sexta-feira, junho 16, 2023

Manutenção de credibilidade é o maior desafio do jornalismo segundo os jornalistas, revela estudo da Cision

40% dos jornalistas dizem confiar cada vez mais em dados para definir estratégias editoriais, sendo que pouco mais de metade (54%) dizem confiar na mesma proporção e 6% dizem confiar menos. A manutenção de credibilidade é o maior desafio do jornalismo, sendo apontada por 27% dos jornalistas. Esta é uma das conclusões do estudo “O Estado dos Media“, da Cision, que inquiriu mais de três mil jornalistas (3132) de diferentes regiões do mundo. A falta de pessoal e recursos e a diminuição de publicidade e de receitas de circulação são, por sua vez, enumeradas por 20% dos inquiridos. Entre as principais preocupações surge ainda o aumento das redes sociais e o facto de influenciadores ultrapassaram os media tradicionais (19%) e as linhas ténues entre o que é editorial e publicidade (11%). 



Já numa perspetiva pessoal, quando questionados sobre o maior desafio enfrentado nos últimos 12 meses enquanto jornalistas, 38% dos inquiridos responderam que o maior desafio era continuar a enfrentar os despedimentos e os recursos reduzidos. 22% elencaram o desafio de equilibrar a narrativa de tópicos importantes por contraponto à pressão para dirigir o negócio, 13% responderam o combate à desinformação e 10% a politização da imprensa.

Entre as principais prioridades para os profissionais enquanto jornalistas e editores, destacam-se assegurar que o conteúdo é rigoroso, a perceção do público enquanto fonte de notícias confiável e dar voz a problemas críticos que tenham impacto nas suas comunidades.

Já para as organizações, também se destaca como prioridade assegurar que o conteúdo é rigoroso, seguida pelo rendimento financeiro e a perceção do público como uma fonte de notícias confiável.


40% dos jornalistas dizem confiar cada vez mais em dados para definir estratégias editoriais em relação aos anos anteriores, sendo que pouco mais de metade (54%) dizem confiar na mesma proporção e 6% dizem confiar menos.

Entre os inquiridos, 34% incluíram sondagens ou inquéritos pela web nos seus trabalhos (percentagem que duplicou em relação ao ano anterior – 16%) e 43% afirmam ter usado a visualização de dados no seu trabalho no último ano.

Quanto às relações estabelecidas com profissionais de relações públicas, 68% dos jornalistas dizem preferir receber dados de pesquisa original (como tendências e dados de mercado) e 66% afirmam que estes profissionais podem facilitar o seu trabalho ao disponibilizarem dados e fontes especializadas.

Relativamente a dados, a maioria dos jornalistas (55%) acredita que o número de leitores/espectadores seja a principal medida de sucesso dos órgãos de comunicação social.

A grande maioria dos jornalistas (96%) utiliza as redes sociais por motivos relacionados com o trabalho, nomeadamente no que concerne à promoção de conteúdos (70%), à obtenção de fontes (66%) e à interação com o público (62%). 44% afirmam ainda ter utilizado redes sociais para apanhar temas em voga.

O LinkedIn é a plataforma de redes sociais na qual os jornalistas planeiam aumentar mais a sua presença no próximo ano (20%), seguida de perto pelo Instagram (16%). O Twitter é a plataforma na qual os jornalistas planeiam diminuir mais a utilização (-20%), seguido de perto pelo Facebook (-18%).

“Ainda que a utilização do YouTube se mantenha sem variação, a plataforma TikTok focada no vídeo está a ganhar terreno com os jornalistas. A previsão de aumento de utilização do Instagram e TikTok faz sentido, dado o aumento de popularidade destas plataformas junto dos consumidores e a vontade de estarem onde os seus públicos estão”, lê-se no relatório.

No entanto, apenas 4% dos jornalistas pretendem receber apresentações de produtos através das redes sociais e 19% afirmam que bloqueiam um profissional de relações públicas que entre em contacto sem ter sido solicitado.

Nestas relações estabelecidas com profissionais de comunicação e relações públicas, a maioria dos jornalistas (57%) refere também que irá bloquear um profissional de comunicação que lhes envie comunicação que pareçam ser brochuras de marketing.

No entanto, 18% dos jornalistas referem que a sua relação com profissionais de comunicação se tornou mais importante no último ano, “o que é encorajador e consistente com as conclusões do último ano”, aponta o estudo.

Os comunicados de imprensa são eleitos como a fonte geradora de conteúdos ou ideias primordial, seguida pelos especialistas da indústria e as maiores agências.

“De uma forma esmagadora, os métodos de divulgação que mais têm impacto nos jornalistas são aqueles em que as equipas de relações públicas aplicaram efetivamente tempo para entenderem o jornalista, o seu público e os conteúdos que consideram relevantes“, refere-se ainda no relatório (ECO digital, texto do jornalista Rafael Ascensão)

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