quinta-feira, junho 22, 2023

Ucrânia só cumpre 2 dos 7 requisitos para aderir à UE, alerta relatório

Foi há um ano, quatro meses depois do início da invasão russa, que a a União Europeia (UE) concedeu à Ucrânia o estatuto de candidato formal à adesão ao bloco, mas passado este tempo, assinala um relatório da Comissão Europeia apenas dois dos sete requisitos definidos para que se iniciem as negociações para a entrada do país na UE. Em declarações à Reuters, duas fontes da Comissão Europeia afirmam que organismo está impressionado com os avanços da Ucrânia tendo em vista a adesão ao bloco europeu, destacando que os dois pontos superados dizem respeito às reformas judiciais e mudanças nas leis que regulam os meios de informação e comunicação social.

“Há progresso. O relatório será moderadamente positivo. Não é uma questão de embelezar a realidade, mas sim de reconhecer o progresso. Houve casos proeminentes de anticorrupção a assinalar, por exemplo”, afirma uma das fontes. O relatório, que não foi formalmente divulgado, seria um importante marco para a adesão ucraniana à UE, de reconhecimento dos esforços feitos e de orientação, tendo em vista que os 27 Estados-membros começassem um debate concreto sobre o tema ainda em dezembro deste ano.

Partidos menores e mais radicais lideram nas redes sociais, revela estudo

Dentro da área política, a corrupção é o tema que motivou mais campanhas de manipulação informativa em Portugal. A presença dos partidos nas redes sociais (nomeadamente no Facebook), tendo em conta o número de seguidores, não coincide com a representação parlamentar. Na verdade, são os partidos de menor dimensão e mais radicalizados aqueles que lideram na atividade e partilha de publicações. Estas são algumas das conclusões reveladas no relatório do Observatório Ibérico de Media Digitais e da Desinformação (IBERIFIER), “Análise do impacto da desinformação na política, economia, sociedade e questões de segurança, modelos de governança e boas práticas: o caso de Espanha e Portugal”. O estudo foi apresentado esta quarta-feira numa conferência que contou com a presença de Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República, de Ramón Salaverría (Universidade de Navarra e coordenador do IBERIFIER) e Gustavo Cardoso (ISCTE-IUL e investigador principal do projeto em Portugal). Em agosto de 2022, de acordo com o estudo, era o PSD o partido líder em número de seguidores (posição ocupada em 2019 pelo PAN), mas era o Chega o partido com maior “engajamento”, medido através de “gostos”, “partilhas” e “comentários”.

Economia paralela em Portugal representa quase 35% do PIB. É o equivalente a 6 orçamentos da saúde

O peso da economia não registada (ENR) no PIB terá atingido um recorde de 34,37% em 2022, o correspondente a 82.232 milhões de euros, o equivalente, por exemplo, a seis orçamentos da saúde e a 30% da dívida pública. As estimativas apresentadas pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), com base num artigo científico publicado e dados atualizados, analisam o período de 1996 a 2022 e mostram que se registou uma subida gradual ao longo dos anos do peso da ENR. As principais causas da economia paralela são o elevado valor da carga fiscal, sobretudo de impostos diretos e de contribuições para a segurança social, e também, em menor medida, de impostos indiretos.

“A economia oficial é pouco competitiva face à ENR. Importa que o governo tome medidas adequadas e abrangentes para tornar a economia oficial mais atrativa e competitiva – face à ENR, mas também face aos países concorrentes –, de um modo geral, para que as pessoas (trabalhadores e empresários) não tenham de recorrer à ENR para obter níveis de rendimento mais condignos ou até mesmo emigrar (deslocalizar, no caso das empresas)”, destaca o autor da investigação, Óscar Afonso.

Insolvências aumentam em Portugal. “Acreditamos que, no final do ano, as insolvências cresçam cerca de 19%”

O número de insolvências aumentou 7% no mês de maio, em comparação com o período homólogo, para um total de 197, registando uma tendência de crescimento acumulado de 12%, de acordo com os dados da COSEC – Companhia de Seguro de Créditos. “A conjuntura económica atual está marcada por alguma incerteza à escala mundial, nomeadamente devido à evolução da inflação. Este panorama económico não permite antecipar a longo prazo como vai ser a evolução das insolvências à escala nacional. Ainda assim, acreditamos que, no final do ano, as insolvências cresçam cerca de 19% em Portugal. Vemos, atualmente, alguns setores como os Transportes e a Alimentação a serem mais afetados face ao início de 2022”, afirma Vassili Christidis, CEO da COSEC. De acordo com os dados da COSEC, o setor dos Serviços e o da Construção continuam a ser as duas áreas de atividade mais afetadas pelo aumento das insolvências. Já o setor do retalho, mantem-se sem alteração significativa face ao período homólogo, seguidos dos setores da alimentação e têxteis, este último registou um forte aumento face ao mesmo período do ano passado. Os dados mostram ainda que  o maior número de empresas insolventes situa-se nos distritos de Lisboa e do Porto, devido ao maior número de empresas presentes destas áreas. Contudo, o valor de insolvências aumentou em maior escala no Porto, comparativamente com Lisboa (Executive Digest, texto do jornalista André Manuel Mendes)


Tribunal da UE ‘chumba’ recurso da Madeira sobre ajudas ilegais à Zona Franca

O Tribunal Geral da União Europeia (TGUE) rejeitou um recurso apresentado pela Madeira, concordando assim com a decisão da Comissão Europeia de considerar ilegais ajudas estatais à Zona Franca da região. Segundo um comunicado de imprensa, o Tribunal Geral assinala, no acórdão hoje divulgado, que a Comissão concluiu acertadamente que o regime de redução do IRC aplicado a empresas da Zona Franca da Madeira (ZFM) violava decisões de Bruxelas, montante que terá de ser recuperado por Portugal e que é estimado em mil milhões de euros. Em 04 de dezembro de 2020, a Comissão Europeia considerou, após inspeção, que o regime de auxílios de Estado concedidos à Zona Franca da Madeira (ZFM) era incompatível com as regras do mercado interno e exigiu a sua recuperação num prazo de oito meses. Este procedimento foi aberto devido às dúvidas da Comissão Europeia quanto, por um lado, à aplicação das isenções de imposto sobre os rendimentos provenientes de atividades efetiva e materialmente realizadas na região autónoma e, por outro, à ligação entre o montante do auxílio e a criação ou a manutenção de postos de trabalho efetivos na Madeira.

quarta-feira, junho 21, 2023

Justiça: Portugal é o 5.º país da UE onde os processo demoram mais

Portugal é o quinto Estado-membro da União Europeia (UE) com maior duração dos processos nos tribunais de primeira instância e de instância superior, sendo o país comunitário mais lento quanto às decisões das autoridades de proteção dos consumidores. Os dados constam do Painel de Avaliação da Justiça na União Europeia (UE) em 2023, divulgado esta quinta-feira pela Comissão Europeia em Bruxelas e que serve para monitorizar as reformas judiciais nos Estados-Membros em questões como a eficiência, a qualidade e a independência dos tribunais.

No que toca à eficiência, um dos indicadores analisados é a duração dos processos e, nesta área, Portugal é o quinto pior Estado-membro da UE, com um total de 792 dias para a primeira instância, 836 para a segunda e 261 para a terceira, isto tendo por base dados de 2021. À frente de Portugal, numa ordem que é determinada pela instância judicial com o processo mais longo em cada Estado-membro, está o Chipre, a República Checa, Malta e Grécia.

Companhias aéreas esperam transportar 4,35 mil milhões de passageiros este ano

Transportadoras aéreas esperam atingir os 9,1 mil milhões de euros de lucro líquido este ano, o dobro do previsto inicialmente pela Associação Internacional de Transportes Aéreos. As companhias aéreas esperam transportar este ano 4,35 mil milhões de passageiros em todo o mundo, perto do recorde de 4,54 mil milhões atingido em 2019, antes da pandemia, anunciou a principal Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata). Reunida em assembleia geral em Istambul, na Turquia, a Iata indica que esta recuperação do tráfego aéreo, principalmente devido à reabertura da China, resultará num regresso das transportadoras aos lucros.

As transportadoras aéreas esperam chegar aos 9,8 mil milhões de dólares (9,1 mil milhões de euros) de lucro líquido este ano, o dobro do previsto inicialmente pela Iata, que também reduziu pela metade as suas estimativas de perdas para 2022, fixando-as em 3,6 mil milhões de dólares (3,3 mil milhões de euros).

O volume de negócios global das transportadoras aéreas deverá atingir os 803 mil milhões de euros, ao alcance dos 838 mil milhões em 2019, segundo a Iata, que reviu em alta as suas anteriores projeções em dezembro (779 mil milhões). Ainda que as margens operacionais do setor continuem muito baixas este ano, em 1,2%, segundo a Iata, esses lucros - os primeiros desde o início da pandemia - marcarão uma melhoria em relação aos 42 mil milhões de dólares (39 mil milhões de euros) perdidos em 2021 e ao abismo de 2020 (137,7 mil milhões de dólares).

segunda-feira, junho 19, 2023

Farol da Ponta do Pargo: Uma vergonha até que o pior aconteça?






Há coisas, confesso a minha ignorância, que ou não são para entender, fingindo que não existem, ou aparentemente, são o exemplo, mais do que inegável, da lógica do "deixa andar". Quem ontem foi ao farol da Ponta do Pargo, a meio da tarde, confrontou-se com esta situação absurda, intolerável e perigosa de vermos turistas (incluindo alguns que, pela sua idade mais avançada, era suposto terem mais facilmente a noção das linhas vermelhas naquelas circunstâncias...), na maioria dos casos, a se aproximarem de uma zona vedada por sinalética criminosamente ocultada, para sacarem fotos mais ousadas, indiferentes ao risco de quedas que serão sempre mortais naquele local.

Numa terra que fica toda histérica sempre que se fala de turismo, será que esta bandalheira - sim, é disso que falamos - de uma bandalheira e de desleixo por parte de entidades públicas que há muito deveriam ter tomado a iniciativa cautelar e acabado com esta libertinagem - será que estas patifaria abona a nosso favor e constitui uma mais-valia para um destino turístico cada vez mais massificado e onde o "vale tudo" ou o "deixa andar" parecem ser regras de ouro?! Nem os motoristas dos pequenos "mini-bus" que conduziam os turistas são capazes de travar os ímpetos mais idiotas dos passageiros, alertando-os para os riscos e os perigos de decisões ousadas como estas? Francamente alguém que faça alguma coisa, seja o Governo Regional, seja a Câmara Municipal, seja o Papa, seja lá quem for, antes que aconteça uma desgraça naquele local. E quando isso acontecer nem a lógica do sacudir a água do capote ou do lavar as mãos como Pilatos, pegarão. Nesse caso terá a palavra a Justiça (LFM)

Bancos engordam lucros com juros dos créditos e estão mais rentáveis: eis o que nos mostram as contas do primeiro trimestre

CGD, BCP, Santander, BPI, Novo Banco e Montepio registaram mais lucros, concederam menos crédito e estabilizaram os depósitos. Só em Portugal os lucros ascenderam a 844,4 milhões de euros e as receitas com juros dos créditos escalaram como há muito não acontecia. Veja onde cada um dos bancos mais ganhou ou perdeu O ano 2022 já tinha sido bom para os bancos. Os juros dos créditos, nomeadamente as taxas indexadas à Euribor no crédito à habitação, saíram do vermelho e começaram a engordar a margem financeira (diferença entre os juros pagos pelos clientes nos créditos e juros pagos aos clientes nos depósitos). E o início de 2023 prolongou essa tendência. Esta recuperação é há muito desejada pela banca, depois de uma política monetária para atender aos impactos da pandemia que atrasou a subida normal dos juros. Só não se esperava uma guerra e a invasão da Ucrânia pela Rússia trouxe novos problemas ao sistema financeiro.

E como se comportaram alguns dos principais indicadores de negócios dos bancos? Conheça o desempenho da CGD, BCP, Santander, Novo Banco, BPI e Banco Montepio nos primeiros três meses de 2023 em Portugal e a sua comparação com igual trimestre de 2022.

Bancos sem incentivos para subir juros nos depósitos com crédito a cair

Os bancos têm conseguido ganhar com as taxas dos depósitos junto do Banco Central Europeu (BCE), hoje em dia nos 3,25%, e remunerar os seus depositantes com valores bem mais baixos, numa média de 1,03% em abril. Uma significativa diferença num sector que não tem necessidade de pagar mais para atrair aplicações, porque tem liquidez em excesso face ao crédito que concede. Os gestores da banca têm recusado que seja responsabilidade social subir os juros dos depósitos; ao invés, têm defendido que precisam de estabilizar a rentabilidade dos acionistas, que estiveram mais de uma década sem ver remunerado convenientemente o seu capital.

Com as taxas de juro do BCE a subir (taxa diretora em 3,75%), a procura por crédito tem caído, uma vez que está a tornar-se mais caro: por exemplo, a taxa de juro nos novos empréstimos à habitação estava em 3,98% em abril. E, com a carteira de crédito a recuar, não há uma necessidade de captar depósitos adicionais.

A diferença entre depósitos e crédito num banco chama-se rácio de transformação — que mostra qual a capacidade de transformar os depósitos em crédito à economia. No fim do ano passado, a média do sistema estava em 78,2%, que é bastante baixa para o histórico em Portugal e mostra que nem todo o dinheiro aplicado consegue ser utilizado para financiar empresas ou particulares. Subir os depósitos, ainda para mais num contexto de crédito a recuar, vai tornar ainda mais desequilibrado este rácio de transformação. Recorde-se que, há mais de uma década, a troika impôs o corte deste rácio pelos motivos contrários: estava acima dos 160%, com crédito muito superior ao montante de depósitos.

Opinião alheia: O jornalismo está uma miséria”

E aqui estamos, em 2023, depois de uma pandemia em que nos agarrámos ao jornalismo como se a nossa vida dependesse dele. Mas, ainda assim, continuámos sem perceber que esse valor não é adquirido. Captei a vossa atenção? Perfeito. Então vamos a isto: a frase não é minha, mas ouve-se repetidamente por este país fora. Por muitos, os mesmos que seguramente não dão um euro para que o jornalismo melhore. Os que se contentam com o Telejornal às 20h00, para quem os alertas com títulos de notícias bastam, que recebem e partilham, orgulhosos, os pdf’s de todos os jornais diariamente no seu Whatsapp. É com toda esta autoridade que concluem “o jornalismo está uma miséria”. Esta partilha sobre o meu “estudo não científico” sobre o consumo de informação em Portugal, surge a propósito do fim da edição em papel do AutoSport, ao fim de 45 anos. E há neste tema pelo menos três eixos que valem a pena refletirmos: desde logo a valorização do jornalismo e a sua importância para a democracia, os modelos de financiamento do jornalismo e o longo cortejo fúnebre do jornalismo em papel.

Jornalismo: Chega tem demasiado espaço nos media, como diz António Costa?

Os media dão demasiada cobertura ao Chega, como afirmou António Costa no 25 de abril? A resposta é um "nim", com o partido de Ventura a ser alavancado mediaticamente pelos restantes atores políticos. Augusto Santos Silva chegou esta terça-feira a Kiev, na Ucrânia, para uma visita oficial de dois dias. Acompanhado por deputados das bancadas do PS, PSD, IL e BE, o presidente da Assembleia da República deixou de fora o PCP e “desconvidou” o Chega. Estava previsto que André Ventura seguisse na comitiva, mas, após os incidentes com Lula da Silva no Parlamento, na sessão do 25 de abril, Augusto Santos Silva anunciou que ia excluir o partido das viagens oficiais. “Este critério aplica-se de imediato e significa a exclusão de qualquer representante do Grupo Parlamentar do Chega”, lia-se na nota então divulgada pelo gabinete do presidente da Assembleia da República. Dito e feito. Na tarde desta quarta-feira, fazendo uma pesquisa rápida no Google, eram poucas as notícias que não tinham em título a exclusão do Chega na vista oficial, assumindo esta importância idêntica à da própria visita da delegação portuguesa.

António Costa provavelmente diria que a “culpa” é dos jornalistas, que dão demasiada visibilidade ao partido liderado pelo homem que ainda há poucas horas, na sequência do pedido de demissão não aceite de Galamba, afirmou que “o que vimos foi um certo desequilíbrio emocional, precipitação política e uma vontade de confronto”.

Cuidado! OCDE alerta para preços na habitação...

“O mercado da habitação é um risco-chave para o sistema financeiro e requer uma monitorização cuidadosa”, alerta a OCDE. Em Portugal, os preços da habitação subiram “muito rapidamente” nos últimos anos e atingiram valores que não conseguem ser suportados pelos salários nacionais. Para a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) os preços da habitação são mesmo apontados como a maior vulnerabilidade macrofinanceira do país.

Por isso, a OCDE recomenda aos bancos que sejam “mais proativos” que tenham atenção e apresentem soluções “para prevenir que o rendimento das famílias entrem em colapso”. E essas soluções devem passar pela renegociação dos créditos à habitação para que “sejam adaptados à capacidade” das famílias em pagar as suas dívidas. Apesar de prever a curto prazo uma queda acentuada dos preços da habitação, a descida deverá ser reduzida por causa da oferta e da procura de estrangeiros, que deverá continuar. Com este cenário, a OCDE sublinha que “o mercado da habitação é um risco-chave para o sistema financeiro e requer uma monitorização cuidadosa”.

Jornalismo: Portugueses não gostam de pagar por notícias online, mas não são os piores...

Portugal continua a ser «um dos mercados onde menos se paga» por notícias online, com quase 11% a fazê-lo, contra uma média global de 17%, de acordo com o relatório do Digital News Report 2023. O Reuters Digital News Report 2023 (Reuters DNR 2023) é o 12.º segundo relatório anual do Reuters Institute for the Study of Journalism (RISJ) e o 9.º relatório a contar com informação sobre Portugal, em que participam 46 países. O OberCom – Observatório da Comunicação, enquanto parceiro estratégico, colaborou com o RISJ na concepção do questionário para o mercado português, bem como na análise e interpretação dos dados.

Por país

«Portugal continua a surgir como um dos mercados onde menos se paga por notícias online, sendo que apenas 10,9% dos portugueses dizem ter pagado por notícias em formato digital no ano anterior, face a uma média global de 17%», lê-se no documento. Em França, a percentagem daqueles que pagam é 11%, no Japão são 9%, o mesmo que no Reino Unido. Em sentido inverso, a Noruega e a Suécia «continuam a destacar-se como os mercados onde mais se paga por notícias online, com proporções de 39% e 33% sobre as respectivas amostras nacionais», refere o Digital News Report 2023.

Por exemplo, em Espanha a percentagem é 13% e em Itália 12%. Nos EUA é 21%, a mesma percentagem que na Finlândia, enquanto na Austrália é 22%.

sábado, junho 17, 2023

Sondagem: Maioria não quer Galamba nem vê eleições antes de 2026

É um país pouco crente em mudanças o que se vê ao espelho na primeira sondagem ICS/ISCTE para o Expresso e a SIC, depois da crise ‘Galamba/SIS’. O trabalho de campo decorreu entre os dias 13 e 28 de maio, ou seja, começou nove dias depois do Presidente da República ter feito uma comunicação ao país a arrasar o Governo sem o derrubar, acusando-o de falta de “confiabilidade, respeitabilidade e autoridade”. E há uma conclusão que salta à vista. A maioria dos inquiridos acha que a legislatura vai chegar ao fim.

Eis o que nos diz esta sondagem: que António Costa “fez mal” em não ter aceitado a demissão do ministro das Infraestruturas; que Marcelo Rebelo de Sousa “fez bem” ao não usar ‘a bomba atómica’ e ao anunciar que vai estar mais atento e interveniente; que a relação entre o Presidente da República e o primeiro-ministro deverá “ficar na mesma”; e que o Governo durará até ao fim. As duas primeiras perguntas pedem uma avaliação do comportamento do Presidente e do chefe do Governo na gestão desta crise política e aqui Marcelo ganha. Enquanto nas duas últimas se questiona o impacto da crise na relação Belém/São Bento e na durabilidade da legislatura e aqui a maioria alinha pelos desejos de Costa: isto passa.

Sondagem: Portugueses querem evitar eleições, demitir Galamba e remodelar o Governo


Marcelo Rebelo de Sousa fez bem em manter o Governo em funções (54%), mesmo que António Costa tenha feito mal em manter João Galamba (73%). Mas o primeiro-ministro deve fazer uma remodelação profunda do Executivo (79%). São as conclusões de uma sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF, que também revela um país dividido quanto às hipóteses de sobrevivência do Governo até ao final da legislatura: 44% acreditam que se aguentará até outubro de 2026, 42% adivinham que o presidente da República o demitirá antes.

Sondagem: PSD não é alternativa e Montenegro não seria melhor que Costa

A maior parte dos portugueses não quer eleições antecipadas, mas, se as houvesse, apenas um terço acredita que o PSD teria condições para ser uma alternativa de Governo. E a sua dependência relativamente ao Chega no Parlamento seria uma coisa má para o país (60%), de acordo com uma sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF. Quanto ao líder social-democrata, Luís Montenegro, não seria melhor primeiro-ministro do que António Costa. As palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, em março passado, sobre as hipóteses de o PSD chegar ao poder vão ecoar por muito tempo: há uma alternativa aritmética, mas não há uma alternativa política. Os portugueses concordam com o presidente, uma vez que 52% consideram que o PSD não tem condições para ser alternativa ao atual Governo (65% no caso dos mais velhos) e apenas 33% respondem que sim. A sentença é unânime em todos os segmentos regionais, etários e sociais da amostra. Única exceção, os eleitores sociais-democratas, com 68% a inclinarem-se para o sim e 22% para o não.

Se o PSD não está pronto para ser uma alternativa, não surpreende que Montenegro fique a perder quando se faz a comparação com Costa. A resposta com maior adesão é a que decreta que seria pior primeiro-ministro que o socialista (36%). Só um em cada cinco inquiridos aponta que seria melhor (22%). Sem surpresa, o melhor resultado do presidente do PSD é entre os eleitores do seu partido (60%). Ainda assim, 35% dos que votaram no PSD consideram que seria um primeiro-ministro igual ou pior do que Costa.

Sondagem Expresso/SIC: Portugueses querem mais referendos, mas nem pensar em mudar idade de voto

Influência, novos mecanismos de participação e mais referendos: os portugueses querem ser mais vezes, e de mais formas, chamados a participar nas decisões políticas do país. É o que se retira de vários indicadores analisados pela sondagem ICS/ISCTE. Na comparação entre influência ideal e influência real, em que os inquiridos dizem que a população deveria ter muito mais influência do que tem, e nas sugestões de reformas políticas (ver gráfico no fim do texto).

Marcelo fez bem em não dissolver e Costa fez mal em manter Galamba. Sondagem mostra que maioria dos inquiridos não acredita em grandes mudanças mas espera um Presidente mais atento e interveniente

As duas ideias com maior aprovação são a de criar novos mecanismos para os cidadãos participarem politicamente (85%) e fazer mais referendos para “decidir assuntos importantes” (82%), questão recentemente levantada a propósito da eutanásia, por exemplo. Contudo, nenhum dos referendos nacionais que foram feitos — dois à legalização do aborto (1998 e 2007) e um à regionalização (1998) — chegou aos 50% de participação, meta a partir da qual se tornam vinculativos.

Segundo a sondagem, todas as referências sobre participação política parecem apontar para uma tentativa de pessoa­lização e dessacralização da política. No fundo, confirmando a desconfiança em relação a partidos, Governo e Parlamento.

Sondagem Expresso/SIC: País confia em Marcelo e nos presidentes de Junta e desconfia do Governo e dos partidos


Os portugueses confiam pouco no Parlamento, no Governo e, ainda menos do que em qualquer outra instituição, nos partidos políticos — são 80% os que dizem que tendem a não confiar em partidos. A sondagem ICS/ISCTE confirma a perceção de que se vive um tempo de descrédito das instituições, com a política à cabeça. Embora essa desconfiança não seja transversal. O referendo à IVG em Portugal realizou-se a 11 de fevereiro de 2007. O “sim” ganhou com 59,25% dos votos, embora com uma participação abaixo dos 50% dos eleitores

Quase no extremo oposto estão também instituições políticas, mas de proximidade. As Juntas de Freguesia e as Câmaras Municipais colhem a confiança de mais de metade dos inquiridos. Ou seja, confiança no presidente da Junta sim, no Governo e no Parlamento não. Mesmo numa altura em que se sucedem casos de investigação judicial ao poder local, como o mais recente processo Tutti Frutti. O Presidente da República aparece também com um nível de confiança elevado: 69%. Mas essa é uma função marcada pelo pendor de proximidade que Marcelo lhe deu. Os outros lugares altos da política, distantes da população em geral, aparecem todos mal cotados.

Em relação à confiança, as perceções parecem estar, se não partidarizadas, pelo menos influenciadas pela ideia que se tem sobre quem governa. O que é mais um mau sinal para o Governo de António Costa.

Roménia cresce mais e ultrapassa Portugal no PIB per capita já este ano

Previsões de Bruxelas para o PIB per capita apontam para que Portugal possa cair para 22.º lugar na União Europeia em 2024, se Polónia e Hungria recuperarem. No final deste ano, Portugal terá convergido zero pontos face a 2019 A confirmarem-se as previsões da primavera divulgadas esta segunda-feira pela Comissão Europeia, Portugal poderá ser ultrapassado pela Roménia já em 2023 no ranking de desenvolvimento económico dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE). Em novembro passado, por ocasião das previsões de outono, o Expresso noticiara a possibilidade de tal ocorrer em 2024. Em causa está o indicador do PIB per capita, mas expresso em paridades de poder de compra para eliminar as diferenças de níveis de preços entre países e comparar a riqueza que cada um deles consegue criar por habitante.

Em 2023, a Comissão Europeia prevê que a economia portuguesa deverá crescer 2,4% (mais do que duplicando a previsão feita em fevereiro), contra 3,2% na Roménia. Quanto ao PIB per capita, o romeno deverá convergir de 77,1% para 79,2% da média europeia e o português de 77,2% para 78,6%.

Irlanda, campeã do crescimento, entrou em recessão técnica

A recordista de crescimento na zona euro entrou em recessão técnica, depois de dois trimestres consecutivos com a economia a cair, revelam as estimativas publicadas esta quinta-feira pelo Eurostat. Nos primeiros três meses do ano, o PIB recuou 0,3%. A economia irlandesa entrou em recessão técnica depois de dois trimestres consecutivos com o Produto Interno Bruto (PIB) a cair em cadeia, segundo os dados publicados, esta quinta-feira, pelo Eurostat, o Gabinete de Estatísticas da União Europeia. Foi uma das quatro economias do euro que entraram em recessão técnica nos últimos seis meses, com destaque para a Alemanha.

Depois das revisões em baixa efetuadas pelo Gabinete de Estatística irlandês, o PIB caiu em cadeia 0,1% nos últimos três meses do ano passado e 4,6% entre janeiro e março deste ano. “Em cadeia” significa a variação em relação ao trimestre anterior. Com dois trimestres consecutivos no vermelho, os economistas consideram, agora, o ‘tigre’ da zona euro em recessão técnica. Em relação ao último trimestre de 2022. a entidade de estatísticas irlandesa reviu em baixa a anterior estimativa que apontava para um crescimento em cadeia de 0,3%.

