sexta-feira, julho 21, 2023

Sondagem: Portugueses concordam com Jornada Mundial da Juventude mas está pior a imagem da Igreja


De uma forma geral, a maioria dos inquiridos concorda que a JMJ que trará o papa Francisco a Portugal de 1 a 6 de agosto terá um impacto "mais positivo do que negativo". De uma forma geral, a maioria dos inquiridos concorda que a JMJ que trará o papa Francisco a Portugal de 1 a 6 de agosto terá um impacto "mais positivo do que negativo" Filipe Amorim - Lusa

A escassas semanas da realização da Jornada Mundial da Juventude, uma ampla maioria de portugueses (79%) considera que o evento terá mais efeitos positivos do que negativos, apesar de ser também uma quase maioria a considerar que foi dado demasiado dinheiro do Estado e das autarquias para que a Igreja pudesse realizar o seu evento com a participação do papa Francisco. São números da sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e jornal Público que também revelam que uma imensa maioria de portugueses - católicos ou não - considera que a imagem da Igreja Católica está agora pior do que há um ano. A última parte do conjunto de inquéritos realizados pelo CESOP – Centro de Estudos e Sondagens da Universidade Católica, entre 6 e 15 de julho, incide sobre a Igreja Católica, em particular a questão dos abusos sexuais na Igreja e realização da Jornada Mundial da Juventude, o evento que trará a Portugal cerca de um milhão e meio de jovens que esperam encontrar-se com o papa Francisco.

De uma forma geral, a maioria dos inquiridos concorda que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que trará o papa Francisco a Portugal de 1 a 6 de agosto terá um impacto "mais positivo do que negativo". São 79% dos inquiridos que pensam assim, contra apenas 18% que esperam um impacto "mais negativo do que positivo".

No entanto, este acordo generalizado em volta da realização da JMJ não impede que seja também uma quase maioria (48%) a considerar que as entidades públicas, Governo e autarquias contribuíram com demasiado dinheiro para o orçamento da Jornada. Com 42% a considerarem que os apoios foram adequados, apenas 6% desejariam que essa verba fosse maior.

Em ambas as perguntas foram questionadas subamostras constituídas apenas por pessoas que se consideram católicas. No entanto, a tendência geral não se afasta substancialmente das respostas dadas pela amostra global do inquérito.

Esta constância de respostas de católicos e não católicos mantém-se na questão que indaga sobre a imagem da própria Igreja e como está em relação a há um ano, sendo de notar que nestes últimos meses foram conhecidos os resultados sobre abusos sexuais na Igreja Católica Portuguesa. Assim, mais de dois terços dos inquiridos (68%) considera que essa imagem "piorou" e apenas 5% viram essa imagem da igreja a "melhorar".

O trabalho da comissão independente para o estudo dos abusos sexuais na Igreja foi também objeto desta inquirição, com 72% a avaliarem positivamente a iniciativa da Conferência Episcopal, respostas idênticas entre a amostra geral e a subamostra dos católicos.

O trabalho desenvolvido pela comissão independente foi também avaliado com respostas positivas (bem e muito bem) na ordem dos 41% (quer a amostra, quer a subamostra).

Nota negativa mereceu a Conferência Episcopal na forma como lidou com os resultados apurados pela comissão: apenas 11% dos inquiridos consideram que lidou "muito bem" (13% entre os católicos), mas 42% dizem que a reacção esteve "mal" e "muito mal" (38% entre os católicos).


Ficha técnica

Este inquérito foi realizado pelo CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena1 e Público entre os dias 6 e 15 de julho de 2023. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1006 inquéritos válidos, sendo 45% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 32% da região Norte, 20% do Centro, 34% da A.M. de Lisboa, 7% do Alentejo, 4% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região com base no recenseamento eleitoral. A taxa de resposta foi de 29%. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1006 inquiridos é de 3,1%, com um nível de confiança de 95% (Algumas perguntas foram colocadas apenas a uma subamostra de 656 entrevistados. Nestes casos, a margem de erro máxima é de 3,8%) (RTP, texto do jornalista Paulo Alexandre Amaral e grafismo de Sara Piteira)

Sem comentários: