quinta-feira, maio 31, 2012
Comissão Europeia fala de "riscos para os objetivos orçamentais devido a empresas públicas e as administrações local e regional"
Jardim regista (a Barroso) "rigor" da Comissão
Documento da Comissão fala nos "recentes acontecimentos na Região Autónoma da Madeira"...
O orçamento de 2012 visa um défice das administrações públicas de 4,5% do PIB, em conformidade com o programa
Contém importantes medidas de consolidação correspondentes, no total, a 6% do PIB, dos quais dois terços do lado da despesa. As principais medidas incluem cortes significativos nos salários do setor público e nos direitos de pensão, bem como a aplicação de taxas do IVA mais elevadas a um grande número de bens e serviços. Os cortes salariais e dos direitos de pensão estão a ser feitos com uma preocupação social, dado que os rendimentos mais baixos não são abrangidos pelas medidas ou sê-lo-ão em menor escala. As medidas são adequadas, tendo em conta a necessidade de passar de um modelo baseado no consumo para um modelo de crescimento mais induzido pelas exportações. Embora o rendimento orçamental das medidas tenha sido corretamente avaliado pelo Governo, existe, todavia, um risco de que o objetivo não seja atingido, em especial devido ao fato de as perspetivas económicas e os riscos orçamentais estarem associados ao desempenho das empresas públicas (EP) e das administrações regionais e locais. Esta situação exige uma rigorosa execução do orçamento, assim como medidas estruturais de acompanhamento destinadas a melhorar o controlo orçamental das entidades do setor público em geral. Em termos de saldo estrutural, o ajustamento estrutural orçamental deverá ser superior a 7pp do PIB no período 2011-2012. O OMP de -0,5% reflete adequadamente os requisitos do Pacto de Estabilidade e Crescimento. No que respeita à dívida pública, espera-se que atinja um máximo de 115,7% do PIB em 2013, para, depois, diminuir progressivamente.
O Governo está a adotar uma série de reformas para melhorar a gestão orçamental e o controlo das despesas, incluindo a melhoria da comunicação de informações a todos os níveis da administração pública, tendo-se comprometido a realizar uma profunda reestruturação das empresas públicas.
Em especial, estão a ser desenvolvidos esforços para melhorar o quadro orçamental através da introdução de uma estratégia orçamental de médio prazo, de um controlo reforçado do cumprimento dos compromissos assumidos e da apresentação de relatórios regulares e exaustivos sobre os pagamentos em atraso. O Governo preparou igualmente um plano estratégico para as EP no qual se definem formas de promover a eficiência do setor, restaurar a sua sustentabilidade financeira e recentrar as suas atividades nos grandes objetivos das políticas estatais. Tendo em conta os importantes riscos orçamentais neste setor, face, nomeadamente, ao seu elevado e rápido nível de endividamento, a aplicação célere da estratégia deverá assegurar que, até ao final de 2012, estas empresas não estejam a funcionar em perda. Esta ação deve ser urgentemente completada por um plano que especifique as opções destinadas a reduzir o elevado nível de pagamentos em atraso, em especial no setor hospitalar onde o problema é especialmente agudo. O Governo preparou também um relatório sobre os riscos financeiros decorrentes das parcerias entre os setores público e privado (PPP) e está a lançar, ligeiramente mais tarde do que o previsto, um estudo sobre se e como as pressões previstas a nível das despesas, resultantes das PPP nos próximos anos, podem ser reduzidas.
Galinhas vão complicar visita de Cristas...
Cristas quer que o Decreto Legislativo Regional em causa – que prorroga na Madeira o prazo de aplicação da Diretiva em causa, passe de 1 de Janeiro de 2012 para 1 de Janeiro de 2015 – seja revogado alegando que “tal medida, que constituiu uma violação à regulamentação comunitária, a ser publicada, criará uma discrepância entre as medidas adotadas a nível do continente e dos Açores, por um lado, e a nível da Região Autónoma da Madeira, por outro, e fragilizará a posição nacional face ao plano de ação que nos comprometemos a executar”.