Zona Euro entra em recessão técnica. Japão cresce mais do que previsto

A zona euro há dois trimestres consecutivos que cai ligeiramente em relação aos três meses anteriores, avançou esta quinta-feira o Eurostat. Os economistas falam de recessão técnica. Na Ásia, o crescimento da economia nipónica acelerou para 2,7% no primeiro trimestre, segundo o gabinete do governo. O crescimento no primeiro trimestre de 2023 trouxe surpresas. Na zona euro confirmou-se uma recessão técnica em dois trimestres consecutivos, depois do Eurostat proceder, esta quinta-feira, a revisões em baixa nas suas estimativas iniciais avançadas em maio. Pelo contrário, no Japão, o crescimento nos primeiros três meses acelerou, ficando acima das previsões.

RECESSÃO DOMINA A ZONA EURO

A situação na zona euro acabou por se agravar nos últimos seis meses. As novas estimativas do Eurostat, avançadas esta quinta-feira, apontam, agora, para duas quebras trimestrais sucessivas de 0,1%. A economia dos países do euro recuou 0,1% entre outubro e dezembro do ano passado e voltou a registar uma quebra da mesma dimensão entre janeiro e março em termos encadeados. Em relação a este último período, o Gabinete de Estatísticas da União Europeia reviu em baixa a estimativa inicial que apontava para um crescimento de 0,2%

Sondagem Expresso-SIC: PSD e Montenegro não ganharam nada com a crise política

Quase dois meses após rebentar a crise Galamba/SIS, que monopolizou as atenções e provocou uma fratura entre Presidente da República e primeiro-ministro, a percentagem dos que acham o Governo de António Costa “mau” ou “muito mau” é a maior de sempre (71%) — mesmo entre os simpatizantes do PS há 46% que dão nota negativa ao trabalho do Executivo —, mas o maior partido da oposição não ganhou nada com isso. Aliás, ninguém na oposição ganhou. Pelo contrário, segundo a sondagem do ICS/ISCTE para o Expresso e a SIC, não só o PSD fica na mesma (30%) nas intenções dos inquiridos sobre como votariam se houvesse hoje eleições legislativas como o PS sobe um ponto (para 31%) relativamente à sondagem de março. Aparentemente, o caso Galamba não fez mexer os ponteiros e os dois protagonistas principais do braço de ferro suscitado por esta crise, o Presidente da República e o primeiro-ministro, acabam por ganhar os dois, subindo duas décimas cada um, embora Marcelo Rebelo de Sousa continue muito à frente de António Costa.

Na escala de 0 a 10, Marcelo continua a ser a figura política mais bem avaliada (6,7) e a única com nota positiva. Mas Costa, embora com cotação negativa (4,8), aguentou-se no embate com o Presidente, cujo pedido para que demitisse o ministro das Infraestruturas pura e simplesmente ignorou. Já Luís Montenegro, que fechou 2022 com 4,5, não conseguiu capitalizar com a oposição movida ao chefe do Governo nesta crise e cai três décimas relativamente a março, ficando-se por 3,9, abaixo de Catarina Martins, que deixou a liderança do BE no último dia do trabalho de campo desta sondagem e sai com 4,1, e apenas acima de Inês Sousa Real e Rui Tavares, que empatam nos 3,3, Paulo Raimundo e Rui Rocha (3,2) e André Ventura, o pior classificado, que cai quatro décimas e fica-se por 3,0.

Sondagem: Portugueses frustrados com políticas públicas

A esmagadora maioria dos portugueses está insatisfeita com a vida no país, sob os mais diversos critérios. Na educação, na justiça, na habitação, na saúde, no ambiente, a sondagem ICS/ISCTE para o Expresso e para a SIC mostra um país que não gosta do que vê ao espelho. Embora sejam quase em uníssono, as queixas dos portugueses tendem a ser ainda mais audíveis entre quem se sente menos confortável financeiramente e, quando o assunto é a qualidade dos serviços públicos, entre quem vive em regiões fora dos eixos de Lisboa e Porto. Comecemos por aí. Depois de uma primeira parte da sondagem centrada no caso Galamba, que o Expresso publicou na última edição, neste segundo bloco salta à vista uma assimetria regional na perceção sobre a qualidade da saúde e da educação públicas. No caso do SNS, a insatisfação de 72% dos inquiridos, no total da amostra, é transversal a diversos grupos sociais, com apenas ligeiras diferenças, mas é bastante mais forte quando focamos a lente no Alentejo e no Algarve, onde mais de 90% da população vive insatisfeita (por oposição aos dois terços de “pouco” ou “nada” satisfeitos no norte do país).

Em relação à escola pública, o resultado é ligeiramente menos dramático, mas aponta para o mesmo padrão: Alentejo e Algarve têm 81% de respostas negativas, enquanto a região Norte e Grande Lisboa estão, também aqui, na casa dos dois terços.

sexta-feira, junho 16, 2023

Sondagem: Nova lei do tabaco potencia comércio ilícito e desemprego

Podem as anunciadas restrições aos locais de venda incentivar o comércio ilícito? A nova lei do tabaco irá gerar desemprego? Duas questões que receberam a concordância da maioria dos inquiridos nesta sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF. Quando se conheceram os contornos da proposta de lei do Governo, alguns analistas apontaram que as restrições aos locais de venda poderiam promover o comércio ilícito. E 73% dos inquiridos partilham dessa opinião, enquanto apenas 12% discordam. Sendo que entre os que concordam, a faixa etária superior é dominante. Já numa leitura regional, no Norte e na Área Metropolitana de Lisboa, um terço afirmou concordar totalmente com a hipótese, proporção que cai para os 19% no Sul e Ilhas. Já um possível impacto no desemprego não é descurado, com 52% dos inquiridos a entenderem que a nova lei retirará postos de trabalho. Sem grandes oscilações por grupo etário, mas com variações no que ao perfil de consumo de tabaco diz respeito. Entre os que fumam diariamente, 69% creem na redução de postos de trabalho com as novas medidas que vêm alterar a lei em vigor desde 2007, enquanto, no lado oposto, estão aqueles que nunca fumaram.

À LUPA

Ameaça à liberdade

Quase um quinto (19%) declarou encarar as novas medidas como um atentado às liberdades individuais, sendo maior na faixa etária 50-64 (23%) e na Área Metropolitana de Lisboa (22%).

