segunda-feira, julho 31, 2023

Nota: as dificuldades do PS-M e de Sérgio Gonçalves

Eu não tenho dúvidas que o PSD-Madeira, coligado ou não, tem todas as condições para obter o voto maioritário dos eleitores madeirenses. Obviamente que nestes tempos de incerteza e de pressões exógenas, temos que ter cautela porque de um momento para outro, de um dia para outro, aparecem acontecimentos que deitam tudo a perder. Por isso a calma, confiança mas calma, é a melhor arma, sem euforias, sem histerias colectivas, sem amuos, que vão aparecer, sem guerras surdas pelo poder. Ganhar as eleições nos tempos que correm é uma responsabilidade acrescida. As pessoas querem estabilidade e competência, mas querem sobretudo que resolvam os seus problemas num tempo em que a vida de todos, especialmente dos que têm menores rendimentos, se agravou por influência de factore externos que não controlamos. Os desafios são grandes, acredito que dos maiores de sempre, dada a pressão de uma incerta conjuntura internacional e a hostilidade do poder central em Lisboa - o que não é novidade, e não faço distinção entre governos do PSD e governos do PS porque é tudo a msma laia. 

Portanto, e no caso da Madeira, acredito que os eleitores madeirenses vão recusar, uma vez mais, a aventura e sobretudo o aventureirismo, abrindo portas à instabilidade, ao populismo idiota, à manipulação e à política transformada num espectáculo mediático. Contudo, porque são livres nas suas opções e decisões, se decidirem de forma dferente terão que assumir as responsabilidades pelas escolhas erradas e por tudo o que, depois desse erro, possa surgir.

É sabido, pelo menos tenho-o referido repetidamente, que o o PS-Madeira parte para estas eleições com uma liderança nova, protagonizada por Sérgio Gonçalves, que chegou à política parlamentar em 2019 pela mão de Paulo Cafofo. Reputo-o, sem o conhecer, de pessoa séria e calma, porventura demasiado calma para uma praxis política e um combate partidário que em, tempo de eleições  é muito mais exigente, desgastante e contundente. Julgo que ele devia ter-se submetido a um banho de informação e de esclarecimento sobre o que é a política activa - que nada tem a ver apenas com o desempenho do cargo parlamentar - o que é comunicar em política estando na oposição, do que é perceber o que as pessoas pensam, querem, etc. Por vezes parece-me que Sérgio Gonçalves, mais do que ninguém anseia para que as regionais passem depressa, não sendo capaz de transmitir uma certa imagem de fragilidade própria de quem continua a não acreditar em si próprio o que é incompatível com quem pretende disputar com o experiente e experimentado Miguel Albuquerque a liderança do Governo Regional no próximo mandato. Sérgio Gonçalves tem outro problema para resolver: perante a perspectiva, já assumida por todos os socialistas, que o PS-Madeira não repetirá em 2023 a votação extraordinária que teve em 2019 - e não vou perorar sobre as causas, na minha óptica, para tal desfecho eleitoral - o processo de elaboração da lista de candidatos sertá muito complicado e complexo e tenho dúvidas que Sérgio Gonçalves tenha espaço de manobra e liberdade de escolha para a mudança que acho que é fundamental no PS-M, já que alguns protagonistas estão há demasiado tempo na política e não representam nenhuma mais-valia para o PS aos olhos dos eleitores.  Por outro lado, e não parecendo plausível que Costa resolva desembarcar no Funchal, quais navegadores de outros tempos, e "plantar-se" na Madeira durante a campanha eleitoral, tentando ser uma mais-valia que uma imagem pública algo degradada contraria. O que nunca seria suficiente, aliás, acho que uma colagem excessiva e uma dependência rastejante do PS madeirense face ao PS nacional e ao Terreiro do Paço só aceleraria a frustração de um resultado que tudo indica não será comparável, repito, ao que aconteceu em 2019. O PS não faz trabalho de casa, o costume, acha que convocar jornais, rádios e televisões e dizer meia dúzia de larachas resolve o problema. O PS não percebe que isso não lhe dá credibilidade nem lhe dá votos. O PS-Madeira não consegue construir uma alternativa - no fundo é a mesma doença que padece o PSD nbcional relativamente ao PS de Costa. Vão a reboque do espaço mediático, estão reféns das notícias ou das sugestões informativas dos meios de comunicação social, prometem subsídios a torto e a direito, prometem o paraíso em cada esquina da terra, mas não conseguem ter um discurso fresco, leve, concreto, coerente, consistente e verdadeiro, que seja ouvido e assimilado pelas pessoas.

Os eleitores não querem perder tempo comn a denmagogia do facilitismo, nem precisam das oposição para lhes dizer o que está mal. Esse é o grande erro da oposição regional em geral e que recusa reconhecer e aceitar. O que as pessoas precisam é que a oposição lhes diga o que está mal, lhes digam o que o poder fez mal mas propondo de imediato alternativas, devidamente pensadas, estruturadas e fundamentadas (nada de generalidades ou de teorias assentes no abstrato das banalidades repetitivas).

Isto +e o que eu penso, gostem ou não, realidade que em meu entender justifica a queda que as sondagens antecipam, embora à cautela recuse, como sempre o fiz, trocar os resultados eleitorais e a vontade dos eleitores, pelos resultados especulativos e muitas vezes manipulados de sondagens assentes quase sempre, até por uma questão de custo, em universos demasiado irrelevantes (LFM)

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