quinta-feira, março 09, 2023

Açores: e agora?

Os Açores passam por uma nova crise política? Mas desde que a geringonça de direita foi ali construída – imitando a mesma cena vista em 2015 na Assembleia da República - envolvendo os partidos que perderam as eleições regionais de 2020 nos Açores, mas cuja fome de poder e do tacho os levou a um acordo absurdo feito à imagem da geringonça da esquerda e de Costa em Lisboa, alguma vez o cenário de crise foi posto de parte? Nunca.

Repito, será que alguma vez os Açores tiveram garantia de cumprimento da Legislatura regional que deveria terminar em 2024?

Vamos a factos, esperando que toda esta trampa político-partidária açoriana sirva de exemplo, desde logo para alguns partidos nos Açores que devem alcançar o poder se alcançarem pelo voto e pelo mérito o mandato do eleitorado açoriano. Esperando igualmente que algumas ingenuidades que por aí andam, naquelas ou noutras latitudes, achando que o poder justifica tudo e que os cidadãos não percebem o que se passa.

Este caso começa pela ausência de explicações credíveis e verdadeiras sobre o que se passou com a demissão do ex-secretário regional da Saúde dos Açores, Clélio Meneses, uma destacada figura do PSD açoriano que se demitiu alegadamente em protesto pela fome de poder do CDS açoriano e pela influência crescente do pequenote na coligação.

domingo, março 05, 2023

Opinião: 3 notas...

A Turquia e a Síria e a hipocrisia ocidental. Afinal vai ou não o Ocidente abandonar o apoio a dois países destruídos por um violento sismo, quando é sabido, por dados oficiais da ONU, que existem mais de 100 mil pessoas desaparecidas, a maioria delas soterradas sob os escombros das vilas e cidades turcas e sírias destruídas pelo tremendo sismo (e pela aldrabice e corrupção na construção civil local)? Ou o Ocidente não vai conseguir reunir recursos financeiros para acudir a um drama social e humano que afecta, também segundo a ONU, mais de 25 milhões de pessoas que vivem em condições miseráveis? Ou para a Ocidente, na sua hipocrisia costumeira, a prioridade financeira resume-se a continuar a desviar milhões para serem espatifados em armamento de ponta a enviar para a Ucrânia alimentando uma guerra infindável, perigosa, claramente abandalhada e que está a destruir aos poucos a Europa e o Ocidente de uma maneira geral?

ONU produz acordo histórico para a proteção oceânica

Ao fim de 15 anos de negociações, as Nações Unidas conseguiram finalmente chegar a acordo quanto à necessidade de proteger a vida marinha em alto mar. A decisão, assinada por mais de 100 países, vai permitir criar áreas marítimas protegidas

Não tem a noção do ridículo e do patético: Plateia da conferência na Índia ri-se quando Lavrov diz que guerra foi lançada contra a Rússia

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo ficou embaraçado com a forma como as pessoas presentes na conferência Raisina Dialogue reagiram à sua declaração. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, foi alvo de risos depois de ter descrito a invasão russa da Ucrânia de uma forma inesperada: "A guerra que a Rússia está a tentar impedir e que foi lançada contra nós usando o povo ucraniano." Declarações feitas durante na sexta-feira durante a conferência Raisina Dialogue, na Índia, e foram recebidas com risos e sons de surpresa. Lavrov afirmou ainda que Moscovo está à procura de parceiros alternativos em termos de energia, deixando claro que "Índia e China certamente estão entre eles" (DN-Lisboa)

A Indiferença, segundo Sá Carneiro

O jornal Nascer do SOL publicou, no lançamento do V Volume dos textos políticos de Francisco Sá Carneiro (promovido pelo Instituto Sá Carneiro em colaboração com a Editora Alteia) um inédito do fundador e antigo líder do PPD-PSD e que deveria ter sido publicado no Povo Livre, mas acabou por não ser. «Na vida política, um evento é capaz de desencadear reações em cadeia, capaz de definir o legado dos seus líderes, esculpir a história das organizações partidárias, quando não mesmo o rumo de toda uma nação», afirma a eurodeputada e presidente do Instituto Sá Carneiro, Maria da Graça Carvalho, ao falar sobre este volume, intitulado A Ausência de Liderança, que se centra nos tempos da crise interna que leva Sá Carneiro a afastar-se da presidência do partido. Para João Montenegro, vice-presidente do Instituto, o facto de Sá Carneiro ter encabeçado as cinco listas que concorreram ao Conselho Nacional foi «um ato de nobreza política e inegável altruismo», uma vez que a sua continuidade no Conselho Nacional «simboliza apenas o seu interesse pelo partido e a continuação da sua militância».

Indiferença

1. Nesta crise que se vai instalando tem sido gabada a serenidade e maturidade dos portugueses, a calma e o civismo com que aguardam o seu desfecho.

Ora a verdade é que a serenidade, o civismo e a calma são meras aparências que os políticos e alguma imprensa gostam de invocar como sinais e ornamentos da ‘jovem democracia portuguesa’.

O que na realidade há, perante a crise e tudo quanto a ela tem dado lugar, é uma enorme e profunda indiferença.

Indiferença que radica em crescente descrença e se liga ao conformismo tradicional dos portugueses.

Como Costa quis montar uma “central de comunicação”

Depois do erro inicial, Costa recuou: secretário de Estado-adjunto faz a “comunicação política”, mas gabinete de comunicação tem 15 pessoas para passar a mensagem. A profissionalização da comunicação com recurso a técnicas especializadas semelhantes às que se praticam nos departamentos comerciais e criativos de marcas e empresas era um desejo antigo de António Costa. A primeira tentativa de o fazer foi em 2016, quando recrutou o diretor de comunicação comercial do Millennium BCP, Mário São Vicente, que sairia um ano depois sem cumprir a missão. Costa arrumou a ideia por uns anos, mas voltaria a tentar em junho passado, quando foi buscar João Cepeda ao grupo Time Out Market com o argumento de que, com maioria absoluta, a pressão mediática sobre o Governo ia ser gigante.

A ideia, dizia o gabinete do primeiro-ministro em maio, era preencher uma falha na orgânica inicial do Executivo. “Com a extinção da Secretaria de Estado-adjunta do primeiro-ministro, deixou de haver quem coordenasse e articulasse a comunicação do Governo”, entendia-se em São Bento. A coordenação interna do Governo estaria, de forma implícita, no superministério de Mariana Vieira da Silva, mas “criou-se a expectativa” de que o gabinete de comunicação, criado em junho, iria resolver os problemas criados pela dificuldade de os vários gabinetes chegarem ao primeiro-ministro. Mas não correu da melhor forma. O novo diretor de comunicação fez apenas uma reunião inicial e por via digital com os assessores de imprensa, onde vincou que não tinha pretensões de ser o ‘chefe dos assessores’, mas que queria, sim, uniformizar a imagem e “profissionalizar” a comunicação do Governo como um todo. O resultado foi o que se sabe. Internamente houve uma certa dose de “ceticismo” em relação àquele “corpo estranho”, os gabinetes não sabiam a quem reportar e, mediaticamente, os “casos e casinhos”, demissões e semidemissões, sucediam-se uns atrás dos outros.