Fumar ao ar livre

Dos 28% que dizem concordar totalmente com mais restrições ao consumo de tabaco em espaços ao ar livre, destaque para os inquiridos com idades compreendidas entre os 35-49 anos (34%) e residentes no Sul e Ilhas (31%) (Jornal de Notícias, texto da jornalista Joana Amorim)

Sondagem Expresso-SIC: avaliação da situação económica continua má, mas um bocadinho melhor

A situação económica continua a ser um problema para 66% dos inquiridos — 51% consideram que no último ano a situação “piorou”, 15% que “piorou muito” e mesmo 44% dos que se declaram simpatizantes do PS têm uma opinião negativa sobre a evolução da economia. Mas começa a haver sinais de alguma inversão de tendência, com uma ligeira melhoria desde março no que toca às questões do bolso. A avaliação do Governo continua, contudo, a ser muito má e com tendência acentuada. Desde setembro de 2022 que tem sido sempre negativa, “um padrão raramente observável nos anos anteriores”, segundo se lê no relatório da sondagem feita pelo ICS/ISCTE para Expresso e SIC.

Sondagem: Portugueses frustrados com políticas públicas

A esmagadora maioria dos portugueses está insatisfeita com a vida no país, sob os mais diversos critérios. Na educação, na justiça, na habitação, na saúde, no ambiente, a sondagem ICS/ISCTE para o Expresso e para a SIC mostra um país que não gosta do que vê ao espelho. Embora sejam quase em uníssono, as queixas dos portugueses tendem a ser ainda mais audíveis entre quem se sente menos confortável financeiramente e, quando o assunto é a qualidade dos serviços públicos, entre quem vive em regiões fora dos eixos de Lisboa e Porto. Comecemos por aí. Depois de uma primeira parte da sondagem centrada no caso Galamba, que o Expresso publicou na última edição, neste segundo bloco salta à vista uma assimetria regional na perceção sobre a qualidade da saúde e da educação públicas. No caso do SNS, a insatisfação de 72% dos inquiridos, no total da amostra, é transversal a diversos grupos sociais, com apenas ligeiras diferenças, mas é bastante mais forte quando focamos a lente no Alentejo e no Algarve, onde mais de 90% da população vive insatisfeita (por oposição aos dois terços de “pouco” ou “nada” satisfeitos no norte do país). Em relação à escola pública, o resultado é ligeiramente menos dramático, mas aponta para o mesmo padrão: Alentejo e Algarve têm 81% de respostas negativas, enquanto a região Norte e Grande Lisboa estão, também aqui, na casa dos dois terços.

Diferença salarial entre jovens com ensino superior e secundário em «mínimos históricos»

Entre 2021 e 2022, o salário real caiu 4%, penalizado pela subida da inflação, o que levou a uma perda do poder de compra, um impacto que se sentiu, sobretudo, entre os jovens qualificados. A diferença salarial entre os jovens portugueses com ensino superior e com o ensino secundário está agora em “mínimos históricos”, tendo passado de cerca de 50% em 2011 para 27% em 2022, indicou, em comunicado, a FJN. Ainda assim, o relatório Estado da Nação: Educação, Emprego e Competências em Portugal concluiu que a recuperação do emprego pós-pandemia de covid-19 foi total entre os jovens com ensino superior. Já a taxa de desemprego dos que apresentam uma menor qualificação foi de 18%, acima dos 13% verificados em 2019.

“Em 2022, 28% das competências pedidas eram digitais e 66% das ofertas de emprego anunciadas pediam competências digitais, um valor muito superior aos 54% de 2019. A maioria das profissões aumentou os requisitos digitais e metade dos trabalhadores portugueses afirmou que passou a usar mais frequentemente tecnologias digitais”, destacou.

Sondagem: Maioria acha que restrições na venda não irão reduzir consumo de tabaco

A maioria dos portugueses (60%) entende que a intenção anunciada pelo Governo de restringir os locais de venda de tabaco não reduzirá o consumo. Para 81% dos inquiridos no âmbito da sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF, o caminho para alcançar uma geração livre de tabaco faz-se pela prevenção, não pela repressão. Com foco em campanhas de informação direcionadas aos jovens. O Executivo, recorde-se, aprovou uma proposta de lei com uma meta definida: uma geração livre de tabaco em 2040. Para o efeito, propõe-se alargar a proibição de fumar ao ar livre em espaços de acesso ao público ou de uso coletivo. Bem como proibir a sua venda em máquinas automáticas e na maior parte dos estabelecimentos em 2025. Acabando por recuar no que à comercialização em bombas de gasolina e em lojas de conveniência concerne, por uma questão de acesso. Um recuo conhecido no decorrer da realização desta sondagem, com 60% dos inquiridos a responderem que a restrição ao locais de venda de tabaco não irá diminuir o consumo. Numa certeza tanto maior quanto maior a faixa etária auscultada (68% nos 65 e mais anos, contra 51% nos 18-34). Convicção demonstrada por 69% dos inquiridos no Norte, face aos 46% no Sul e Ilhas. Tal como por 74% dos que fumam diariamente. Refira-se que 42% dos inquiridos na referida sondagem nunca fumaram (54% nos 18-34, contra 37% nos 65+), 27% já fumaram e 20% fumam diariamente. Dos que fumam, mais de metade (55%) compra nas bombas de gasolina.

TAP é a terceira melhor companhia aérea da Europa e a 13.ª melhor do mundo

A TAP foi considerada a terceira melhor companhia da Europa e a 13.ª melhor do mundo pela AirlineRatings.com. A companhia aérea portuguesa foi destacada pelo nível consistente de serviço, inovação e envolvimento do pessoal. A lista “Top 25 Airlines” coloca assim a TAP nas 25 melhores companhias aéreas do mundo que, para serem nomeadas, devem obter uma classificação de segurança de sete estrelas e demonstrar liderança em inovação para o conforto dos passageiros. O nível consistente de serviço, inovação e envolvimento do pessoal são alguns dos critérios de seleção de cada um dos principais potenciais candidatos a integrarem o Top 25.

“Estamos focados na liderança e nas companhias aéreas que inovam para fazer uma diferença real na experiência do passageiro”, refere o editor-chefe da AirlineRatings.com, Geoffrey Thomas. Sublinha ainda que “o setor aéreo está sob pressão sem precedentes, enquanto se esforça para recuperar do pior da pandemia e da invasão russa da Ucrânia, com interrupções significativas para os passageiros”.

De acordo com a companhia aérea portuguesa, o sistema de classificação tem em conta diversos fatores relacionados com as auditorias dos organismos que regem a aviação, as principais associações, bem como os dados de segurança das próprias companhias aéreas. Cada companhia aérea tem uma classificação de segurança discriminada para que possa ver exatamente a sua classificação. Em primeiro lugar na lista global foi nomeada a Air New Zealand, que foi reconhecida devido à sua inovação na cabine de camas para passageiros da classe económica nos seus novos nos 787, serviço de passageiros e rápida recuperação das interrupções da pandemia. A completar o pódio estão a Qatar Airways e a Etihad Airways. No que respeita às companhias europeias, a TAP encontra-se apenas atrás da Lufthansa e da Scandinavian Airlines (Executive Digest, texto do jornalista André Manuel Mendes)

Jornalismo: Quadros avançam para compra da Cofina

Jornalistas e quadros da Cofina Media vão mesmo avançar para a compra do grupo que controla CMTV, “Correio da Manhã”, “Negócios”, “Sábado” e “Record”. Ainda não fizeram uma proposta formal a Paulo Fernandes e aos restantes acionistas mas preparam-se para o fazer dentro de poucos meses, assim que acabarem de montar o financiamento. Garantem que “não haverá espaço para investidores de perfil político ou de qualquer outra índole”. Luís Santana, que até 2021 esteve na administração da Cofina e se mantém como administrador da Cofina Media, é um dos rostos desta proposta — uma operação conhecida pela expressão inglesa management buy-out (MBO) — à qual se associam também, entre outros, Ana Esteves, a administradora financeira, e Carlos Rodrigues, diretor-geral editorial da Cofina Media. Já estão no terreno à procura de financiamento, que também terá uma contribuição própria. “Estamos a trabalhar na proposta, que deverá ser apresentada ao acionista nos próximos meses”, explica ao Expresso Ana Esteves, também ex-administradora financeira da RTP.

