sexta-feira, dezembro 08, 2023

Nota: as "vantagens" da coligação pré-eleitoral....

(LFM)

Sondagem Expresso: Carneiro perto do eleitor médio, Pedro Nuno melhor no do PS

Os entrevistadores que foram, porta a porta, fazer esta sondagem no final de novembro levaram desta vez não um, mas dois boletins de voto: um tinha associado ao PS o nome de Pedro Nuno Santos, o outro tinha junto ao mesmo símbolo socialista o nome de José Luís Carneiro. As respostas recolhidas foram, porém, iguais em 91% dos inquiridos, pelo que o resultado final tem diferenças insignificantes (e totalmente dentro da margem de erro). Em síntese, seja qual for o escolhido pelos militantes daqui a uma semana, nas eleições diretas, nada nesta sondagem indica que seja alterada a intenção de voto no PS. Não, pelo menos, por este fator.

Os resultados brutos apurados pelo ICS-ISCTE indicam 22% para o PS, 4 pontos a mais do que recolhe o PSD. E, mesmo após a distribuição de indecisos, a vantagem socialista a três meses das legislativas varia de 3 a 5 pontos percentuais. Tendo em conta que o PSD tem o seu candidato a líder escolhido, o ponto de partida não parece ser mau para os socialistas. É inegável que o desgaste da maioria teve peso: face à sondagem pré-legislativas de 2022, o PS está com menos 6 pontos nas intenções de voto (menos 8% após distribuição de indecisos). Mas a crise política e a demissão de António Costa parecem não ter tido, por agora, impacto especial: em setembro deste ano, antes da Operação Influencer, o PS tinha exatamente a mesma intenção de voto do que agora.

Sondagem Expresso: Governo acaba em queda e com economia no vermelho

A reta final pode ter sido em festa, com um Conselho de Ministros cheio de decisões de última hora. Mas na entrada do Executivo de maioria em gestão a proporção de inquiridos que avaliam o seu desempenho de forma negativa mantém a tendência crescente que se observa desde março de 2022, mostra a sondagem Expresso/SIC, elaborada pelo ICS-ISCTE. Eis o retrato na hora de saída: 27% de respostas positivas (1% “muito bom” e 26% “bom”), superadas pelas negativas: 48% avaliam o Governo como “mau” e 21% como “muito mau”. Este padrão é visível desde setembro de 2022, mas regista agora o segundo valor mais negativo da era Costa, anulando a inversão registada na sondagem de setembro passado.

Sendo a avaliação negativa em quase todos os grupos sociodemográficos, a exceção está nos simpatizantes do PS: só metade (49%) dá nota negativa ao Governo, próximo dos eleitores que se identificam com a esquerda (58%). Ao invés, os inquiridos que se posicionam ao centro (71%) e à direita (81%) são mais propensos a avaliar negativamente o Governo.

No que diz respeito à evolução da economia a situação é diferente: depois de se ter degradado entre maio e setembro deste ano, esta avaliação mostra uma ligeira melhoria: aumentou a percentagem de inquiridos que vê melhorias na economia (de 6% para 12%), e diminuiu a percentagem dos que acham que a situação piorou (de 69% para 65%). Sem mudar a conclusão: as perceções negativas superam as positivas, padrão que se mantém há mais de três anos. De resto, depois de uma diminuição significativa em setembro (45%), a percentagem de inquiridos que declaravam ser “difícil” ou “muito difícil” viver com o rendimento do agregado familiar voltou a subir em novembro, atingindo os 55% e — ficando assim em terreno negativo (Expresso, texto dos jornalistas DAVID DINIS e SOFIA MIGUEL ROSA)

Sondagem Expresso: Nem maiorias absolutas nem negociações entre PS e PSD

A primeira pergunta sobre maiorias da sondagem ICS-ISCTE feita para o Expresso e a SIC indica como estas perderam adesão entre os portugueses: hoje, 59% dos inquiridos respondem que seria “melhor que o partido vencedor não tivesse maioria absoluta”. É um valor 12 pontos superior ao registado antes das legislativas antecipadas de 2021 (que acabaram por resultar na maioria de António Costa) e também maior do que o registado antes das legislativas que acabaram sem acordos escritos à esquerda, em 2019. Mais complexos são os cenários para uma negociação pós-eleitoral. Desde logo porque, vença o PSD ou o PS, a maioria das respostas obtidas é indefinida: “Não sei”, respondem mais de 30% dos inquiridos. Mas há uma indicação clara que resulta desta sondagem: quer à esquerda, quer à direita, a ideia de uma negociação entre os dois maiores partidos perdeu claramente adesão face há dois anos. Vejamos por partes.

COM QUEM DEVERIA O PS NEGOCIAR? MAIS CHEGA QUE PS?

Quando a pergunta se refere a um cenário hipotético de uma vitória do PSD, apenas 19% dos inquiridos indicam o PS como parceiro preferencial (quando eram 37% há dois anos). E quando se questiona sobre um cenário de vitória do PS, os inquiridos que preferiam uma negociação com o PSD caíram de 33% para 21% no mesmo período.

Sondagem Expresso: indecisos ao nível do PSD e acima de 2022

PS primeiro, PSD um pouco abaixo, indecisos logo a seguir. Na primeira sondagem pós-crise política feita pelo ICS-ISCTE para o Expresso e a SIC, as cruzes nos boletins de voto entregues presencialmente a 803 inquiridos mostram um elevado número de eleitores que adiam para mais tarde a sua decisão sobre em que partido votar nas legislativas antecipadas de 10 de março de 2024. Nos resultados em bruto, ainda sem qualquer distribuição de indecisos, estes são os números: 22% para os socialistas, 18% para os sociais-democratas e 17% de indecisos — bem acima dos 11% de inquiridos que agora declararam votar no Chega.

Como votaria se as eleições legislativas fossem hoje (com os dois cenários de liderança no PS)?

A forte preponderância deste grupo de eleitores obriga a encarar esta sondagem como uma simples fotografia na casa de partida para as eleições. Dito de outra forma, indicia que os resultados podem ser tão ou mais imprevisíveis do que antes das legislativas de 2022, quando (dizem os estudos pós-eleitorais) um em cada quatro eleitores terá decidido o seu voto nos últimos dias da campanha. Talvez mais agora: é que na sondagem que o Expresso e a SIC publicaram a três meses das legislativas de 2022 eram menos os que se declaravam indecisos naquela altura — apenas 14%, um número que se manteria estável em dezembro e que se reduziria para 11,5% a uma semana do ato eleitoral. A base este ano é, assim, mais alta.

Dúvidas no PSD sobre utilidade do CDS

Acordo pré-eleitoral vai sendo dado como provável, mas longe de consensual. Decisão tem de ser tomada até ao fim do ano, pois calendário aperta para o CDS. Mesmo sem contactos formais ou acordos fechados, a hipótese de uma coligação pré-eleitoral entre PSD e CDS vai ganhando força, é assumida como quase certa no PSD, mas está longe de ser consensual. Várias figuras do universo social-democrata têm dúvidas sobre a utilidade de um acordo com os centristas, partindo de uma pergunta base. “O que é que o CDS vale hoje em dia?”, resume uma dessas figuras, fora da direção.

“É como ressuscitar um morto”, carrega outro social-democrata. “O CDS tem ótimos quadros, mas não tem militantes nem votos.” E às vezes nem listas, conta a mesma fonte com responsabilidades a nível local, lembrando que em alguns acordos de coligação autárquicos PSD e CDS dividiam as listas em 80% para o primeiro e 20% para o segundo. “Às vezes pe­diam ajuda, porque nem a quota deles [CDS] conseguiam preencher.”

