segunda-feira, março 29, 2021
domingo, março 28, 2021
ECO digital: “Bomba-relógio” das moratórias em sete grandes números
As moratórias bancárias estão em queda em Portugal. Ainda assim, o saldo de crédito que tem as prestações "suspensas" ascende a 45,6 mil milhões de euros, o que tem sido motivo de preocupação por poderem vir a representar uma "bomba-relógio". O peso destas moratórias é maior nas empresas, onde um euro por cada três emprestados pela banca está em moratória. Mas é também avultado junto das famílias: mais de 400 mil particulares tinham pelo menos um contrato em moratória no final de janeiro. Veja estes e outros grandes números das moratórias em Portugal:
45,6 mil milhões
Era o saldo em euros de empréstimos em moratória em Portugal no final de janeiro. O montante corresponde a mais de 20% de todo o crédito concedido pela banca às famílias e empresas. Portugal é o terceiro país europeu com mais crédito cujas prestações estão “suspensas”, o que tem deixado as autoridades apreensivas. Há uma (pequena) boa notícia, contudo: há quatro meses que as moratórias estão em queda, depois de ter atingido o pico de 48,1 mil milhões em setembro.
Uma em cada quatro famílias perdeu “grande parte” dos rendimentos em 2020
Cerca de um quarto
das famílias portuguesas perdeu «grande parte» dos seus rendimentos em 2020,
sobretudo devido à crise de saúde pública da Covid-19, que para muitos se
tornou também uma crise financeira e social. A conclusão é de um estudo da Deco
Proteste.
O Barómetro «um
país desigual e em dificuldade» mostra que «uma em quatro famílias perdeu
grande parte do rendimento em 2020 e vive tempos difíceis. Num ano surpreendido
pela pandemia, e a funcionar a meio gás, as desigualdades sociais tornaram-se
mais visíveis. Mesmo nas famílias mais estáveis, a previsão para 2021 é
cautelosa», revela a Deco.
«As desigualdades sociais estão patentes nos números. Se há famílias a viverem um certo desafogo financeiro, outras há que lutam para sobreviver, vítimas de um ano no qual muitos salários foram reduzidos», pode ler-se na mesma pesquisa.
Nota: nas autárquicas as "contabilidades eleitorais" são factualidades desvalorizadas...
Este quadro mostra as votações do CDS em Santana (2017) e da coligação do PS no Funchal (2017) com a indicação dos melhores resultados, nos dois casos, obtidos por cada força política em cada uma das freguesias. Tanto no Funchal como em Santana (salvo São Roque do Faial em que foi a Assembleia Municipal) a melhor votação do CDS e da coligação do PS foi sempre na eleição do Presidente da Câmara Municipal. Curioso que nas freguesias em que o PSD-M ganhou as Juntas de Freguesia (3 em Santana e 5 no Funchal) os social-democratas perderam as votações para as CM e AM.
Miguel Gouveia, no fundo tal como Dinarte Fernandes em Santana (desde final de 2019), sabe que precisa de ganhar uma eleição para ter a legitimidade eleitoral que, digam o que disserem, nem um nem outro têm. Porque em 2017 não ganharam eleições. Limitaram-se a fazer parte, tal como outros elementos eleitos vereadores, de una lista de candidatos vencedora nas urnas, ambas lideradas por pessoas diferente (Cafofo no Funchal e Teófilo Cunha no norte da ilha) - que foram as mais-valias eleitorais da coligação montada pelo PS-M, e do CDS-M, pelo que hoje ninguém sabe, mesmo depois destes anos em que estiveram na liderança camarária, se conseguem capitalizar a seu favor essa mais-valia pessoal que em 2017 existiu. Confesso que tenho algumas dúvidas que espero sejam dissipadas este ano.
A juventude de João Félix e de Bruno Fernandes à frente do fenómeno chamado Cristiano Ronaldo
A selecção nacional de futebol é um ‘cluster’ que não pára de se renovar. O melhor jogador português de sempre, chegado aos 36 anos, já não é, há alguns meses, o jogador português mais valorizado pelo mercado. À frente dele está ainda Bernardo Silva e ao lado posicionou-se Rúben Dias. E, no total, esta equipa vale 788 milhões de euros: quinta na tabela dos euros e quinta do ranking FIFA (Jornal Económico, infografia de Mário Malhão)
Venezuela: Milhares de pessoas fogem de confrontos entre forças armadas e ex-guerrilha colombiana
Os confrontos
começaram no domingo passado, no estado venezuelano de Apure, e já obrigaram
"mais de 3100 pessoas" a procurar refúgio na região colombiana de
Arauca, na fronteira com a Venezuela, alertou, na quarta-feira, o Ministério de
Relações Exteriores da Colômbia
Mais de três mil
pessoas fugiram do estado venezuelano de Apure (sudoeste) devido aos confrontos
entre as forças armadas da Venezuela e dissidentes das antigas Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia (FARC), disseram as autoridades colombianas.
Os confrontos
começaram no domingo passado, no estado venezuelano de Apure, e já obrigaram
"mais de 3100 pessoas" a procurar refúgio na região colombiana de
Arauca, na fronteira com a Venezuela, alertou, na quarta-feira, o Ministério de
Relações Exteriores da Colômbia.
De acordo com a organização não-governamental (ONG) venezuelana FundaRedes, as pessoas em fuga são pequenos produtores agropecuários, mulheres, crianças e idosos de El Ripial, La Capilla, El Ocho, Guafitas, La Victoria e Urdaneta, atualmente refugiados na cidade colombiana de Arauquita, na fronteira com o estado de Apure.
Nota: alguns (potenciais) desfechos eleitorais para o Funchal
1- PS (coligação) concorre contra coligação PSD-CDS é o mais votado mas não tem maioria absoluta de mandatos na CMF- potencial ingovernabilidade se não forem conseguidos acordos pontuais com oposição
2- PS (coligação) concorre contra coligação PSD-CDS e perde, em votos e em mandatos na CMF - potencial crise política nos socialistas
3 - PS (coligação) concorre contra coligação PSD-CDS e ganha, em votos e em mandatos na CMF - potencial crise política nos social-democratas e no CDS com as liderança de Albuquerque e Barreto a serem questionadas. Calado derrotado fica sem condições para ser alternativa no futuro do PSD-M derrotado nas urnas?
4 - PS (coligação) concorre contra coligação PSD-CDS e perde, em votos e em mandatos na CMF - crise política nos socialistas com Cafofo a ser obrigado a tomar medidas no seio do PS-M para segurar a sua liderança e Miguel Gouveia a abandonar a vida política activa
5 - Chega rebenta com as contabilidades eleitorais da coligação PSD-CDS e retira vitória nas urnas e a maioria dos mandatos - O PSD-M, mais concretamente o seu líder, podem ser responsabilizados pela situação já que o CDS-M se tem mantido distante do patético "paparicar" do Chega de Ventura
sábado, março 27, 2021
sexta-feira, março 26, 2021
Nota: um protesto legítimo e o "vê se te avias" ignorado
Conforme foi noticiado, vários clubes noruegueses manifestaram-se favoráveis a um boicote ao Mundial, depois do jornal britânico The Guardian ter revelado que mais de 6.500 trabalhadores migrantes morreram no Qatar, desde a atribuição em 2010 da organização do Mundial àquele país. Cerca de 55% dos noruegueses são favoráveis a um boicote, segundo uma sondagem.