A taxa de desemprego variou muito entre as regiões da EU em 2022

 

Em 2022, a taxa de desemprego das pessoas entre os 15 e os 74 anos na UE foi de 6,2%. No entanto, a taxa variou entre as regiões NUTS 2 da UE. As taxas de desemprego mais baixas foram registadas na Boémia Central (1,2%), Praga (1,6%), Sudeste e Sudoeste na Chéquia, bem como na Transdanúbia Central, na Hungria (todas com 1,7%).

No extremo oposto da escala, as taxas de desemprego mais elevadas registaram-se nas regiões espanholas de Ceuta (28,4%), Melilla (21,6%) e Andaluzia (19,0%), a par da região ultraperiférica Guadalupe, em França (18,6%). Face a 2021, os maiores aumentos da taxa de desemprego registaram-se nas regiões espanholas de Melilla e Ceuta (ambas +1,8 pontos percentuais; pp), bem como na região ultraperiférica de Guadalupe, em França (+1,5 p.p.). As maiores diminuições foram registadas na região do Egeu Meridional, na Grécia (-8,1 p.p.), na região das Ilhas Canárias, em Espanha (-5,6 p.p.) e na Grécia Ocidental (-4,9 p.p.).

Queda de quase 2 pontos percentuais para os jovens

Em 2022, a taxa de desemprego média da UE para os jovens entre os 15 e os 29 anos foi de 11,3% (-1,7 p.p. em comparação com 2021). No entanto, verificaram-se diferenças regionais acentuadas nas taxas de desemprego dos jovens. As regiões com as taxas mais baixas foram a Boémia Central (1,7%), o Sudoeste (3,1%) e Praga (3,2%), na Chéquia, a Alta Baviera, na Alemanha (3,3%), seguidas de perto pela Transdanúbia Ocidental, na Hungria (3,6%).

Em contrapartida, as taxas mais elevadas foram registadas em Ceuta, em Espanha (42,4%), na região grega da Tessália (39,8%), na Grécia Central (36,5%) e noutra região de Espanha, Melilla (36,1%). A Campânia e a Sicília, em Itália (ambas com 34,2%), e a Macedónia Ocidental, na Grécia (34,3%), também registaram elevadas taxas de desemprego entre os jovens (Eurostat)

Justiça: inquérito ao ‘apagão fiscal’ não será reaberto

 

O Ministério Público (MP) recusou o pedido de reabertura do inquérito ao caso do ‘apagão fiscal’ feito pela antiga eurodeputada Ana Gomes, rejeitando o recurso hierárquico que a militante do PS fez à decisão de arquivamento do processo, assinada pela magistrada Helena Almeida num despacho de março deste ano, soube o Expresso. Helena Almeida havia concluído que não houve intervenção humana na falha de transmissão para o Fisco dos dados bancários relativos a transferências para paraísos fiscais. E ilibou também de qualquer responsabilidade Paulo Núncio, que foi secretário de Estado dos Assuntos Fiscais no Governo de coligação CDS/PSD. Ana Gomes constituiu-se assistente no processo, nascido em 2017 de uma denúncia do ex-secretário de Estado Fernando Rocha Andrade (falecido em 2022) no primeiro Governo de António Costa, na altura da ‘geringonça’.

Para a socialista persistiam dúvidas e suspeitas, que encaminhou para o MP. Numa decisão de final de abril é reiterado que não existem indícios de sabotagem com o objetivo de ocultar a informação bancária e é recusada a pretensão de Ana Gomes. A falha no reporte de parte da informação relativa às transferências de dinheiro com destino a offshores, entre 2011 e 2014, para a base de dados da Autoridade Tributária e Aduaneira (o que é obrigatório por lei) deveu-se a um erro informático, concluiu a investigação (Expresso, texto da jornalista ANA SOFIA SANTOS)

4 administradores da TAP receberam nove milhões de euros em indemnizações

O antigo ex-secretário de Estado nega ter dado ordens à CEO da TAP para ignorar o Ministério das Finanças e diz que foi "infeliz" na resposta sobre voo de Marcelo. Hugo Mendes, antigo secretário de Estado das Infraestruturas, considera “ridículo” achar que proibiu interação da TAP com o Ministério das Finanças, penaliza-se sobre a reação ao pedido para alterar voo do Presidente da República e defende saída de Alexandra Reis com a necessidade de “empoderar” a ex-CEO, Christine Ourmières-Widener. O antigo governante, braço direito de Pedro Nuno Santos, fez uma longa intervenção inicial na comissão de inquérito, esta quarta-feira, onde tentou explicar os casos em que teve intervenção e rebater algumas das acusações deixadas na comissão parlamentar de inquérito à TAP. Uma delas é de que deu instruções à ex-CEO da TAP e ao presidente do conselho de administração para que a sua interação com o Governo passasse apenas pelo Ministério das Infraestruturas.

“É ridícula a afirmação de que queria impedir a TAP de comunicar com Finanças”, afirmou. Hugo Mendes disse que a troca de mensagem com Christine Ourmière-Widener, onde é dada a instrução para as Infraestruturas ser sempre a “porta de entrada” no Governo, dizia respeito a uma interação tida pela companhia com o Ministério do Trabalho, sem que tivesse conhecimento. Relatou que o mesmo aconteceu com a Administração Interna, Defesa e Negócios Estrangeiros.

Opinião: o pesadelo do glorioso

Consumada a previsível despromoção ao segundo escalão do futebol nacional - previsível porque, desde cedo, pelas dificuldades e carências demonstradas, percebemos que só um milagre impediria esse desfecho a um plantel mal construído, sem liderança competente e onde apenas 3 ou 4 jogadores escapavam a uma inegável falta de qualidade minimamente exigida a um plantel apostado numa Iª Liga - que alternativas restam agora ao Marítimo?

