Chega é o partido que mais eleitorado conserva em relação a 2022. Bloco, CDU e Livre arriscam-se a perder para o voto útil no PS. Votantes do CDS-PP confiam mais na AD do que os do PSD. A Iniciativa Liberal parece estar a ressentir-se de um ano de desgaste com a saída ruidosa de militantes e ainda do processo de eleições internas muito disputadas entre Rui Rocha e Carla Castro: quase um quarto (23%) dos inquiridos que votaram nos liberais nas legislativas de 2022 diz que agora vai votar na AD – Aliança Democrática, e 11% tencionam votar no Chega. O partido é mesmo o que consegue reter menos eleitorado (só 34% tencionam repetir o voto), enquanto 23% dos inquiridos na sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) da Universidade Católica para o PÚBLICO, RTP e Antena 1 dizem que não sabem em quem vão votar nas legislativas de 10 de Março.
Pelo contrário, o Chega é o partido que mais eleitorado retém (80%) e que mais recebe votos de quem, em 2022, escolheu o CDS (11%), o PSD (13%), a CDU (9%) e até o PS (7%). Só 6% dos eleitores do Chega admitem mudar para a AD e 2% para a IL. Para os eleitores do CDS-PP não há grandes dúvidas: 78% ficam na AD e 11% mudam para o Chega. No caso dos sociais-democratas, quase dois terços (61%) votam na AD, mas 13% viram para o Chega, 4% para a IL e 2% para o PS.
À esquerda, o BE e a CDU arriscam-se a ser novamente vítimas do voto útil no PS para tentar evitar uma eventual solução de direita com o Chega: 15% dos eleitores bloquistas, 6% comunistas e 7% do Livre respondem que agora a cruzinha será no PS. Os eleitores de 2022 mais indecisos são os do Livre: 40% ainda não sabem em quem vão agora votar. O mesmo acontece com CDU e PS, empatados com 21% de indecisos. E dos inquiridos que não votaram em 2022, mas que agora querem fazê-lo, se as eleições fossem hoje 20% escolheriam o Chega, 18% o PS e 13% a AD.
Ficha técnica
Este inquérito foi realizado pelo CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena1 e Público entre os dias 24 de janeiro e 1 de Fevereiro de 2024. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram seleccionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efectuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objectivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1192 inquéritos válidos, sendo 45% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 32% da região Norte, 20% do Centro, 32% da A.M. de Lisboa, 7% do Alentejo, 5% do Algarve, 2% da Madeira e 3% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região com base nos dados do recenseamento eleitoral. A taxa de resposta foi de 30%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1192 inquiridos é de 2,8%, com um nível de confiança de 95%.
* Foram contactadas 3917 pessoas. De entre estas, 1192 aceitaram participar na sondagem e responderam até ao fim do questionário (Publico, texto da jornalista Maria Lopes)
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