CONTAS DE SUBTRAIR

Depois de dois anos fora do Parlamento, a dúvida sobre quem e quantos no CDS estariam dispostos a ajudar e a ser úteis é ainda maior. Um deputado laranja ouvido pelo Expresso acredita que a direção do PSD “esteja a fazer contas com as eleições passadas”, em 2022, em que os democratas-cristãos tiveram quase 90 mil votos, acima do Livre e do PAN. Pela dispersão de votos, e pelo método de Hondt, o CDS acabou por não eleger nenhum deputado, mas numa aritmética simples esses votos, se em coligação com o PSD, teriam dado “mais três ou quatro deputados”. Assim, foram desperdiçados.

Nota: O erro do CDS-Madeira e...o erro do PSD-Madeira

Já se percebeu que, depois do que aconteceu nas legislativas nacionais de 2022, o CDS, incluindo na Madeira, tem medo de ir sozinho a eleições. Mas também acho que esse medo das urnas, de enfrentar a vontade e o voto dos cidadãos, apresentando-se com as suas ideias e tal como são, sem truques e com uma identidade própria, se apoderou também do PSD. E ponto final. 

O CDS refugia-se, tal como Nuno Melo - que entrou de peito cheio quando foi eleito líder mas que foi perdendo o gás todo, com o tempo mas sobretudo quando percebeu que o CDS nas sondagens nacionais não ultrapassa os 2% (mas os deputados são eleitos por círculos distritais, regiões autónomas e emigração, não num círculo nacional único) - na teoria de que PSD e CDS juntos são mais fortes, sem ter bases nem resultados que fundamentem essa conversa da treta destinada a levar o PSD na conversa, PSD ele próprio inseguro e sem convicções eleitorais como no passado.

Lembremos o recente quadro eleitoral do PSD na Madeira em legislativas nacionais, sem deixar de destacar que em 2015 o Bloco de Esquerda, com uma excelente votação de 13.342 votos, 10,7%, elegeu 1 deputado, algo nunca antes ocorrido:

  • 2011 - 68.649 votos, 49,4%, 4 deputados
  • 2015 - 47.228 votos, 37,8%, 3 deputados
  • 2019 - 48.231 votos, 37,2%, 3 deputados
  • 2022 - 50.624 votos, 39.8%, 3 deputados (coligado com o CDS)

Vamos lembrar o recente quadro eleitoral do CDS na Madeira em legislativas nacionais:

  • 2011 - 19.101 votos, 13,7% 1 deputado
  • 2015 - 7.536 votos, 6%, sem deputados
  • 2019 - 7.852 votos, 6,1%, sem deputados
  • 2022 - concorreu em coligação com o  PSD

No caso da Madeira a submissão do PSD-Madeira é arriscada, politicamente desaconselhada e abre caminho, a manter-se a tendência dos eleitores madeirenses nas regionais deste ano, a um desfecho que pode significar fragilização e o eventual princípio do fim para os sociais democratas. Imaginemos, especulativamente, que se repete a tendência das regionais. Nesse caso PSD e PS perderiam um deputado em detrimento do Chega e da JPP.

Por isso, acresce uma nova dúvida. Se na esquerda, cabe ao PS - agora com Cafofo admito que isso até possa acontecer - capitalizar um eventual apelo ao voto útil e retirar votos votos ao JPP e à esquerda não populista, como aconteceu nas regionais de 2019, já no caso do PSD as coisas complicam-se porque o CDS bate no peito para dar uma prova de vida, mas na hora da verdade não vai a jogo e foge das urnas como o diabo da cruz. Aproveitando inteligentemente o facto do PSD-M ultimamente estar na mesma linha... Mas o CDS-M faz mal. Imaginem que o PS-M, ao contrário do que ocorreria com a projecção das regionais, numa campanha assente no voto útil "entalava" a JPP e demais esquerda e mantinha os mesmos 3 deputados pelo método de Hondt. Já o PSD com a sua coligação com o CDS não corre o risco de permitir um crescimento do Chega e a eleição do correspondente deputado, relegando a coligação para 2 mandatos? O PAN obviamente que não consegue eleger nenhum deputado na Madeira, mas esse desfecho nunca sequer se colocou em cima da mesa. A Iniciativa Liberal, considerando os resultados das regionais de 2023, precisa de crescer muito mais para admitir entrar na "guerra" da eleição de um deputado nacional pela RAM.

O erro do CDS-M

Por isso, tal como acontece a nível nacional - mas para as idiotices do PSD nacional estou-me nas tintas - o CDS-Madeira comete um erro político e eleitoral de "desaparecer", abandonando o seu espaço eleitoral natural, entregando-o a outros partidos da direita, mais ou menos extremada. Paradoxalmente, estas habilidades eleitorais, que apenas escondem o pavor que certos partidos têm das urnas e do enfrentar sozinhos a vontade dos eleitores, penalizam a área eleitoral supostamente adstrita à coligação (?), erro - ou acomodamento? - também estimulado pela teimosia do PSD-Madeira - ou haverá outros motivos mais estranhos para  a insistência na negociata eleitoral? -  que deveria pensar em vários factores e não apenas em contabilidades eleitorais de mercearia que os números reais depois mostram saírem furadas.

É sabido, apesar de PSD e CDS não o admitirem por mero oportunismo político, que há uma parte muito importante do eleitorado do PSD-Madeira, o chamado eleitorado flutuante, que recusa votar numa coligação que atira o PSD-Madeira ainda mais para a direita. Tal como no CDS-Madeira, e eles sabem isso, há influentes sectores do partido que sempre recusaram sempre, e continuam a recusar, votar numa coligação com o PSD-Madeira, porque acham que os social-democratas foram sempre o "inimigo" político e eleitoral dos centristas na Madeira, sobretudo devido ao radicalismo e ao distanciamento fomentado e mantido durante as décadas de "jardinismo". Aliás a realidade mostra que o CDS na Madeira, e no seu percurso eleitoral, até já protagonizou um a coligação autárquica com o PS-Madeira que se revelou um descalabro!

O problema é que enquanto os eleitores flutuantes do PSD podem oscilar para a esquerda, em voto útil, o eleitorado que sempre votou CDS fica sem alternativa à direita. E, perante este quadro, das duas uma: os eleitores PSD e do CDS que recusam votar na coligação, ou não votam (abstenção), ou votam útil no Chega com o propósito de "castigarem" PSD e CDS pelas negociatas eleitorais ou votam na Iniciativa Liberal ou mesmo em partidos como o PAN ou a JPP.

Com algum maquiavelismo à mistura - sempre útil quando se antecipam cenários, uns plausíveis, outros puramente especulativos - diria que a esse eleitorado do PSD-Madeira que, repito, se recusa votar numa coligação de direita que apenas visa eleger deputados para Lisboa, mas que também não quer votar no Chega e alimentar um "papão" perigoso, resta o voto útil no próprio na Iniciativa Liberal, no PAN ou mesmo na JPP!

Recordo a evolução eleitoral dos seguintes partidos, nas legislativas nacionais de 2019 e 2022 na Madeira:

JPP

2019 - 7.125 votos, 5,5%

2022 - 8.721 votos, 6,9%

PAN

2019 - 2.361 votos, 1,8%

2022 - 2.084 votos, 1,6%

Chega

2019 - 911 votos, 0,7%

2022 - 7.727 votos, 6,1%

Iniciativa Liberal

2019 - 922 votos, 0,7%

2022 - 4.241 votos, 3,4%

Como ninguém consegue ver esta realidade, como ninguém quer entender que os partidos do centro-direita apenas têm como certos 35 a 40% dos votos obtidos nas urnas na RAM (os restantes são ganhos incertos que dependem da natureza do acto eleitoral que continua a marcar alguma diferença, gostem ou não que se diga isso), a opção é desvalorizar o que aconteceu nas regionais deste ano e insistir no erro. A 10 de Março logo veremos (LFM)

quinta-feira, dezembro 07, 2023

Nota: O PSD-Madeira tem a certeza da capacidade de resistência do PAN?

Eu sei que vou ser polémico, mas de falta de coerência ninguém me acusa. Será que o PSD-Madeira percebem sobretudo pelas últimas notícias, que precisa de estar atento ao que se passa (e se vai passar) como PAN, não propriamente com a sua estrutura regional em primeira instância, mas com a estrutura nacional e sobretudo com os efeitos imprevisíveis de um Congresso - entretanto adiado por causa das legislativas nacionais de 10 de Março - na liderança de Inês Sousa Real e das consequências dessa reunião magna "panista" em termos de novas opções políticas estratégicas.

Obviamente que se as eleições correrem mal para o PAN, Sousa Real vai ser obrigada a demitir-se. O PAN foi sempre, pelas causas e pela sua natureza ideológica pouco clarificada, é certo, um partido que podemos situar facilmente no universo de centro-esquerda - por isso andou de braço dado com o  PS no primeiro governo da geringonça, da qual viria a ser vítima. Isto porque seria fortemente penalizado pelo PS nas legislativas, vindo-se reduzido a apenas 1 deputado, ficando muito perto de "desaparecer" do parlamento. Aliás o PAN, globalmente, cometeu a "proeza" - mas o sistema eleitoral permite isso - de ter tido menos votos que o CDS mas logrando, apesar disso, 1 deputado eleito em Lisboa, algo que o CDS não conseguiu. E do CDS nada de sabe porque Nuno Melo faz a sua estreia na liderança de um partido que se foi tornando desnecessário devido a coligações pré-eleitorais, demasiado submissas, com o PSD, desde logo no Continente, que praticamente engoliu o seu parceiro da direita.

No caso da Madeira julgo que a coligação absurda com  o CDS - não confundo coligações pré-eleitorais com coligações pós-eleitorais -  fez com que o PSD-M hoje seja olhado como pouco ou nada tendo de social-democrata, devido ao facto dos laranjas terem obviamente virado à direita, fenómeno que tem as suas raízes sobretudo quando amuou por ter estado em vias de não entrar na família europeia da direita, o PPE, em 1996, em detrimento do grupo dos Reformistas europeus. É por isso natural que os sectores "panistas" mais puristas - e sendo puristas são pró-socialistas - tivessem reagido com desdém ao entendimento na Madeira ao mesmo tempo que se percebe, no caso dos Açores, que o PAN tenha virado costas à coligação PSD-CDS-PPM que chegou a admitir negociar algum apoio parlamentar do PAN ao orçamento regional-2024 em vias de ser recusado, como foi. Acho que o PAN e Sousa Real, pressionada internamente, e porque o partido foi sempre oposição nos Açores nos últimos 4 anos, recusou negociar fosse o que fosse, até porque em 2020 se colocou à margem da coligação envolvendo o apoio parlamentar do Chega, que durou pouco até ser denunciado este ano.

Funcionamento

Não sei como funciona, em termos estruturais, o PAN, admito que haja, comparativamente aos partidos mais tradicionais, uma substancial diferença e uma maior dependência das vontades e das ordens da estrutura central em Lisboa. O acordo na Madeira foi sobretudo negociado, inicialmente - ainda na noite eleitoral regional em Setembro deste ano - pela dirigente nacional, mantendo contudo o PAN Madeira e a sua deputada e seus colaboradores mais próximos devidamente  informados.  Sei que a existência de partidos regionais é uma treta, porque a Constituição os proíbe e no fundo, bem vistas as coisas, constitucionalmente essa teoria de estruturas regionais dotadas de capacidade de decisão autónoma quando se trata de eleições, é algo que nunca foi pacífico e resulta de descentralizações estatutárias que diferem muito entre si.

Lendo os estatutos do PAN retive o nº 8º da Exposição de Motivos dos Estatutos, que preconiza "Maior autonomia para  as Regiões Autónomas dos Açores e Madeira", pelo que sustenta ser "necessário apostar numa dinâmica de crescimento e de autonomia, passando as estruturas do Partido nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira a ser dotadas de autonomia política, organizativa, financeira, regendo-se por Estatutos próprios". Estes complementam-se com o artigo 20º dos estatutos do PAN. Ou seja, havendo uma autonomia política e estatutária, nada impede, contudo, que as pressões de Lisboa, em caso de mudança da liderança nacional, possam ocorrer, embora a deputada eleita na Madeira e os seus colaboradores mais directos tenham sempre espaço de manobra para resistirem. Até porque os partidos não são os "donos" dos lugares dos seus deputados eleitos

Resistência

Admito, sem grandes dúvidas, que o PAN na Madeira será pressionado, e cada vez mais, para provocar divergências com o PSD-Madeira - o CDS distanciou-se sempre desse entendimento PAN-PSD e Nuno Melo chegou a afirmar que não tinha nada a ver com o assunto... - e que o propósito possa ser o se retirar-se do entendimento com o PSD-CDS na  Madeira, o que implicaria, ou a queda do governo e convocação de eleições antecipadas - que farão sempre vítimas nas urnas... -  ou colocaria PSD-CDS a dependerem  no quadro parlamentar de votações sem vínculos obrigatórios.

Repito, tudo vai depender dos resultados do PAN nas eleições de 10 de Março, da realização de um congresso nacional e do impacto dos sinais de contestação a Sousa Real. E também dos resultados do PAN na Madeira, sobretudo quando se prevê que, com Cafofo e a sua presença na lista socialista, o voto útil à esquerda possa beneficiar os socialistas madeirenses (?) como aconteceu nas regionais de 2019.

Isto não tem nada a ver com o PAN-Madeira enquanto tal, estrutura autónoma, que acredito esteja empenhado em cumprir a legislatura e, com mais ou menos divergências, sempre superáveis, levar até final o entendimento firmado com o PSD-M mesmo que isso possa ter alguns custos políticos junto de sectores minoritários da sociedade regional que não sabem dizer qual seria a alternativa. Não dizem nem nunca dirão porque eles sabem que ela não existe. Há sim uma alternativa, a única, o recurso a eleições antecipadas, com os consequentes custos a se espalharem em várias direcções, soberetudo se isso acontecer devido a infantilidades ou a conflitos entre egos elitistas mal resolvidos. O problema tem a ver com os sinais de crise no PAN nacional, esta semana com mais uma demissão de sete dirigentes por não concordarem com o que se passou na Madeira. O PAN-Madeira tem que ter a habilidade de resistir e de seguir o seu caminho, de negociar, de discutir de divergir mas de pugnar pela estabilidade e por uma governação que leve às pessoas algo que elas precisam e esperam. Isso em política vale muito, representa quase tudo e, regra geral, é credor de respeito por parte das pessoas nos momentos da verdade.

Estou desejando de ver o que se vai passar nas regionais antecipadas nos Açores e expectante sobretudo sobre o que vai acontecer a partidos que jogaram nos dois lados do campo, que tanto prometeram estabilidade como foram a origem da instabilidade. Sempre gostarei de saber o que vão dizer os açorianos a isso, especialmente se as regionais antecipadas serão ou não um sinal, se quiserem um aviso para todos. Ao PAN um conselho, o de estar atento, com todos os olhos abertos, porque se as coisas não correrem bem em Lisboa, a 10 de Março, antecipam-se mudanças que podem tentar beliscar o partido na Madeira. Nos desaires, os derrotados tentam sempre arranjar culpados tal como os alegados "ajustadores de contas" que emergem nos partidos nos momentos de derrota. A capacidade de resistência é determinante nesses momentos, se quizerem a chave de tudo.

Neste contexto, é bom que o PSD-M não esqueça que tem penas 20 dos 47 deputados madeirenses, retrato de uma realidade parlamentar que criou e que o penalizou. Não abdico desta opinião porque sempre foi a minha. Por isso tenho sido sistematicamente contra coligações pré-eleitorais para as regionais e mesmo para as legislativas nacionais (neste caso tudo depende do contexto político, social e parlamentar que antecede o 10 de Março, contexto esse que não recomenda coligações com o CDS.

No caso da Madeira, atendendo à configuração parlamentar regional, sabemos todos que uma eventual tempestade - que não me custa nada admitir possa ser plausível, tudo dependendo do que for o PAN depois do seu próximo congresso - pode levar-nos ou a uma coligação minoritária PSD-CDS, obrigada a negociar muitas medidas e documentos, ou a uma coligação alargada com toda a oposição - algo que nem o Chega nem a IL corriam o risco de se envolver - ou a eleições antecipadas, desfecho mais óbvio. Se nos Açores provocaram eleições antecipadas a escassos meses do final da legislatura regional podem acreditar que, no caso de uma crise política na Madeira,  esse desfecho é absolutamente imaginável.

Ao PSD-M, sem qualquer paternalismo, direi apenas: pensem nisto tudo, não contem com favas contadas nem excluam nenhum desfecho político. E deixem de fomentar soluções eleitorais que se  viram, depois contra o próprio PSD-M, sem qualquer necessidade  (LFM)

Sondagem Expresso/SIC: PS pouco à frente, maioria curta de direita (e o candidato do PS não mexe com os números)

Na grelha de partida para a campanha eleitoral, o PS resiste à saída de Costa e a direita aspira à maioria. Após a redistribuição de 17% de indecisos, os socialistas têm mais votos. Mas as vantagens são curtas e tudo está dentro da margem de erro. A queda foi grande para o PS: há dois anos, quando as esquerdas reprovaram o Orçamento de António Costa e Marcelo convocou eleições legislativas, os socialistas partiam com 40% nas intenções de voto numa sondagem publicada em novembro de 2021 pelo Expresso e SIC (e 38% em dezembro). Agora, com a demissão de António Costa e diretas à vista para escolher o novo candidato socialista a primeiro-ministro, o PS recolhe não mais de 30% nas intenções de voto, após redistribuição dos 17% de indecisos.

PROJEÇÃO DA INTENÇÃO DE VOTO COM DISTRIBUIÇÃO DE INDECISOS E EXCLUINDO ABSTENCIONISTAS, COM MARGEM DE ERRO DE 3,5%

Projeção dos resultados do total da amostra, excluindo os que dizem não votar (12%) e após imputação de indecisos (17%). A variação, em pontos percentuais, é relativa aos resultados da última sondagem (outubro de 2023)


A queda é grande, mas o PS continua a ser o partido que mais intenções de voto recolhe neste inquérito feito pelo ICS-ISCTE. Com dois boletins de voto diferentes entregues aos 803 inquiridos, um com o nome de Pedro Nuno Santos, o outro com o nome de José Luís Carneiro, o facto é que 91% dos inquiridos declararam a mesma intenção de voto nos dois cenários, revelando que os inquiridos foram insensíveis à variação na futura liderança do PS. O reverso da medalha? Qualquer dos dois parte com ligeira vantagem face ao PSD de Luís Montenegro.

Sondagem: se as eleições fossem hoje, só quatro pontos separavam PS e PSD

A sondagem do ICS/ISCTE para a SIC e para o Expresso coloca o PS como o partido mais votado nas próximas eleições - seja com Pedro Nuno Santos ou com José Luís Carneiro. A percentagem de indecisos aumentou em relação ao sufrágio anterior. Se as legislativas fossem hoje, o PS continuaria a ter mais votos. Segundo uma sondagem do ICS e do ISCTE para a SIC e o Expresso, 22% dos portugueses votavam no PS – com quatro pontos de vantagem sobre o PSD. Ser Pedro Nuno Santos ou José Luís Carneiro não altera significativamente os resultados.

O inquérito revela ainda que o partido de Luís Montenegro conseguiria liderar uma maioria, desde que contasse com o apoio do Chega. Só a Iniciativa Liberal (IL) e o CDS não seriam suficientes para alcançar a maioria. O Chega surge destacado como terceira força política com 11% das intenções de votos, enquanto a Iniciativa Liberal e o Bloco de Esquerda partilham o quarto lugar com 4% dos votos cada um. A CDU (coligação que junta PCP e PEV) fica a um ponto de distância, com 3%. O PAN poderá chegar aos 2%, o CDS e o Livre ao 1% cada um.

Feitas as contas, a direita – PSD, CDS, IL e Chega – juntava 34% dos votos, enquanto a esquerda – PS, Bloco de Esquerda, CDU, PAN e Livre – ficam-se pelos 32%. Outra informação que a sondagem revela é significativo número de indecisos: 17% não sabe ainda em quem irá votar.

Sondagem: liderança do PS sem impacto na vítória do PSD, prevê sondagem exclusiva da Euronews e do Sol


Pedro Nuno Santos é o grande favorito para vencer as eleições internas do Partido Socialista e suceder a António Costa como secretário-geral nas eleições internas marcadas para 15 e 16 de dezembro. Pelo menos isso é o que revela a sondagem da Consulmark2 para o Jornal Sol e a Euronews, publicado esta sexta-feira, 8 de dezembro. À pergunta quem vai ganhar as eleições no PS, entre José Luís Carneiro e Pedro Nuno Santos, 51%5 dos entrevistados consideram que a vitória vai sorrir ao antigo ministro das Infraestruturas. 

O ministro da Administração Interna no governo, entretanto, de gestão de António Costa será o vencedor na opinião de 22,6% dos entrevistados, enquanto os restantes 25,9% não sabem ou não responderam a esta questão.

Por outro lado, dos dois, é José Luís Carneiro “quem tem o melhor perfil para ser primeiro-ministro”, na opinião de 44,7% dos entrevistados contra 19,5% que veem em Pedro Nuno Santos melhor enquadrado para liderar o governo português. Comparando dois resultados distintos para estas eleições internas nos socialistas, Pedro Nuno Santos volta a revelar vantagem nas respostas à pergunta “quem dará mais votos ao PS, nas Legislativas”.

O antigo ministro das Infraestruturas recolhe 40,3% dos votos contra os 34,4% que consideram ser José Luís Carneiro quem assegurará o melhor resultado dos socialistas no dia 10 de março.

Considerando o perfil ideal de um primeiro-ministro, os entrevistados destacam a credibilidade, o conhecimento dos problemas do país e a capacidade de liderança como os aspetos mais importantes para um chefe do governo português.

No frente a frente, de acordo com esta sondagem, Pedro Nuno Santos revela ter melhor facilidade de comunicação (43,3% contra 27%), mais capacidade de diálogo com a esquerda (50,3% contra 16,7%) e mais reconhecimento internacional (26,4% contra 21,2%).

José Luís Carneiro destaca-se nas restantes caraterísticas referidas neste capítulo da sondagem, sobretudo, revelando maior credibilidade (52,5% contra 15,8%), na maior capacidade de diálogo com a direita (49,9% contra 14,3%) e com o Presidente da República (43,8% contra 12,9%), na simpatia (40,5% contra 19,8%) e na proximidade às pessoas (33,2% contra 28,3%).

quarta-feira, dezembro 06, 2023

E assim se vai enganando...

Já me fartei de rir com esta trapalhada do PSD de Montenegro. Por acaso esqueceu que um deputado depois de eleito é "dono" do seu mandato e que os partidos nada podem fazer contra ele, salvo marginaliza-lo ou desfiliá-lo do partido, passando aquele a "independente"? Um documento patético que por isso não foi oficialmente revelado. Eu até estranhei e apoiei a intenção de Montenegro impedir uma contaminação negativa das listas - e na actual Legislatura o PSD teve vários casos com deputados e a justiça que só desacreditaram o partido aos olhos dos cidadãos eleitores. Mas pelos vistos há sempre um "mas" e uma séria de curvas e contra-curvas numa estrada que é uma recta, tudo isso a mostrar que isto é tudo uma palhaçada para enganar os portugas mais desatentos. Tal como a coligação patética com o CDS, no fundo retomando a coligação Passos-Portas da qual Montenegro era figura de proa e Nuno Melo figurinha irrelevante. Mas eles devem estar satisfeitos com estas palermices (LFM)

Eurobarómetro: Mais de metade dos portugueses está interessado nas europeias

A pouco menos de um ano das próximas eleições europeias, 52% dos cidadãos portugueses está interessado em participar e no resultado do sufrágio para escolher a próxima configuração do Parlamento Europeu (PE), anunciou hoje o Eurobarómetro. De acordo com a recolha estatística feita, houve um aumento de 9% no número de portugueses interessados nas europeias, em comparação com o Eurobarómetro de março deste ano. Ainda assim, 47% dos inquiridos não estão minimamente interessadas nas eleições que se realizam entre 06 e 09 de junho nos 27 Estados-membros da União Europeia (UE). Ao nível da UE, 57% dos cidadãos inquiridos estão interessados nas europeias e 43% não querem saber destas eleições.

Dos cidadãos nacionais inquiridos, 62% da população entre os 15 e os 24 anos não está interessadas nas eleições para o PE, em oposição com a faixa etária entre os 25 e os 39 anos, em que 58% quer participar e saber o resultados das europeias. As percentagens são semelhantes para os cidadãos inquiridos entre os 40 e 54 anos e superior (54% estão interessados). Olhando para o espetro político, 61% e 60% dos eleitores do centro e de direita, respetivamente, estão interessados nas eleições, e 55% do eleitorado de esquerda em Portugal tem interesse no único sufrágio em simultâneo em todos os países da UE.

Venezuela cria autoridade única e novo estado em território em disputa com a Guiana

O Presidente da Venezuela fez vários anúncios relacionados com o Esequibo, em disputa com a vizinha Guiana, dois dias após os venezuelanos votarem favoravelmente às intenções do Governo de anexar o território num referendo consultivo. Os anúncios foram feitos durante um Conselho Federal de Governo (CFG), no qual participaram o Conselho de Estado e o Conselho de Defesa da Nação (CDF), que teve lugar no auditório da Universidade Militar do Exército, no Forte de Tiúna, a principal base militar de Caracas. O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou a criação de uma ampla Alta Comissão Nacional para a Defesa do Esequibo, que será integrada pelo CDF, o CFG, o Conselho de Segurança Nacional, pelos setores políticos, religiosos e académicos do país, em especial as universidades, e que será coordenada pela vice-Presidente, Delcy Rodríguez. Nicolás Maduro instruiu a Assembleia Nacional para iniciar do debate e aprovar a Lei Orgânica para a Criação da Guiana Esequiba, no território em disputa.

“A [vizinha] Guiana tem de saber que resolveremos isto a bem ou a mal (…) porque será uma lei orgânica para todos os governos e gerações vindouras (…) tudo feito em democracia, em paz, em liberdade”, frisou.

Bancos podem ver lucros disparar mais de 300 mil milhões de euros graças à Inteligência Artificial

Os bancos podem registar aumentos nos lucros superiores a 300 mil milhões de euros (340 mil milhões de dólares) caso implementem soluções de Inteligência Artificial (IA) nas suas operações. De acordo com um estudo da McKinsey, citado pela Bloomberg, com a implementação desta tecnologia, os bancos podem ter um aumento de 9% a 15% dos lucros operacionais, com os bancos empresariais e a retalho a saírem como os maiores beneficiados. Estas ferramentas têm a capacidade para assumir tarefas repetitivas da maioria dos trabalhadores humanos. Gokhan Sari, sócio na McKinsey, afirma que o setor financeiro pode esperar uma mudança “mais da perspetiva do consumidor”. As funções de vendas e marketing, engenharia de software e call center estão entre as que mais provavelmente serão afetadas, disse Jared Moon, sócio da McKinsey. Cerca de 70% das atividades empresariais terão peças automatizadas, o que deixará intocada apenas “uma proporção muito pequena” de empregos. “Eles estão a aproveitar os ganhos de produtividade para implementar códigos com mais rapidez, escrever melhor conteúdo para os clientes e libertar tempo para conversar com os clientes”, disse Jared Moon, sublinhando, no entanto, que ainda não viu empresas a usar IA para “reduzir materialmente a força de trabalho” (Executive Digest, texto do jornalista André Manuel Mendes)

Mais de metade dos portugueses estão descontentes com os preços das comissões bancárias

Mais de metade dos portugueses estão descontentes com os preços das comissões bancárias, com 64% a considerarem que estas são elevadas, e pela acessibilidade aos serviços bancários. Este é um dos resultados de um estudo independente levado a cabo pela instituição financeira de pagamentos Nickel em parceria com a DATA E, que revela que esta insatisfação tem sido impulsionada, principalmente, pelas comissões de manutenção elevadas e pela restrição dos horários de funcionamento. Os números mostram que mais de 47% dos participantes no estudo declaram pagar até 60 euros por ano de comissão, 26% dizem gastar entre 60 a 120 euros e 2% têm consciência de pagar mais de 120 euros por ano só na comissão de manutenção. Ao mesmo tempo, 22% consideram não ter qualquer comissão associada à sua conta bancária e 3% não sabem quanto pagam.

Zelensky é cada vez mais contestado na Ucrânia devido à estagnação do conflito: saiba quais os possíveis candidatos à presidência

Conforme se aproxima o segundo aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia, a paralisia do conflito tem aberto hostilidades na retaguarda: diante da perspetiva da anulação das eleições presidenciais marcadas para março de 2024, vários candidatos à sucessão de Volodymyr Zelensky já começaram a movimentar-se para forçar o presidente a convocar eleições. Nas últimas semanas têm surgido vários pretendentes ao assento presidencial da Ucrânia – o mais óbvio foi Oleksii Arestovich, antigo conselheiro militar de Zelensky e responsável pelo canal do YouTube mais seguido na Ucrânia, que garantiu, ao jornal espanhol ‘El Mundo’, que o atual presidente ucraniano atingiu “o seu mais alto nível de incompetência” e que deveria realizar eleições para ser afastado.

O próximo candidato é o autarca de Kiev e ex-campeão mundial de pesos-pesados de boxe, Vitali Klitschko, que admitiu recentemente que não fala com Zelensky. “Se parar o gravador, conto o que penso dele”, comentou, que viveu momentos de tensão com o presidente russo depois de este o ter acusado de não manter em boas condições a rede de abrigos da capital ucraniana.