PSD: Ex-líder (Passos Coelho) não faz voto de silêncio

Quando Pedro Passos Coelho se referiu ao seu “horizonte político e pessoal” esta segunda-feira, no Grémio Literário, em Lisboa, limitou-se a sinalizar o óbvio: o ex-líder do PSD nunca disse que tinha morrido para a política e jamais, desde que abandonou as funções, fez qualquer declaração no sentido de “nunca mais” regressar. De resto, tão recentemente como em novembro do ano passado, depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter afirmado em público que o país devia “esperar muito do seu contributo no futuro”, Passos chegou a dizer que estava “fora de tudo” e que assim pretendia “continuar”. Mas também clarificou que esse “horizonte” era uma possibilidade: “Não há nenhuma razão para dizer que nunca mais na vida faço coisa nenhuma, seria uma tolice, um absurdo”, afirmou então. Agora, embora, segundo fontes passistas, não deseje causar “perturbação”, também não considera “razoável” ficar calado e desaparecer da cena cívica e pública por haver quem se perturbe com a sua intervenção e ache que ele será candidato ao que quer que seja: “Não tem um dever nem uma obrigação moral de voltar à política, mas não fez um voto de silêncio”, verbalizou Miguel Relvas, ex-ministro de Passos, esta semana, na CNN.

O ex-primeiro-ministro, que recentemente escreveu um artigo no “Observador” contra a eutanásia e que publicou um longo prefácio com detalhes sobre o seu Governo no livro do ex-embaixador português em Berlim, tem na gaveta um livro à espera do melhor momento para lançar e escreverá em breve o prefácio de outro livro, apurou o Expresso. Passos não abdicará da intervenção cívica que também pode ser vista como política.

TAP não consegue contratar e cancelamentos ameaçam verão

A transportadora aérea está a recrutar para reforçar a operação na época alta, mas posições ficam desertas. Trabalhadores alegam que as condições salariais e a má reputação da companhia estão a afastar os candidatos e alertam que sem mão-de-obra os aviões ficarão em terra.  Os tempos em que uma carreira na TAP era desejada por muitos parece estar distante. As polémicas recorrentes na administração da transportadora, os longos meses sem paz social ou os salários talhados por um plano de reestruturação mordaz têm afastado o interesse dos profissionais da aviação. Com mais rotas e com um maior número de ligações programadas para a época alta, a companhia está, desde o início do ano, a contratar para posições como pilotos, tripulantes ou técnicos de manutenção, mas a fraca procura está a tornar-se numa dor de cabeça para a TAP. Os sindicatos da empresa alertam para um verão caótico, com os aviões a ficar colados à pista e os voos cancelados por falta de pessoal. "A companhia está com dificuldade nas contratações, nomeadamente de tripulantes com experiência. A atual situação a nível financeiro e os salários que paga aos tripulantes de cabine já não justificam a vinda para a TAP", explica ao Dinheiro Vivo o presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Ricardo Penarroias.

Açores: Monteiro da Silva defende auditoria à situação económica da Região

O antigo juiz conselheiro do Tribunal de Contas, Monteiro da Silva, defende a realização de uma auditoria à atual situação económica e financeira dos Açores, para melhor ajustar as despesas às receitas. O endividamento da Região e o problema demográfico foram temáticas abordadas pelo economista na Conferência ‘Sete Fragilidades e Ameaças dos Açores’, que decorreu em Ponta Delgada.

Privatização da Azores Airlines

 

Governo e SATA dizem que estão a cumprir o calendário

Há um novo gigante nos media? O que vale uma ‘MediaCof’

Em 2019 a Cofina tentou comprar a Media Capital, agora o negócio poderá ser o inverso. A concretizar-se, a 'MediaCof' será o novo gigante dos media, deixando a Impresa para trás. A Media Capital está a negociar a compra da Cofina? Depois de uma noticia do Observador e da suspensão das ações em bolsa, os dois grupos de media fizeram comunicados ao mercado, a partir dos quais é possível perceber que o setor está em efervescência. Sem confirmarem negociações, as empresas que controlam a TVI e o Correio da Manhã sinalizaram movimentações de mercado, contactos de consultores externos e avaliação de oportunidades. O grupo liderado por Paulo Fernandes “esclarece que foram realizadas abordagens preliminares por diversos assessores externos, com vista a encetar possíveis negociações, que estão a ser objeto de análise pela sociedade, sem que haja, na presente data, qualquer decisão ou conversações, entre a Cofina e, nomeadamente, a Media Capital ou os seus acionistas, relacionadas com a matéria da referida notícia“. Já a Media Capital acrescenta, em comunicado enviado cerca de uma hora depois, que “como sucederá com as demais empresas do setor dos media, está atenta e disponível para analisar oportunidades de negócio que possam surgir“. Este negócio, a concretizar-se, é um volte face no mínimo inesperado. Em 2019, o que estava em cima da mesa era uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) da Cofina sobre a Media Capital, negócio que foi, até, aprovado pelas entidades reguladoras, nomeadamente em termos de concentração no setor. O negócio caiu, Paulo Fernandes (líder da Cofina) e Mário Ferreira (agora maior acionista da Media Capital) entraram num confronto profissional e perdeu-se a passada relação pessoal.

Quatro maiores bancos nacionais lucraram cinco milhões por dia em 2022

No ano passado, os bancos lucraram mais 50% do que em 2021. No conjunto dos quatro maiores bancos, foram mais de cinco milhões de euros por dia

Lufthansa assume interesse na TAP

De acordo com a agência Bloomberg, a administração da companhia aérea alemã declarou que os alvos mais interessantes para fusões e aquisições são a portuguesa TAP e a italiana ITA.

Políticos e juízes mas também futebolistas e caras da TV: Quais as profissões e organizações que os portugueses consideram mais poderosas?

 

Seria difícil avaliar de forma certeira e generalizada quais são as profissões e as organizações que, em Portugal, detêm maior poder. Por isso, foi feito o desafio de perguntar aos portugueses qual a sua opinião e, segundo o apurado, políticos e juízes lideram nas escolhas, mas há algumas surpresas. Segundo uma sondagem da Intercampus para o Jornal de Negócios, quando questionados para identificarem quais as profissões que consideram que dão origem a maior poder, em primeiro lugar na lista surgem os políticos (64,6%), seguidos dos juízes (25,6%). A lista continua com chefes de grandes empresas (20,1%), membros de topo da Igreja (11,1%), médicos (10,5%), jornalistas (10,3%) e cientistas e investigadores (10,2%). Por outro lado, no espectro oposto, como as profissões menos referidas como as mais poderosas, surgem humoristas (0,8%), os escritores (1,9%), os atores e caras da televisão (2,7%) e os membros de topo das Forças Armadas.

Transferências do Estado para as Regiões Autónomas não cobrem as despesas

 

Projeto-piloto entre Açores e Madeira quer reformar as finanças públicas

A "liberdade" na terra do bandalho do Putin e corja de lambe-botas do Kremlin

O pai de uma menina de 12 anos, que fez um desenho antiguerra durante uma aula numa escola russa, enfrenta acusações criminais e uma potencial pena de três anos de prisão. A criança foi temporariamente colocada num orfanato — é o caso mais recente de repressão do Kremlin junto de crianças e pais por críticas à guerra na Ucrânia. O pai, Alexei Moskaliov, de 53 anos, foi detido esta quarta-feira, 1 de Março, em Iefremov, cidade russa na região de Tula, cerca de 240 quilómetros a sul de Moscovo. Foi acusado de crimes de ofensa e “descrédito ao Exército russo”, após buscas em casa e análise de publicações nas redes sociais. Isto depois de a filha, Masha Moskaliova, ter feito o desenho numa aula do sexto ano em Abril de 2022. A professora de Masha pediu aos alunos que desenhassem algo patriótico para celebrar a luta dos soldados na linha da frente. Contudo, Masha desenhou a imagem de uma mulher em frente à bandeira da Ucrânia, protegendo uma criança dos mísseis russos, e acompanhada pelo texto: “Não à guerra.” A professora informou imediatamente o director escolar, que reportou o incidente às autoridades. Masha foi questionada pelo FSB, o principal serviço de segurança russo, e Moskaliov foi interrogado.

Crise: Famílias cortaram a fundo na comida que levam para casa

As famílias residentes em Portugal foram reduziram de forma significativa (maior corte de que há registo) o volume de alimentos comprados em 2022, mas, no entanto, o valor da fatura dos lares com comida subiu a um ritmo recorde puxado pela inflação galopante e atingiu o maior valor das séries oficiais, indicou o Instituto Nacional de Estatística (INE). Ou seja, há sinais inequívocos de que muitas famílias -- sobretudo as mais pobres, com menos rendimento disponível, e as mais vulneráveis à subida das taxas de juro porque têm dívidas bancárias a aumentar com o avanço das taxas de juro -- estão mesmo a cortar na alimentação para conseguir poupar mais um pouco. É isso que indica a quebra no volume. Segundo o novo destaque do INE, que fecha o ano de 2022 em contas nacionais, se não houvesse inflação, a despesa com alimentos teria caído na mesma. A quebra real (descontando a inflação) foi de 2,3%, a maior das séries oficiais do instituto, que remontam a 1995. É o equivalente a menos 573 milhões de euros em comida face a 2021. É preciso recuar aos anos de chumbo do programa de ajustamento do governo PSD-CDS e da troika para encontrar um encolhimento nos gastos reais com alimentos. Mas nem nessa altura foi tão grande: caíram 0,7% em 2011 e 1,3% em 2012, mostra o INE.

Opinião alheia: A liberdade de imprensa está mesmo a morrer?

Eu bem tentei, fartei-me de dedilhar nas caixas de pesquisa dos sites dos principais jornais e televisões portugueses, mas, até às 18 horas de ontem, quando comecei a escrever este texto, não encontrei uma única referência a esta notícia: passa um ano desde que o jornalista espanhol Pablo Gonzaléz foi preso na Polónia, suspeito de espionagem para a Rússia.

Desde esse dia 28 de fevereiro de 2022 González cumpre uma detenção que a Federação Internacional e Europeia de Jornalistas considera ser "um ataque à liberdade de imprensa e à democracia". "É inaceitável que um estado-membro da União Europeia detenha um jornalista de forma tão arbitrária", concluiu o último comunicado dessa organização, emitido ontem, e que a imprensa portuguesa não citou.

Fui ver os grandes jornais espanhóis.

El Pais: nada. El Mundo: nada. ABC: nada. La Razón: nada. La Vanguardia: peça grande. Público de Espanha (jornal digital para quem González trabalhava): peça grande, mantida todo o dia no topo da primeira página do site.

Leio então o que dizem os artigos dos jornais espanhóis que abordaram o assunto e onde se fala também de algumas intervenções no parlamento espanhol.

Vaticano: Cardeais e bispos vão começar a pagar renda pelos apartamentos onde vivem, decide Papa Francisco

O Papa Francisco decretou que os cardeais e bispos vão começar a pagar renda pelos apartamentos onde vivem no Vaticano e decidiu que nenhum líder da Cúria pode ter uma propriedade pertencente à Santa Sé “gratuitamente ou em condições particularmente favoráveis”, de acordo com o jornal italiano ‘Il Gazzetino’. O ‘Rescriptum’, ou seja, o novo regulamento imposto, que ainda não foi oficialmente confirmado pelo gabinete de imprensa do Vaticano, ordena “a abolição de alojamento gratuito e vantajoso para cardeais, chefes de dicastérios, presidentes, secretários, subsecretários, executivos, auditores e seus equivalentes”. Ainda que o documento não faça referência à possibilidade de despejos, menciona que os arrendamentos habitacionais serão revistos, como estipulado, sem prejuízo para os contratos existentes. O Papa apelou a que todos façam “um sacrifício extraordinário para atribuir maiores recursos à missão da Santa Sé” o que, na sua ótica, deve começar pelo pagamento de renda dos apartamentos ocupados, em alguns casos situados mesmo em grandes palácios do Vaticano.

Crise: Em entrevista ao M&P o presidente do SJ abre a porta a uma greve geral dos jornalistas

“A greve é o último recurso de uma luta. Mas às vezes é o recurso necessário e imperioso”, afirma Luís Filipe Simões. Numa altura em que se sucedem protestos e reivindicações em vários grupos de media, o M&P ouviu o presidente do Sindicato dos Jornalistas, que, em entrevista, traça um cenário negro e avança com a possibilidade de uma greve geral. Isto quando, adianta ao M&P, está por dias ou semanas a aprovação do novo contrato coletivo cuja negociação se arrasta há vários anos. Uma nova tabela salarial única, que não faz distinção entre um jornalista de Lisboa e outro de Bragança, com uma remuneração de entrada na profissão fixada nos 900 euros, será uma das principais mudanças no novo contrato coletivo de trabalho que, após oito anos de avanços e recuos, será agora finalmente depositado no Ministério do Trabalho, começando a produzir efeitos já a partir de março. A convicção é de Luís Filipe Simões, presidente do Sindicato dos Jornalistas, que adianta, em entrevista ao M&P, que o documento final está 99,99 por cento aprovado. A entrada em vigor do novo contrato coletivo chega numa altura em que se multiplicam as reivindicações por melhores condições de trabalho e atualizações salariais em vários grupos de media, com novas greves entretanto convocadas na Lusa e na TVI, colocando mesmo em cima da mesa a possibilidade de uma inédita greve geral de jornalistas.

Meios & Publicidade (M&P): O ano arrancou com notícias de despedimentos no Diário de Notícias e no grupo Renascença, preocupação com possíveis reduções também na Media Capital, pedidos de revisão dos salários na Global Media, um protesto silencioso na Impresa pelo mesmo motivo, o mesmo que está agora na origem de uma greve convocada na TVI. A situação dos jornalistas portugueses agravou-se particularmente nos últimos meses?

Luís Filipe Simões (LFS): Tem vindo a degradar-se muito ao longo dos anos. Degradou-se de tal forma que, nesta altura, somos confrontados com um estudo que teve a colaboração SJ, da CCPJ e das universidades de Coimbra, de Lisboa e do Minho, que nos mostra que quase metade dos jornalistas em exercício declarava em 2022 um rendimento mensal bruto inferior a 900 euros. Segundo números do INE, o salário médio é 1.276 euros. Os jornalistas recebem hoje abaixo da média. E o jornalismo, com as responsabilidades que tem, uma profissão que, não por acaso, é consagrada na Constituição, nunca pode ser uma profissão de rendimentos mínimos. Se perdemos qualidade naquele que é um dos pilares da democracia, é a própria democracia que fica em risco. Não concebo, por muito que me digam que o modelo de negócio tem de ser revisto e que as empresas de comunicação social estão a atravessar um período difícil. Não é possível continuarmos a perder poder de compra e nível de vida de uma forma tão acentuada como aconteceu nos últimos 30 anos.

Crise: Setor dos media em Portugal “neste momento não está nada bem”

O presidente do Sindicato dos Jornalistas afirmou à Lusa que o setor dos media em Portugal “neste momento não está nada bem” e considerou que “mais cedo do que tarde” vai ter que existir “uma resposta global”. “O setor neste momento não está nada bem“, afirmou Luís Simões, adiantando que, face ao contexto do aumento de custos, a alta da inflação, a subida das taxas de juros, os trabalhadores têm defendido atualizações salariais e “é muito rara a empresa que está a responder a estas preocupações”.

O ano da consolidação dos grandes grupos de media?

