os 34 anos responderam que vão votar na IL, ao passo que menos de 1% dos idosos deram essa resposta. A tendência de distribuição dos eleitores do Bloco de Esquerda é muito parecida com a da IL, com um eleitorado mais jovem e instruído, com a diferença de que os bloquistas conseguem que 2% dos idosos inquiridos digam que vão votar no partido de Mariana Mortágua. E acontece exactamente o mesmo com o Livre e o PAN, embora os dois partidos tenham valores entre menos de 1% e os 2%.

Se a AD e o PS têm um eleitorado muito equilibrado entre homens e mulheres, já o Chega e a Iniciativa Liberal recebem votos sobretudo do eleitorado masculino (no caso dos liberais, à razão de três votos masculinos para um feminino).

Ficha Técnica

Este inquérito foi realizado pelo CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena1 e Público entre os dias 24 de janeiro e 1 de Fevereiro de 2024. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram seleccionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efectuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objectivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1192 inquéritos válidos, sendo 45% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 32% da região Norte, 20% do Centro, 32% da A. M. de Lisboa, 7% do Alentejo, 5% do Algarve, 2% da Madeira e 3% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região com base nos dados do recenseamento eleitoral. A taxa de resposta foi de 30%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1192 inquiridos é de 2,8%, com um nível de confiança de 95%.

* Foram contactadas 3917 pessoas. De entre estas, 1192 aceitaram participar na sondagem e responderam até ao fim do questionário.

A um mês das eleições, um quinto dos inquiridos ainda diz não saber em quem votar – mais as mulheres do que os homens, e mais os jovens e adultos (quase um quarto do total) do que os idosos. As dúvidas também são maiores quanto maior é a escolaridade dos inquiridos (Publico, texto da jornalista Maria Lopes)

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