Está bastante mais
magro, perdeu dez quilos, sobretudo de massa muscular. A voz é de um homem mais
velho do que os atuais 74 anos e parece que cada palavra sai num sopro cansado.
Mas está lúcido, inteiro. Viu a morte de perto, passou por experiências
emocionais únicas, descobriu em si mesmo um homem que não conhecia. Mais
frágil, chegou a pensar desistir, mas também dono de uma resistência que nunca
se sonhou capaz. Agarrou-se à família e agradece a quem por ele rezou a um Deus
que ele, não crendo, respeita. A covid-19 modificou-o e apesar do embate
conseguiu manter a integridade de ser quem era. Diz que esta é “uma doença do
desamparo”, pede que se respeite a virulência do vírus e recomenda todos os
cuidados que se conhecem há muito tempo. Partilha de forma tão espontânea e
sincera a intensidade do que passou que o que estava previsto para ser uma
entrevista transformou-se na recolha de um testemunho. A jornalista apagou-se
para ouvir quem tem muito para contar.
“Tenho aqui neste caderno todas as datas anotadas para não me enganar. É interessante que cognitivamente estou muito bem, o que passei foi físico e psicológico, a memória e a inteligência estão preservadas. Em janeiro estava a fazer a minha vida normal, com atividade intensa no consultório e fazer a supervisão da formação em Terapia Familiar. Mas tenho de assumir que fui displicente. Estava muito preocupado com o que o isolamento faria à saúde mental das pessoas e pensei que a doença não era tão grave, que não me aconteceria nada. Descuidei-me, e é preciso dizê-lo porque é necessário respeitar as regras.
A minha mulher foi
a primeira a ser infetada. Inicialmente parecia que a doença dela seria
benigna, foi ao hospital e mandaram-na embora, só com medicação, mas, dois dias
depois, foi internada com falta de ar. Fiquei sozinho em casa durante cinco
dias. Com o apoio dos filhos que traziam a comida. Fiquei a ler, mas já devia
estar com o oxigénio muito baixo porque não me lembro de nada, apaguei essa
fase da minha vida. Só me recordo de, a 5 de fevereiro, entrar no Hospital de
Santa Maria de ambulância.
As pessoas com
quem falei ao telefone enquanto estive sozinho em casa acharam o meu discurso
estranho, contaram-me depois que eu dizia que a minha mulher estava doente e
que íamos morrer os dois. Não me lembro, até que uma amiga mandou-me ver o
oxímetro. Não fui prudente e naqueles dias em casa não olhei para o aparelho
porque não sentia nada de especial. Quando olhei, estava em 90 e à noite com 88
[é perigoso estar abaixo de 95]. Avisei os meus filhos, que chamaram o INEM. A
28 de janeiro fui para as urgências de Santa Maria e só fiquei um dia na
enfermaria, onde já estava a minha mulher, embora não me recorde. Só me lembro
de estar a contar uma história de infância a uma enfermeira, em que eu estava
com um colega num carrinho de choque e que, num embate, as moedas dele voaram
todas pelo ar. Não sei porque contei esta história, ria-me muito e ainda ouvi
dizerem que tinha de ir para os cuidados intensivos, onde acabei por ficar 15
dias ventilado, em coma induzido.
Quando tiraram os
tubos e comecei a respirar, não mexia nem braços nem pernas. Estava um corpo
completamente inerte. Só mexia as mãos. Davam-me a comida na boca e faziam-me
os tratamentos. Conseguia falar, mas entendiam-me mal. Aliás, a voz estava, e
ainda está, diferente. Não tinha telefone porque nos cuidados intensivos
ninguém tem; os médicos têm um walkie-talkie para comunicarem com os serviços,
e mais nada. Estava no piso cinco, na antiga unidade de gastro, que foi
convertida numa UCI para doentes covid. A experiência foi muito dura porque há
um barulho terrível e permanente provocado pelas máquinas a que os doentes
estão ligados, com apitos e alarmes constantes, e é impossível sossegar. Nesta
altura eu estava confuso.
Em psiquiatria
chamamos confusão mental à presença de ideias que não são reais. Por exemplo,
contei a uma médica e a uma enfermeira — que me ouviam absolutamente perplexas
— que tinha feito uma viagem ao Brasil e tinha gostado muito. Nós, psiquiatras,
não contrariamos doentes que estão a delirar, mas elas diziam que não era
possível, que eu não tinha saído de lá. E eu teimava que tinha ido com todos os
doentes dos cuidados intensivos ao Brasil, como prémio por nos termos portado
bem. Uma palavra que também aparecia constantemente era ‘morabeza’. É
interessantíssimo porque depois fui pesquisar e descobri que é o nome de um
hotel em Cabo Verde, que posso ter visto numa viagem, e significa amabilidade e
gentileza. O meu cérebro foi à procura dessa palavra. Também confundi as
fisioterapeutas com as filhas de uma colega que já morreu. Nunca interpretei o
que pensava porque estava completamente convencido do que dizia. São efeitos de
ter estado 15 dias desconectado da realidade e de que aos meus processos
mentais vieram elementos do inconsciente.
Há mais duas
histórias que quero contar. Convenci-me de que nos cuidados intensivos havia um
médico que tinha quatro gatos. Eu gosto muito de gatos, mas esse médico nunca
existiu, embora eu falasse com ele, chamava-se Hugo, e contava-me coisas dos
gatos. Também me lembro de estar numa grande escuridão e de uma enfermeira se
aproximar, chamar-me pelo nome e eu acordar e ver o teto todo cheio de
estrelas. Deviam ser os períodos em que tentavam acordar-me do coma. Eu vi
acontecer com os outros doentes: ‘Sr. António, está nos cuidados intensivos!
Sr. Luís consegue ouvir-me?’ Pode ter acontecido realmente. Tudo isso foi na
primeira semana na UCI, depois comecei a recuperar e a fazer uma crítica do que
dizia. Foram experiências realmente muito intensas.
Na segunda semana,
comecei a ficar muito lúcido, a ler, a fazer fisioterapia e a melhorar, e
passei para a enfermaria. Negativei da covid-19 ainda nos cuidados intensivos.
Mas antes apanhei uma bactéria hospitalar. Foi grave porque comecei a ter febre
alta, confusão mental e senti-me mesmo muito mal. Administraram-me antibióticos
muito fortes, penso que os mais fortes que havia, e conseguiram controlar
rápida e completamente a infeção. Para a covid-19 só fiz corticoides. Não fiz
nenhuma medicação experimental.
Estive na
enfermaria de 26 de fevereiro a 19 de março. No total foram 50 dias de
internamento, foi brutal. Faço 75 anos em setembro. Na enfermaria, a
experiência foi muito boa. Só tenho uma palavra para classificar o atendimento:
excecional. Ternura, cuidado, assistência operacional e humana insuperáveis. A
equipa era de gente muito jovem. As auxiliares, que com certeza ganham muito
pouco, tinham uma dedicação enorme e tratavam os doentes por ‘querido’ e por
‘amor’. Nunca ouvi um queixume ou protesto, mesmo perante doentes muito
difíceis, muito exigentes. Durante a noite, estavam lá sempre que era
necessário.
Acho que fui um
doente colaborante e com muita sorte porque tive um companheiro de enfermaria,
um senhor de 78 anos que tinha trabalhado toda a vida num banco. Combinámos que
a nossa relação ficava na recordação daqueles períodos que vivemos juntos e que
guardaríamos na memória. Ele propôs e eu concordei. Ele sabia quem eu era e
disse ter uma grande admiração pelo meu irmão [o ex-Presidente Jorge Sampaio].
Conversámos sobre os sistemas bancário e de saúde, sobre a maçonaria e sobre
literatura. Saiu uns dias antes de mim e foi uma companhia muito agradável.
Éramos quatro
naquela enfermaria e foi muito difícil quando um de nós morreu. Todos
percebemos a meio da noite que ele iria morrer. A morte está sempre presente na
covid grave. A doença é muito ameaçadora. Uma ameaça difusa. Eu não tinha dores
nem me sentia mal, mas não podia largar o oxigénio. Tínhamos de lutar para que
o pulmão funcionasse melhor e sabíamos que em muitos casos não se consegue. Eu
era o único que tinha estado em cuidados intensivos e era o mais frágil por
isso. Mas estar em enfermaria não era garantia. É público que, no mesmo
período, morreu Maria José Valério, com o cachecol do Sporting. Dos quatros
internados naquela enfermaria, três éramos sportinguistas, e, quando ela
entrou, vieram-nos dizer. Ela tinha 87 anos. Depois, também nos vieram dizer
que ela tinha morrido.
A presença da
morte é muito inquietante. Um dos colegas de enfermaria acordou certa noite
assustado porque tinha sonhado que o tubo do oxigénio tinha-se enrolado à volta
do pescoço e que não conseguia respirar. Estávamos sempre de máscara e era um
inferno para comer. Com a mão esquerda tínhamos de tirar a máscara e comer com
a direita, mas bastava o tempo de levar o talher à boca para sentir a falta do
ar. O senhor com quem eu falava muito um dia esqueceu-se de colocar a máscara e
tentou levantar-se do cadeirão para ir à cama, caiu e ficou sem poder respirar.
Tivemos de pedir ajuda porque ele não conseguia levantar-se sozinho. Havia uma
sensação de companheirismo muito grande, sobretudo entre os três sportinguistas.
Ouvíamos o relato numa altura em que o Sporting estava a vencer, o que nos
animou muito. E fomo-nos amparando uns aos outros, embora fôssemos muito
diferentes. O quarto doente não falava e foi o que faleceu.
Demorei cerca de
três semanas até ter algum controlo sobre o meu corpo. Só comecei a andar uma
semana antes de sair do hospital. Cheguei a temer nunca recuperar. O medo mais
angustiante era o de perder a memória e a lucidez, duas características minhas.
A certa altura telefonei a um neto e disse: ‘Já tenho a certeza de que não vou
ficar estúpido!’ Ele ficou muito admirado, não percebeu, mas foi quando tive a
segurança de que estava lúcido. Também foi importante sentir que a fisioterapia
fazia efeito. Ainda nos cuidados intensivos, era horrível porque tinha de ficar
um ou dois segundos em pé e imediatamente tinha de me deitar. Depois, o tempo
em que ficava de pé foi aumentando. Os primeiros passos que dei foram apenas
três, achei muito poucochinho, mas o fisioterapeuta achou ótimo. A pouco e pouco,
com a ajuda dele, fui andando e nos últimos dias, andei sozinho.
Certa noite
disseram-me que iam tirar o oxigénio porque tinha estado bem durante o dia e
que iria dormir sem oxigénio e pedi, ‘por favor, não me façam isso, que não vou
dormir pensando que me vai faltar o ar’. Então só tiraram no dia seguinte. O
medo é muito grande. A fisioterapia era limitada pelo comprimento do tubo do
oxigénio. Quando o tubo foi retirado, pude ir para o corredor andar e foi uma
sensação maravilhosa. O fisioterapeuta tinha a mão por trás de mim para me
amparar e eu dizia: ‘Agarre-me!’ Ele respondia que não, mas que estava ao meu
lado e não me deixaria cair. Era muito bom passar pelas outras enfermarias e
receber os parabéns. Também foi muito bom quando acabou o tempo da arrastadeira.
Nestas situações perdemos o pudor e há uma intimidade partilhada, que só é um
problema no primeiro dia. Alguns dos médicos tinham sido meus alunos e sempre
pensei que se precisasse não gostaria de ir para Santa Maria porque me sentiria
constrangido. Mas habituamo-nos. Também foi muito reconfortante poder tomar o
primeiro banho de corpo inteiro. O auxiliar que me acompanhou era um
brasileiro, muito simpático. No chuveiro, havia um banco e eu perguntei se
devia tomar banho de pé ou sentado e ele disse que era como preferisse. E ficou
o tempo todo à minha espera, por trás do cortinado.