Eu aplaudo e apoio o protesto. Mas ri-me, porque todos sabem que, com a pandemia, a construção virou um vê se te avias, com trabalhadores sem qualificação a realizarem pequenos trabalhos longe da fiscalização, contratados por empresas unipessoais constituídas, para efeitos de facturação, que parecem proliferar a reboque de pequenas obras domésticas que não precisam de licenciamento prévio e que mais facilmente fogem ao controlo da fiscalização. Isto obviamente sem generalizar. Mas as pessoas conhecem empresas, que ninguém sabe o nome, desleixadas, realizando trabalhos de construção no interior de edifícios, contratadas pelo "mais baratinho", quiçá entregues a pessoas sem formação que perfuram e esburacam sem conhecimento, alugando carros "na praça" para transporte de entulhos, porque não possuem viaturas próprias, etc. Um vê-se te avias que isto vai acabar em breve. Não, não é só no Qatar que existe impunidade (LFM)
Nota: uma opinião pessoal que recusa consensos
Hoje o meu texto é polémico, corporativista - porque serei sempre jornalista até morrer e não recebo lições sobre conduta deontológica e respeito pelo pluralismo e pela diversidade a este nível profissional - e não reunirá consensos. Porque a comunicação social foi ao longo dos anos o coveiro de si própria, deixando que alimentassem, e ela própria foi alimentando, teorias da conspiração e puzzles diabolizadores, que acabaram por se virar contra ela. Julgo que irreversivelmente. Mas vou escrevê-lo, publicá-lo e assumi-lo sem hesitações ou complexos.
O Estado, e muito bem, financia os partidos políticos por alegadamente serem - e são - essenciais à democracia, ao exercício do direito de cidadania e de participação por parte das pessoas, e à preservação do pluralismo de pensamento e de ideologias na sociedade portuguesa. Quanto a isso nada a dizer.
Ao invés, e durante anos, criou-se um estigma - e o fenómeno também existe noutros países europeus - assente em teorias da treta, discursos políticos manipulados e acusações mesquinhas e sem fundamento - a minha lógica é a de que em tudo na vida não podemos confundir uma ou duas árvores com a floresta - de que o Estado já não podia possuir nem financiar meios de comunicação social, porque isso seria ameaçar a liberdade de imprensa, dar origem a fretes, impostos não se sabe por quem, condicionar o trabalho e a consciência dos jornalistas, etc. No fundo o Estado seria dono e senhor dos meios de comunicação por si apoiados, e a reboque desse estatuto seria ele - leia-se, o poder, leia-se melhor ainda, os partidos no poder - quem mandaria nas redações, elaboraria as agendas, escolheria títulos, censurava ou não programas de rádio ou televisão, autorizava, sim ou não, reportagens e/ou entrevistas com alguém da oposição, não permitindo a crítica nem o debate plural e alargado sobre qualquer tema, etc. O Estado era o demónio da comunicação social, do qual era preciso fugir e de proteger.
Os anos passaram, e começamos a ver os meios de comunicação a caírem, paulatinamente, nas mãos do poder económico e financeiro, na posse de empresários e outras respeitáveis figuras da sociedade portuguesa que aos poucos substituíram o tal "Estado papão", o tal diabo que, no caso dos empresários privados com interesses múltiplos legítimos, já se transformavam em anjos desinteressados e respeitadores de tudo e de todos.
O Estado, por via do poder político e dos partidos, tinha interesse em subjugar a comunicação social?! E os privados, ligados ao mundo da finança e da economia empresarial, afinal não tinham também os seus interesses próprios, não poderiam usar os média como instrumentos de pressão ao serviço dos seus interesses e expectativas, não podiam fazer tudo o que de pior era imputado ao Estado que, custasse o que custasse, segundo alguns tinha que ser banido da comunicação social, à pressa e a pontapé, para descanso das almas mais desconfiadas?! Qual a diferença entre os interesses do poder político e dos partidos no poder e os interesses de empresários privados, da finança e da economia, que precisam de preservar os seus negócios, defender os seus interesses, garantir a sua facturação, apostar tudo por tudo na rentabilidade das suas empresas, preservar os postos de trabalho, etc, no fundo tudo o que passa ou depende inevitavelmente também do poder político, directa ou indirectamente, que não gosta de ser incomodado ou contrariado?! Não me gozem, por favor.
Hoje a comunicação social paga por erros que ela própria cometeu, porque também ela não soube reagir a tempo e quando esse tempo chegou, optando antes por se acomodar, despedir pessoal, reduzir redacções, perder qualidade, ser invadida paulatinamente pelas redes sociais e pelos novos média que desvalorizou, quer na informação quer no entretenimento, nunca criou os mecanismos generalizados de autodefesa corporativista, optando antes pelo egoismo idiota de cada um puxar para o seu lado, usando das influências que alegadamente dispunha (mas que nunca apareceram quando foram realmente necessárias), egoísmo esse que acabou de ser fatal para a sua fragilização acelerada, perda de importância social, sempre recuperável, vulnerabilizando-se quando as redes sociais avançaram no seu vale tudo populista e "judicialista", sem regulação, e o mercado publicitário passou a ter que fazer escolhas, influenciado ainda pela queda de vendas e de audiências.
Então os partidos políticos, repito, e bem, são financiados pelo Estado porque são essenciais para a democracia mas já os meios de comunicação que são a expressão dessa liberdade, dessa diversidade, desse pluralismo informativo e opinativo, etc, não são importantes?
Porque motivo os partidos que andam a reboque da comunicação social, que apenas existem porque ganham espaço mediático, são apoiados pelo Estado em milhões - e, repito, contra isso nada a dizer - e a comunicação social já não pode beneficiar nem de uns tostões porque seria colocada em perigo, controlada pelo poder, etc, etc. Os mesmos partidos que dão esmolas aos cidadãos para concorrerem a eleições que eles acham serem menores - caso das autárquicas - mas vedam essa mesma participação de listas de cidadãos em eleições parlamentares que mexem com eles e com os seus interesses - reconheço que isso daria uma discussão que nunca foi feita.
Claro que hoje muita coisa mudou. As redes sociais deram origem ao aparecimento de novos mecanismos ou recursos de entretenimento e de comunicação - não confundir com aqueles que seguem regras de regulação essenciais, há mesmo novos meios de comunicação social que apostaram apenas no digital e que não diferem nas suas obrigações, direitos e deveres dos demais meios de comunicação - que provocam uma certa confusão entre a libertinagem desregulada das redes sociais e os meios de comunicação tradicionais, obrigados a apostarem também no digital sob pena de, não o fazendo, desaparecerem aos poucos de circulação e em catadupa.
Hoje mudou muita coisa e a crise gerada pela pandemia veio colocar mais em evidência a crise do sector e as dificuldades dos meios de comunicação tradicionais que tudo faziam para as disfarçarem, particularmente todos os finais do mês. Daí estas movimentações, incluindo nas televisões, com casos de compra e venda de participações ou de meios de comunicação social, sem que "lá fora", for a do mundo real da comunicação social, nada tenha mudado. Pelo contrário, persistem as incertezas e as dúvidas e é cada vez mais evidente que há uma crise que já não pode ser mais disfarçada. Uma crise que terá impactos negativos, sem que se possa antecipar a dimensão dessa crise (LFM)
quarta-feira, março 24, 2021
terça-feira, março 23, 2021
segunda-feira, março 22, 2021
domingo, março 21, 2021
Comércio eletrónico vai registar crescimento gradual e sustentado em todas as regiões do mundo
quinta-feira, março 18, 2021
Nota: a Madeira não pode deixar que isto a penalize
JPP não dirá "sim" do PS-M no Funchal
A candidatura de Miguel Gouveia no Funchal acaba de conhecer a confirmação de um revés político. O JPP, garantiu-me uma fonte autorizada e conhecedora do processo - informação que agradeço - confirma que o partido vai ficar fora da eventual coligação autárquica no Funchal, aliás tal como já havia sido anunciado, Significa isto que comparativamente a 2017 o PS-M perde um dos aliados da coligação, pelo que a candidatura do PS-M ao Funchal não contará em 2021 com este partido como potencial parceiro do projecto político liderado por Gouveia. Sei também que era intenção do actual edil da capital madeirense fazer um forcing para "tentar convencer" o JPP a se envolver na disputa no quadro de uma coligação que cative os votos do centro-esquerda, mas tal cenário, salvo se alguma hecatombe política ocorrer, fica fora de hipótese
Não posso confirmar, mas admito como certo que o JPP, em alternativa, avançará com uma candidatura própria no Funchal.
A Gouveia resta o Bloco que não confirmou e que enumera uma série de faz exigências - que me parecem maiores maiores do que a dimensão eleitoral que o Bloco hoje tem, o que significa que aprendeu rapidamente a lição e o exemplo de outros... - e o PAN que deverá tentar o regresso depois da crise em que se viu envolvido na RAM, depois das regionais de 2015, que praticamente o "eclipsou" da política regional (LFM)
domingo, março 14, 2021
Clima: Aquecimento global empurra regiões tropicais para os «limites da habitabilidade humana»
A crise climática está a empurrar as regiões tropicais do planeta para os limites da habitabilidade humana. O aumento do calor e da humidade ameaçam colocar grande parte da população do mundo em condições potencialmente letais, de acordo com um novo estudo. Se os governos não conseguirem limitar o aquecimento global a 1,5ºC , as áreas na faixa tropical que se estendem em ambos os lados do equador correm o risco de se transformarem num novo ambiente que atingirá “os limite da habitabilidade humana”, adverte o estudo publicado na Nature Geoscience.
A capacidade de os seres humanos regularem o seu calor corporal depende da temperatura e humidade do ar à volta. Temos uma temperatura corporal que permanece relativamente estável a 37º C, enquanto a nossa pele é mais fria para permitir que o calor flua. Mas se a temperatura do bulbo húmido – uma medida da temperatura e humidade do ar – passar dos 35ºC, o corpo é incapaz de se arrefecer a si próprio, com consequências potencialmente mortais.
Clima: Subida do nível do mar vai afetar as cidades costeiras quatro vezes mais depressa
Os impactos da subida do nível do mar vão ser sentidos quatro vezes mais rápido pelas pessoas que vivem nas maiores cidades costeiras do mundo, de acordo com uma avaliação científica publicada na Nature Climate Change. É a segunda análise num mês a mostrar que as economias costeiras são mais vulneráveis do que se pensava anteriormente ao perigo da subida do nível médio das águas do mar. A extração de água e de outros recursos subterrâneos das cidades, incluindo Jacarta, Nova Orleães e Xangai, está a fazer com que se afundem lentamente. Trata-se de um fenómeno chamado subsidência e que resulta, por exemplo, em maiores riscos de cheias.
“Devido à coincidência com os grandes centros populacionais, a subsidência tem implicações sociais e económicas globais”, indica a investigação revista por cientistas da China, França, Alemanha e Reino Unido. Estes resultados indicam que os impactos e as necessidades de adaptação são muito mais elevados do que se pensava.
Conheça o Top 10 dos principais paraísos fiscais do mundo (dois pertencem à UE)
Três territórios ultramarinos do Reino Unido estão no pódio da lista dos
paraísos fiscais mais importantes do mundo, seguidos depois pela Suíça, Holanda
e Luxemburgo, de acordo com um relatório do Tax Justice Network, um grupo de
investigadores em matéria fiscal, citado pelo ‘The Guardian.
As Ilhas Virgens Britânicas foram classificadas como “o maior facilitador de abusos fiscais corporativos”, com as Ilhas Caimão em segundo lugar e as Bermudas em terceiro. Os Emirados Árabes Unidos foram uma estreia neste Top 10, na sequência de uma nova investigação ter descoberto que o país beneficiou de 250 mil milhões de dólares de fundos multinacionais encaminhados pela Holanda.
O relatório mostra ainda que os Emirados Árabes Unidos (EAU) surgiram como um novo destino para empresas multinacionais que operam em África e no Médio Oriente. A África do Sul foi destacada como um dos maiores perdedores com as empresas a transferir os seus lucros para os EAU. Um porta-voz do Tax Justice Network disse que os paraísos fiscais estão a prosperar e que os esforços para resolver o problema coordenados pela OCDE fracassaram.
Dereje Alemayehu, coordenador executivo da Aliança Global para Justiça Tributária indicada ao Prémio Nobel da Paz, disse que as conclusões do relatório mostram que as maiores economias do mundo estão a ajudar as empresas a evitar 245 mil milhões de dólares em impostos.
Sondagem: Quase metade dos europeus sem interesse em discutir futuro do bloco
Quase metade dos cidadãos da União Europeia (UE) não tem interesse em
participar num exercício de discussão em todo o continente sobre o futuro do
bloco, de acordo com uma nova sondagem, citada pelo ‘Euronews’.
