terça-feira, fevereiro 06, 2024

Sondagem: AD está quatro pontos percentuais à frente do PS. Chega é o que mais sobe


O partido de André Ventura atinge 19%. A AD tem 32% e o PS 28%. Se uma aliança de direita incluir o Chega, a maioria é clara e atinge os 57%. A Aliança Democrática fica à frente do PS na sondagem de Fevereiro do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica (Cesop) para o PÚBLICO, RTP e Antena 1. O partido que mais sobe nesta sondagem é o Chega e a IL é o que mais desce face à sondagem de Novembro. A coligação Aliança Democrática (AD), constituída entre o PSD, o CDS e o PPM, atinge 32% das intenções de voto, já com a distribuição de indecisos, enquanto o PS tem 28%. A margem de erro da sondagem é de 2,8%, pelo que o resultado do estudo fica dentro do empate técnico. Na anterior sondagem do Cesop, em Novembro, a AD tinha 31% e o PS 26%.

Há assim uma tendência para o crescimento da AD (mais 1 ponto percentual) em relação a Novembro, mas também a curva do PS é ascendente (mais 2 pontos percentuais). Isto apesar de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter decidido convocar eleições legislativas antecipadas para 10 de Março, devido à demissão do primeiro-ministro, António Costa, na sequência da Operação Influencer, onde foram constituídos arguidos o seu agora ex-chefe de gabinete Vítor Escária e o ex-ministro das Infra-Estruturas João Galamba. E depois de ter sido tornado público, por um comunicado da Procuradoria-Geral da República, que o próprio primeiro-ministro estava a ser investigado pelo Ministério Público.

Saliente-se, por outro lado, que o trabalho de campo, ou seja, as entrevistas desta sondagem da Cesop, decorreu entre 24 de Janeiro e 1 de Fevereiro de 2024. Isto é, já depois da crise política da Madeira que levou à demissão de Miguel Albuquerque, que foi constituído arguido no âmbito de uma investigação sobre corrupção.

Em terceiro lugar, no ranking desta sondagem do Cesop, continua o Chega, com 19%, partido que em Novembro tinha 16% das intenções de voto, sendo esta a força política que mais sobe em relação a Novembro, com uma subida de 3 pontos percentuais.

A quarta força política nesta sondagem é a Iniciativa Liberal (IL), com 6%, um valor que significa uma queda acentuada em relação a Novembro, quando teve 9%. Uma tendência descendente que é desfavorável ao novo líder deste partido, Rui Rocha.

Segue-se o Bloco de Esquerda (BE), com 5%, contra os 6% que obteve em Novembro. O Livre mantém os 3% de há três meses e a coligação entre o PCP e o PEV (CDU) os 2%. E o PAN baixa para 1%, perdendo um ponto percentual. Já o número de indecisos é de 20%, menos dois pontos percentuais do que em Novembro.

Maioria de direita

A sondagem dá um “retrato” de uma maioria de direita. AD e IL juntos têm 38%, a mesma percentagem que se obtém da soma das intenções de voto de PS, BE, Livre e CDU. Aqui, estamos perante um empate, em que poderia ser decisivo o posicionamento do PAN, partido que já admitiu coligar-se por causas e não por filiação ideológica, mas que, apesar de admitir entendimentos tanto à esquerda como à direita, viu a sua líder, Inês de Sousa Real, afastar um acordo com esta AD.

Mas se, ao contrário do que o líder do PSD, Luís Montenegro, e o líder da IL, Rui Rocha, têm afirmado, o bloco de direita vier a incluir o Chega, com os seus 16% de intenções de voto, a maioria de direita parlamentar subiria para 57%.

O número de inquéritos válidos, nesta sondagem do Cesop para o PÚBLICO, RTP e Antena 1, é de 1192, apesar de terem sido contactadas 3917 pessoas. De entre estas, 1192 aceitaram participar na sondagem e responderam até ao fim do questionário. Dos inquéritos válidos, 45% dos inquiridos são mulheres.

Quanto à distribuição geográfica dos inquiridos, 32% são da região Norte, 20% do centro, 32% da Área Metropolitana de Lisboa, 7% são do Alentejo, 5% situam-se no Algarve, 2% vivem na Madeira e 3% nos Açores.

Quanto à intenção directa de voto, ou seja, as respostas reais dos inquiridos, sem a aplicação da distribuição de indecisos, o ranking mantém-se o mesmo, porém a diferença entre AR e PS estreita-se ligeiramente. A AD tem 23% e sobe dois pontos percentuais em relação a Novembro. O PS mantém os 20%. O Chega tem 14%, quando antes tinha 12%. A IL desce de 6% para 4%. A CDU sobe de 1% para 2%. O Livre mantém-se nos 2% e o PAN em 1%.

Já sobre a probabilidade de voto dos 1192 inquiridos, incluindo as respostas dos 20% de indecisos quanto à sua intenção de voto a 10 de Março, verifica-se que a AD permanece à frente, com 39% de preferências, sendo que 19% responderam ser “provável” e 20% “muito provável” votar na coligação liderada por Luís Montenegro. Segue-se o PS com 35%, tendo 19% dos inquiridos respondido ser “provável” e 16% “muito provável” votar nos socialistas. O Chega fica em terceiro com 24% de preferências, sendo que 12% respondem “provável” e outros 12% “muito provável”.

Ainda em relação a todos os 1192 inquiridos, os que votaram no PSD nas legislativas de 2022, 79% respondem que é “provável” (29%) ou “muito provável” (50%) votarem na AD. Entre os que votaram no PS em 2022, 71% consideram “provável” (34%) ou “muito provável” (37%) voltar a votar neste partido no próximo dia 10 de Março.

Ficha Técnica

Este inquérito foi realizado pelo CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena1 e Público entre os dias 24 de janeiro e 1 de Fevereiro de 2024. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram seleccionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efectuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objectivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1192 inquéritos válidos, sendo 45% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 32% da região Norte, 20% do Centro, 32% da A. M. de Lisboa, 7% do Alentejo, 5% do Algarve, 2% da Madeira e 3% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região com base nos dados do recenseamento eleitoral. A taxa de resposta foi de 30%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1192 inquiridos é de 2,8%, com um nível de confiança de 95%.

* Foram contactadas 3917 pessoas. De entre estas, 1192 aceitaram participar na sondagem e responderam até ao fim do questionário (Publico, texto da jornalista São José Almeida)

Sem comentários: