quinta-feira, abril 15, 2021
Restauração com quebras catastróficas no mês passado
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Quebras na restauração e alojamento. Empresas admitem despedimentos até final de junho
terça-feira, abril 13, 2021
segunda-feira, abril 12, 2021
Um milhão e 600 mil pessoas residentes em Portugal estão em pobreza
Nota: reconhecer quem vai sair
Quando a coligação PSD-CDS na extremada caminhada para o assalto à CM do Funchal - qual bastião do futuro desta Região e do seu povo - deixo uma palavra de apreço pela força como os vereadores social-democratas ainda em funções e de saída, desenvolveram a sua actividade, muitas vezes, quase sempre, abandonados à sua sorte, sem apoio político consistente. O PSD-M, infelizmente, não sabe estar na oposição, como devia, nem valoriza esse estatuto que decorre da vontade soberana e incontestada dos cidadãos expressa nas urnas. Em política nada é perfeito a começar pelos protagonistas, pelo que eles fazem ou decidem. Mas reconheço que foi um combate difícil numa cidade que desde 2013 virou costas aos social-democratas - em grande medida também com o contributo, sobretudo em 2013, de alguns social-democratas ressabiados e influenciados pela lógica bandalha da política mercantilizada - numa realidade, diria antes num círculo vicioso que mostra que nem sempre a política vai conseguir reconhecer aqueles que fizeram o que lhes competia e era pedido. Os vereadores do PSD-M na Câmara do Funchal, eleitos em 2017 numa eleição que se revelou desastrada e frustrante para a nomenclatura dirigente que nesse ano liderava o PSD-M, responderam, foram persistentes, chatearam, suscitaram muitos assuntos, deviam ter sido mais apoiados, não tiveram o espaço mediático que lhes seria mais adequado e devido. Vão-se embora num tempo em que à moda indiana, as "castas", certas "castas" parecem dominar e querem controlar, num lado e no noutro, no poder e na oposição, num jogo de poder, de avanços e recuos, de sonhos e ambições, que não conta com todos, nem quer chamar todos os que são realmente precisos. E muito menos um tempo político distorcido e pressionado que não reconhece os que cumpriram longe dos holofotes da ribalta que normalmente protegem (acham mesmo?) as alegadas "vedetas" da política, regra geral mais preocupadas com o mediático e a imagem pessoal e com a "chatice" de terem que marcar presença numa campanha eleitoral que tem o povo eleitor como principal protagonista. porque é ele que dá ou tira o poder, mais ninguém, nem redes sociais, nem estruturas de comunicação, nem nada mais. E desconfio que esse povo eleitor tem uma paciência cada vez mais limitada e mostra-se cada vez mais independente de tudo e de todos nas suas escolhas (LFM)
Nota: a "guerra" pela CMF será total
Por vários motivos, acho que há uma aposta política clara mas há também algumas vulnerabilidades perigosas. Decididamente a luta pela CMF - quando estamos à beira de um dos momentos que pode ser, oxalá que não, um dos mais críticos da história mais recente da Madeira, sobretudo em termos económicos, sociais e orçamentais - deixa antever que o processo de constituição das candidaturas vai parecer muito com um jogo de "jockers", numa mesa em que todos os jogadores pretendem ganhar mas enganando tudo e todos. Um espécie de vale tudo perigoso que não se compadece com certas opções, pelas polémicas que elas podem suscitar. Veremos o que nos reservam os "jockers" seguintes, numa eleição em que antevejo fique marcada, é essa a minha convicção, pela enorme possibilidade dos eleitores do Funchal se irritarem pela primeira vez, mas irritar-se mesmo e a sério. E vão mostrá-lo nas urnas. Uma coisa é certa: estamos a falar de uma eleição e de uma campanha eleitoral que não se compadece com a política do sofá, com snobeiras, com amadorismos tontos ou pirosices, uma eleição e uma campanha que num tempo de restrições tem que encontrar a arte para ir ao terreno e ouvir as pessoas. Uma campanha e um combate eleitoral que exige que comuniquem bem, mostrando o que querem, ao que vêm e o que pretendem realizar, sem truques e sem patifarias manipuladoras (LFM)
domingo, abril 11, 2021
Sondagem: Mais de metade dos portugueses não vai fazer férias
Entre aqueles que
afirmam o contrário, a maioria vai gozá-las em Portugal numa casa alugada,
hotel ou segunda residência e prevê gastar tanto como no ano passado.
