quinta-feira, dezembro 31, 2015

A Madeira é um jardim, até debaixo de água

A Câmara do Funchal está a concluir a definição de uma estratégia para o turismo e elegeu o mar como prioridade. Através da Estação de Biologia Marinha, a autarquia aposta na investigação científica e na protecção e promoção dos seus tesouros subaquáticos. O PÚBLICO mergulhou para os conhecer.
Um passo de gigante. Parece difícil mas não é: basta vestir o equipamento de mergulho, encher o colete de ar, dar um passo largo em frente e deixar cair o corpo na água quase morna, a 21 graus, mesmo no Outono. Depois, é dar às barbatanas e seguir de olhos bem atentos aos ouriços de espinhos longos assentes nas rochas, aos cardumes prateados que reluzem no meio do azul e aos peixes-rei curiosos que quase se deixam tocar.
Finalmente, nos buracos das rochas e entre um amontoado de betão que serve de recife artificial, lá estão elas com a cabeça à espreita – parecem cobras, de boca aberta a mostrarem os dentes afiados para assustar os predadores – a confirmar o nome pelo qual é conhecido o lugar: Baixa das Moreias. Com acesso através das instalações do Clube Naval do Funchal, que tem um centro de mergulho, este é um dos locais mais procurados pelos mergulhadores que visitam a capital madeirense. O fundo é forrado por escoadas de lava, em desfiladeiros que vão desde a linha de costa até aos 22 metros de profundidade.
Moreias pretas, pintadas, serpentes e moreões residem quietos (pelo menos durante o dia, já que à noite saem para caçar) nas reentrâncias rochosas. Mas não estão sozinhos neste “aquário” gigante, povoado de castanhetas, sargos, bodiões, estrelas do mar, trompetas, garoupas, peixes-lagartos, salemas e salmonetes de bigodes compridos à procura de comida na areia escura. Quando a visibilidade melhora e a luz consegue entrar, despontam esponjas amarelas, anémonas coloridas com os tentáculos a ondular ao sabor da corrente, gorgónias e outros corais, algas e búzios. É um verdadeiro jardim no fundo do mar.
A Baixa das Moreias foi o primeiro percurso subaquático criado na Madeira, em 2013. Desde então foram definidos mais três – Baixa do Carneiro, Ilhéu do Gorgulho e Baixa Larga –, todos na área do Ecoparque Marinho do Funchal, uma faixa litoral delimitada entre a Baixa Larga e a Ponta da Cruz, desde terra até 30 metros de profundidade, aos pés de uma das zonas da capital madeirense com maior número de empreendimentos turísticos. Em cada um dos percursos foi instalado um cabo, assente no fundo, que guia os mergulhadores pelos pontos mais interessantes.
Com estes percursos, a Câmara do Funchal espera conseguir “recuperar a ligação da cidade e das pessoas com o mar”, que o presidente da autarquia considera ter-se “perdido” nos últimos anos. O executivo liderado por Paulo Cafôfo está a elaborar uma estratégia para o turismo e o mar é uma das principais apostas. Um primeiro passo foi dado em Agosto passado, com a criação da primeira praia do país para invisuais. Mas ainda há muito por fazer.
Reserva marinha é “prioritária”
“Poderá haver aqui um nicho de mercado muito importante”, considera o autarca independente eleito em 2013 pela coligação Mudança (PS, BE, PND, MPT, PTP e PAN). Para explorar esse potencial, o município pretende avançar com a classificação do ecoparque como área marinha protegida de interesse local e ficar responsável pela respectiva gestão, mas está ainda à espera da aprovação pelo Governo Regional. “Do ponto de vista estratégico, isto é prioritário para nós”, sublinha, defendendo que a reserva “não é incompatível com actividades turísticas”.
O município é um dos poucos do país com um departamento dedicado em exclusivo à ciência e aos recursos naturais, e dedica anualmente cerca de um milhão de euros à área da Ciência, investindo 15% desse valor em investigação e desenvolvimento.
Para Paulo Cafôfo, a classificação do ecoparque é “fundamental” para aprofundar o estudo de todas as espécies que residem naquele ecossistema, uma tarefa que cabe aos investigadores da Estação de Biologia Marinha. Este equipamento, criado há 16 anos como extensão do Museu de História Natural da cidade, e financiado pelo município em cerca de 100.000 euros por ano, será a sede da reserva do Ecoparque Marinho.
No edifício de seis pisos construído no Cais do Carvão, em plena Promenade da Orla Marítima do Funchal, estão guardados mais de 50 mil exemplares de peixes, crustáceos e moluscos – nalguns casos com mais do que um exemplar de cada espécie – distribuídos por laboratórios repletos de tanques e prateleiras com frascos de vidro. Ali está uma parte significativa do património natural da Madeira.
“Os peixes e tubarões que dão à costa são trazidos para aqui, onde é analisada a origem, a longevidade e a dieta de cada espécie”, exemplifica Mafalda Freitas, bióloga marinha e directora da estação. Foi o que aconteceu com o enorme peixe-lua que deu à costa em Abril, por exemplo. E com um tubarão duende, uma espécie rara de águas profundas. “Existem apenas 15 exemplares conservados em todo o mundo”, explica a especialista em tubarões e raias de profundidade. Foi necessário construir um tanque com seis metros de comprimento para guardar a carcaça.
Além da equipa de Biologia Marinha do Departamento de Ciência da autarquia, tutelado pela vice-presidente e vereadora Idalina Perestrelo, também os investigadores do Laboratório de Biologia Marinha e Oceanografia da Universidade da Madeira desenvolvem ali os seus trabalhos. Os cientistas dedicam-se à identificação de espécies marinhas e à respectiva monitorização. Todos os meses, mergulham no Atlântico para anotar eventuais alterações. “Por exemplo, com o aumento da temperatura da água, têm surgido espécies diferentes, como a castanheta mais comum no Mar Vermelho”, afirma Mafalda Freitas.
Através de parcerias com privados, os investigadores têm-se dedicado ao estudo dos espadins, em particular à migração do espadim azul, espécie muito procurada para a pesca grossa, com fins desportivos. “Utilizamos marcadores biológicos com transmissores de satélite, que permitem conhecer pormenores sobre as longas viagens destes peixes”, conta a directora. Os resultados desta e de outras iniciativas são mostrados à população através de exposições, palestras, visitas guiadas. Na última segunda-feira de cada mês, a estação está de portas abertas para quem quiser conhecer o trabalho que lá se faz.
Uma despensa recheada
A Estação de Biologia Marinha está também vocacionada para a investigação de espécies de águas profundas, e tem participado em vários projectos relacionados com os recursos do arquipélago da Madeira e também dos Açores, Canárias e Cabo Verde.
Entre 2003 e 2008, a estação foi uma das seis entidades envolvidas no projecto Pescprof, cujo objectivo foi avaliar, pela primeira vez, os recursos pesqueiros entre os 200 metros e os 3000 metros de profundidade na zona da Macaronésia (Madeira, Açores e Canárias). Entre 2009 e 2013, integrou a equipa do Marprof – Bases para a Gestão e Valorização Gastronómica de Espécies Pesqueiras Profundas da Macaronésia, um projecto orçado em 836 mil euros (co-financiado a 85% por fundos comunitários).
Os cientistas realizaram campanhas em alto mar para prospecção de novas espécies e estudo do peixe-espada preto, um dos ex-libris da gastronomia madeirense. Descobriram no Atlântico uma autêntica despensa recheada de recursos ainda por explorar e que podem constituir alternativas na ementa dos ilhéus e do milhão de turistas que visita o arquipélago anualmente.
Segundo Mafalda Freitas, foram descobertas mais de 20 espécies novas para a Madeira. O destaque vai para a gamba-da-Madeira (ou camarão-eduardo, que se encontra entre os 200 e os 400 metros de profundidade) e para o caranguejo de fundura (entre os 600 e os 1000 metros), que existem em abundância no Atlântico. Em relação à gamba, as estimativas dos investigadores apontam para uma exploração anual sustentável de 10, 88 e 80 toneladas (respectivamente, na Madeira, nos Açores e nas Canárias) com recurso a métodos inovadores testados durante as campanhas, como covos-flutuantes.
Destes projectos resultaram recomendações à frota pesqueira para que aposte na captura sustentável destas espécies de elevado valor comercial. Por exemplo, só nas Canárias, as receitas brutas da pesca da gamba-da-Madeira poderão chegar aos dois milhões de euros anuais. “As nossas águas têm até 5500 metros de profundidade e por isso existe um grande potencial ainda por explorar”, sublinha a bióloga.
Para mostrar que é possível introduzir estas espécies nas ementas regionais sem fugir à cozinha tradicional foi lançado um livro de receitas com o apoio de escolas de hotelaria dos três arquipélagos, incluindo informação biológica e nutricional. Numa edição de 200 páginas são sugeridas 50 receitas: gamba-da-Madeira com véu de presunto e molho de açafrão das Canárias, caranguejo-da-fundura com aroma de manga ao perfume de vinho da Madeira, ou fragateira de congro à moda de Câmara de Lobos são apenas alguns exemplos.
O passo seguinte é “casar” os recursos marinhos e o conhecimento científico com a gastronomia e o turismo, num projecto designado Macarofood, através de parcerias com instituições e empresas. Segundo Mafalda Freitas, esta iniciativa será lançada em 2016.
Baixas, naufrágios e encontros com focas-monge
Além dos quatro percursos assinalados no Ecoparque Marinho do Funchal, existem no arquipélago perto de três dezenas de locais identificados para a prática do mergulho autónomo, não só na ilha da Madeira mas também em Porto Santo e nas Ilhas Desertas.
Para principiantes ou simplesmente para quem pretende fazer mergulhos pouco profundos, não faltam zonas baixas repletas de vida, como as 3 Marias, a Baixa da Cruz ou a Baixa do Lobo. A maior parte é acessível a partir de terra.
Existem também algumas embarcações afundadas ao longo da costa, por acidente ou de forma intencional, visitáveis pelos mergulhadores. Um dos naufrágios mais conhecidos é o do navio Madeirense, que fazia a travessia entre a ilha da Madeira e Porto Santo até ser afundado em 2000 numa baía inserida na Rede de Áreas Marinhas Protegidas de Porto Santo, onde se transformou num recife artificial assente a 34 metros de profundidade.
O arquipélago tem várias reservas marinhas onde é permitida a prática do mergulho. Uma das mais procuradas é a Reserva Natural do Garajau, que proporciona um mergulho até cerca de 20 metros de profundidade, a menos de 100 metros da costa. Ali, como em muitos outros locais do arquipélago, os meros – enormes peixes de olhos salientes e “lábios” grossos, curiosos e normalmente amistosos com os mergulhadores – são presença assídua.
A Reserva Natural das Ilhas Desertas, a sudeste da ilha da Madeira, é outro sítio a visitar para tentar um encontro com a foca-monge, a foca mais rara do mundo, considerada em perigo crítico de extinção. Ali vive a maior colónia a nível mundial (e a única em Portugal) desta espécie, que tem vindo a aumentar graças às medidas de protecção da reserva. Na ilha da Madeira há vários centros de mergulho que organizam viagens até lá (texto da jornalista do  Público, MARISA SOARES, com a devida vénia)

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Descobrindo a Madeira na rota do ano novo


Bom Ano Novo de 2016

Aos meus amigos do Face, aos que através deles acedem aos meus comentários, votos de um Bom Ano Novo de 2016 e que ele vos traga a todos e respectivas famílias, tudo o que desejam, sonham e têm direito. Desejo-vos por isso toda a sorte do mundo e que 2016 seja, para todos vós, um ano melhor que 2015, com mais recordações, com mais alegria, com mais realização, com menos desespero, com menos problemas, dificuldades, ansiedades e tristeza e com mais rendimentos. Sobretudo isso, com mais rendimentos para que as pessoas e famílias recuperem a dignidade e os direitos. Um Bom  Ano Novo de 2016 do tamanho do universo.

Bom Ano Novo de 2016

Aos meus amigos do Face, aos que através deles acedem aos meus comentários, votos de um Bom Ano Novo de 2016 e que ele vos traga a todos e respectivas famílias, tudo o que desejam, sonham e têm direito. Desejo-vos por isso toda a sorte do mundo e que 2016 seja, para todos vós, um ano melhor que 2015, com mais recordações, com mais alegria, com mais realização, com menos desespero, com menos problemas, dificuldades, ansiedades e tristeza e com mais rendimentos. Sobretudo isso, com mais rendimentos para que as pessoas e famílias recuperem a dignidade e os direitos. Um Bom  Ano Novo de 2016 do tamanho do universo.

terça-feira, dezembro 29, 2015

Mania de escrever: O que é que Passos espera para seguir o mesmo caminho de Portas? Se tivesse inteligência e dignidade tê-lo-ia feito. Não tendo...


Eu sempre afirmei que na coligação Passos-CDS, Paulo  Portas foi sempre mais político, mais matreiro, mais manhoso, sabendo gerir mais eficazmente o seu espaço, sabendo mais do que isso gerir a sua presença na comunicação social. Politicamente Passos esteve sempre à frente de Portas só porque o PSD é maior que o CDS. Repito, só por isso. Na realidade Portas, em termos políticos - aliás ele fez questão de sublinhar isso quando tentou comparar o tempo de liderança de ambos... - esteve sempre uns passos à frente de Passos, graças à sua experiência, aos ódios de estimação que foi alimentado um pouco por todo o lado e que nalguns momentos funcionavam a favor dele, e ao facto de ser matreiro e de ter uma conhecida facilidade de comunicação. O "sniper" da extinta - ainda bem! - PAF, como foi catalogado pelos socialistas na última campanha, que inúmeras vezes reagiram incomodados à contundência dos ataques que desferia contra a Costa e não só, mostraram que para os socialistas Portas era o principal problema, foi sempre o principal problema.
Por isso esta demissão é pensada, foi preparada, foi repensada, foi esmiuçada ao pormenor.  Não aconteceu por acaso. Não se trata de elogiar decisões de políticos porque isso em política não  existe. Os políticos vêm e vão normalmente, porque tem que ser assim. É como o movimento das marés, ora sobem, ora descem. O político não tem que ser elogiado quando entra, tal como não tem que ser elogiado quando sai ou se demite no momento das derrotas. Por isso recuso alinhar com a idiota afirmação de um dirigente qualquer do CDS para quem a demissão de Portas revela "maturidade política"! Maturidade política qual carapuça? Portas percebe o que espera o CDS, aliás deixou vários indicadores. Percebe que os desafios que esperam PSD e CDS provavelmente serão mais complicados do que alguns imaginam, sabe que se começarem a abrir o baú dos segredos, patifarias e embustes da anterior governação, as cosias vão dar para o torno. Antecipou-se. Um político inteligente e hábil como ele antecipa-se, não fica agarrado ao poder, não inventa tretas para ser recandidato quando vai apresentar se aos militantes com uma mão vazia e outra cheia de nada.
O que vai dizer Passos aos militantes? Dar-lhes uma versão diferente dos factos, ir por um caminho diferente do que Portas agora antecipou? Ou vai afirmar-se como um tachista que vive do poder e para o poder, que foi um mero peão-de-brega de interesses de grupos económicos e financeiros nacionais que em nome de teorias liberais de merda o escolheram, provavelmente pelo patético da personagem, como porta-estandarte de algo que o transcendeu. Aliás, foi por causa de tudo isso que tomaram o poder de assalto no PSD, rampa de lançamento para tudo o que se seguiu depois.


Caminhos diferentes, direcções opostas...

O que é que Passos espera para seguir o mesmo caminho de Portas? Se tivesse inteligência e dignidade tê-lo-ia feito no momento em que o governo de Costa tomou posse. Não tendo... Sofre o PSD, ganha a ambição pessoal de Passos e a sua vaidade, a vaidade de ir por essa Europa fora beijar os sapatos dos seus repugnantes parceiros de uma direita europeia caduca, patética e responsável por esta crise europeia. Passos fá-lo, submissamente, porque provavelmente sonha com um tacho qualquer que Merkel e outros da corja dela lhe ofereçam em reconhecimento pelo trabalho feito ao serviço de uma causa que nem sequer é nacional. Numa humilhação que não sendo novidade para ninguém, de certeza que a ele não dignifica. Ou será que Passos vai querer ficar sentado de sofá - quanto tempo? - para tentar vingar-se de Costa? A política agora faz-se de vinganças pessoais, de ajustes de contas? E quem garante que o desgaste do homem da austeridade, da roubalheira, dos cortes, do vergonhoso saque fiscal a empresas e famílias, do desvio de milhares de milhões para o sistema financeiro e para os bancos, julga que ainda ganhará eleições? Depois do BANIF que escondeu e manipulou? Depois da mentira da sobretaxa? Depois do que ainda estará para vir quando este governo assentar? Cada dia que Passos continuar no PSD, o partido vai sofrer maior desgaste. E com o CDS privado de Portas, quem estará no CDS disposto a aturar o PSD de Passos? E se a nova liderança do CDS, de forma pragmática e pura estratégia política, tiver para com Costa uma outra atitude menos radicalizada do que aquela que Portas tinha?
Em suma, a demissão de Portas - em meu entender inevitável até pelo esgotamento do ainda líder do CDS que penalizava o partido desde a cena da demissão irrevogável - é um desafio a Passos, provavelmente coloca-o encostado à parede e dá legitimidade a quem no PSD está farto dos Passos, dos Montenegros, dos Marcos Costas, etc e entende que o partido deve sair de uma realidade adversa, procurar uma lufada de ar fresco, uma mudança.
É bom ter presente que para além do embuste da PAF - um bom negócio para o CDS que graças ao desespero de Passos pelo tacho e pelo poder, acabou por ganhar três vezes mais os deputados que teria se concorresse sozinho - desde 2011 o PSD nunca mais ganhou eleições, já que apenas o PSD-Madeira lhe salvou a face nas regionais deste ano. A vitória da PAF foi uma vitória de Pirro, pois não esconde que, além de não ter conseguido a maioria absoluta que tanto perseguiam mas que nunca assumiram publicamente como objectivo eleitoral, perderam mais de 700 mil votos e 25 deputados (LFM)

Savoy, a Ordem dos Arquitectos, o mediatismo dispensável e a falta de diálogo entre as partes


Li na imprensa regional que a  Delegação da Madeira da Ordem dos Arquitectos lançou uma petição pública sobre o projecto do novo hotel Savoy, porque entende que «a volumetria prevista põe em causa a qualidade e equilíbrio de toda a envolvente urbana causando ainda um impacto negativo à escala de toda a cidade» e porque «dessa qualidade e equilíbrio dependem, directa ou indirectamente, muitos postos de trabalho ligados à actividade turística, a principal actividade económica da Região». No documento, dirigido ao presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, a direcção da delegação da Madeira da OA exige a reavaliação dos índices de construção do Plano de Urbanização e a redução do número de pisos, por forma a minimizar a volumetria e por consequente o seu impacto negativo na paisagem.
Não tenho nada a ver com o que diz ou pensa a Ordem dos Arquitectos, até porque as instituições são livres de se expressarem. Reconheço no entanto que não se trata de um campo que me diga respeito ou que me interesse. Leio, oiço, respeito as opiniões, concordo ou discurso, não tenho formação nenhuma nesta área, nada mais tenho a dizer. O que eu sei é que nunca ouvi a Ordem falar do "buraco" existente durante alguns anos na Avenida do Infante, quando supostamente até poderia (e deveria?) tê-lo feito.
O licenciamento do projecto para a construção do actual do Hotel Savoy foi aprovado a 13 de Fevereiro de 2009 com os votos favoráveis da maioria PSD e a abstenção de toda a oposição.
O primeiro lapso da OA terá sido o de recorrer - para ganhar espaço mediático? - à figura da petição, sem antes ter tido a preocupação - pelo menos nada foi noticiado - de se reunir com os novos promotores do projecto, o empresário Avelino Farinha e com a edilidade do Funchal para constatar o que foi feito e porventura o que poderia ser feito neste domínio. Aliás a OA deveria ter assumido posição pública logo que a primeira notícia sobre a eventual venda da SIET (Savoy) foi publicada. Não o fez. Optou pelo mediatismo na comunicação social como se fosse por causa de uma petição que as coisas se resolvem. Além de que legitimamente expôs-se à especulação sobre o timing escolhido e motivações.
Acresce que desconheço - mas admito que possa estar enganado porque não consegui localizar nenhuma notícia - que a OA (nem sei mesmo se existia tal estrutura na Madeira nesse ano) tenha assumido qualquer posição pública quando o projecto em causa foi aprovado em Fevereiro de 2009, apesar de eu reconhecer que a volumetria do projecto e a alteração dos planos de pormenor naquela zona foram matérias que se colocaram já nessa altura no quadro da discussão do assunto nos organismos camarários.
O recurso à Assembleia Legislativa, via petição - e não estou a discutir se a OA defende ou não questões pertinentes, apesar do organismo não dizer concretamente o que acha que deve ser construído naquele espaço, omissão que não deixa de ser curiosa -  revela algum desconhecimento porque as matérias sugeridas pela OA são da competência da própria CMF e da entidade pública que na Região detém a tutela directa administrativa sobre os Municípios, o Governo Regional. Por este andar, e com algum humor, teremos o parlamento regional a discutir brigas entre vizinhança por causa do distanciamento de janelas ou alturas de muros de separação de propriedades.
Já agora o que tem a dizer sobre este assunto o arquitecto autor do projecto do novo Savoy? O que é que ele diz às reservas colocadas pela OA na petição?
Vamos a factos.
  • Em Agosto de 2007 ficamos a conhecer a proposta de plano de urbanização do Infante, elaborado pelo departamento de Planeamento Estratégico da CMF (para facilitar, aqui) sobre a qual foi veiculada muita polémica, em grande medida suscitada junto da comunicação social pela oposição na edilidade funchalense então liderada pelo actual Presidente do Governo.
  • A 12 de Fevereiro de 2009, e a propósito do Contrato de Urbanização – Unidade de Execução do Plano de Urbanização do Infante, foi deliberado, por maioria, com votos contra dos Vereadores do PS e da CDU, aprovar a minuta do Contrato de Urbanização – Unidade de Execução do Plano de Urbanização do Infante, a celebrar entre o Município do Funchal e a S.I.E.T. – Savoi, S.A., o qual ficará, por fotocópia, como anexo (A) à acta (aqui).
  • Nesse mesmo dia foi aprovada uma iniciativa da  S.I.E.T. – Savoi, S.A. (procºs 47982/08 – 18440/08) relativo ao projecto rectificativo do novo Hotel Savoy, localizado na Avenida do Infante, freguesia da Sé, o qual foi deferido nos termos da conclusão da informação do Departamento de Urbanismo – Divisão de Gestão Urbanística II (refª OPE/01), com abstenção dos Vereadores do PS e CDU. De acordo com a acta da reunião, a vereadora do PS referiu a dada altura que após ter consultado a maqueta do projecto, ter-se apercebido que a obra projectada não é tão agressiva como parecia ser na versão do projecto em papel pelo que, em sua opinião, a Câmara Municipal do Funchal deve divulgar e dar a conhecer a referida maqueta. O vereador da CDU deixou claro que apesar da volumetria do projecto, nomeadamente a sul, ser demasiado pesada para a envolvente, no plano da legalidade face à aprovação do Plano do Infante e do Contrato de Urbanização os parâmetros eram respeitados. Por isso a sua abstenção.
É muito importante que a Ordem dos Arquitectos seja, e se assuma, um interlocutor de facto, indo ao encontro das partes interessadas, em vez de pretender envolver  - de forma que me parece inadequada - a Assembleia Legislativa num assunto que numa primeira análise é da competência da CMF e do  GRM. Não quero crer - embora essa especulação possa ser feita face ao "timing" escolhido - que a OA tenha pretendido ganhar tempo para tentar obstaculizar a construção do Savoy, dado que estamos a falar de um projecto que demorará cerca de 3 anos a construir, que empregará neste período mais de 250 pessoas e que gerará, depois de concluído entre 100 a 150 postos de trabalho. Um investimento que poderá chegar aos 100 milhões de euros, segundo foi noticiado.
Também não acredito que achem que bom para a RAM é a continuidade do vergonhoso buraco existente há anos na Avenida do Infante, ou aquele descalabro no Hotel Madeira Palácio.
Finalmente não acredito - porque seria grave e para mim seria uma enorme desilusão - que tudo isto tenha a ver apenas e só com o facto de ter sido o empresário José Avelino Farinha, sempre diabolizado por conhecidos sectores políticos locais por ser "chique" e elitista!
O que recomendo à OA e ao seu Presidente, sobretudo a este, é que procurem o diálogo, sem compromissos, para que todas as partes sejam ouvidas e possam dar a sua opinião. Preferencialmente sem dispensáveis preocupações mediáticas que regra geral nada resolve, por muitas notícias que determinados assuntos possam gerar e primeiras páginas que possam preencher. Já agora queria perceber, concretamente, o que defende a OA, que volumetria recomenda, o que é que acha que está a mais naquele projecto do novo Hotel Savoy que todos conhecemos (LFM)

segunda-feira, dezembro 28, 2015

Ex-presidente do Banif diz que anterior Governo “podia ter feito bastante mais”

Na entrevista ao programa Negócios da Semana, da SIC Notícias, Jorge Tomé assegurou que as contas do banco estavam "direitinhas e limpinhas", e que eram regularmente auditadas pelo Banco de Portugal. O ex-presidente do Banif disse também que a venda do banco foi "desastrosa" e defendeu uma investigação criminal ao caso. Em entrevista à SIC Notícias, esta quarta-feira, o antigo presidente do Banif, Jorge Tomé, disse que o anterior Governo podia ter feito "bastante mais" em relação ao banco, visto que desde o início do ano se sabia que havia um défice de capital. "Acho que [em Março] se perdeu uma oportunidade para vender o banco. A ministra das Finanças [Maria Luís Albuquerque] deu-nos toda a recetividade para receber propostas não solicitadas, mas não nos deu a oportunidade de abrir um concurso estruturado de venda porque a seguir meteu-se o calendário político, eleições e mudanças de Governo". O dossier ficou, portanto, em "stand-by, à espera que entrasse o novo Governo e resolvesse isto", explicou o ex-presidente do banco. Na entrevista ao programa Negócios da Semana, Jorge Tomé assegurou que as contas do banco estavam “direitinhas e limpinhas” e que eram “regularmente auditadas pelo Banco de Portugal, que fazia um vigilância diária apertadíssima do crédito, operações financeiras e operações de avaliação de ativos”. O antigo presidente do Banif classificou a solução encontrada para o banco como "desastrosa" - tanto para os trabalhadores como para os investidores e contribuintes - e disse que nunca foi informado sobre toda a operação levada a cabo pelo Banco de Portugal. Na sua opinião, devia fazer-se uma auditoria ao processo de venda do banco ao Santander Totta comparando as várias alternativas que existiam. Jorge Tomé sublinhou ainda que a transferência de ativos para a Naviget - de acordo com a solução encontrada pelo atual Governo e pelo Banco de Portugal para a instituição - vai acabar por ser vantajosa. "O efeito desta solução de passar ativos do antigo Banif para este veículo chamado Naviget ao preço a que estes ativos passaram, obviamente que num processo de venda estes ativos vão gerar mais-valias. Gerando mais-valias, como esse ativo pertence ao fundo de resolução, é óbvio que o fundo de resolução vai ser capitalizado por essa via", afirmou (Expresso)

Bruxelas queria liquidar o Banif

O Banif foi o quarto banco a ser intervencionado desde 2008. Custos com o banco fundado por Horácio Roque podem ultrapassar os €3 mil milhões. A decisão dentro do Banco de Portugal não foi pacífica. O banco fundado pelo empresário madeirense Horácio Roque, em 1988, deixou de existir esta semana. Foi desmantelado. O Estado vai injetar de novo dinheiro no Banif, depois de o ter feito em 2013, em pleno programa de assistência financeira da troika. Já foi feito um Orçamento Retificativo de €2,255 mil milhões e dadas garantias que podem elevar a fasquia até aos €3 mil milhões. Os ‘ativos bons’ do Banif ficam nas mãos do espanhol Santander Totta, que pagará aos cofres do Estado €150 milhões. Os ativos ‘maus’ e 48% da seguradora Açoreana ficam num veículo criado para o efeito. O governo de António Costa chamou a si o dossiê, mas quem liderou o processo foi o Banco de Portugal. A intervenção no Banif tornou-se nos últimos dias um caso político e vai mesmo haver uma comissão parlamentar para apurar responsabilidades. O país quer saber por que se arrastou durante tantos anos a anunciada venda do Banif sem que tenha sido encontrada uma solução, deixando a decisão para o último dia. E por que razão o custo é tão elevado. As informações chegaram vertiginosamente, com a publicação de cartas entre as Finanças e as autoridades europeias, e percebeu-se que a Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia (DGCom) não acreditava na viabilidade do banco desde o início, e sempre foi favorável, até ao fim, à liquidação ordenada do Banif. Ou seja, o banco deixaria de aceitar depósitos e conceder crédito, passando apenas a gerir o que estava em carteira até desaparecer. Na reta final do negócio com o Santander, a DGCom foi dura, e por prudência obrigou a um reconhecimento de perdas no valor dos ativos do Banif de 66%. O Governo achou excessivo, mas não teve outra alternativa se não aceitar, o que onerou os custos da intervenção (Expresso)

Expresso: Portas deixa a liderança do CDS. Faltas que o outro tenha a mesma dignidade

É oficial: Paulo Portas não continua à frente do CDS. O anúncio foi feito esta segunda-feira na comissão política. Aos fim de quase 16 anos como presidente do CDS, Portas está de saída e deverá deixar também o Parlamento. Sucessor será eleito em abril. Paulo Portas não se vai recandidatar à liderança do CDS no próximo congresso do partido. A decisão é definitiva, sendo comunicada esta segunda-feira aos dirigentes do partido numa reunião da comissão política que serve para preparar o próximo congresso. Conforme o Expresso noticiou em primeira mão, Portas anunciou, há duas semanas, num Conselho Nacional, que esse será um congresso “muito importante na história do partido e muito importante para o futuro do partido” - na altura, não revelou se seria ou não candidato a mais um mandato, facto que deixou de pé atrás alguns dos barões do partido. Confirma-se agora que tinham razões para isso. Entre domingo e esta segunda-feira, Portas falou com alguns dos principais dirigentes centristas para os preparar para a notícia. Apesar dos apelos para que continuasse, manteve-se irredutível. Ao que o Expresso apurou, Paulo Portas fez questão de sublinhar que esta decisão “não é um intervalo”, mas “um ponto final” na sua vida de presidente de CDS. “Ao fim de quase 16 anos não me podem pedir mais”, explicou o homem que preside ao CDS desde 1998 (tendo interrompido essas funções por dois anos, entre 2005 e 2007).
“LIBERDADE PARA MUDAR DE VIDA”
Portas considera que o tempo que já leva de liderança partidária é bastante longo - prolongá-lo agora provavelmente significaria ficar à frente do partido não apenas mais dois anos (que é o tempo de cada mandato), mas bem mais do que isso: seria cumprir um novo ciclo de oposição e, expectavelmente, de governo. Ou seja, mais cinco ou seis anos - no fim desse ciclo, Portas já levaria para cima de vinte anos de liderança, sem contar que estaria à beira dos 60 anos de idade. E seria tarde de mais para fazer outra coisa na vida.
Ao que o Expresso apurou, Portas tem repetido, por estes dias, uma frase que disse várias vezes nos últimos anos - até em entrevistas - quando era confrontado com o seu futuro: “a medida da nossa liberdade é a capacidade que temos de, ao longo da vida, mudar de vida, fechando etapas e seguindo em frente”. Foi essa uma das explicações que deu agora.
NOVO CICLO POLÍTICO, NOVA GERAÇÃO
Mas as razões de Portas não ficaram no plano pessoal. Foram sobretudo de caráter político. Depois da vitória da coligação nas eleições e do derrube do segundo Governo PSD-CDS no Parlamento, Portas considera que “o ciclo político mudou” e, por isso, ganhará o partido que primeiro for capaz de se adaptar às novas circunstâncias. Depois da “geringonça” inventada por António Costa, fica claro que o centro-direita só poderá voltar ao poder se a soma dos votos do PSD e do CDS der maioria absoluta - o que, na perspetiva de Portas, acaba por libertar o voto, contrariando o voto útil. Se o importante é a soma dos dois partidos, cada um deve pedalar a sua bicicleta. Neste novo quadro, Portas defende que o CDS deve ser o primeiro a renovar-se.
“O CDS sempre soube dar o salto em frente nos momentos necessários e eu devo facilitar isso”, diz Portas - uma frase, aliás, muito parecida com outra que disse no Conselho Nacional de há duas semanas, e que alguns ouviram como um prenúncio desta saída. A renovação, essa, Portas dá como garantida e bem sucedida. “Tenho muita confiança na próxima geração do CDS”, diz o líder cessante, lembrando que foi ele a promover o surgimento de novos rostos, a quem deu espaço tanto no partido como no governo. “Chegou a hora da nova geração” é a frase que parece o seu mantra para os próximos meses. Aliás, conforme o Expresso noticiou na sua última edição em papel, essa nova geração vai assumir o protagonismo nos próximos debates quinzenais com o primeiro-ministro. Portas ficará calado e dará o palco a Pedro Mota Soares, Assunção Cristas e João Almeida - apontados como três dos principais nomes para uma futura liderança - e ainda a Nuno Magalhães, Cecília Meireles e Telmo Correia. Na bolsa de apostas para a sucessão de Paulo Portas, só um nome bate todos os outros, e esse não está em São Bento: o eurodeputado Nuno Melo, primeiro vice-presidente do CDS, que é de longe o dirigente mais popular do partido a seguir a Portas.
FORA DO PARLAMENTO
A saída da direção significa igualmente que Portas acabará por deixar o Parlamento, apurou o Expresso. O líder cessante considera que deve ser dado todo o espaço ao novo líder - ficar em São Bento seria sempre um fator de perturbação. Foi isso que aconteceu em 2005, quando Portas deixou a presidência do partido mas ficou como deputado. A sua presença quotidiana no Parlamento, onde estava a resistência interna a Castro, foi uma das maiores sombras a pesar sobre essa liderança, que acabou por cair ao fim de dois anos, quando Portas decidiu retomar a chefia do partido. Aliás, a determinação em sair de cena terá sido a principal razão para o CDS não indicar Portas como seu representante no Conselho de Estado, na eleição realizada recentemente na Assembleia da República. Para além de querer fazer um gesto de reconhecimento a Adriano Moreira, dando-lhe esse cargo senatorial, Portas queria evitar qualquer cargo que o mantenha no palco político nos próximos anos (Expresso, texto do jornalista Filipe Santos Costa)

Resolução do Banif afeta 40 mil pequenos acionistas

A resolução aplicada ao Banif, com a venda dos ativos bons ao Santander e a criação de um veículo para os ativos problemáticos, afeta quase 40 mil pequenos acionistas, investidores que em breve perderão as suas participações. O Banif tem 39.728 pequenos acionistas, representantes de 31,33% do capital do banco, noticia o “Diário Económico”. Em breve, estes investidores, que passaram a ser acionistas do Banif 'mau', a liquidar no futuro próximo, irão perder a suas participações.
As ações do Banif foram suspensas na quinta-feira, dia 17 de dezembro, e já foram excluídas do PSI20 e da negociação na Bolsa de Lisboa. Antes da suspensão as ações valiam 0,02 cêntimos.
Com a resolução foram salvaguardados todos os depósitos e a dívida sénior, os restantes credores ficaram no veículo criado para ficar com os ativos tóxicos, a Naviget. A venda dos ativos que irão transitar para este veículo irão servir para cobrir as perdas dos acionistas e credores.
Um dos ativos que a Navigest irá vender é 48% da Seguradora Açoreana, empresa que está avaliada em entre 30 milhões a 60 milhões de euros, segundo avança o “Diário Económico”. Os restantes 52% da Açoreana estão nas mãos da Rentipar, a holding dos herdeiros de Horácio Roque, fundador do banco (Expresso)

Mania de escrever: Oportunismo ou provocação?

Li na imprensa que o PS da Madeira, a reboque da falência do BANIF, quer investigar as relações alegadamente existentes entre a Fundação  Social-Democrata e a falida instituição bancária. O PS não gosta que se fale na falência de outros bancos nbem dos processos de "salvação" resolvidos por quem era governo e que nos custaram, já o dobro do que o Banif custará.
Não estou mandatado pela Fundação Social-Democrata, a quem me liga apenas o facto de ter assinado o documento de constituição da instituição, tal como todos os membros da Comissão Política Regional do PSD-Madeira, na altura em que isso aconteceu, aceitaram fazer.  Nunca exerci cargos de responsabilidade, não creio que tenha sido, vistas hoje as coisas, uma boa solução apesar de num determinado momento ter resolvido uma ameaça de natureza patrimonial que fragilizaria o PSD-M. Quando deixou de ter capacidade de pagar, como foi feito durante uns anos, Bolsas de Estudo e Prémio aos melhores estudantes, a realidade deveria ter sido assumida de outra forma e resolvida. Quando isso aconteceu a Fundação espetou um primeiro prego no seu caixão. Não duvido disso. Ao longo do meu envolvimento na Comissão Política do PSD-Madeira fui apenas a uma reunião do Conselho Geral da Fundação e não pretendo comparecer a mais nenhuma. Os problemas criados e hoje existentes - e que não são fáceis - não são da minha responsabilidade em nada, não conhecia nada do que era decidido em termos de investimentos, pelo que me considero absolutamente àvontade para abordar o tema.
Que eu saiba a relação entre a Fundação  Social Democrata e o BANIF é uma relação puramente comercial, entre um cliente e um banco. O que o PS eventualmente quererá saber é se a Fundação estará a cumprir os seus compromissos, que empréstimos contraiu, qual o valor remanescente ainda em dívida ao banco em causa. Confesso a minha ignorância total, repito, a minha ignorância absoluta e total, quanto a isso. Nem me parece sequer importante. Este processo vai trazer à tona, inevitavelmente, tudo o que ajudou o Banif a afundar-se. Não foi por causa da Fundação Social-Democrata, nem o financiamento que vários partidos da RAM obtiveram junto do banco para custearem campanhas eleitorais, que o banco deu o estoiro. Por isso acho bem que exista na Assembleia da República uma Comissão de Inquérito que apure tudo, repito, apure toda a verdade, divulgue o respectivo relatório dos factos, pelo que não faz sentido que na Madeira o PS pretenda divertir-se com comissões de inquérito só porque acha que, por essa via, vai atingir o PSD-Madeira  e Miguel Albuquerque.
Já agora imaginemos que o PSD-M resolvia propor uma investigação ou uma comissão de inquérito, a reboque da coscuvilhice e da bilhardice regionais, para tentar perceber se no negócio de venda e compra da antiga e da nova sede do PS no Funchal, tudo se processou com lisura. Talvez começando por chamar antigos dirigentes socialistas locais que parecem saber tudo o que se passou, porventura até documentalmente... Deixemo-nos de hipocrisias

Itália: Renzi o próximo a mandar Bruxelas à fava?

fonte: Expresso

Banif: Gestores perdem milhares de euros e ficam com as contas congeladas

Vários gestores do Banif estão com as contas congeladas. A notícia é avançada pela edição deste sábado do semanário “Sol”, que acrescenta que o congelamento só será revertido caso os administradores comprovem que não estão de alguma forma envolvidos com o colapso do banco. Segundo o mesmo jornal, administradores e acionistas já perderam milhares de euros com o dinheiro que tinham em ações e obrigações. António Varela, do Banco de Portugal, é um dos visados e terá perdido cerca de 50 mil euros. Outros dos nomes divulgados são o de Luís Amado (presidente do Conselho de Administração do Banif), Jorge Tomé (vice-presidente do Conselho de Administração do Banif) e de Teresa Roque (antiga presidente do Conselho estratégico do Banif). Com o colapso do Banif - à semelhança do que aconteceu como BES – , o banco foi dividido em bom e mau. O Santander ficou com os ‘ativos bons’, enquanto os ativos problemáticos, as operações no exterior e 49% da Açoreana vão para o veículo do Estado, a Naviget (que obrigou a realização de um Orçamento Retificativo no valor de €2,255 mil milhões), para futura venda (Expresso)
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... e António Costa culpa troika e anterior Governo

A troika e o anterior Governo têm, para António Costa, responsabilidades no caso Banif. A troika por ter estado “desatenta ao sistema financeiro” e pouco ter feito pela regulação do setor bancário, o anterior Governo por não ter tomado as decisões necessárias para resolver os problemas do banco.
“A troika andou excessivamente preocupada a procurar problemas no Estado, nas autarquias, nas freguesias e nas regiões, e bastante desatenta ao que acontecia no sistema financeiro”, criticou o primeiro-ministro português em entrevista ao “Jornal de Notícias”. E relembra que “já vamos em duas resoluções bancárias”, o que indica que era para aí que “também se devia ter olhado”. Para além dos credores, o chefe de Governo não esquece os seus antecessores. Costa considera que o PSD/CDS pouco ou nada fizeram e que se tivesse sido tomada uma decisão há três anos (e não “em três semanas, “em condições adversas e com custos pesados”) os custos seriam menores. Ainda assim (apesar da injeção de 2,2 milhões de euros no Banif), o atual primeiro-ministro afasta a possibilidade de aumento de impostos, sublinhando que o seu programa de Governo foi “prudente e conservador” de modo a preparar o Orçamento de acordo com as promessas do seu partido. E confirma que, quando durante a campanha eleitoral anunciava surpresas nas contas públicas, era do Banif que estava a falar (Expresso)

Outra trapalhada dos mesmos do costume? Impressos do IRS de 2016 sem qualquer campo para mencionar despesas das faturas...

No próximo ano, os impressos do IRS não terão qualquer campo para os contribuintes mencionarem as despesas relativas a saúde, educação e despesas gerais familiares, porque estas deduções serão assumidas directamente pela autoridade tributária. Estas são algumas das alterações trazidas com a reforma do IRS, segundo avançou o Diário de Notícias.

Os impressos do IRS, que vão ser usados em 2016 não terão qualquer campo para os contribuintes mencionarem as despesas das faturas que colecionaram durante o ano anterior. Os valores das deduções à coleta em saúde, educação e despesas gerais familiares serão assumidos de forma automática pela administração fiscal, mas quem fizer a entrega da declaração em papel não os poderá discriminar. As mudanças não ficam por aqui, até porque estes impressos – que constam de uma portaria assinada ainda pelo anterior secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio – vão ser os primeiros a refletir as mudanças trazidas com a reforma do IRS. As diferenças começam logo no modelo 3, uma espécie de folha de rosto da declaração, onde foi criado um campo específico para os casais declararem se optam ou não pela tributação conjunta. Como, em janeiro de 2015, a regra passou a ser a da tributação em separado, os casais que queiram evitá-la têm de indicar ao fisco que pretendem ser tributados em conjunto  - solução mais favorável quando existe uma grande diferença nos rendimentos auferidos por cada elemento. A possibilidade de consignar 0,5% da coleta do IRS a uma instituição de solidariedade ou a uma igreja fica também arrumada neste modelo 3 (antes, a consignação estava no anexo H). A residência fiscal parcial tem igualmente um campo, onde os contribuintes que passaram parte do ano no estrangeiro, a trabalhar, podem indicar os períodos em que foram considerados residentes fiscais e não residentes fiscais. Já o anexo A, onde se discriminam os rendimentos, retenções na fonte, contribuições para os regimes de segurança social e sobretaxa, foi acrescentado para que se possam indicar também os valores pagos em quotas de sindicatos. Mais profundas são as mudanças no anexo F (rendimentos prediais). Tudo porque foi necessário criar espaços próprios para os contribuintes com casas arrendadas poderem indicar os gastos em obras de recuperação e referir se estes foram feitos antes ou depois de o contrato de arrendamento ser comunicado às finanças. Com a reforma do IRS passou a prever-se que as obras efetuadas até 24 meses antes do início da renda possam ser abatidas. Mas há limites: apenas serão aceites os gastos realizados de 1 de janeiro de 2015 em diante. O impresso que serve para a declarar mais-valias (anexo G) passou também a ter um espaço de exclusão de tributação das mais-valias resultantes da venda do imóvel, quando o valor é aplicado na amortização do empréstimo. Este regime foi também criado com a reforma do IRS, mas é temporário: apenas são aceites as vendas de imóveis ocorridas entre 2015 e 2020 e quando o empréstimo seja anterior a 31 de dezembro de 2014 (Dinheiro Vivo)

domingo, dezembro 27, 2015

Doze membros da administração do Banif recebiam um milhão por ano


O conselho de administração do Banif recebia um milhão de euros por ano. Jorge Tomé, antigo presidente do banco, era o mais bem pago e recebia 13 mil euros por mês. Jorge Tomé e os restantes gestores ficaram agora com as contas congeladas e perderam todo o dinheiro que investiram no Banif.

Conflitos?

fonte: Expresso

Madeira: as nossas escolhas para personalidades do ano 2015

Avelino Farinha
Com uma empresa - a AFA - de  assinaláveis proporções, que emprega hoje cerca de 750 a 800 pessoas (já teve muitas mais mas a crise também deixou marcas profundas na Madeira, nalguns casos e sectores irreparáveis, o que não foi o caso desta empresa e deste empresário), Avelino Farinha tudo tem feito nestes últimos anos, onde as crise no sector da construção em Portugal é mais do que evidente, para seguir em frente, dar um murro na mesa, diversificar mercados e marcar presença, com o seu pessoal, em novas oportunidades de negócio que aparecem um pouco por todo o lado, particularmente no Continente e em África.
Avelino Farinha merece esta escolha para a galeria das personagens do ano que o Ultraperiferias elaborou, por tudo o que tem feito, pelo que representa, pelos empregos que gera na Madeira, pelos riscos que corre, pela discrição com que se movimenta no complexo mundo dos negócios, pela dignidade, educação e trato que exibe.
A abertura este ano do excelente hotel Saccharum na Calheta foi o primeiro sinal de que o turismo seria uma aposta reforçada de Avelino Farinha, uma aposta de sucesso pois a qualidade daquela unidade hoteleira na marginal da Calheta é por todos reconhecida e elogiada. Avelino ganhou a aposta e passou a dispor de um 4 estrelas com 175 quartos, 6 suites e 62 apartamentos, pensado para serviços de qualidade e luxo. Um investimento superior a 15 milhões de euros.
O grupo AFA que lidera foi fundado em 1980 na Madeira, tendo-se transformado ao longo dos anos e graças aos investimentos realizados num grupo empresarial com uma dimensão internacional consolidada e com interesses em diversas áreas de negócio, preservando contudo a construção civil e as obras públicas como a sua actividade principal e na qual Avelino Farinha se sente como peixe na água.
A sua aposta internacional levou o grupo ao continente africano onde em 2007, na Mauritânia e no Senegal, iniciou a sua expansão internacional mas Angola é o seu principal mercado. Além da Madeira onde é claramente líder de mercado, o grupo AFA está presente em Portugal Continental e nos Açores, mantendo interesses em diversas áreas de negócio.
Como o próprio líder do grupo refere, "foi com trabalho árduo, dedicação, imaginação e muito rigor, técnico e financeiro, que, ao longo dos últimos trinta anos, se foi construindo, desenvolvendo e consolidando a actividade do Grupo AFA".
A cereja no topo do bolo, podemos assim chamar, foi conseguida neste final de ano com uma espectacular operação de compra do SAVOY, uma estrutura hoteleira demolida na Avenida do Infante e que se limita a ser hoje um pesadelo em plena zona turística, transformado num buraco sem destino, devido ao facto dos anteriores proprietários terem desistido do investimento previsto e aprovado para aquele espaço. Durante dois anos, e num investimento global da ordem dos 100 milhões que poderão chegar aos 180 ou 200 milhões com a construção da nova unidade hoteleira,Avelino Farinha dará emprego a centenas de pessoas, evitar ser forçado a ter que recorrer ao despedimento por falta de obras - despedimentos que ele considera ser o pior pesadelo que o persegue e atormenta - criando depois, quando o hotel estiver concluído mais de uma centena de novos postos de trabalho no futuro Savoy.
Não é fácil ter-se sucesso numa terra como a Madeira. Uma terra onde as invejas, a má-lingua, as acusações infundadas, os ciúmes pelo sucesso dos amigos, dos vizinhos e até dos familiares etc, são características que imperem no dia-a-dia e tentam moldar a nossa sociedade. Há gente que ataca outros por razões que têm apenas a ver com política e com amizades ou inimizades com terceiros. Avelino Farinha tem sido criticado e acusado de estar próximo do regime, porque essa é a via mais fácil, ignorando os seus críticos da trampa  a capacidade de iniciativa e de realização do empresário, os riscos, as apostas feitas e ganhas quando a concorrência estava toda sentada de sofá em casa, despedindo trabalhadores, não lutando por obras, justificando a inércia e a passividade pela crise, pura e simplesmente não fazendo nada. José Avelino Farinha ainda hoje é criticado, embora a uma escala muito mais reduzida, por razões puramente políticas, por crápulas que pretendem desestabilizar a sua empresa a impedir que ele faça o que faz. José Avelino Farinha foi criticado muitas vezes por alegadamente ser próximo ou amigo de Alberto João Jardim. Ora isso é razão suficiente para o denegrir, derrubar, perseguir, enxovalhar na praça pública. Mesmo que as centenas de pessoas que emprega fossem para o desemprego.  Para esses crápulas era (ainda é) mais fácil criticar por criticar o empresário na expectativa – que perceberam logo constituir um logro – de que ganhariam votos. Ganham votos, se ganham, dos ressabiados, dos invejosos, dos que nada fazem, dos que encomendam a políticos e partidos críticas ou a denúncia de situações falsas, fugindo depois a coresponsabilidades deixando isso para aqueles a quem recorreram e usaram na cruzada contra terceiros, tudo por causa da inveja e do ciúme.

Miguel Albuquerque


Miguel Albuquerque é indiscutivelmente a personalidade política do ano e é fácil perceber porquê. Tudo o que se passou no PSD-Madeira, quando Alberto João Jardim anunciou que não se recandidatava à liderança do partido, passou por Albuquerque, para quem o caminho ficou claramente facilitado até porque o ex-Presidente da CMF tinha sido candidato nas anteriores “directas” e reunia não só uma estrutura de apoio que tinha todas as condições para trabalhar pela vitória da candidatura, mas porque conseguiu ao longo dos anos, concordem ou não com o que digo, cultivado a ideia, que se foi consolidando com o tempo, de que seria uma espécie de candidato natural à liderança do PSD-Madeira e potencialmente o que mais condições teria para vencer essa corrida num partido claramente apostado num contexto de mudança.
De facto MA ganhou as “directas” no PSD-Madeira, quer a primeira volta, quer depois a segunda volta, enfrentando nomes conhecidos do partido que acabaram por render-se à evidencia dos resultados.
Recordo que Com 7164 inscritos participaram no acto eleitoral 5644 militantes, a maior afluência de sempre, uma abstenção de 21,2%. Nas directas de 2012, participaram 3473 militantes, de um universo total de 3859, tendo Alberto João Jardim obtido 51% da votação contra 49% de Miguel Albuquerque 49%, graças a uma diferença de 142 votos. Digamos que nessa altura foi dado um sinal claro quer a João Jardim, quer a Miguel Albuquerque, neste caso claramente a abrir caminho a uma nova tentativa de eleição e de conquista da liderança do PSD-Madeira.
Depois de conhecidos os resultados o eleito afirmou que «esta vitória é concludente porque tivemos uma percentagem de 47,5%, com seis candidatos". Miguel Albuquerque foi o candidato mais votado à liderança do PSD-Madeira, com 47,71% dos votos expressos, seguido do ex-Secretário Regional da Agricultura e Recursos Naturais, Manuel António Correia que não foi além dos (27,81%). O ex-Vice-Presidente do Governo Regional, João Cunha e Silva (15,97%) ficou em 3º seguido do ex-deputado europeu Sérgio Marques (5,3%), do vice-presidente da Assembleia Legislativa regional, Miguel de Sousa (2,3%) e do líder parlamentar e secretário-geral do PSM-Madeira, Jaime Ramos (0,72%). Albuquerque ficou a escassos 180 votos da maioria absoluta.
Na segunda volta, Miguel Albuquerque venceu em 10 dos 11 concelhos, Albuquerque - Manuel António ganhou apenas na Ponta do Sol - e em 42 freguesias contra 12 para o outro candidato. Albuquerque venceu com 64,06% dos votos contra 35,94% de Manuel António Correia, secretário do Ambiente e Recursos Naturais. No discurso da vitória, o ex-presidente da Câmara Municipal do Funchal afirmou que “quem disse que o PSD/Madeira ia sair enfraquecido destas eleições, enganou-se redondamente“.
Estava dado um primeiro passo para a mudança no maior partido que seria confirmada em  Janeiro de 2015 no Congresso do PSD onde foi claramente definida a aposta prioritária: maioria absoluta nas regionais que seria suscitadas imediatamente conforme posição assumida pelo novo líder e vitória nas eleições legislativas nacionais.
Depois da vitória nas regionais de 2015, obtida por apenas um mandato – mas sem que não devam ser excluídos diversos factores que de uma forma ou de outra condicionaram o PSD, a campanha eleitoral e a mensagem levada até aos eleitores – seguiu-se uma vitória nas legislativas nacionais, que nem a perda de um mandato ofusca. O PSD-Madeira foi vítima, tal como o CDS, dos efeitos da austeridade, do impacto negativo da postura arrogante de Passos Coelho e do CDS. Não era possível ao PSD travar essa onda de descontentamento e de contestação que se revelou nas urnas. Uma das posturas de MA, que ele assumiu devido à amizade pessoal com Passos que não deve ser confundida com outras coisas muito mais importantes que isso, foi uma proximidade ao ex-primeiro-ministro, mesmo quando sabíamos todos que as eleições de 4 de Outubro provavelmente provocariam um choque e que colocariam ao PSD-Madeira dificuldades tremendas para continuar no exercício da governação. O que aconteceu. Não acredito, ao ao contrário de outros analistas políticos regionais mas não rejeito liminarmente, a tese de que algum do eleitorado mais urbano, contestador da austeridade que os madeirenses sentiram de forma superior à dos continentais, não tenham gostado dessa proximidade de MA a Passos e que o PSD-Madeira tenha em certa medida recebido um aviso disso. Continuo a pensar que foi uma conjugação de vários factores, desde Passos à austeridade, do PAEF a uma desilusão popular com a política – que levou a abstenção para valores recorde que são preocupantes e que nem mesmo as tentativas de desvalorização de uma realidade, sem sustentabilidade técnica e científica, assente na veiculação de tretas sobre a dimensão na RAM do chamado eleitorado flutuante.
Com vários desafios pela frente, ao nível da governação, com a necessidade de continuar a ter o partido na mão, mobilizado, a pensar já nas autárquicas de 2017 que MA já disse que pretende ganhar, incluindo recuperar as Câmaras Municipais perdidas em 2013, é possível que o PSD-Madeira possa sofrer algum impacto negativo decorrente de factos novos que possam surgir na política nacional – o primeiro dos quais foi o vergonhoso processo do Banif e a forma criminosa como foi tratado pelo anterior governo, a que se juntam as patifarias, mentiras e os embustes sobre a devolução da sobretaxa do IRS – mas MA parece funcionar como uma garantia de que os estragos que isso possa causar serão controlados. MA tem claramente – o facto de ser um partido de poder ajuda muito – o PSD-M com ele e continua a beneficiar do estado de graça que estas mudanças políticas nos partidos geram. Não creio que até este momento nem MA nem o  Governo Regional tenham desiludido os madeirenses, apesar dos esforço da oposição para dar a ideia de que no PSD-M é “mais do mesmo” quando basta olhar para a oposição e perceber com rigor onde é que isso se verifica, de facto. Perfeitamente óbvia e justificada esta escolha deste blogue para personalidade política do ano na Madeira.