No caso da TSF, do grupo Global Media (GMG), assistiu-se aos trabalhadores “a fazerem um plenário e a pedirem à entidade patronal que possa rever os salários”. No Jornal de Notícias (JN), que é do mesmo grupo liderado por Marco Galinha, assiste-se à “preocupação até pela saída do local de trabalho para outro que não oferece garantias, inclusivamente em termos de transportes“, apontou o presidente do SJ.

Crise: Trabalhadores da Lusa rejeitam contraproposta da administração e marcam greve

 

Os trabalhadores da Lusa rejeitaram, em plenário, a contraproposta de valorização salarial apresentada pela administração, decidindo agendar uma greve para o final de março e manifestações regulares. Os trabalhadores da Lusa rejeitaram esta quarta-feira, em plenário, a contraproposta de valorização salarial apresentada pela administração, decidindo agendar uma greve para o final de março e organizar manifestações regulares. “Os trabalhadores da Lusa, reunidos em plenário em 01 de março de 2023, rejeitaram por unanimidade a contraproposta apresentada pelo Conselho de Administração”, lê-se numa resolução, na qual indicam que vão avançar com novas formas de luta. Na semana passada, a administração da agência de notícias apresentou aos sindicatos uma contraproposta, que prevê o aumento salarial de 35 euros, a ser efetuado em março e com retroativos a janeiro, a atribuição de um subsídio parental e o aumento das ajudas de custo internacionais para o máximo legal regulamento em 89,35 euros, acima dos 72,72 euros atualmente praticados.

Crise: Trabalhadores da TSF cancelam concentração e reúnem-se em plenário

Os trabalhadores da rádio TSF, do grupo Global Media (GMG), cancelaram a concentração face à ausência de resposta a ajustes salariais e marcaram um novo plenário. Esta alteração acontece na sequência de um 'mail' interno dos recursos humanos que foi enviado na terça-feira à tarde, a que a Lusa teve acesso. "Na sequência das conversações havidas com os representantes dos trabalhadores, e após avaliação das condições económico-financeira das empresas comunicamos a decisão da Comissão Executiva" liderada por Marco Galinha, lê-se na nota enviada. Uma das decisões é "rever o valor de subsídio de refeição para máximo diário não tributável -- 8,32 euros", sendo que "esta revisão aplica-se a todos os trabalhadores e traduz um aumento de 1,91 euros/dia, ou seja, 29,8% face ao valor atual do subsídio de refeição".

A outra é "rever o valor dos salários mais baixos de modo a que todos os trabalhadores aufiram uma retribuição total mensal mínima de 830,00 euros (incluindo todas as componentes com pagamento regular, designadamente comissões)". Ambas as decisões "terão efeitos a 01 de março de 2023 e aplicam-se a todas as empresas do Global Media Group". A GMG "está a avaliar a possibilidade de, durante o presente ano, ainda proceder à revisão de salários aos restantes trabalhadores com remuneração mais baixas, que não tenham beneficiado de revisão salarial no último ano, decisão que terá de ter enquadramento na evolução da condição económico-financeira das empresas", conclui a nota enviada aos trabalhadores (Correio da Manhã)

Crise: Trabalhadores da TVI em greve a 15 de março

 

Os trabalhadores da TVI, canal do grupo Media Capital, vão estar em greve no dia 15 de março, na sequência da decisão hoje aprovada em plenário e “por unanimidade”, disseram à Lusa vários jornalistas. Em 09 de fevereiro, os trabalhadores da estação de Queluz tinham aprovado em plenário um pré-aviso de greve, de 24 horas, para 08 de março, em que reclamavam uma atualização salarial mínima de 8% para todos. Em plenário, a proposta da administração foi rejeitada pelos trabalhadores, tendo sido convocada greve para 15 de março, confirmou à Lusa Rolando Santos, da Comissão de Trabalhadores (CT). Aquando do primeiro plenário, a CT da TVI tinha dito que 8% era o “mínimo aceitável, porque cobre a taxa de inflação”. Entre as outras reivindicações está a atualização do subsídio de alimentação para o máximo permitido legalmente, a concessão de 25 dias de férias anuais e outras questões que têm a ver com o plano de carreiras. Na altura, a CT adiantou que só recuará caso este caderno reivindicativo fosse aprovado a 100%.Um dia depois, em 10 de fevereiro, o Presidente da República alertou que só com uma “comunicação social forte” se pode garantir uma “democracia forte”, ao comentar o anúncio de greve na TVI e a fase “muito difícil” que o jornalismo está a atravessar.“ Ando há anos a dizer que a comunicação social está a atravessar uma fase social e económica muito difícil, de grande precariedade, e para uma democracia forte, é preciso uma comunicação social forte. Se a comunicação social não é forte, a democracia não é forte”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa (Multinews)

sábado, fevereiro 25, 2023

Assembleia da República: Negócio com Airbus, indemnizações e gestão vistos à lupa

Serão três meses de striptease da companhia na Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP. Privatização de Passos e reversão de Costa serão escrutinadas. A gestão da TAP a partir de 2020, as indemnizações e prémios dos quadros de topo, a privatização de 2015 e a que agora irá avançar, e a atuação política nos últimos anos vão estar sob escrutínio durante os próximos três meses no Parlamento. O tiro de partida da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da TAP SGPS e TAP SA, foi dado na quarta-feira. Houve novidades: vai ser analisado o negócio da troca de frota feito entre David Neeleman e a Airbus, antes do investidor norte-americano se ter tornado acionista da TAP, algo que não era objeto da proposta inicial do Bloco para a CPI. “Queremos toda a documentação que diz respeito à decisão de Neeleman de trocar a frota de aeronaves, e usar os recursos [conseguidos junto da Airbus com essa operação] para pagar a própria TAP na privatização, em 2015”, explicou Mariana Mortágua, membro efetivo da CPI. Foi na sequência dessa negociação que a Airbus pagou a uma empresa de Neeleman 226,75 milhões de dólares — dinheiro que o empresário usou para entrar na transportadora portuguesa e ficar com 61% do capital. A fórmula usada por Neeleman para capitalizar a TAP (o chamado pagar com o pelo do cão) era do conhecimento do Executivo de Passos Coelho.

Venezuela de Maduro reata relações diplomáticas com o Brasil de Lula

O Governo de Nicolás Maduro cortou relações diplomáticas com o Brasil, depois do ex-Presidente Jair Bolsonaro ter reconhecido o líder da oposição como chefe de Estado. Os dois países partilham fronteiras. O Presidente venezuelano Nicolás Maduro, celebrou o restabelecimento das relações diplomáticas entre a Venezuela e o Brasil, suspensas desde 2019, após o então Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, reconhecer o opositor Juan Guaidó como “legítimo líder” do país. “Boas notícias! Está aberto o caminho para o reinício das relações diplomáticas entre a República Federativa do Brasil e a República Bolivariana da Venezuela. Saúdo a nova etapa de fraternidade e cooperação entre dois povos irmãos”, escreveu Maduro na sua conta da rede social Twitter. A mensagem de Nicolás Maduro refere uma outra do Ministério dos Negócios Estrangeiros brasileiro que anuncia que “a secretária-geral das Relações Externas, a embaixadora Maria Laura da Rocha (Brasil), recebeu das mãos do embaixador da Venezuela, Manuel Vadell, cópias das suas cartas credenciais. Abordaram a normalização das relações bilaterais e a reabertura das respetivas embaixadas”. As relações entre o Brasil e a Venezuela foram reatadas com o regresso de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência do ‘gigante’ sul-americano. Após os primeiros contactos, a Assembleia Nacional (NA, parlamento venezuelano), de maioria chavista, aprovou por unanimidade a nomeação de Vadell como embaixador do país no Brasil, depois de o Governo brasileiro lhe ter concedido credenciais diplomáticas. Entretanto, a Venezuela recebeu, a 18 de janeiro, o encarregado de negócios do Brasil no país caribenho, Flávio Macieira, com o que ambas as nações deram mais um passo em direção à normalização das suas relações (Lusa)

Público: Ministério da Cultura pediu avaliação da Colecção Berardo em 2018 até agora desconhecida

A avaliação foi feita por um historiador português a pedido do então ministro da Cultura. Pedro Adão e Silva, hoje na pasta, desconhece a sua existência revelada por parecer novo pedido por Berardo. O historiador de arte e crítico Bernardo Pinto de Almeida realizou para o Ministério da Cultura, há cinco anos, uma avaliação da Colecção Berardo que se manteve desconhecida até hoje, revela um parecer elaborado a pedido da Associação Colecção Berardo a que o PÚBLICO teve acesso.

O novo parecer foi pedido no início deste ano ao professor da Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto pelo advogado André Luiz Gomes, considerado o braço-direito jurídico do empresário José Berardo, e foi entregue, segundo o jurista, a 17 de Fevereiro no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa. O documento está integrado num requerimento pedindo a revogação da acção de arresto judicial que em Julho de 2019 visou a colecção de arte moderna e contemporânea do empresário depositada no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, desde 2006.

Sondagem Católica: Reivindicações dos professores consideradas justas e sindicatos com avaliação positiva

Uma sondagem conduzida pela Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e Público, revela que 84% dos inquiridos consideram as reivindicações dos professores justas. Na avaliação média de desempenho, os sindicatos surgem com uma avaliação melhor do que a do Governo. O inquérito da Universidade Católica foi realizado entre os dias 9 e 17 de fevereiro de 2023, já depois de se terem iniciado os protestos dos professores e com alguns deles ainda a decorrer.

Neste enquadramento, os inquiridos nesta sondagem respondem pela justiça dos argumentos dos professores. 84 por cento consideram que são justas e apenas 12 por cento consideram que são injustas. Na categoria “não Sabe/não responde” estão 4 por cento dos inquiridos. Este inquérito foi realizado entre os dias 9 e 17 de fevereiro de 2023. Foram obtidos 1002 inquéritos válidos, com margem de erro de 3,1% e nível de confiança de 95%

Neste assunto, 57 por cento dos inquiridos consideram que têm sido os sindicatos que têm tido a melhor postura para se chegar a uma solução. 20 por cento consideram que essa postura tem sido assumida pelo Governo. Espontaneamente, 12 por cento consideraram que nenhum deles tem tido uma postura de acordo e dois por cento consideraram que ambos têm tido uma postura para se chegar a uma solução. Nove por cento ou não sabem ou não respondem.

Sondagem Católica: Maioria dos inquiridos prefere ver TAP privatizada

Para 61 por cento dos inquiridos na sondagem conduzida pela Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e Público, o melhor cenário para o país seria o de ter a TAP privatizada. Questionados sobre o desempenho de várias personalidades no que toca à gestão da transportadora aérea, ninguém reúne uma avaliação média positiva por parte dos inquiridos. Apenas 27% das respostas a esta sondagem apontam para uma vantagem para Portugal em ter a TAP como empresa pública. 61% considera que devia ser privada e 12% das respostas inserem-se na categoria do “Não sabe/não responde”. Este inquérito foi realizada entre os dias 9 e 17 de fevereiro de 2023. Foram obtidos 1002 inquéritos válidos, com margem de erro de 3,1% e nível de confiança de 95% Questionados sobre a avaliação do desempenho de várias personalidades na gestão da TAP, numa escala de 0 a 20, a nota máxima obtida é de 7,5, atribuída a António Costa, o primeiro-ministro em funções. Ainda assim, longe dos 10, valor a partir do qual a avaliação média seria positiva. A nota mais baixa é a que os inquiridos atribuem à administração da TAP, de 5,6, na escala de 0 a 20. O anterior ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, consegue um pouco mais, 6,4, na mesma escala. O ministro das Finanças, Fernando Medina, chega aos 7,1. A sondagem da Católica esmiuçou estes valores e dividindo o número de avaliações positivas (iguais ou superiores a 10), pelo total de avaliações, revela que António Costa tem 42% de avaliações positivas, Fernando Medina tem 38%, Pedro Nuno Santos tem 29% e a administração da TAP tem 27%.

Ficha Técnica

Este inquérito foi realizado pelo CESOP - Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena1 e Público entre os dias 9 e 17 de fevereiro de 2023. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1002 inquéritos válidos, sendo 46% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 29% da região Norte, 20% do Centro, 37% da A.M. de Lisboa, 7% do Alentejo, 4% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região com base no recenseamento eleitoral e nas estimativas do INE. A taxa de resposta foi de 26%. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1002 inquiridos é de 3,1%, com um nível de confiança de 95% (RTP)

Sondagem Católica: País pior do que há um ano e rendimento disponível no topo das preocupações

Uma sondagem realizada pela Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e Público mostra que as principais preocupações dos inquiridos se prende com o rendimento disponível, mas também com a Governação e confiança. Comparando com o questionário de há seis meses, há agora mais pessoas a considerar que o país está pior do que há um ano. As dificuldades financeiras agora sentidas estão a par das registadas há uma década, no tempo da troika.

No inquérito de opinião agora realizado, 72% das pessoas diziam que o Portugal está pior do que há um ano. Em julho, eram menos os pessimistas: 63% dos inquiridos é que afirmava então que o país estava pior do que no ano anterior. Este inquérito foi realizado entre os dias 9 e 17 de fevereiro de 2023. Foram obtidos 1002 inquéritos válidos, com margem de erro de 3,1% e nível de confiança de 95% Nesta sondagem, 17% dos inquiridos considerou que o país está “igual” (eram 24% em julho) e 9% diz que o país está melhor (eram 11% em julho). Dois por cento dos inquiridos não sabe ou não responde. Aos 1002 inquiridos nesta sondagem foi pedido que identificasse o principal problema do país, numa pergunta aberta, sem lista de potenciais respostas pré-definidas. Depois dos inquéritos concluídos, as respostas foram agregadas em temas.

Easyjet perspetiva "ano histórico" na Madeira e reforça 300 mil lugares no verão

A Easyjet quer transformar 2023 num “ano histórico” com mais de 300 mil lugares para a Madeira no verão, operando mais do dobro do que operava no último verão antes da pandemia. A companhia aérea de baixo custo Easyjet quer transformar 2023 num "ano histórico", ultrapassando uma oferta de 1,1 milhões de lugares, 300 mil dos quais no período de verão a preços acessíveis para a Madeira, foi esta sexta-feira anunciado. "O nosso número total de lugares na Madeira vai ultrapassar os 1,1 milhões, comparados com 600 mil antes da pandemia, e agora, no período de verão, no segundo semestre, vão ser mais de 300 mil", afirmou o diretor geral da transportadora, José Lopes, numa conferência de imprensa realizada no Funchal. O responsável salientou ser "uma oferta ampla, com muitos turistas a virem, a preços acessíveis", indicando que nesta fase de retoma da procura "é importante continuar a melhorar a relação qualidade/preços".

Opinião: EFERVESCÊNCIAS

 

Esta foi uma semana com demasiada "turbulência" informativa. Primeiro foi a saltada de Biden a Kiev para adiantar nada ao que já se sabia antes dela. Ficou o simbolismo da visita. Depois foram dois discursos de Putin para dizer a mesma porcaria mentirosa de sempre, vendendo aos russos, sem acesso a uma comunicação social livre, um país e um mundo que nada tem a ver com a realidade, negando o que todos sabemos ser a verdade, mas demonstrando que a capacidade de manipulação do regime totalitário de Moscovo, e a forte censura imposta, rende os frutos desejados.