Mais de 50% da população portuguesa não tenciona fazer férias este ano - é, sobretudo, no Norte e na Área Metropolitana do Porto (AMP) que essa tendência se verifica com valores acima da média nacional. A sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF revela também que, entre aqueles que planeiam fazer férias, a grande maioria vai gozá-las dentro das fronteiras nacionais (90%) e estima realizar os mesmos gastos do que no ano passado (64%). Num tempo em que a pandemia condiciona fortemente a mobilidade, não espanta que apenas 5% dos inquiridos pretendam viajar para o estrangeiro durante o descanso anual.
sábado, abril 10, 2021
Covid-19: Doentes recuperados acabaram por morrer após sequelas (Madeira)
É mais um alerta sobre o risco das sequelas da Covid-19. O diretor clínico do serviço regional de saúde da Madeira tem registo de várias pessoas que recuperaram da doença, mas que acabaram por voltar aos cuidados intensivos e morreram
sexta-feira, abril 09, 2021
Covid-19: Mais de metade das pessoas com «forte carga viral» são assintomáticas, aponta estudo
Mais da metade das pessoas com forte infeção por Covid-19 não reportou nenhum sintoma, de acordo com um estudo do gabinete de estatísticas do Reino Unido (ONS, na sigla em inglês), citado pelo ‘Independent’. Os resultados mostram que o risco de as pessoas espalharem o vírus sem saber que estão infetadas é cada vez maior, com esta a ser considerada uma das principais vias pelas quais a pandemia se espalhou tão facilmente pelo mundo.
Segundo os dados do ONS, 53% das pessoas com carga viral forte ou elevada, entre dezembro e março, não reportaram nenhum sintoma, em comparação com 47% dos restantes que reportaram. A análise exclui pacientes no início da infeção, quando a transmissão e os sintomas são considerados menos prováveis. Fadiga, dor de cabeça e tosse foram os sintomas mais reportados nas pessoas que tiveram um teste positivo para Covid-19, demonstrando ter uma elevada carga viral.
O paradoxo chileno: País vacinou cedo, depressa e bem, mas agora está a braços com uma enorme vaga de Covid-19 e com confinamento sério
O Chile é o
terceiro país com mais pessoas vacinadas no mundo, graças a um eficiente plano
de vacinação. Mas uma nova vaga de contágios obrigou ao fecho das fronteiras e
ao adiamento das eleições autárquicas. O que é que aconteceu? As fronteiras do
Chile vão estar fechadas pelo menos durante todo o mês de abril e só reabrirão
em maio caso a situação esteja controlada. As eleições autárquicas, que estavam
marcadas para 10 e 11 deste mês, foram adiadas pelo menos por seis semanas. E a
circulação é atualmente permitida apenas aos detentores de passes diários por
questões profissionais.
Aos fins de semana, todos os outros cidadãos só podem sair de casa uma vez por dia para comprar bens essenciais. São mais de 16 milhões de pessoas que estão confinadas. Outra vez. Teve de ser, não se cansa de dizer o Governo, mas nem precisava. Nestes últimos dias, as imagens dos contentores refrigerados junto à morgue do Hospital Carlos Van Buren, em Valparaíso, a apenas 120 quilómetros de Santiago, a capital, lembram aquilo que vimos acontecer em Portugal no final de janeiro, e são mais do que suficientes para justificar a obrigação de ficar em casa. A surpresa e o choque, porém, foram grandes. A falta de espaço para mais cadáveres naquele hospital surge num momento em que mais de um terço da população já se encontra vacinada. Graças a um rápido processo de vacinação, mais de 6 milhões de chilenos receberam, pelo menos, a primeira dose da vacina contra a Covid-19. O mundo chamou-lhe mesmo “o milagre chileno”.