Apesar de tudo o
que passei, não foi a dependência da idade o que mais me marcou. Um dos
companheiros de enfermaria tinha 50 anos e estava mais dependente do que eu,
sobretudo do ponto de vista psicológico. Deixava-se ir abaixo. Não comia; eu
comi sempre tudo. O que me deu força foi a minha família. Tenho três filhos e
sete netos. Somos muito coesos e foi extraordinário poder comunicar com eles, o
que só aconteceu quando fui para a enfermaria. Uma das cenas mais emocionantes
foi quando o senhor bancário fez anos e permitiram que o filho o fosse ver. Foi
espantoso porque o filho era muito alto e o pai era baixinho e ele encostou a
cabeça no ombro do filho e desatou a chorar. Foi lindo, mas foi a única visita
enquanto estive na enfermaria. Arranjaram um bolo e foram muito atentos. Mas
durante todo o internamento, eu só contactei com a minha família por telemóvel.
Falava duas vezes por dia com a minha mulher. Tínhamos comemorado 50 anos de
casados em dezembro. Também foi extraordinária a certeza com que fiquei de que
tenho muitos amigos. Não faz ideia da quantidade de pessoas que entrou em
contacto comigo, pessoas absolutamente inesperadas, que eu não via há anos.
Foram mensagens de encorajamento extremamente importantes.
Na enfermaria li
700 páginas. Comecei com um policial e também um romance maravilhoso do Javier
Marías, que li pela noite fora. Tive sorte porque uma colega de psiquiatria
pediu licença para me visitar e mascarava-se toda e lá ia. Levou-me quatro
livros. Nunca tive problemas de concentração. Nós, os três sportinguistas,
fizemos uma frente contra a televisão e foi bom porque houve silêncio, que nos
permitiu ler. Eu tinha um rádio de pilhas e ouvia as notícias e um pouco de
música. Mas sobretudo li muito e depressa. À noite só dormia com medicação e
mesmo agora, o meu sono ainda está alterado. Também fiquei com uma arritmia no
coração, que dizem que será reversível.
Quando acordei nos
cuidados intensivos, não perdi o meu sentido de identidade. Nos momentos mais
difíceis, como quando tive de fazer uma TAC pulmonar, pensei nos membros da
família, um por um e por ordem de idade. E depois usei esta técnica várias
vezes. Tinha um enorme desejo de os tornar a ver e fui recebendo deles uma
energia extraordinária. Era uma força psicológica. Nos cuidados intensivos,
como não falei com ninguém, era só o meu pensamento, depois, na enfermaria,
todos telefonavam. Também pensei no meu pai e muito na minha avó. E tive
algumas recordações em momentos em que estive mal, como quando sonhei acordado,
em que pedia para não me fazerem mais tratamentos e me deixarem morrer.
Mas nunca desisti,
sempre me disse que se me deixasse abandonar, morreria. Sabia que não podia
parar de lutar e pensava que o que não nos destrói vai-nos deixar mais fortes.
Dizia isso a mim próprio. Estive quase destruído. A infeção bacteriana quase me
derrubou, pensei que ia morrer. Mas eu não queria morrer, pensava que ainda
tinha alguns anos de vida, que queria fazer muita coisa e que tinha família e
bons amigos. Sabia que se não fosse destruído, ia ficar uma pessoa melhor. Esta
é uma mensagem importante que quero transmitir. Porque o sofrimento é muito
grande, as pessoas não têm a noção do que é esta doença. É uma doença em que é
fundamental lutar porque a própria doença provoca um desamparo. Porque para uma
infeção ou para um cancro já há medicamentos, cirurgias. Aqui não há
tratamentos específicos. São remendos. E a sensação de que o ar não entra e o
cansaço absolutamente terrível são esgotantes.