A sondagem do Eurobarómetro revelou que 48% dos europeus são contra a ideia de participar na ‘Conferência sobre o Futuro da Europa’ – uma consulta pública em massa organizada pelas três instituições da UE para determinar o que os cidadãos querem do projeto europeu. A conferência, proposta pela primeira vez pelo presidente francês Emmanuel Macron antes das eleições europeias de 2019, estava prevista para começar em maio do ano passado, mas foi suspensa até este momento devido a lutas institucionais sobre quem deveria liderá-la. Os presidentes das três instituições europeias assinaram uma declaração conjunta esta quarta-feira no Parlamento Europeu, assinalando o início da consulta pública. Eric Mauric, da Fundação Robert Schuman, que se foca em questões do bloco, indica que a ideia do projeto é ouvir o mais amplo leque de opiniões possível.
“O desafio é ouvir toda a gente, ouvir o maior número possível de
europeus e tentar fazer um inventário comum dos desafios que a União Europeia
enfrenta, para tentar ter uma visão comum ou, pelo menos, uma visão homogénea
das expectativas, não apenas dos seus governos, mas também dos seus
representantes económicos ou políticos e dos próprios cidadãos”, explicou o
responsável citado pelo ‘Euronews’ (Executive Digest, texto da jornalista Simone
Silva)
Descodificador Expresso: Idade da reforma: desce ou sobe?
Aumento da mortalidade, por causa da pandemia de covid-19, vai levar a
um recuo na idade da reforma. Mas antes ainda subirá.
1 - O que muda na idade da reforma?
Em 2022 vai subir. Foi publicada a portaria do Ministério do Trabalho,
Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), que confirma o aumento de um mês face
a 2021, para os 66 anos e sete meses. Uma subida que o Expresso já tinha
avançado, a partir dos dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística
(INE). Mas os dados definitivos do INE só serão divulgados em maio. Já em 2023,
os especialistas apontam para uma descida da idade da reforma. O jornal
“Público” noticiou que pode recuar para os 66 anos e cinco meses, citando Vítor
Junqueira, diretor do Centro Nacional de Pensões. Especialistas ouvidos pelo
Expresso apontam também para uma redução, pela primeira vez. É o caso de Maria
João Valente Rosa, demógrafa e professora da Universidade Nova de Lisboa, e
Filipe Ribeiro, sociólogo e professor da Universidade de Évora.
2 - Porque é que deve descer?
Por más razões. A explicação para a provável descida da idade da reforma está no aumento da mortalidade associada à pandemia, seja de forma direta — mortes por covid-19 —, seja de forma indireta — mortes por outras patologias, em virtude da redução de consultas e diagnósticos. Um incremento da mortalidade que afetou, sobretudo, os escalões etários mais avançados, devendo levar a uma redução da esperança de vida aos 65 anos. Ora, este é o fator que determina a evolução da idade legal para aceder à pensão de velhice. Essa idade passou dos 65 anos para os 66 anos em 2014, com o Governo de Pedro Passos Coelho, passando depois a ser atualizada anualmente, em linha com a evolução dessa esperança de vida. Por isso, tem vindo a subir sucessivamente, em regra, um mês por ano. Contudo, em 2020, pela primeira vez, manteve-se inalterada.
Descodificador Expresso: Quantos fundos têm as empresas?
Repartição dos fundos europeus do Plano
de Recuperação abre “guerra de números” entre o Governo, os empresários e a
oposição
1 - Quantos apoios tem o Plano de
Recuperação e Resiliência?
No Plano de Recuperação e Resiliência
(PRR) estão diretamente reservados às empresas €4,6 mil milhões até 2026, diz o
primeiro-ministro. António Costa destaca €1250 milhões para capitalização das
empresas, €1209 milhões para agendas de reindustrialização, €650 milhões para
digitalização, €370 milhões para a criação de emprego ou €715 milhões para a
descarbonização da indústria, a que se somam os apoios às energias renováveis e
à eficiência energética das empresas. Já o ministro do Planeamento, Nelson de
Souza, estima em “perto de €10 mil milhões” o estímulo que o PRR provocará na
procura interna dirigida às empresas, seja em obras públicas e aquisição de
serviços tecnológicos e equipamentos da mais diversa natureza.
2 - Qual a fatia do PRR que cabe afinal
aos empresários?
As contas não são fáceis de fazer, pois, entre os €13,9 mil milhões de subsídios e os €2,7 mil milhões de empréstimos do PRR, há várias componentes que se destinam tanto ao sector público como ao sector privado. Mas que as empresas perdem definitivamente para o Estado, disso não há dúvidas. Segundo a Confederação Empresarial de Portugal (CIP), às empresas caberá entre 28% a 35% do PRR, mesmo fazendo as contas por cima. Em causa estarão 30% dos subsídios à transição climática ou 26% dos subsídios ao digital. E só 16% dos subsídios à resiliência vão para investimento e inovação. Quanto à economia e sua competitividade, a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal alerta que as empresas só receberão 24% das verbas a fundo perdido.
Se o governo dos Açores tremer, PAN segura-o
Ventura pode retirar confiança política a deputados. PAN chumba eventual
moção de censura ao Governo, André Ventura rumou esta semana aos Açores e, pela
segunda vez em pouco mais de um mês, o governo regional fica sob ameaça. O
líder nacional do Chega já tinha esta deslocação ao arquipélago agendada para
falar das eleições autárquicas mas, de acordo com o “Observador”, pôs em cima
da mesa a retirada da confiança política a um dos dois deputados. Os
parlamentares açorianos, contactados pelo Expresso, classificam a notícia do
jornal online como “um disparate” e “uma novidade pura”.
Em causa estará um desentendimento relacionado com o Rendimento Social de Inserção (RSI). José Pacheco, um dos dois deputados, fez uma publicação na sua página pessoal e na página do partido no Facebook em que declarava que o Chega está “contra o aumento” do RSI na região autónoma. O parlamentar, que é secretário-geral do Chega-Açores, sinalizou o aumento de beneficiários “em mais de 200 no início deste ano”. A publicação seria retirada da página do partido por Carlos Augusto Furtado, o outro deputado na assembleia legislativa e presidente do Chega Açores, sublinhando que “o Chega tem a obrigação de contribuir para a resolução deste problema e não apenas criticar por criticar”. Posteriormente, José Pacheco retirou também a publicação do seu Facebook pessoal.
Governo reforça apoios, mas empresas asfixiam
Lay-off simplificado, programa Apoiar,
linhas de crédito com garantia pública, moratórias fiscais... É por aqui que
deve passar o guião do Governo para apoiar as empresas face ao prolongamento do
confinamento. Os patrões veem estas hipóteses com bons olhos, mas lembram que o
dinheiro tarda em chegar às empresas e que as medidas para reforçar a
capitalização continuam no papel. Aliás, o Fundo Monetário Internacional (FMI)
alerta que os apoios às empresas em Portugal e na Europa não evitam
insolvências, e os advogados avisam que pode aproximar-se uma onda de
falências.
Até ao fecho desta edição, o Governo
não apresentou oficialmente novas medidas, mas o Expresso sabe que o ministro
da Economia, Pedro Siza Vieira, reuniu-se na última semana com confederações patronais
e sinalizou o que está em cima da mesa. Sem detalhes nem compromissos fechados,
falou no alargamento do lay-off simplificado, recuperado em janeiro apenas para
empresas encerradas por imposição administrativa e que agora deverá
aproximar-se do modelo inicial — como pediam os patrões —, permitindo o acesso
a empresas por quebras de faturação. Outra possibilidade é prolongar os apoios
ao emprego, seja pelo lay-off ou pelo apoio à retoma, até setembro.