“A quarta vaga vai ser maior”. A nova variante da Covid-19 que está a causar preocupação no Japão
As autoridades de saúde do país receiam estar a caminho de uma quarta vaga, a pouco mais de cem dias dos Olímpicos de Tóquio. A causa de tanta preocupação dá pelo nome de Eek e foi identificada em fevereiro, poucos dias depois de o país iniciar o seu plano de vacinação contra a Covid-19. Trata-se de uma nova variante do coronavírus SARS- CoV-2, registada inicialmente num centro de imigração em Tóquio, e que no mês passado foi já responsável por 70% dos internamentos nos hospitais da capital japonesa.
Estudo revela que um terço das pessoas com covid-19 pode desenvolver problemas neurológicos ou psiquiátricos
Cerca de um terço
das pessoas que têm covid-19 podem desenvolver problemas neurológicos ou
psiquiátricos, com ansiedade e doença bipolar entre os mais comuns, de acordo
com um estudo publicado hoje na revista Lancet Psychyatry. A partir da análise
de dados eletrónicos de 236.379 pacientes norte-americanos que tiveram
covid-19, os investigadores da universidade britânica de Oxford concluíram que
a 34 por cento foi também diagnosticado um problema psiquiátrico (ansiedade em
17% e bipolaridade em 14%) até seis meses depois de recuperarem da doença.
Entre aqueles que estiveram internados nos cuidados intensivos, há uma prevalência de acidente vascular cerebral de 07% e 02% de casos de demência. Estes diagnósticos, a par de outros 10 problemas analisados neste estudo observacional, são mais comuns em pacientes com covid-19 do que em outros que tiveram gripe ou outras infeções respiratórias durante o mesmo período, sugerindo um impacto direto da doença provocada pelo SARS-CoV-2. O principal autor do estudo, Paulo Harrison, afirmou que “os riscos individuais para a maioria destes problemas são baixos, mas o efeito na população pode ser substancial e fazer-se sentir nos sistemas de saúde e sociais por causa da escala da pandemia e pelo facto de muitos serem crónicos.”
Covid-19: Vacina da Moderna tem mais efeitos secundários do que a da Pfizer, apontam estudos
A vacina contra o
coronavírus da Moderna é eficaz contra a propagação de novas variantes, mas é
mais provável de causar efeitos secundários do que a da Pfizer, de acordo com
estudos norte-americanos. Os investigadores das universidades de Duke e Emory,
nos Estados Unidos, descobriram que a vacina da Moderna funciona contra a
variante britânica Kent, que é dominante tanto nos Estados Unidos como no Reino
Unido, bem como contra a variante da Califórnia. Para alem disso, os resultados
mostram que o mesmo fármaco origina anticorpos que se mantêm no sangue durante
pelo menos seis meses após a segunda dose.
No entanto, os especialistas sublinham que a vacina pode causar mais efeitos secundários do que uma semelhante da Pfizer, com até três quartos dos recetores a reportar dor no local da infeção ou dores de cabeça. Segundo a pesquisa, após a primeira dose, as pessoas que receberam a inoculação de Moderna tinham maior probabilidade de reportar efeitos secundários. Por exemplo, 73,9% dos vacinados com a Moderna reportaram uma reação no local da injeção, como dor ou vermelhidão, em comparação com 65,4% das pessoas que receberam a vacina da Pfizer. Para além disso, 51,7% daqueles que receberam o fármaco da Moderna reportaram reações como dor de cabeça, febre ou arrepios, em comparação com 48% no caso da Pfizer.
A disparidade entre as
duas vacinas aumentou após a segunda dose. Um total de 81,9% dos que receberam
Moderna relataram uma reação no local da injeção e 74,8% relataram outros
efeitos colaterais. Comparativamente, 68,6% daqueles que receberam a injeção da
Pfizer relataram reações no local da vacina e 64,2% tiveram outros sintomas (Executive
Digest, texto da jornalista Simone Silva)
BCP, CGD, Novo Banco, Santander Totta, BPI e Montepio com perda de 293 milhões
Os bancos portugueses
BCP, CGD, Novo Banco, Santander Totta, BPI e Montepio registaram uma perda
líquida agregada de 293 milhões de euros em 2020, contra lucros líquidos de 894
milhões de euros em 2019, refere a DBRS. Segundo o estudo da DBRS Morningstar hoje
publicado, estes resultados “mostram o impacto de níveis de provisionamento
mais elevados, bem como a pressão sobre as receitas devido ao agravamento das
consequências económicas da pandemia da covid-19”.
A empresa de ‘rating’ precisa que este conjunto de seis bancos portugueses registou perdas de 250 milhões de euros no quarto trimestre de 2020, considerando que “as receitas principais agregadas diminuíram, com o confinamento a prejudicar as atividades comerciais e as despesas dos consumidores, especialmente no segundo trimestre”.
COVID-19: Caso da AstraZeneca abala confiança, mas maioria dos portugueses quer ser vacinada
O caso AstraZeneca trouxe dúvidas sobre a segurança das vacinas contra a COVID-19, mas apenas 5% dos inquiridos recusam serem inoculados e 10% dizem que talvez não o sejam. Num estudo com quatro países europeus, portugueses são os mais confiantes. As conclusões são de um estudo da Deco Proteste. Em meados de março, foram levantadas suspeitas sobre a segurança da vacina da AstraZeneca contra a COVID-19. A Agência Europeia de Medicamentos foi informada sobre 30 episódios tromboembólicos, isto é, sobre a formação de coágulos sanguíneos, em cerca de cinco milhões de indivíduos vacinados. Raros, mas potencialmente graves, estes casos levaram à suspensão temporária da vacina em vários países, entre os quais Portugal, seguindo o princípio de precaução até que fosse estabelecida, ou não, uma relação de causa-efeito.
A Agência Europeia de Medicamentos concluiu que os benefícios na prevenção da hospitalização e da morte por COVID-19 eram superiores aos riscos, além de não ter sido provada nenhuma relação entre tais episódios e a toma da vacina. Mas, para muitos europeus, sujeitos às declarações de alguns responsáveis políticos e a uma sobre-exploração dos casos na comunicação social, o mal estava feito, e a desconfiança alastrou-se a todas as vacinas.
Assustado com efeitos secundários da vacina da AstraZeneca? Então veja a lista dos do paracetamol, ibuprofeno, Viagra e pílula
Paracetamol, ibuprofeno,
pílula anticoncecional ou Viagra podem ter efeitos secundários tão graves
quanto os coágulos já considerados, pela Agência Europeia do Medicamento,
consequência da vacina da AstraZeneca. Avaliar o benefício/ risco enquanto não
se descobre a causa é o conselho dos especialistas
“Todos os medicamentos têm efeitos adversos graves. Não há medicamento que seja eficaz e não os tenha”, afirma, de forma veemente, Francisco Batel Marques, professor da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. E, referindo-se à frequência com que surgiram relatos de casos de tromboses com redução acentuada do número de plaquetas em pessoas que tomaram a vacina da Astrazeneca, o especialista comenta mesmo, “uma prevalência de um em 100 mil nem existe”.
quarta-feira, abril 07, 2021
Venzuela: Aliança pró-Guaidó anuncia mudanças para reforçar coligação e derrotar Maduro
A aliança de organizações e partidos
que apoiam o líder da oposição venezuelana anunciou mudanças para tornar a
coligação mais “ampla, inclusiva, eficaz”, garantir a convocatória de eleições
livres e derrotar “a ditadura” de Nicolás Maduro.