A isto junta-se o discurso de Biden em Varsóvia, com poucas novidades, direccionado contra Putin e a guerra que ele construiu na sua loucura sanguinária, mas "esquecendo" habilmente a China, porque os EUA dificilmente conseguem enfrentar duas potências ao mesmo tempo.

Daqueles dois discursos de Putin ficou a decisão - perigosa mas que pode ser também uma tentativa de pressão sobre as opiniões públicas ocidentais e de propagação do medo - de suspender (diferente de abandonar) o último Tratado Start assinado pelos EUA e pela Rússia e que ainda se mantinha em vigor. Embora de pouco ou nada valendo, na medida em que o sucesso destes acordos sobre matéria nuclear, depende da confiança entre os subscritores. Neste momento é fácil concluir que essa confiança mútua entre EUA e Rússia é nula.

Confesso que me interrogo, e cada vez mais, sobre os efeitos da manipulação informativa, promivida pelos dois lados, sobre as opiniões públicas ocidentais e do discurso belicista da NATO e daquele patético secretário-geral - dizem que vai abandonar o cargo para ocupar um tacho na liderança de um banco na Noruega - e a qual a dimensão da mentira que todos "cheiramos" em cada declaração proferida.

Acho que todos nos lembramos do que os EUA e os seus aliados na coligação que invadiu o Iraque disseram sobre as armas de destruição massiva alegadamente existentes no Iraque de Saddam, que foram o pretexto para a invasão militar que depôs Saddam e destruiu economicamente um pais rico e cujas sanções ocidentais nenhum efeito tiveram. Factual é que essas tais armas nunca foram localizadas e todos desconfiam que nunca existiram. Ou seja, foi montada uma enorme teia de mentira e de manipulação para justificar uma invasão que já estava decidida muito antes, enganando até organismos internacionais como a ONU. Os mentores sabiam que as opiniões públicas ocidentais, depois da invasão do Kuwait pelo Iraque, nunca mais perdoaram Saddam. Era fácil “vender” qualquer teoria. E nem falo na fantochada da cimeira nos Açores que antecedeu a invasão... O "ambiente" de hostilidade ajudou essa patifaria bem montada.

Desconfio que a guerra na Ucrania esconde muitas histórias - a começar por pretensas tentativas de contactos falhados ou recusados para evitar a guerra... -  que estão por contar. Não me espantaria nada que estivessemos em linha com mais uma situação semelhante à que aconteceu no Iraque e no Afeganistão - de onde os EUA sairam de forma vergonhosa abandonando aquele povo ao radicalismo talibã que reassumiu o poder. Espero que tudo o que aconteceu na Ucrânia - onde depois desta guerra nojenta, destruidora e sanguinária é fácil, demasiado fácil, reunir ódios contra Putin, porque na realidade foi ele a invandir um pais independente e a matar pessoas e destruir bens - não se compare a estes casos que referi.

E  não vale a pena perguntar o que fizeram os "indignados" de hoje quando em 2014 a Rússia de Putin invadiu o Donbass, o mesmo Donbass que é hoje palco de combates violentos, ou quando a Rússia tomou de assalto a Crimeira reclamando-a como território russo.

Sim o problema tem a ver com a História, com o processo de desagregação da antiga URSS, com a criação de uma vintena de novos países independentes, a partir do imenso territorio da antiga URSS soviética e comunista. Sim, o problema reside no facto de que Putin, antigo agente secreto do KGB e que há mais de 25 anos deambula pelos corredores do poder em Moscovo, tomando mesmo de assalto os mais altos cargos do país - primeiro-ministro e Presidente - nunca aceitou essa decomposição territorial incentivada e apoiada pelos ocidentais, com os EUA e a Europa à cabeça, que apostaram e conseguiram fragilizar a Russia e tornar Moscovo insignificante no contexto da política mundial, Sim, o problema é que tudo isso mudou agora, e muito, mudou demasiado, de forma violenta e sanguinária, sem que ninguém saiba o que vai acontecer e muito menos garantir como é que tudo isto acabará. Ou se vamos alegre e pateticamente  caminhar para um confronto nuclear guiados por idiotas como o secretário-geral da NATO e outros falcões que, dos dois lados do conflito, condicionam e dominam os processos de decisão das estruturas militares que, de uma forma ou de outra, estão presentes na guerra da Ucrânia.

Mas isso são factos para os especialistas, e para aqueles que acham que só podemos falar da guerra manipulando as opiniões públicas, incluindo a portuguesa, com comentadores televisivos tendenciosos que não explicam todas as realidades históricas essenciais a uma correcta percepção do que se passou na realidade na Ucrânia e no seu processo de independência que Moscovo sempre verberou. Histórias que contribuíram para uma guerra nojenta que todos diziam ser inevitável mas que hipocritamente vieram chorar lágrimas de crocodilo e de falsa surpresa quando os russos entraram há um ano pela Ucrânia e queria tomar Kiev de assalto e destruir o poder ucraniano. Sem sucesso, felizmente.

Mas nada ficará como antes, nada será igual à pré-invasão russa a começar pala Ucrânia apesar de, paradoxo dos paradoxos, este país continuar envolto em escândalos de corrupção em plena guerra, aproveitando-se essas redes de bandidos, com ligações sabe-se lá a quem - já se esqueceram das denúncias do Panamá Papers sobre a Ucrânia e alguns dos seus dirigentes?! Ou não interessa falar nisso agora?! (LFM, artigo de opinião publicado no Tribuna da Madeira de 24.2.2023)

sexta-feira, fevereiro 24, 2023

Nestas terras as armas não se calam: 20 conflitos no mundo



Ronald Reagan levava pouco mais de um ano na Casa Branca quando, num discurso proferido na cerimónia de formatura do Eureka College (Illinois), a 9 de maio de 1982, partilhou o seu conceito de paz: “Não é a ausência de conflito, é a capacidade de lidar com o conflito por meios pacíficos.” O norte-americano e o soviético Mikhail Gorbatchov seriam os últimos líderes das duas superpotências que ditaram as regras nos anos da Guerra Fria (1947-1991), quando muitos conflitos foram travados por procuração, numa lógica de esferas de influência que partiu o mundo em dois, tornando-o mais previsível do que é hoje. No atual mapa-mundo da conflitualidade há disputas ativas que se arrastam há décadas, como na Palestina e no Sara Ocidental, em que as iniciativas de paz não germinam. Em regiões com grande diversidade étnica, como nos Grandes Lagos africanos ou em Mianmar, a perseguição a um povo concreto com o intuito de o apagar da face da Terra — no caso, os tutsis e os rohingyas — prova que o genocídio não é prática do passado.

UCRÂNIA, CASO ÚNICO NO SÉCULO XXI

Diferendos envolvendo potências nucleares, seja em torno de Caxemira ou Taiwan, seja a propósito do desenvolvimento de programas nucleares nacionais, como nos casos da Coreia do Norte ou do Irão, têm potencial para escalar para um conflito global. No Médio Oriente, Iémen, Líbia e Síria são atualmente os incêndios mais ativos numa região onde a conflitualidade é endémica. No continente africano, a Somália e a região do Sahel — latitudes especialmente castigadas pela seca — têm sido portos seguros para grupos terroristas. No território correspondente à ex-União Soviética e à sua antiga zona de influência dois conflitos ameaçam arrastar terceiros para crises maiores: o estatuto do Kosovo e a disputa pelo enclave de Nagorno-Karabakh.