Apoios às empresas garantem liquidez,
mas não evitam falências, diz o Fundo Monetário Internacional
Acresce que esta semana, na concertação social, a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, manifestou disponibilidade para recuperar o incentivo à normalização da atividade para as empresas que forem saindo destes dois mecanismos de apoio, apurou o Expresso junto de fonte do Governo. Em 2020, este incentivo permitiu às empresas receber um ou dois salários mínimos, consoante a modalidade, por cada trabalhador que tivesse estado em lay-off.
sábado, março 13, 2021
Dos cruzeiros às tintas se fazem os novos donos dos media
A 24 de novembro
os novos acionistas da Media Capital fizeram uma conferência de imprensa em que
contestaram decisões tomadas pelo regulador dos media, a ERC. À agricultura e
ao imobiliário, a família que detém o grupo Lusiaves juntou um novo
investimento, tal como fez o cantor Tony Carreira à música ou o empresário
Marco Galinha à distribuição e venda em máquinas de produtos como o tabaco. Aos
cruzeiros (e a todos os seus negócios), o empresário Mário Ferreira adicionou
um investimento num sector onde já tinha uma pequena experiência, como fez o
empresário João Serrenho às tintas e vernizes da marca CIN. Que sector? Os
media.
A Media Capital e
a Global Media são as protagonistas das recentes mudanças na comunicação
social, com os antigos ‘tubarões’ do programa de empreendedores “Shark Tank”,
da SIC, à cabeça.
Mário Ferreira tornou-se em 2020 o maior acionista da Media Capital, com 30,22%, e conseguiu levar para a proprietária da TVI uma série de investidores de diferentes áreas de negócio, nomeadamente de indústrias sedeadas no Norte. Substituíram a espanhola Prisa que ao fim de várias tentativas vendeu 94,69% da Media Capital e saiu de Portugal. O negócio do dono da Douro Azul com o grupo espanhol foi esta semana alvo de uma decisão da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), que defende que foi feito sem a autorização prévia obrigatória, mas que, ainda assim, abre portas a que as irregularidades sejam sanadas. Já Marco Galinha tem neste momento 29,75% da Global Media e um acordo para chegar à maioria do capital da empresa que edita o “Diário de Notícias” e o “Jornal de Notícias”.
Inquérito ao Novo Banco: O “mistério” das dívidas ao BES que aumentaram 600 milhões em seis meses
Mariana Mortágua
lançou o "mistério" ao ex-vice-governador do Banco de Portugal: porque
é que a exposição do Novo Banco aumentou 600 milhões em seis meses, em 2014,
entre as avaliações da PwC e da EY?
Os termos foram
colocados desta forma pela deputada Mariana Mortágua. “Talvez me ajude a
desvendar um mistério”, disse a deputada do Bloco ao ex-vice-governador do
Banco de Portugal, Pedro Duarte Neves, em mais uma audição da comissão de
inquérito ao Novo Banco que está a ter a lugar na Assembleia da República.
“Temos o relatório da PwC que analisou as grandes exposições de crédito do BES
e do Novo Banco a 3 de agosto de 2014. E temos um relatório da EY que analisou
essas mesmas exposições a 31 de dezembro de 2014. Gostaria de saber, por
exemplo, porque é que no relatório da PwC a exposição da Martifer era de 281
milhões de euros, mas a EY, seis meses depois, diz que a exposição é de 556
milhões”, questionou Mariana Mortágua.
“O mesmo acontece
noutros casos: por exemplo, a exposição de José Berardo a 3 de agosto era de
282 milhões e 31 de dezembro era de 308 milhões, a exposição de José Guilherme
a 3 de agosto era de 137 milhões, a 31 de dezembro era 262 milhões. A exposição
da Promovalor, em agosto, era de 304 milhões, em dezembro era de 487 milhões”,
prosseguiu a deputada.
“Não sei”, respondeu Pedro Duarte Neves. “Por que é que há esse salto, não lhe sei responder“, acrescentou.
sexta-feira, março 12, 2021
Marte é o destino mais desejado neste momento. Mas porquê? Nós temos as pistas
É hora de ponta em Marte, depois de uma via verde ter
sido aberta para o Planeta Vermelho, o que fez com que três missões de outros
tantos países lá chegassem praticamente ao mesmo tempo. A corrida ao pequeno
mundo enferrujado está mais engrenada e competitiva do que nunca. Mas o que
leva a Humanidade, em tempos de confinamento, a viajar durante sete meses a uma
velocidade de 120 mil km/h para um destino desértico e gélido? Embarque numa
odisseia literalmente de outro mundo em mais um artigo de jornalismo de dados
com 2 minutos e 59 segundos (Expresso)