Curiosamente a ministra recorre a Passos Coelho alertando-o para a “repercussão que os mesmos podem ter sobre Portugal, nomeadamente a possibilidade de serem aplicadas multas ao nosso país” mas pelo facto de “termos já esgotado todos os nossos meios de sensibilização da Região Autónoma da Madeira, no sentido de obviar a que esta situação, contrária ao interesse nacional, se possa manter”.
Médico que denunciou Bin Laden condenado a 30 anos
Lagarde ganha 380 mil/ano livre de impostos
Ministério Público autorizou consulta de processo de ex-espião
Alguns hospitais estão a pedir a laboratórios perdões significativos da dívida
Gregos não querem abdicar da moeda única
Portimão é o município com maior dívida de curto prazo
Banif fecha 2 a 3 balcões na Madeira
Segundo o Dinheiro Vivo, “o programa de recapitalização do Banco Internacional do Funchal - Banif será no mínimo de 500 milhões de euros e deverá estar concluído em julho, disse o presidente da comissão executiva, Jorge Tomé. "A operação de capitalização que nós estamos a montar vai ser da ordem dos 500 milhões de euros. Temos de prever que 2012 vai continuar a ser um ano ainda muito afetado pela crise", disse Jorge Tomé, no final da assembleia geral anual do Banif SGPS, que aprovou as contas relativas a 2011. No ano passado, o grupo registou resultados líquidos consolidados negativos da ordem dos 161,6 milhões de euros. "O que nós temos previsto no plano de recapitalização é capitalizar o Banif SA e não o Banif SGPS", explicou Tomé. "Vamos concentrar toda a nossa atividade bancária no Banif SA, operar uma grande reestruturação societária no sentido de simplificar o grupo, e o centro do grupo vai ser o Banif SA, que será o veículo de capitalização", referiu. "O cenário de aumento de capital tem de ser concebido de forma que se dê alguma margem de segurança para algum desvio negativo que possa ser operado este ano por força da envolvente externa financeira, portanto, o aumento mínimo de capital vai ser de 500 milhões de euros", anunciou. Questionado sobre a forma em que a mesma operação será feita, Jorge Tomé referiu que "a fórmula ainda não está completamente fechada". "Vamos ter de negociar com o Estado e com os próprios acionistas privados e o que estamos a prever é que haja um recurso de acionistas privados da ordem dos 100 a 150 milhões de euros, um recurso à linha de capitalização do Estado da ordem dos 350 milhões de euros e, dentro desses 350 milhões de euros, aquilo que nós estamos a prever é uma linha de capital de 250 milhões de euros e uma linha de capital contingente de 100 milhões de euros". "Mas isto não está fechado, isto é um desenho de partida, estamos a trabalhar mas depende da evolução que as negociações com o Estado vão definir", acrescentou. Sobre a eventual posição que o Estado assumirá no banco na sequência do processo de capitalização, Jorge Tomé lembrou que o banco tem seguir as regras que estão definidas na portaria "mas, em princípio, não". "O processo de capitalização vai começar agora, vamos iniciar as negociações com o Estado, vai passar também pela marcação de uma assembleia geral do Banif SGPS e do Banif SA (que ainda não estão marcadas) e o processo deverá ser finalizado no final de julho", disse ainda. O gestor adiantou também que o banco passará por um "programa de redução de custos tanto a nível de pessoal como ao nível do fornecimento de serviços externos" que implicará o encerramento de balcões, dois a três dos quais na Madeira. "Estamos a prever que este programa, em velocidade de cruzeiro (dentro de um ano), possa reduzir cerca de 20 milhões de euros na conta de resultados do grupo", observou. "Obviamente vão ser operados alguns despedimentos, é inevitável, mas são movimentos que serão graduais e vamos ter especial atenção para que isso não tenha grandes impactos em termos sociais no cômputo do grupo", admitiu. Jorge Tomé disse ainda que 2011 "foi marcado por fortes ajustamentos no sistema bancário", realçando, contudo, que "as principais variáveis de exploração até não correram mal, não tiveram comportamento diferente dos outros bancos". "A grande diferença relativamente aos anos anteriores - adiantou - foi o crescimento das imparidades por força do crédito vencido. Foi o ano em que se corrigiu fortemente a carteira de crédito", a qual registou "mais de 250 milhões de euros de imparidades" que, a não terem existido, o banco teria atingido um resultado de exploração positivo de 100 milhões de euros. "O ano, apesar de tudo não correu mal, há sim um forte ajustamento", concluiu”
quarta-feira, maio 30, 2012
Governo de coligação faz chantagem sobre municípios
...mas Jardim Ramos assegura que Governo Regional não cederá a chantagens
Governo de coligação faz chantagem com a Madeira?