“Concordamos na reconfiguração da
aliança de partidos políticos, tanto na liderança como na tomada de decisões
para a tornar mais útil, ampla, inclusiva, eficaz, assertiva e operacional”, de
acordo com uma declaração, divulgada na terça-feira, do movimento que apoia
Juan Guaidó.
No texto, a aliança explicou ter tomado esta decisão “instada pela necessidade de melhorar e reforçar” a “articulação entre os partidos políticos”. Os signatários acrescentaram também que darão prioridade a medidas de combate à covid-19 e à convocação de eleições presidenciais, legislativas, regionais e municipais de forma “livre e justa”. Por outro lado, asseguraram que vão efetuar novos esforços para convocar e incluir todas as partes que desejem fazer parte da aliança, “garantindo a maior amplitude possível no processo de deliberação e discussão política”. O anúncio chega em ano de eleições, quando se planeia convocar as eleições regionais. A oposição venezuelana tentou reorganizar-se várias vezes nos últimos anos para garantir uma grande coligação, como a de 2015, quando formou a Mesa da Unidade Democrática (Executive Digest)
Cronologia: Os dias que levaram ao pedido de resgate há 10 anos
Assinalam-se esta terça-feira dez anos
do pedido de resgate português. Foi no dia 6 de abril de 2011 que José
Sócrates, pressionado pelo seu ministro das Finanças, Teixeira dos Santos,
comunicou aos portugueses a decisão que há muito se temia. Recorde o filme
desses dias e de como Portugal acabou por capitular por pressão dos mercados
financeiros depois de mais de um ano no olho do furacão
Foram 13 meses de calvário no segundo
governo chefiado por José Sócrates, desde que fez aprovar, com a abstenção do
PSD, o orçamento para 2010, até que a 6 de abril de 2011, encostado à parede
pelos bancos e pelo seu ministro das Finanças, veio à televisão anunciar o
pedido de resgate.
Pelo meio, o governo apresentou quatro
Programas de Estabilidade e Crescimento até que o último foi rejeitado por uma
coligação negativa de todas as oposições no Parlamento. Sócrates pediu a
demissão e o governo ficou em gestão.
O custo do endividamento disparou e ultrapassou a linha vermelha que o ministro das Finanças Teixeira dos Santos considerara o ponto de não retorno para um pedido de apoio à troika - Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional - que entretanto se formara para resgatar a Grécia e a Irlanda.
Dez anos depois da troika, FMI ainda pede reformas estruturais e no mercado de trabalho
A chefe da missão do FMI para Portugal, Laura Papi, falou com o ECO para assinalar os dez anos do resgate financeiro que ficou marcado pela política de austeridade e um "mea culpa" posterior. O Fundo Monetário Internacional (FMI) veio pela terceira vez em auxílio de Portugal em 2011 quando o então primeiro-ministro, José Sócrates, pediu ajuda financeira internacional perante a insustentabilidade da situação do país. Contudo, ao contrário das intervenções anteriores na década de 70 e 80, desta vez a economia portuguesa tinha uma moeda comum com outros países europeus, a qual não podia desvalorizar, e a receita vigente tanto em Washington como em Bruxelas era a temida austeridade. Mais tarde, o FMI fez o “mea culpa” e mudou a mensagem, mais depressa que alguns governos europeus, alinhando atualmente na mensagem de que é preciso investir para ultrapassar a crise pandémica, ainda que olhando para a sustentabilidade das contas públicas.
Esta terça-feira, 6 de abril, assinalam-se os dez anos do resgate financeiro da troika, a palavra que os portugueses mais ouviram entre 2011 e 2014, ano em que Portugal fez a “saída limpa” do programa de ajustamento. O ECO falou com Laura Papi — a sucessora de Poult Thomsen e Abebe Selassie, os chefes da missão do Fundo para Portugal — sobre este doloroso processo, cheio de polémicas, recuos, excessos e erros. Acabou por ser reconhecido que os multiplicadores (impacto das medidas) orçamentais na economia usados pelo FMI subestimaram o efeito dos cortes na despesa e dos aumentos de impostos.
Teixeira dos Santos: “Não foi fácil” defender o pedido de ajuda à troika “à revelia do primeiro-ministro”
Antigo ministro das Finanças conta como foi difícil contrariar primeiro-ministro sobre pedido de ajuda financeira. E destaca diferenças substanciais entre a crise da dívida e a crise da pandemia. Há exatamente 10 anos, José Sócrates anunciava nas televisões nacionais que Portugal ia pedir assistência financeira internacional. O antigo primeiro-ministro falou ao país pouco depois das 20h30, num anúncio que fora precipitado por declarações “à sua revelia” do então ministro das Finanças durante a tarde desse dia 6 de abril de 2011. “Não foi fácil ter de publicamente emitir a minha opinião quanto ao pedido de ajuda, sabendo da resistência do primeiro-ministro”, recorda Teixeira dos Santos.
A troika tinha acabado de aterrar na Irlanda e na Grécia e, em 2011, foi
Portugal a ser “cercado” pelos investidores internacionais, depois de a taxa de
juro das obrigações a 10 anos ter ultrapassado a “linha vermelha” dos 7% no
mercado secundário. Foi o que fez soar os alarmes no Terreiro do Paço, apesar
de José Sócrates ter sempre defendido que o país não iria precisar de um
resgate internacional.
“De facto, entendi que seria um elevado risco para o país se esse tal pedido não viesse a acontecer e daí que, ao fim e ao cabo, com sentido de dever e obrigação com o país, ter de emitir a minha opinião à revelia daquilo que era o entendimento do primeiro-ministro. Não foi fácil fazer isso”, conta o antigo ministro das Finanças.
Madeira recebeu na Páscoa sobretudo portugueses do continente. Hotéis de cinco estrelas tiveram mais ocupação
A TAP reforçou as ligações à ilha no período
da Páscoa, que passaram de dois para três voos diários, e também a Easyjet
alargou as rotas ao Funchal com dois voos por dia de Lisboa e quatro por semana
à partida do Porto. Não foi o que a Madeira esperava, o resultado turístico da
Páscoa de 2021, mas ainda assim os hotéis da região conseguiram ter neste
período alguma afluência de portugueses vindos do continente. A proibição de
circular entre concelhos que vigorou neste período não se aplicou aos cidadãos
que viajaram até às regiões autónomas, e que tinham de fazer as necessárias
deslocações ao aeroporto, pelo que a TAP e a Easyjet reforçaram as ligações
aéreas com vista a atender a um maior movimento.
"Esta Páscoa tivemos na região taxas
médias de ocupação de 25%, em que houve uma grande componente do mercado
nacional", adianta Nuno Vale, diretor da Associação de Promoção da Madeira
(APM), referindo que neste período houve um reforço de voos da TAP, que
passaram de duas a três frequências por dia, e também da Easyjet, que assegurou
voos de Lisboa ao Funchal duas vezes por dia, e do Porto quatro vezes por
semana.
Estas taxas de ocupação nos hotéis da Madeira e do Porto Santo, maioritariamente de portugueses continentais, referem-se a hotéis de padrão elevado. "A clientela que veio na Páscoa procurou hotéis de categoria superior, os de cinco estrelas tiveram mais ocupação, o que é interessante", faz notar o responsável da APM.