O Serviço Nacional
de Saúde funciona muitíssimo bem. Foi o SNS que me salvou. Agora irrito-me
muito quando dizem mal do SNS porque a coesão da equipa, o modo como funcionam,
a capacidade profissional, senti tudo no dia a dia. Estou a ser acompanhado em
cardiologia por uma ex-aluna. Foram muito delicados e tudo funciona à hora.
Estão organizados. Quando saí do hospital, a 19 de março, ficou pouca gente no
serviço. Vamos lá ver se conseguimos que não haja outra vaga.
Cheguei a casa no
Dia do Pai. Foi muito simbólico. O meu filho mais velho foi-me buscar. A minha
mulher estava à janela e eu atravessei a rua sozinho para ela ver que eu estava
bem. Ela ficou muito contente. Sempre disse que queria fazer 80 anos e pensei
que não chegava lá. Várias vezes pensei que ia morrer, mas tive grande
determinação em viver. Também sempre disse que não era ateu, mas agnóstico, e
lembrei-me de uma frase de Voltaire, que, quando indagado sobre a sua relação
com Deus, dizia: ‘Cumprimentamo-nos, mas não nos falamos.’ Eu tenho muito
respeito pela ideia de Deus, não sou crente, mas confesso que muitas vezes
pensei em Deus e se ele me podia ajudar. Tive imensa gente a dizer que estava a
rezar muito por mim, eu agradecia e foi muito reconfortante. Nunca minimizei a
fé dos outros e a ideia de que Deus eventualmente me poderia estar a ajudar foi
uma ideia boa. Uma antiga doente disse-me que estava a fazer reiki, e eu não
acredito, mas disse-lhe: ‘Faça!’ Foram experiências muito interessantes. Vou
escrever um pequeno livro sobre o que passei.
Contactei com uma
parte minha completamente desconhecida. Contactei com o desespero, eu que sou
habitualmente uma pessoa calma. Foram momentos em que me encontrava desamparado
e achava que me devia deixar morrer. Mas encontrei também em mim uma
resistência que achava que não tinha. Como estava muito fragilizado, pensei que
não teria forças, mas descobri uma força que estava escondida e que me permitiu
continuar a lutar. Foi na enfermaria, porque nos cuidados intensivos estava
desesperado, o barulho era insuportável. Fiz muitos balanços da minha vida e
foram sempre positivos. Constatei que o mais importante que fiz foi ter
constituído uma família. É importante que se diga isso numa altura em que as
pessoas privilegiam as carreiras. Eu tive uma boa carreira, mas, sem qualquer
demagogia, o mais importante que construí foi a família.
Os meus netos
ajudaram-me imenso. Porquê? Porque são muito alegres, têm muita saúde e uma voz
muito bonita ao telefone. Sobretudo o mais velho, que tem o curso de teatro
[que Daniel Sampaio sempre quis seguir]. Quando me ligava com aquela voz linda,
sentia uma tranquilidade imensa. Mas foram todos eles, pelas mensagens, os
emojis que mandavam, o que contavam das suas vidas. Abraçá-los no regresso a
casa foi muito emocionante. Vieram todos no Dia do Pai. Um deles não conseguiu
dizer nada, mas eu sentia a respiração dele ofegante. Eles passaram também por
momentos difíceis, em que os médicos não conseguiam dar nenhuma esperança. ‘Não
está pior, mas não está melhor’, e era tudo o que diziam. Mas um dia tiraram os
tubos e eu fiquei bem. Ainda falamos pouco sobre isso entre nós"
(Expresso, texto da jornalista CHRISTIANA MARTINS)
Frases
·
“Reconheço que fui displicente. Pensei mesmo
que a doença não era tão grave. Descuidei-me”
· “Ouvi
dizerem que tinha de ir para os cuidados intensivos, onde fiquei 15 dias
ventilado”
·
“Lembro-me de uma grande escuridão, uma
enfermeira chamar-me e ver o teto cheio de estrelas”
·
“Certa noite disseram-me que iam tirar o
oxigénio e eu pedi, ‘por favor, não me façam isso”
· “Não sou
crente, mas confesso que muitas vezes pensei em Deus e se ele me podia ajudar”
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