Estudo revela que britânicos querem aproximação à União Europeia, mas sem reabrir Brexit

Um novo estudo concluiu que os britânicos se tornaram mais favoráveis a uma aproximação à União Europeia (UE) nos últimos anos, mas querem evitar novas discussões sobre o 'Brexit'. O relatório “Para além do Brexit: perspetivas sobre as futuras relações entre o Reino Unido e a UE”, do centro de estudos British Future, apresentado hoje em Londres, analisou as opiniões sobre as futuras relações entre o Reino Unido e a UE junto de 2.000 pessoas. Os autores descobriram que a maioria dos inquiridos é atualmente favorável a uma maior colaboração mais pragmática com Bruxelas em áreas de interesse mútuo, como segurança, comércio e ciência. No entanto, dizem os autores, “há uma sensação de exaustão da população relativamente à questão do ‘Brexit’ e a maioria das pessoas está desejosa de pôr para trás das costas as discórdias dos anos anteriores”.

Excelente trabalho: Tribunal de Contas avalia prevenção de riscos sísmicos nos Açores

Segundo o Tribunal de Contas, "os sismos constituem um dos riscos naturais com maior probabilidade de ocorrência nos Açores e dos que apresentam maior suscetibilidade de afetar, em larga escala e com consequências destruidoras, pessoas e bens. Num território de risco sísmico, revela-se de grande utilidade e necessidade a existência de planos de ordenamento do território que contemplem a prevenção e mitigação de riscos naturais, com zonamentos e condicionamentos traduzidos em cartas de risco sísmico, que identifiquem e delimitem as áreas de risco. O Tribunal de Contas apreciou se ​a densificação e articulação dos instrumentos de gestão territorial com os planos de emergência em vigor foram suficientemente considerados os riscos associados à ocorrência de sismos com potencial destrutivo e se dos mesmos resultam medidas de mitigação e condicionantes de atuação sobre áreas críticas e de risco natural elevado. ​Foi ainda aferido se, para efeitos do processo de tomada de decisão envolvendo a realização de obras públicas na Região Autónoma dos Açores, os decisores públicos estão habilitados a tomar decisões fundadas com base nos instrumentos, regras e condicionalismos existentes em matéria de riscos sísmicos, ao nível do ordenamento do território e de planeamento de emergência. Na sequência da auditoria realizada, o Tribunal de Contas formula recomendações nas áreas de ordenamento do território e de planeamento de emergência. Os mais interessados podem ler o documento aqui. Excelente trabalho do Tribunal de Contas e, no caso dos Açores e da crise sísmica recente, um documento de alerta mais do que oportuno. Parabéns

terça-feira, dezembro 05, 2023

Como os Açores podem contaminar as eleições nacionais. O risco do PSD e a oportunidade do PS

Marcelo vai marcar eleições nos Açores para fevereiro. PSD acredita em maioria de Bolieiro, enquanto o PS quer aproveitar eleições na região para denunciar que Chega é "aliado não assumido" do PSD. Falta apenas a formalidade do Conselho de Estado, mas está decidido: Marcelo Rebelo de Sousa vai convocar eleições antecipadas nos Açores no início de fevereiro. A tempestade açoriana — provocada pelo chumbo do orçamento regional — está a ser vista como uma oportunidade para o PS e um eventual embaraço que o PSD dispensava a um mês de eleições legislativas. Numa altura em que o calendário torna inevitável um impacto nacional das regionais, o PSD de Montenegro refugia-se na confiança de José Manuel Bolieiro em chegar à maioria, enquanto Pedro Nuno Santos, favorito à vitória no PS, já aproveita os Açores como arma de arremesso eleitoral a nível nacional.

O PSD — quer a estrutura regional, quer nacional — preferiam não ter eleições e que o mandato fosse cumprido até ao fim (outubro). José Manuel Bolieiro, sabe o Observador, ainda terá conseguido convencer o Chega a admitir alterar o sentido de voto (de abstenção para voto favorável), mas o PAN mostrou-se irredutível, o que tornou inevitável que existissem eleições antecipadas.

O Presidente da República, tendo em conta o precedente que o próprio definiu em 2021, não tem outra alternativa senão convocar eleições antecipadas. E é o que fará, sabe o Observador. Há um consenso, entre os partidos ouvidos em Belém, que as eleições se realizem a 4 ou 11 de fevereiro e, mais do que isso, que não se realizem ao mesmo tempo do que as eleições legislativas. Isto significa que o novo governo regional estará a ser definido a duas semanas do início da campanha eleitoral nacional. Com a proximidade de calendário, não há forma de um terramoto nos Açores não ter réplicas nacionais e o risco maior, neste momento, é para o PSD.

PSD exclui candidatos à Assembleia que tenham sido condenados em 1.ª instância ou com "indícios fortes" de crime contra o Estado

O PSD vai excluir nomes que tenham sido condenados em tribunal e os candidatos terão de assumir um "compromisso de honra". Estes critérios foram aprovados pela Comissão Política Nacional. O PSD vai excluir da suas listas de candidatos a deputados às próximas legislativas quem tenha sido “condenado em primeira instância, pronunciado” ou sobre quem haja “indícios fortes” da prática de crime contra o Estado. Este é um dos critérios aprovados pela Comissão Política Nacional (CPN), que se reuniu na semana passada, para a elaboração das listas de candidatos às legislativas de 10 de março, reveladas esta segunda-feira pelo Jornal de Notícias e a que a Lusa teve acesso.

“Para o PSD a dimensão ética não é menor. No total respeito da presunção da inocência e da separação de poderes, entendemos que há uma dimensão ética que deve ser considerada”, justificou o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, numa declaração à Lusa. O dirigente do PSD precisou que estes critérios se aplicam “a condenações e acusação definitiva por factos praticados no exercício de funções públicas”. “Eticamente as situações serão sempre avaliadas”, acrescentou.

segunda-feira, dezembro 04, 2023

Jurisprudência?

fonte: JN

Já está a dar falatorio

 fonte: JN

Sondagem: PS alarga distância para o PSD e Chega não pára de crescer

A crise política e a ausência de um líder não fizeram mossa ao PS. De acordo com uma sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF, os socialistas até reforçam o primeiro lugar (32,9%) com seis pontos de vantagem sobre o PSD (26,7%), que também cresce, confirmando a ideia de que, quando há eleições no horizonte, o Bloco Central ganha força. Mas há um partido imune ao apelo do voto útil: o Chega volta a subir (16,2%) e já vale mais do dobro do Bloco de Esquerda (6,9%). Seguem-se a Iniciativa Liberal (5%), a CDU (3,2%), o PAN (2,9%), o Livre (2%) e o CDS (1,5%). O resultado do PS é um paradoxo: consegue a melhor percentagem do ano (de um total de cinco sondagens) poucas semanas depois de uma investigação judicial que provocou um terramoto político que levou à demissão do Governo, ao anúncio da dissolução da Assembleia da República e à marcação de eleições para 10 de março. E quando ainda decorre a luta interna para encontrar um novo líder. Em vez de afastar eleitores, a crise parece ter funcionado como uma espécie de toque a rebate. Os próximos meses dirão se o fenómeno é fugaz ou duradouro.

É importante recordar que uma sondagem não é uma previsão sobre o futuro. É um retrato do que já passou. No caso desta sondagem, o trabalho de campo decorreu entre 18 e 23 de novembro. O que significa que, depois do choque inicial da Operação Influencer, os eleitores já sabiam que o juiz de instrução criminal tinha recusado as suspeitas de corrupção e libertado todos os suspeitos. Como também já tinham ouvido António Costa acusar o presidente da República de provocar uma “crise irresponsável” (Marcelo está em mínimos históricos na avaliação dos portugueses).

Uma vitória de Pirro

Sejam as razões que forem, a verdade é que a fotografia mostra os socialistas mais fortes (mesmo sem líder), quando se compara com a sondagem de outubro (subiram quatro pontos); mas bastante mais frágeis do que nas legislativas de 2022 (têm agora menos nove pontos).