A economia portuguesa antes, durante e depois da troika (e agora com a pandemia)
Há 10 anos o então Governo PS fazia um pedido de ajuda externa, culminando em quatro anos de troika em Portugal. Como evoluiu a economia portuguesa nesta década? A crise pandémica veio trocar as voltas às estatísticas sobre Portugal, mas durante os dez anos que se seguiram ao pedido de resgate financeiro a economia portuguesa não ficou igual. Este é um período marcado por duas recessões e um período intermédio de retoma económica, o que teve influência na dívida pública, no PIB ou noutros indicadores económicos. No dia em que se assinala uma década desde o pedido à troika, o ECO recorda a evolução da economia nacional desde então.
Em 2011, a economia portuguesa acabava de sofrer o choque da crise financeira de 2008/2009 e preparava-se para mais uma recessão, só que mais duradoura e intensa. Em 2011, 2012 e 2013, a economia portuguesa voltou a contrair por causa da crise das dívidas soberanas da Zona Euro, da qual fazia parte como país que tinha recorrido a ajuda externa. A retoma começou em 2014, ano da “saída limpa” da troika, mas foi lenta e só em 2018 é que a economia tinha superado definitivamente as duas crises consecutivas que enfrentou. Porém, o período de somar valor além da recuperação durou pouco tempo. Após o crescimento de 2019 (2,5%), a pandemia chegou e provou a maior queda da história democrática (7,6%). A parte boa é que, segundo as previsões, a retoma estará completa em dois anos.
Com o fim das moratórias e do lay-off, “o pior ainda está para vir”
Numa altura que o Governo anunciou um novo pacote de apoios à economia
para ajudar as empresas a minimizar os impactos da pandemia, nomeadamente o
prolongamento do apoio à retoma progressiva, o alargamento do lay-off
simplificado e o reforço dos subsídios a fundo perdido, o presidente da
Associação Nacional de Jovens Empresários (Anje) alerta que existem
"empresas que ainda não estão a receber os apoios".
Os efeitos da pandemia da Covid-19 foram devastadores para grande parte
do tecido empresarial português e Alexandre Meireles prevê que o "pior
ainda esteja para vir com o final das moratórias previstas para o final de
setembro e do lay-off". Destaca que são "necessárias medidas urgentes
e um planeamento bem feito", caso contrário prevê que nessa altura
"vamos assistir a uma grande vaga de desemprego e falências" e um "incremento
significativo da taxa de desemprego".
O presidente da Anje reconhece a resiliência das empresas e a capacidade
de adaptação, mas alerta que "a resiliência tem limites e os empresários
estão no seu limite".
Em relação ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), Alexandre Meireles tem esperança que o investimento público da “bazuca” crie externalidades positivas no tecido económico e social, ao mesmo tempo que diz recear que as empresas tenham dificuldades em aceder aos incentivos e ao investimento.
Da “linha vermelha” aos juros abaixo de zero, mesmo com a dívida em recorde
Há 10 anos, José Sócrates anunciava o pedido de ajuda externa. Desde então, Portugal reconquistou os mercados e as agências de rating, mas não se livrou dos riscos da elevada dívida. Ex-primeiro-ministro José Sócrates dirigiu-se ao país a 6 de abril de 2011 para anunciar o pedido de ajuda externa.
“O país foi irresponsavelmente empurrado para uma situação muito difícil
nos mercados financeiros“. O ministro das Finanças Fernando Teixeira dos Santos
já tinha dito, ao Jornal de Negócios, que a situação era difícil e que entendia
ser “necessário recorrer aos mecanismos de financiamento disponíveis no quadro
europeu”. A decisão de chamar a troika precipitou-se assim e, poucas horas
depois, o primeiro-ministro José Sócrates falava ao país para o confirmar. Foi
há 10 anos que Portugal pediu o resgate financeiro e, a braços com uma nova
crise, agora provocada por uma pandemia, vive uma situação completamente diferente,
mas não isenta de riscos.