Já a invasão russa da Ucrânia — inicia­da em 2014, no Leste, e visando todo o país desde 24 de fevereiro de 2022 — não encontra paralelo no século XXI: o ataque de um Estado soberano a outro com o intuito de o controlar.

Portugal e a Ucrânia: mais dinheiro não, mais refugiados e apoio militar sim

Dos inquiridos, 79% concordam ou concordam completamente que o país receba mais refugiados ucranianos. Sondagem do Cesop tenta perceber limites dos portugueses num eventual reforço da ajuda à Ucrânia. Se Portugal for chamado a reforçar a ajuda à Ucrânia, deve fazê-lo recebendo mais refugiados ou enviando mais equipamento militar para a frente de batalha. Esta é a opinião da maioria dos inquiridos pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) da Universidade Católica. A sondagem feita para o PÚBLICO, RTP e Antena 1 revela que, por outro lado, uma ajuda superior em termos financeiros já não colhe o apoio maioritário dos inquiridos.

Resumindo: mais dinheiro não, mas mais meios militares ou mais refugiados acolhidos no país é aceite. Na sondagem feita pelo Cesop, que aproveita o momento em que se assinala um ano do início da invasão da Ucrânia pela Rússia, os portugueses vêem os seus limites testados quando questionados sobre vários tipos de ajuda adicional que pode ser requisitada, caso se revele necessária. Mais de três quartos dos inquiridos – concretamente, 79% – concordam (58%) ou concordam completamente (21%) que Portugal receba mais refugiados ucranianos, se necessário. Já 18% discordam ou discordam completamente. E 3% dos inquiridos não sabem ou não respondem.

Da energia aos alimentos, guerra esvaziou carteiras

 

A 24 de fevereiro de 2022, com a invasão russa da Ucrânia, os desafios que já se verificavam adensaram-se e as consequências rapidamente se fizeram sentir na carteira dos portugueses. Um ano mais tarde, o custo de vida está exponencialmente mais alto, com efeitos óbvios na energia, alimentação e habitação. "E o que vamos ter nos próximos meses na Europa continua a ser um cenário de grande incerteza", avisa Fernando Alexandre, doutorado em Economia e professor na Universidade do Minho.

Um dos temas é o aumento da fatura energética, com efeitos diretos, como a subida do valor de combustíveis e gás, e indiretos, com o incremento a chegar aos bens cuja produção e transporte dependam do petróleo, gás ou carvão. Quase tudo foi afetado pela crise energética. Só em 2021, as exportações energéticas da Rússia com destino à UE terão rendido cerca de 400 mil milhões de euros. "A inflação sentiu-se em toda a Europa e não tem só a guerra como causa, era anterior. Foi acelerada com o choque energético e nos bens alimentares", diz o economista.

Sondagem: Governo não faz tudo o que pode para controlar preços

Quase todos sentiram o impacto da guerra (81%), seja nas taxas de juro (68%), seja na mudança de hábitos de consumo alimentar (69%). O Governo não está a fazer tudo o que deve para minimizar o aumento dos preços de primeira necessidade. É o que diz a esmagadora maioria (82%) dos portugueses, praticamente a mesma percentagem dos que, um ano depois da invasão, dizem já ter sentido o impacto da guerra na sua vida particular (81%), de acordo com a sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF. A crítica ao Governo é unânime em todos os segmentos da amostra, ainda que seja possível perceber algumas diferenças quando se analisam as respostas em função do voto nas últimas legislativas: os maiores críticos de António Costa são os eleitores do BE e do Chega, enquanto os socialistas são, sem surpresa, um pouco menos cáusticos: 29% acham que o Governo está a fazer o suficiente.

Sondagem: A guerra será longa e a NATO não deve intervir


Cresceu o pessimismo quanto à duração do conflito. Mas, se este se alargar, 64% defendem que Portugal deve enviar os seus militares para a Ucrânia. Um ano depois da invasão da Rússia à Ucrânia, os portugueses estão mais pessimistas quanto ao tempo que a guerra ainda vai durar: 59% apontam para mais de um ano a ferro e fogo, de acordo com uma sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF. Há poucas dúvidas quanto a quem é o principal responsável pelo conflito (86% acusam Moscovo), mas são cada vez mais os que apoiam a decisão da NATO de não intervir diretamente (62%). No entanto, e na hipótese de esse agravamento se verificar, são também quase dois terços (64%) os que defendem o envio de tropas portuguesas para a Ucrânia.

É quando os portugueses são confrontados com a duração da guerra que as diferenças entre o resultado de sondagens anteriores e a atual são mais evidentes. Em abril do ano passado, dois meses depois do início da guerra, a maioria dos inquiridos (53%) ainda acreditava que tudo estaria terminado em menos de um ano. Agora, os "otimistas" são apenas 22%. O pessimismo alastrou (59% dizem que haverá guerra para lá de fevereiro de 2024), em particular entre os homens.

Sondagem da Católica: Maioria dos portugueses culpa Putin e Rússia pela guerra na Ucrânia

É praticamente consensual entre os portugueses que os principais responsáveis pela guerra são o presidente Vladimir Putin e a própria Rússia. A conclusão é de uma sondagem realizada pelo CESOP - Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público, segundo a qual os inquiridos estão divididos sobre a atribuição de mais apoio financeiro a Kiev. A maioria está, no entanto, de acordo que o conflito não sairá da Ucrânia, apesar de ainda estar para durar. Nesta sondagem, 85% dos inquiridos responderam que “o principal responsável pela guerra na Ucrânia” é Putin/Rússia, enquanto apenas 1% considera que é o presidente Volodymyr Zelensky/Ucrânia. Dois por cento dos participantes acreditam que a culpa é dos Estados Unidos, 1% diz ser da NATO e outro 1% crê que os responsáveis são os países europeus/União Europeia. Sete por cento não sabem ou não quiseram responder, enquanto 3% responderam “outro”. Questionados sobre como avaliam a atuação da NATO e dos seus países-membros até ao momento, no que diz respeito à guerra entre a Rússia e a Ucrânia, 51% disseram que “estão a envolver-se o necessário”, 30% considerou que “estão a envolver-se menos do que deviam” e 12% pensam que “estão a envolver-se mais do que deviam”. Sete por cento não responderam.

Sondagem: avaliação ao Governo é má, mas este deve cumprir legislatura até ao fim

 

Mais de metade dos inquiridos (53%) classifica o desempenho de mau ou muito mau, mas 70% defendem que o melhor para o país é cumprir o mandato até 2026. A análise dos números quase dava para uma rábula humorística inspirada naquela que os Gato Fedorento faziam com a posição de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o aborto. Mais de metade (53%) dos inquiridos (e, extrapolando, dos portugueses) na sondagem da Universidade Católica para o PÚBLICO, RTP e Antena 1 classifica o desempenho deste Governo como mau (35%) ou muito mau (18%) e 85% dizem que há um problema de coordenação política no executivo. Porém, mais de dois terços (70%) consideram que “o melhor para o país” é que a equipa de António Costa cumpra o mandato até ao fim.

A avaliação média é agora pior do que em Julho, quando a classificação acumulada de mau (24%) e muito mau (13%) era de 37%. Na altura, metade considerava que o desempenho da equipa de António Costa era "razoável" e agora são apenas 39% a dizê-lo. A avaliação de "bom" também se reduziu, de 9 para 7% e os 1% de "muito bom" de Julho recuaram para 0,4%. Um ano depois da maioria absoluta do PS, o desempenho dos socialistas no Governo é agora negativo. O que estará por detrás da conclusão aparentemente contraditória de que o Governo é mau mas irá até 2026 poderá ser a falta de uma alternativa forte aos socialistas e/ou a preferência dos inquiridos pela estabilidade política.