Se estes resultados se replicassem nas urnas, estaríamos perante uma vitória de Pirro, porque a maioria parlamentar estaria à Direita (os diferentes partidos desse bloco somam 49 pontos). Um cenário inverso ao de 2015, em que a coligação PSD/CDS, então liderada por Passos Coelho, venceu as eleições, mas a maioria parlamentar estava à Esquerda.

Luís Montenegro já disse (e repetiu) que só será primeiro-ministro se vencer as eleições, ainda que recusando amarrar o partido a essa decisão “pessoal”. Esta sondagem não lhe aponta, de facto, as melhores perspetivas: mesmo que o PSD tenha crescido quase dois pontos relativamente a outubro (curiosamente os mesmos dois que os liberais perderam), continua quase três pontos abaixo das últimas legislativas.

Sondagem: Chega a influenciar governo é negativo... mas não muito

Com a perspetiva de uma maioria de direita no Parlamento, e independentemente de o PSD ser ou não capaz de chegar em primeiro, um dos temas da campanha já em curso será a influência e eventual participação do Chega numa solução de governo. Esta é uma possibilidade que a maioria dos portugueses (52%) considera negativa, segundo a sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF. Mas é importante notar que para 28% até é positiva e que para outros 17% é indiferente. Mesmo que uma boa parte dos que votam no PS e no PSD partilhem a ideia de que a influência do Chega seria negativa, o detalhe dos números revela um grau de preocupação diferente: entre os socialistas são 66%, entre os sociais-democratas apenas 44%. E há 38% de eleitores de Luís Montenegro que entendem que isso até seria positivo. Se somarmos os 18% para quem essa questão é indiferente, chega-se a uma maioria de 56% de sociais-democratas para quem a influência ou participação do Chega num governo não é incómoda. Tendo em conta a forma como avaliam esta questão os eleitores dos dois principais partidos, percebem-se melhor os resultados sobre quem serão os principais adversários nesta campanha. No caso de ser Pedro Nuno Santos o próximo líder do PS (e é ele o favorito a vencer a luta interna), os portugueses adivinham que apontará mais a André Ventura (44%) do que a Montenegro (40%). No caso do líder do PSD, a mira estará sobretudo direcionada para o rival socialista (47%), nem tanto para o líder do Chega (38%).

FICHA TÉCNICA

Sondagem de opinião realizada pela Aximage para DN/JN/TSF. Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região. A amostra teve 802 entrevistas efetivas: 675 entrevistas online e 127 entrevistas telefónicas; 389 homens e 413 mulheres; 172 entre os 18 e os 34 anos, 199 entre os 35 e os 49 anos, 206 entre os 50 e os 64 anos e 225 para os 65 e mais anos; Norte 257, Centro 165, Sul e Ilhas 142, A. M. Lisboa 238. Técnica: aplicação online (CAWI) de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para pessoas com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas (CATI) do mesmo questionário ao subuniverso utilizado pela Aximage, com preenchimento das mesmas quotas para os indivíduos com 50 e mais anos e outros. O trabalho de campo decorreu entre 18 e 23 de novembro de 2023. Taxa de resposta: 68,68%. O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de +/- 3,5%. Responsabilidade do estudo: Aximage, sob a direção técnica de Ana Carla Basílio (DN-Lisboa, texto do jornalista Rafael Barbosa)

Venezuela: EUA dispostos a reintroduzir sanções se não houver "mais progressos"

Os Estados Unidos avisaram que estão dispostos a suspender "nos próximos dias" o alívio de certas sanções impostas à Venezuela caso não haja progressos na libertação de presos políticos. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou que, embora Washington se congratule com o facto de a Venezuela ter aberto caminho para uma revisão da candidatura da opositora María Corina Machado às eleições presidenciais de 2024, que está proibida até 2030, não vê progressos na libertação de presos políticos.

“Estamos profundamente preocupados com a falta de progressos na libertação de cidadãos norte-americanos e de prisioneiros políticos venezuelanos detidos injustamente. Continuaremos a empenhar-nos ativamente nos esforços diplomáticos a este respeito e estamos preparados para tomar medidas nos próximos dias para suspender certas sanções, a menos que haja mais progressos”, disse. A declaração de Kirby foi feita um dia após a Noruega, mediador entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição, ter anunciado que as duas partes tinham chegado a acordo sobre um mecanismo para reconsiderar as desqualificações de candidatos, incluindo a candidata presidencial anti-Chávez María Corina Machado.

Essequibo: Porque é que a Venezuela quer por fim ao acordo com mais de 100 anos com a Guiana?

A Venezuela reivindica há décadas a região de Essequibo, uma área de 160 mil quilómetros quadrados, que representa mais de dois terços do território da Guiana e alberga cerca de um quinto da sua população – cerca de 125 mil pessoas. Este domingo, a Venezuela realiza um referendo que visa rejeitar uma decisão judicial de 1899 que estabelece a fronteira do país com a Guiana, antiga colónia da Grã-Bretanha e dos Países Baixos.

Em causa está a disputa pelo território de Essequibo, que corresponde a dois terços da Guiana, país vizinho da Venezuela, sendo que a área em disputa é rica em petróleo e a Guiana receia que Caracas a tente anexar pela via da força. A reivindicação da Venezuela tornou-se mais premente desde a descoberta de petróleo no Essequibo pela ExxonMobil em 2015. Uma nova e importante descoberta de petróleo foi feita na região no mês passado, acrescentando pelo menos dez mil milhões de barris às reservas da Guiana, mais do que o Koweit ou os Emirados Árabes Unidos. A Guiana possui as maiores reservas de petróleo ‘per capita’ do mundo e a Venezuela tem as maiores reservas comprovadas do mundo. A região de Essequibo, que aparece nos mapas venezuelanos como “zona em reclamação”, está sob mediação da ONU desde 1966, quando foi assinado o Acordo de Genebra. Entretanto, a Guiana autorizou já oito empresas petrolíferas estrangeiras a explorar jazidas petrolíferas em águas reclamadas pela Venezuela.

Venezuela: El chavismo y la oposición acuerdan una vía judicial para la posible habilitación de María Corina Machado

La presión ejercida por Estados Unidos para que el Gobierno de Nicolás Maduro y la oposición venezolana concretaran los acuerdos alcanzados ha dado un resultado. Los facilitadores de Noruega, que alentaron el último acercamiento entre las dos partes en las conversaciones de Barbados, han anunciado este jueves que los dirigentes venezolanos inhabilitados que aspiren a presentarse como candidatos a las próximas elecciones presidenciales pueden solicitar la revisión de sus procesos ante la Sala Político Administrativa del Tribunal Supremo de Justicia. El acuerdo abre la puerta a una eventual habilitación de María Corina Machado, ganadora de las primarias opositoras.

Lo que han llamado “el mecanismo”, una vía para dar garantías democráticas a las presidenciales de 2024, ha sido detallado en un comunicado difundido por Noruega cuando finaliza el mes de noviembre, el deadline que había puesto el secretario de Estado de EE UU, Antony Blinken, para que Venezuela diera señales de que las negociaciones están avanzando. “Las partes han convenido procurar la revisión de las medidas de inhabilitación dictadas por la Contraloría General de la República a diversas personas que aspiran a postularse como candidatos en las elecciones presidenciales de 2024″, indica el texto.