Jorge Tomé: "O resultado da venda do Banif foi desastroso"


O Presidente do Banif diz que cerca de 600 a 700 trabalhadores do banco vão perder o emprego por causa da resolução que ditou a venda do banco. No programa Negócios da Semana, Jorge Tomé considerou a decisão do Governo desastrosa, garantiu que não foram acauteladas todas as partes na venda do banco e anteviu que surja nos próximos tempos um movimento de lesados do Banif.

Porto Santo: vejam esta entrada de leão do Lobo Marinho!"

Banif: quando é que esta senhora vai ter a dignidade e a coragem de assumir as suas culpas? Já não basta não o ter feito com os swaps?

fonte: Expresso

Humor de Henrique Monteiro: Espírito de Natal

fonte: Henricartoon

Os bancos que já fecharam...

fonte: Expresso

Opinião: os custos do desleixo do governo de Passos e do CDS sobre o Banif

fonte: Expresso

Banca: a próxima barracada?

fonte: Expresso

Quando conheceremos a verdade sobre o vergonhoso processo do Banif?

fonte: Expresso

Banif: os elevados custos de um processo que demorou tempo demais

fonte: Correio da Manhã

Humor: magia...bancária!

fonte: Expresso

Os milhões espatifados na banca


fonte: Expresso

Banca: e as responsabilidades?

fonte: Expresso

Espanha: La economía de las comunidades autónomas en 2014

fonte: El Pais

Espanha: La crisis por comunidades autónomas

fonte: El Pais

SIC-Notícias: O Eixo do Mal (26 de Dezembro 2015)

Reportagem do Expresso: Madeira, a joia do Atlântico

A Madeira tem um novo cartão de visita online. Chama-se Discovering Madeira e propõe uma experiência turística alternativa para quem procura mais do que as tradicionais caminhadas pelas levadas ou as descidas em carros de cesto no Funchal. Os segredos mais bem escondidos e inesperados da pérola do Atlântico estão agora ao alcance de um clique.
Mentora do projeto, Rita Galvão, 43 anos, apresenta-se como a anfitriã do arquipélago que a viu nascer. Comunicadora por natureza, deixou-se levar pelo sonho de montar o seu próprio negócio. Mudou de vida, sem grandes receios, depois de oito anos dedicados ao Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato madeirense, através do qual deu a conhecer os produtos regionais em inúmeros eventos vitivinícolas internacionais que procura agora replicar na sua ilha. Durante esse período, Rita manteve sempre “os olhos postos no sector privado” à espera do momento certo para dar o salto. Concluído o curso de Comunicação Social em Lisboa, Rita enveredou pelo turismo. “Era definitivamente uma área a explorar, uma vez que os madeirenses sempre apostaram nos recursos turísticos do arquipélago, dando a conhecer ao mundo as maravilhas do território”, afiançou a empreendedora.
A ideia de criar um sítio de internet agregador de vários parceiros turísticos locais surgiu em 2013. O portal oferece informações sobre a ilha da Madeira, bem como a possibilidade de reservar hotel e comprar experiências antecipadamente. Por cada experiência vendida no portal, o Discovering Madeira recebe uma comissão das empresas envolvidas no negócio. Rita quer ser líder em marcações online no mercado local e para isso conta com uma rede que envolve cerca de 60 parceiros turísticos.
Ao consultar o portal, o cliente encontra propostas para umas férias perfeitas em família, escapadelas românticas ou passeios pela ilha em harmonia com a natureza. As propostas são inovadoras porque promovem o turismo ativo, que tem vindo a crescer na Madeira nos últimos anos, mas ainda não atrai muitos turistas ao arquipélago. “Ao revelarmos uma Madeira voltada para um turismo mais ativo, vamos buscar uma faixa etária mais jovem”, entre os 25 e os 50 anos que procura experiências alternativas, explicou Rita.
As estreitas ligações da empreendedora ao vinho da Madeira trouxeram à luz outro projeto, o Madeira Wine Tours, também disponível no site. Com o vinho por protagonista, os clientes rendem-se às provas no meio de uma vinha, no interior de uma antiga adega ou no Armazém do Mercado, no centro do Funchal. Sempre com direito a explicação detalhada sobre as origens do vinho da Madeira, as castas autóctones (Tinta Negra, Malvasia e Bual) e os mais de 500 anos da sua História.
As provas podem ser acompanhadas de uma seleção de chocolates, sushi ou queijos, ou apenas de uma paisagem de cortar a respiração. É o caso de um dos locais mais bem guardados da ilha, a Fajã dos Padres, com produção própria do Madeira a partir de vinhas originais de Malvasia. Este lugar, de localização privilegiada no sopé de uma escarpa com 250 metros, afigura-se inesquecível, e dá direito a uma boa conversa na adega com o anfitrião e produtor Mário Jardim Fernandes, ou um almoço no restaurante.
AVENTURA E REPOUSO DE MÃOS DADAS
A Madeira é uma ilha de origem vulcânica, com 742,4 km², flora exótica e clima subtropical. É conhecida pelos 15 mil hectares de floresta laurissilva nos vales a norte da região autónoma, a maior superfície do mundo, classificada Património Natural da Humanidade pela UNESCO em 1999. Além dos trilhos para caminhadas na montanha — as levadas —, a exuberante floresta esconde locais ideais para a prática de canyoning, um desporto que desafia os praticantes a explorarem uma ribeira ou um curso de água. Os menos aventureiros mas igualmente apaixonados pela natureza podem optar por um passeio em semirrígido com a Rota dos Cetáceos. Uma equipa de biólogos marinhos explica tudo sobre as populações de golfinhos dos mares do arquipélago. Com alguma sorte, é possível nadar com estes mamíferos marinhos. Uma vez em terra, em algumas horas percorre-se o Funchal num Tukxi ecológico que tão depressa se embrenha nas estreitas vielas da zona histórica como sobe aos miradouros que oferecem panoramas deslumbrantes sobre a cidade.
O descanso estará garantido à mesa do Il Gallo d’Oro, galardoado desde 2009 com uma estrela Michelin. A carta, requintada e criativa, foi pensada pelo chefe francês Benoît Sinthon. Noutra mesa, a do Reid’s Palace, saboreia-se uma seleção de 24 chás e de iguarias regionais, uma tradição britânica que o famoso hotel madeirense oferece diariamente, das 15h às 17h30. Uma verdadeira tea party à inglesa!
A experiência só ficará completa com uma noite no The Vine, um moderno hotel no centro do Funchal agraciado com o prémio World’s Leading Design Hotel. A piscina com vista panorâmica, o restaurante Uva e o spa fazem desta unidade hoteleira a escolha perfeita (texto da jornalista do Expresso, Cristina Pombo)