Sondagem: popularidade de Marcelo continua em queda

Avaliação média do chefe de Estado, que já foi a mais alta de um Presidente desde 2004, está no seu nível mais baixo desde que tomou posse em 2016. Exigência com o Governo mantém-se. Será um cenário normal, dirão muitos, que um Presidente da República vá perdendo alguma da popularidade que o levou ao cargo. Sobretudo tratando-se de Marcelo Rebelo de Sousa, que deu novos contornos ao sentido de popularidade do chefe de Estado. Com quase sete anos passados sobre a sua tomada de posse, o Presidente da República tem agora a sua avaliação média e o conjunto de avaliações positivas mais baixo desde 2016. Habituado a dar notas nos seus comentários semanais nas televisões, é agora Marcelo quem as recebe dos inquiridos: na sondagem do Cesop/Universidade Católica para o PÚBLICO, RTP e Antena 1, recebeu nota positiva, ou seja, igual ou superior a 10 de 79% dos inquiridos. Porém, a avaliação média está em queda acentuada desde o início do segundo mandato, e situa-se agora numa nota de 12,2, o que representa uma queda de 0,7 pontos desde Julho do ano passado. A essa classificação não será alheio o facto de Marcelo Rebelo de Sousa ter praticamente defendido o Governo em quase todas as polémicas que envolveram membros do executivo nos últimos meses. A excepção mais óbvia terá sido o caso da secretária de Estado da Agricultura, a quem Marcelo abriu a porta da rua e que provocou a sua demissão 26 horas depois de lhe ter dado posse em Belém. A oposição tem acusado o Presidente da República, em várias situações, de não exigir o suficiente do Governo.

Sondagem: Queda do PS leva a empate técnico com o PSD e direita ultrapassa a esquerda



Socialistas perdem seis pontos em relação à sondagem de Julho do Cesop. PSD só ganha um ponto. Quem também recupera terreno são o Chega, IL, Bloco e PAN. Direita toda junta chega aos 51%. Não é o PSD que melhora, é sobretudo o PS que piora: se as eleições legislativas se realizassem agora, haveria um empate técnico entre os dois maiores partidos e a direita conseguiria, toda junta, a maioria absoluta. Os resultados da última sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) da Universidade Católica para o PÚBLICO, RTP e Antena 1 dão aos socialistas 32% das intenções de voto e 31% aos sociais-democratas, mostrando uma queda de seis pontos percentuais do PS e apenas uma ligeira subida de um ponto para o PSD quando comparado com o estudo realizado em Julho do ano passado. Um ano depois da maioria absoluta do PS, nem os socialistas nem mesmo a esquerda toda junta consegue alcançar novamente essa fasquia. O PS tem agora menos 9,5 pontos do que a votação que teve nas últimas legislativas, e o PSD está um ponto percentual acima do resultado nas urnas (29,86%). O Chega ganhou 3,5 pontos, a IL ganha 3, e o Bloco 2,5 pontos. Já a CDU encolhe meio ponto. Esta nova sondagem do Cesop/Católica, cujo trabalho de campo foi realizado entre os dias 9 e 17 deste mês, indica que os quatro partidos à direita – PSD, Chega, Iniciativa Liberal (IL) e CDS – obtêm, juntos, 51% das intenções de voto, contra os 47% de uma “geringonça” com todos os partidos da esquerda e o PAN. Aos 31% do PSD juntam-se os 11% do Chega, 8% da IL e 1% do CDS-PP.

Sondagem: Luís Montenegro é menos mau do que Rui Rio


Na avaliação, 26% dizem que o desempenho do novo líder do PSD é “mau” ou “muito mau”, quando Rio somava 32%. Porém, Montenegro só conseguiu subir a classificação “razoável” de 48 para 53%. Já passaram mais de sete meses desde que Luís Montenegro assumiu a presidência do PSD no congresso do Porto, no pavilhão Rosa Mota e onde então chegou acompanhado de Rui Rio, de quem recebeu a liderança do partido. As comparações são incontornáveis: Montenegro é apenas um pouco menos mau do que Rui Rio, de acordo com os resultados da sondagem do Cesop/Universidade Católica para o PÚBLICO, RTP e Antena 1. Aos mais de mil inquiridos foi pedida uma avaliação do desempenho de Luís Montenegro como líder do PSD e houve uma fatia de um quarto dos inquiridos (26%) que "chumbou" o novo presidente social-democrata, respondendo que é "mau" (20%) e "muito mau" (6%). Ainda assim, Montenegro consegue que mais de metade considere que está a ter uma performance "razoável". Um em cada dez respondeu que tem sido um "bom" desempenho e apenas 1% o sublinhou como "muito bom".

Sondagem da Católica: Portugueses dão nota negativa ao Governo de António Costa

 

De acordo com uma sondagem realizada pelo CESOP - Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público, mais de metade dos inquiridos faz uma avaliação negativa do Governo. Ainda assim, uma larga maioria defende que o Executivo de António Costa deve cumprir o mandato até ao fim. Em relação ao Presidente da República, a avaliação foi piorando ao longo dos anos, mas mantém níveis elevados de popularidade. Já em relação a Luís Montenegro, os portugueses fazem uma avaliação mais positiva do desempenho do atual líder do PSD do que do seu antecessor, Rui Rio. Um ano após as últimas eleições legislativas, que deram a maioria absoluta ao Partido Socialista, os portugueses fazem uma avaliação negativa do Governo de António Costa. Segundo a sondagem da CESOP, mais de metade dos inquiridos (53 por cento) dizem que o desempenho do Executivo tem sido “mau” ou “muito mau”. Por sua vez, 39 por cento avaliam o desempenho do Governo socialista como “razoável” e sete por cento como “bom”. Apenas 0,4 por cento dão nota “muito boa” ao Governo. A avaliação média é pior do que há seis meses, quando metade dos inquiridos avaliava o desempenho do Governo de Costa como “razoável”. A maioria dos portugueses (58 por cento) admite que as recentes polémicas associadas ao Governo alteraram a avaliação que fazem do Executivo e 87 por cento dos inquiridos dizem que os casos e demissões têm impacto na credibilidade do Governo de Costa.

Sondagem da Católica: Tombo do PS deixa direita à espreita

 

Um ano depois da maioria absoluta nas eleições legislativas, a sondagem da Universidade Católica para a RTP evidencia uma grande queda do PS, com apenas 32 por cento dos votos. Na estimativa de resultados eleitorais, os social-democratas surgem logo atrás, com 31 por cento. Se houvesse eleições, o conjunto dos votos dos partidos de direita ultrapassaria a junção dos votos da esquerda, algo que não se verificava desde 2015. A estimativa de resultados eleitorais na mais recente sondagem da Católica para a RTP dá sinais de uma esquerda em declínio e de uma direita em crescendo. Pouco mais de um ano depois das eleições que deram a maioria absoluta ao Partido Socialista, a sondagem mostra uma quebra abrupta do PS para os 32 por cento nas intenções de voto, muito longe dos 41 por cento das eleições de janeiro de 2022. Nesta sondagem da Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e jornal Público, o PSD de Luís Montenegro alcança os 31 por cento, mais 1 por cento face à sondagem de julho de 2022, mais três pontos em relação ao resultado das últimas eleições legislativas, ainda sob a liderança de Rui Rio. Nesta sondagem, PSD, Chega e Iniciativa Liberal alcançam em conjunto 50 por cento das intenções de voto. Já o PS, Bloco de Esquerda, CDU, PAN e Livre ficam-se pelos 47 por cento. É a primeira vez que a direita ultrapassa a esquerda desde 2015.