A crise financeira global já tinha levado dois países — Grécia e Irlanda — a pedirem ajuda externa, enquanto Portugal sofria um agravamento das taxas juro que à medida que os investidores perdiam a confiança no país. Ainda assim continuava a financiar-se, a custo. Teixeira dos Santos tinha delineado, no final de 2010, uma “linha vermelha”: juros da dívida a 10 anos acima de 7% significariam que o país teria de chamar a troika.
terça-feira, abril 06, 2021
segunda-feira, abril 05, 2021
Sondagem: Radicais e liberais à conquista do Parlamento
Se houvesse agora
eleições legislativas antecipadas, o Chega e o Iniciativa Liberal poderiam
aspirar a engrossar de forma substancial a sua presença na Assembleia da
República.
Num tempo em que tanto se especula sobre a sobrevivência do Governo minoritário de António Costa (incluindo os avisos desta semana de Marcelo), há dois partidos à Direita que não enjeitariam a possibilidade de legislativas antecipadas: Chega e Iniciativa Liberal revelam, desde o arranque dos barómetros da Aximage para o JN, DN e TSF, uma trajetória de subida e prometem uma mudança significativa na distribuição de forças à Direita. Quando se analisam os diferentes segmentos regionais (que não correspondem aos círculos eleitorais) é possível perceber que o tempo do deputado único ficaria para trás, em ambos os casos, se tivéssemos hoje eleições. No caso da Área Metropolitana de Lisboa (que inclui parte dos círculos de Lisboa e Setúbal), os 9,5% dos radicais liderados por André Ventura poderiam significar, no mínimo, quatro a cinco deputados. Para os liberais de João Cotrim de Figueiredo, o resultado na região da capital rondaria os 6,1% e porventura três a quatro deputados nos dois círculos.
Chega fraco no
Porto
Tendo em conta os resultados na Área Metropolitana do Porto e na região Norte, é possível perceber que nos círculos do Porto e de Braga, Cotrim e Ventura poderiam aspirar a mais dois ou três deputados. O Chega revela mais dificuldades (2,6%) que o Iniciativa Liberal (7,1%) na região da Invicta (como tem sido a norma em quase todos os barómetros), mas é mais forte no resto da região Norte (10,1% para os radicais; 5,5% para os liberais).
Sondagem: Primavera socialista deixa PSD a 16 pontos de distância
PS está em alta e sociais-democratas em baixa na mais recente sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF. Bloco de Esquerda mantém terceiro lugar, mas Chega fica a uma escassa décima. CDS continua no limiar da sobrevivência. O PS está perto do seu máximo (39,7%) e o PSD bate no fundo (23,6%). O que faz com que os dois principais partidos estejam agora separados por um fosso de 16 pontos percentuais, de acordo com a mais recente sondagem da Aximage para o JN, o DN e a TSF. À Esquerda, o BE (8,6%) e a CDU (6%) estão um pouco melhor. À Direita, o Chega dá um salto significativo e aproxima-se do terceiro lugar (8,5%), enquanto o Iniciativa Liberal perde um pouco de gás (4,8%) e o CDS se mantém no limiar da sobrevivência (1,1%). O PAN vai mudar de líder e está em queda (3,2%).
Um mês bastou para
que os socialistas recuperassem do pequeno castigo que resultou do descontrolo
da pandemia em janeiro e fevereiro. Ultrapassado o choque e dissipada a memória
dos dias em que se batiam recordes mundiais de novos casos e de mortes, com o
país a desconfinar (mais uma etapa será cumprida esta segunda-feira), o PS
renasce neste início de Primavera e obtém uma liderança folgada, a escassas
décimas do melhor resultado desta série de barómetros (40,4% em julho do ano
passado). Se houvesse hoje eleições, ficaria três pontos acima das legislativas
de 2019.
PS vale mais do
que a Direita
Um dos efeitos desta subida do PS (mais 2,1 pontos do que em fevereiro), conjugada com a descida do PSD (menos 2,9 pontos) é que se abre um inédito fosso de cerca de 16 pontos entre os dois maiores partidos - o dobro da distância que os separava nas últimas eleições.