Venezuela: El chavismo compra tiempo para gestionar las inhabilitaciones políticas

El anuncio de una vía judicial para dirimir las diferencias sobre las inhabilitaciones salva de la ruptura los acuerdos de Barbados, pero no deja satisfecha a muchos. “Se han abierto las puertas del laberinto”, opinan expertos. En el último minuto del 30 de noviembre, el Gobierno de Noruega confirmó la recepción de un acuerdo entre el Gobierno chavista y la oposición venezolana que contempla la creación de un “procedimiento” que haría posible a los candidatos inhabilitados -en especial a María Corina Machado, que lidera todas las encuestas de opinión del país- apelar ante el Tribunal Supremo de Justicia la decisión que los impide participar en las elecciones de 2024. Los políticos inhabilitados tendrán 15 días para presentar sus recursos por el veto emitido por la Contraloría General de la República. La decisión abre una puerta para los candidatos, pero su resultado es incierto. Muchos analistas consideran que se trata solo de una forma del chavismo de comprar tiempo.

Estados Unidos había anunciado que esperaba hasta el 30 noviembre para ver algún gesto por parte de Caracas con el objetivo de concretar garantías para la organización de unas elecciones libres y verificables que permitan conjurar de una vez la interminable crisis política de la nación caribeña. Washington, una vez suprimidas las sanciones energéticas al Gobierno de Nicolas Maduro, también espera la liberación de algunos de los 300 presos políticos que todavía existen en el país.

Venezuela: Se agota el ultimátum de Biden sin respuesta de Maduro

Joe Biden decretó este jueves el Día de Venezuela en Estados Unidos, un acontecimiento sin precedentes en un evidente guiño a uno de los países más sufridos de las Américas. Para celebrar los aportes de su gran diáspora a la nación también invitó a 80 ciudadanos ejemplares a la Casa Blanca. Activistas, periodistas, deportistas, artistas, empresarios y luchadores por la causa democrática representaron a los casi 600.000 venezolanos llegados a EEUU, la mayoría durante el derrumbe del chavismo. "Estamos mirando al futuro y conversando sobre los siguientes pasos", declaró Cecilia González, defensora de derechos humanos, a la Voz de América. A las mismas horas, otros venezolanos, nada ejemplares, apuraban en Caracas el plazo impuesto por la administración de Biden para que se cumpla lo acordado en Barbados entre gobierno y oposición, con auspicio estadounidense. Transcurrido mes y medio de la firma, el chavismo apenas ha liberado a cinco de los 275 prisioneros políticos existentes en el país. Y ninguno de ellos estadounidense, como exigía Washington.

Maduro tampoco ha avanzado en el otro gran tema espinoso, la habilitación de la líder opositora María Corina Machado, que le permitiría participar en las elecciones presidenciales del año que viene. Las encuestas confirman hoy que la gran triunfadora de las primarias opositoras del mes pasado aplastaría al "presidente pueblo" en las urnas, ya que cuenta con un respaldo popular del 80% de los venezolanos, frente al 15% con el que cuenta Maduro. Y todo ello sin contar a la gran diáspora del exterior, masivamente antichavista.

Venezuela llega a acuerdos con media docena de petroleras internacionales tras el fin de las sanciones

El anuncio de inversiones internacionales en el sector petrolero de empresas como Repsol, Ecopetrol, China Petroleum e Indian Oil supondrán una expansión económica para 2024. Los acuerdos de Barbados han hecho posible la supresión de las sanciones energéticas en contra de Venezuela, y eso ha supuesto que Caracas adelante conversaciones con media docena de multinacionales con el objeto de restaurar su producción de petróleo. Esto ocurre cuando la oferta mundial, y la estadounidense en particular, podría estar necesitada de crudo venezolano para estabilizarse. Las concesiones ofrecidas por Estados Unidos esperaban, en contraprestación, un compromiso del Gobierno de Nicolás Maduro con la organización de unas elecciones presidenciales libres y verificables, sin vetos a candidatos, y en un marco de amnistía a los más de 300 presos políticos que hay en el país, sobre los cuales no hay respuesta en Caracas.

El presidente de Petroleros de Venezuela, Pedro Tellechea, ha dado la bienvenida al capital internacional. Además de Repsol y Eni, que llevan tiempo trabajando con Venezuela en proyectos gasíferos, la francesa Maurel and Prom ha anunciado que retoma sus operaciones en el Lago de Maracaibo. China Petroleum e Indian Oil ya adelantan trabajo con Miraflores. Se conversa con Trinidad sobre la explotación conjunta del campus Dragon, a cargo de Shell. Mitsubishi quiere reasumir el proyecto petroquímico de Metanol de Oriente, Metor. Caracas ha confirmado los proyectos conjuntos petroleros y gasíferos con la colombiana Ecopetrol. Se habla también de Petrobras y la india Reliance. PDVSA tiene enormes deudas con algunas de estas compañías.

Desinformação sobre alterações climáticas é persistente e resistente

A desinformação sobre o clima é persistente, difícil de combater e resiste às provas científicas, com a realidade das alterações climáticas a ser ainda posta em causa, indica um estudo divulgado. Quando as consequências das alterações climáticas são visíveis, seja o derretimento dos glaciares, a subida do nível do mar, ou as ondas de calor extremo, um terço da população mundial continua a duvidar e a contestar esses factos, alerta-se num comunicado sobre o estudo, da responsabilidade de uma equipa da Universidade de Genebra, Suíça. Os cientistas confirmaram que são os seres humanos os responsáveis principais pela aceleração do aquecimento global, mas um terço da população duvida ou contesta esse consenso, especialmente porque sobre estas matérias há muita desinformação, difundida por “interesses instalados” e extremamente persuasiva. Os investigadores, no estudo publicado na revista científica “Nature Human Behavior”, testaram seis intervenções psicológicas em cerca de 7.000 participantes de 12 países, concluindo que é preciso reforçar os esforços para combater a desinformação no que diz respeito às alterações climáticas. Tobia Spampatti, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Genebra, explica no documento que as pessoas não processam as mensagens científicas como recetores neutros de informação, mas ponderando-as em relação a crenças, resultados desejados, laços emocionais e antecedentes socioculturais e ideológicos.

Venezuela vai iniciar nova e poderosa etapa na defesa do Esequibo, garante Maduro

Maduro frisou ainda que foram dados “os primeiros passos de uma nova etapa histórica” para “recuperar o que os libertadores deixaram”. Nicolás Maduro anunciou este domingo que a Venezuela vai iniciar uma nova e poderosa etapa na defesa do território Esequibo, em disputa com a vizinha Guiana: “O povo falou alto e claro e vamos iniciar uma nova e poderosa etapa, porque temos o mandato do povo, temos a voz do povo”. O presidente venezuelano falava na Praça Bolívar de Caracas para um importante número de simpatizantes que celebravam a vitória do “sim” no referendo consultivo de domingo.

“Era necessário dar um salto para iniciar uma nova etapa, no pleno exercício da soberania nacional, da Constituição Nacional. Demos os primeiros passos no caminho da unidade nacional (…) pelo futuro da Venezuela, para lutar pelo nosso país, pelo nosso Esequibo, pela paz”, disse. Maduro frisou ainda que foram dados “os primeiros passos de uma nova etapa histórica” para “recuperar o que os libertadores deixaram”. O governante elogiou e agradeceu ao Conselho Nacional Eleitoral, ao Plano República, a membros do seu governo, a partidos políticos, inclusive os da oposição, movimentos sociais, de jovens, religiosos e musicais pela jornada do referendo consultivo, pela união em defesa do território Esequibo.

“Fizesse chuva ou sol, o referendo iria decorrer e fez-se o referendo”, frisou, sublinhando que os venezuelanos sabem que “a Venezuela tem um sistema eleitoral transparente e fiável”. Por outro lado, explicou que os a petrolífera Exxon Mobil e os Estados Unidos investiram muito dinheiro para “deter e sabotar o referendo, para tentar comprar politiqueiros e restringir os direitos do povo”