O caso da alegada cunha do filho do Presidente, "o doutor Nuno Rebelo de Sousa", para o tratamento de duas gémeas luso-brasileiras provocou uma grande queda na popularidade de Marcelo Rebelo de Sousa. As sucessivas notícias sobre o chamado "caso das gémeas luso-brasileiras" e os factos que hoje se conhecem têm um visível impacto sobre a popularidade do atual inquilino de Belém. Segundo a sondagem da Aximage para o Diário de Notícias (DN), a maioria dos inquiridos não ficou esclarecida com as afirmações do Presidente da República sobre o tratamento que custou cerca de quatro milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde, de duas bebés luso-brasileiras. Grande parte daqueles que responderam ao estudo tem uma opinião negativa da atuação de Marcelo Rebelo de Sousa, em relação ao pedido do seu filho, para que as crianças tivessem tratamento. Procedimento médico que veio a ser dado às duas crianças no Hospital de Santa Maria, em 2020.
O "o caso das gémeas luso brasileiras", espoletado por uma reportagem da TVI. teve como efeito reduzir o apoio à manutenção do atual Presidente a menos de metade dos portugueses: apenas 48% dos inquiridos, na sondagem Aximage para o DN, acha que Marcelo Rebelo de Sousa tem condições para levar o seu mandado presidencial até ao fim. São 35% das pessoas que respondem à sondagem que afirmam mesmo que Marcelo não devia continuar na Presidência da República e 17% que não manifesta opinião sobre isso.
A sondagem mostra que a quase totalidade dos portugueses conhece o caso. Segundo o estudo, 95% dos portugueses sondados ouviram falar "do caso das gémeas luso brasileiras". De resto, 56% das pessoas ouvidas têm uma avaliação negativa e muito negativa da atuação do Presidente da República neste caso. As avaliações positivas e muito positivas são apenas de 14%; e as pessoas que não acharam nem bem, nem mal são 26% dos inquiridos.
A esmagadora maioria das pessoas que respondeu à sondagem da Aximage para o DN acha a atuação de Marcelo Rebelo de Sousa pouco esclarecedora (42%) e nada esclarecedora (32%): 74% dos portugueses não ficaram esclarecidos com as palavras do Presidente sobre o caso das gémeas luso-brasileiras. Só 21% das pessoas da amostra se consideram esclarecidos pelas sucessivas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o caso.
Em relação à cobertura da comunicação social ao caso, a maioria daqueles que responderam ao inquérito consideram-na positiva. Apenas 16% têm uma opinião negativa sobre a forma como os jornalistas têm reportado sobre as condições de tratamento das gémeas luso-brasileiras: 19% da amostra tem uma opinião muito boa e 36% boa.
A questão da manutenção do atual Presidente, independentemente dos factos apurados pela investigação, só se pode colocar legalmente até 15 de janeiro, data da dissolução da Assembleia da República, ou só depois de eleito o novo Parlamento a 10 de março e da sua posterior tomada de posse.
A sondagem mostra que a eventual crise da Presidência da República não tem pouco a ver com a legitimidade legal de Marcelo Rebelo de Sousa: é pouco provável que o Presidente seja responsabilizado pelo caso das gémeas. Aquilo que se verifica é uma grande perda de popularidade do Presidente devido, em parte, à forma como geriu este caso.
Ficha técnica:
Objetivo do estudo: Sondagem de opinião realizada pela Aximage - Comunicação e Imagem Lda. para a Global Media Group sobre temas da atualidade nacional política.
Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal, com acesso à internet.
amostra: Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTSII), a partir do universo conhecido, reequilibrada por género (2), grupo etário (4) e região (4). A amostra teve 515 entrevistas efetivas; 107 entre os 18 e os 34 anos, 143 entre os 35 e os 49 anos, 139 entre os 50 e os 64 anos e 126 para os 65 e mais anos; Norte 171, Centro 120, Sul e Ilhas 69, Área Metropolitana de Lisboa 155.
Técnica: Aplicação online - CAWI (Computer Assisted Web Interviewing) - de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas; O trabalho de campo decorreu entre 11 e 12 de dezembro de 2023. Taxa de resposta: 89,25%.
Margem de erro:O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de + ou -4,3%.
Responsabilidade do estudo: Aximage - Comunicação e Imagem Lda., sob a direcção técnica de Ana Carla Basílio (DN-Lisboa, texto do jornalista Nuno Ramos de Almeida)
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