segunda-feira, abril 12, 2021

Nota: reconhecer quem vai sair

Quando a coligação PSD-CDS na extremada caminhada para o assalto à CM do Funchal - qual bastião do futuro desta Região e do seu povo - deixo uma palavra de apreço pela força como os vereadores social-democratas ainda em funções e de saída, desenvolveram a sua actividade, muitas vezes, quase sempre, abandonados à sua sorte, sem apoio político consistente. O PSD-M, infelizmente, não sabe estar na oposição, como devia, nem valoriza esse estatuto que decorre da vontade soberana e incontestada dos cidadãos expressa nas urnas. Em política nada é perfeito a começar pelos protagonistas, pelo que eles fazem ou decidem. Mas reconheço que foi um combate difícil numa cidade que desde 2013 virou costas aos social-democratas - em grande medida também com o contributo, sobretudo em 2013, de alguns social-democratas ressabiados e influenciados pela lógica bandalha da política mercantilizada - numa realidade, diria antes num círculo vicioso que mostra que nem sempre a política vai conseguir reconhecer aqueles que fizeram o que lhes competia e era pedido. Os vereadores do PSD-M na Câmara do Funchal, eleitos em 2017 numa eleição que se revelou desastrada e frustrante para a nomenclatura dirigente que nesse ano liderava o PSD-M, responderam, foram persistentes, chatearam, suscitaram muitos assuntos, deviam ter sido mais apoiados, não tiveram o espaço mediático que lhes seria mais adequado e devido. Vão-se embora num tempo em que à moda indiana, as "castas", certas "castas" parecem dominar e querem controlar, num lado e no noutro, no poder e na oposição, num jogo de poder, de avanços e recuos, de sonhos e ambições, que não conta com todos, nem quer chamar todos os que são realmente precisos. E muito menos um tempo político distorcido e pressionado que não reconhece os que cumpriram longe dos holofotes da ribalta que normalmente protegem (acham mesmo?) as alegadas "vedetas" da política, regra geral mais preocupadas com o mediático e a imagem pessoal e com a "chatice" de terem que marcar presença numa campanha eleitoral que tem o povo eleitor como principal protagonista. porque é ele que dá ou tira o poder, mais ninguém, nem redes sociais, nem estruturas de comunicação, nem nada mais. E desconfio que esse povo eleitor tem uma paciência cada vez mais limitada e mostra-se cada vez mais independente de tudo e de todos nas suas escolhas (LFM)


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