Para além de ter que tomar decisões inevitáveis e que nalguns casos serão polémicas, quer em termos de redução de funcionários dos seus quadros, prescindindo de muitos deles, do repensar a continuidade de certas modalidades, do apostar a sério, finalmente, numa verdadeira formação com madeirenses, sem manipulações, sem importações de praticantes de duvidosa ou nula mais-valia e sem dependências doentias de lógicas competitivas, e que se confundem com outros caprichos, o Marítimo vai ter que mudar muita coisa, repensar uma estrutura clubista caduca, que persiste há décadas sem a adaptação aos novos tempos, etc.

O Marítimo, 38 anos depois, vai ter que pensar, organizar-se, escolher e gastar como um clube de segundo escalão que eu estimo irá perder entre 2,5 a 3 milhões de euros por época (ou mais…). O problema, contudo, é mais grave do que parece: se regressar à I Liga é obrigatório, mais para a Madeira que para o CSM, como é que o Marítimo pode pensar numa subida rápida desinvestindo na sua equipa porque não tem recursos financeiros para o fazer? Endividando-se junto da banca? Duvido muito do sucesso de tal cenário. Correndo atrás de investidores privados? Parece-me haver falta de vontade para tomar decisões que o tempo vai impor. Fazendo uma parceria com um clube europeu de nomeada? Seria porventura uma mais-valia, mas confesso que não identifico potenciais parceiros interessados. Aceitando um contrato publicitário chorudo embora não se saiba bem em que condições, até porque o CSM, neste caso, nunca seria o elo mais forte neste negócio?

Como resolver este imbróglio? Acabar com a equipa sub-23 era uma inevitabilidade, mas outras decisões terão de ser tomadas. Os sócios do clube - não da SAD… - que reivindicam e criticam tanto, e com razão, devem ir à AG do clube para perceberem as alternativas existentes e sobretudo perceberem, de uma vez por todas, que contando só com as receitas das quotas dos sócios, o Marítimo, e dezenas de outros clubes nacionais, nem na Liga 3 provavelmente estariam. A direção do Marítimo que aproveite o momento e explique o peso das quotizações dos sócios no orçamento de uma época futebolística. Confesso que não vejo alternativas consistentes e as saídas, nos tempos difíceis que corremos, são cada vez menores e demasiado estreitas.

Acresce que esta época tudo poderia ter sido pior caso o Nacional não tivesse garantido a sobrevivência na IIª Liga a escassas jornadas do final da prova. Estamos a falar de um clube que já esteve na Iª Liga mas que não foi além do 13º lugar na II Liga a escassos 4 pontos da descida!

Aguardemos pela Assembleia Geral do CSM, embora pessoalmente tenha uma tremenda dificuldade em entender a estratégia de Rui Fontes e seus pares, sobretudo depois do maior desaire desportivo do Marítimo. Não entendo como é que a direção pretende continuar em funções, aparentemente planificando a próxima época, sem saber se vai ser destituída na AG ou se uma potencial revolta dos sócios do clube obrigará a eleições antecipadas. Há riscos que não se devem correr e isto da direção do CSM querer “fazer-se de morta”, como se nada se tivesse passado - quando na realidade o Marítimo foi atirada para a IIª Divisão do futebol nacional – pode virar um pesadelo. Mas enfim, esse é um problema do Marítimo, claramente a braços com um pesadelo (LFM, texto publicado no Tribuna de Madeira de 16.6.2023)

Opinião: Porreirismo

 

Vivemos num país de malta porreira, sempre sob a auspiciosa "vigilância" militante dos socialistas no poder.

Na TAP, podem fazer mil comissões parlamentares de inquérito que nunca chegaremos à história, à verdadeira história, em todos os seus contornos, de tudo o que ali se passou, e que não atinge apenas os dois últimos governos socialistas. Há negociatas nos tempos da troika e pós-troika que continuam cobertos de muita lama.

Há a sensação, sobretudo depois do escândalo da audição parlamentar da francesa ex-CEO da TAP ter sido previamente preparada por membros de gabinetes ministeriais e deputados socialistas - tipo vou fazer esta pergunta A e você dá esta resposta B, etc, tudo isto com o envolvimento de conhecidos figurões da política mais ridícula e sem qualidade nem ética - de que é tudo perda de tempo, de recursos e de dinheiro.

A isto juntam-se aquelas cenas da peça político-teatral, "Galamba e o SIS", embora continue e pensar que o ainda ministro pode ter sido vítima de uma rasteira ou de uma cabala montada nos sectores que ele tutela e que ficaram incomodados com a sua promoção a ministro. Uma opinião pessoal, que podendo "escandalizar" muita gente, é construída olhando para o historial socialista, desde há 20 anos até hoje, e para as sucessivas crises e faltas de lealdade. Até prova em contrário, mantenho que Galamba pode ter sido tramado, porque não percebeu que lhe estavam a fazer a "cama" desde que chegou a ministro e porque não conseguiu sobretudo perceber as motivações e os interesses esfomeados de lucros fáceis que se movem há muito nos subterrâneos dos interesses, das pressões, dos lobbies, etc.

Galamba vai continuar a ser um protagonista destes tempos de "porreirismo" mas certamente já tendo percebido que será uma inevitável vítima de uma remodelação governamental que Costa estará já a montar no silêncio de alguns gabinetes.

Mas esta onda de porreirismo militante e solidário nem deixa a banca de fora, sim essa banca coitadinha que recebeu cerca de 35% do valor emprestado pela troika a Portugal em 2011 (mas que foi integralmente pago pelos portugueses e todos nos recordamos à custa de quantos sacrifícios...), que se queixa de ter pago tudo com juros elevados e que ainda foi obrigada a pagar taxas adicionais sobre os lucros acumulados. Confesso que não sei se me atiro para o chão a chorar com "pena" desta gente. Milhões de lucros diários, despedimentos diários de pessoal, encerramento de agências tornando os bancos mais distantes de muitas pessoas, degradação dos serviços prestados em nome da digitalização, aumento das comissões bancárias e das taxas de juro às cavalitas da vergonhosa política esmagadora do BCE, correcta em termos de princípios, mas errada em termos de execução e dimensão, etc.

E a cereja no topo do bolo: os bancos emprestam o dinheiro dos seus depositantes - pelo qual pagam taxas miseráveis inferiores a 1% na maioria dos casos - cobrando taxas da ordem dos 3% ou 4%. Isso ajuda a perceber que os bancos tenham perdido dezenas de milhões de euros em depositados, retirados dos bancos e desviados para produtos financeiros mais rentáveis e seguros, caso dos certificados de aforro.

Incomodados com a situação e temendo que a liquidez pudesse ser posta em causa, eis que os bancos se mexeram como costumam fazer, discretamente, pela calada, pressionando, exigindo, eis que, pela calada, no final do dia de uma sexta-feira, o governo surgisse a anunciar mudanças nas regras aplicadas à comercialização dos certificados de aforro com o propósito de estancar - julgo que ainda sem sucesso - a "limpeza" dos depósitos de particulares nos bancos que continuam renitentes em aumentar as taxas dos depósitos para valores decentes, aliás como o próprio Marcelo Rebelo de Sousa recomendou veementemente. (LFM, texto publicado no Tribuna da Madeira)