Sócrates e as sondagens
Recordo a evolução eleitoral segundo as sondagens no período decorrente entre Março e Junho do ano passado:
PSD 46,7%
PS, 24,5%
- 10 de Abril, sondagem da Universidade Católica
PSD 39,0%
PS, 33,0%
- 3 de Maio, sondagem da Eurosondagem
PSD 35,8%
PS, 32,5%
- 5 de Maio, sondagem da Aximage
PSD 33,9%
PS, 30,5%
- 23 de Maio, sondagem da Eurosondagem
PSD 33,1%
PS, 32,6%
- 30 de Maio, sondagem da Eurosondagem
PSD 35,5%
PS, 32,2%
- 31 de Maio, sondagem da Marktest
PSD 38,5%
PS, 30,1%
- 01 de Junho, sondagem da Intercampus
PSD 36,5%
PS, 31,1%
- 02 de Junho, sondagem da Aximage
PSD 37,4%
PS, 29,2%
- 02 de Junho, sondagem da Eurosondagem
PSD 35,5%
PS, 31,0%
- 5 de Junho de 2011 (eleições)
PSD 38,7%
PS, 28,1%
- 28 de Junho, sondagem da Eurosondagem
PSD 40,8%
PS, 25,0%
Deste grupo de sondagens seleccionadas para este texto constata-se que a da Aximage (Correio da Manhã) de 2 de Junho foi a que esteve próxima da realidade. Foram estas sondagens e uma crónica tentativa de desvalorização dos seus resultados que levaram Sócrates a candidatar-se a a acreditar, até a noite do dia das eleições, que o PS ainda poderia ganhar o acto eleitoral.
Sondagens e dúvidas
- Qual a distribuição por concelhos do universo de entrevistados? A Eurosondagem diz na ficha técnica que a sondagem realizada a 24 e 25 de Maio por entrevistas telefónicas (fixos) envolveu 717 respostas validadas tendo-se registado 179 recusas;
- Qual o peso do concelho do Funchal no universo dos entrevistados? Sabe-se apenas que foram ouvidas pessoas com 18 a 30 anos (16,9%), de 31 a 59 anos (48,3%) e com 60 ou mais anos (34,8%);
- Não há verdades absolutas nestes trabalhos. São ou não factuais os erros na última sondagem que esta mesma empresa divulgou (6 de Outubro) antes das eleições regionais de 9 de Outubro de 2011?
- Eticamente é correcto que as empresas que realizam as sondagens sejam elas a comentá-las nos jornais ou nas televisões numa promiscuidade que devia ser proibida?
- Considerando os resultados brutos da sondagem - não as projecções apuradas em função da distribuição aleatória da percentagem dos que disseram que não sabiam em quem votar - é ou não factual que não há uma viragem do eleitorado para a esquerda, mas sim para a direita, já que o CDS consegue manter, mesmo descendo comparativamente a Outubro de 2011, os seus resultados?
Recordo que esta sondagem do DN do Funchal foi realizada junto de 51,5% de eleitoras e 48,5% de eleitores do sexo masculino. O erro é de 3,65. Uma das constatações é que existe uma quase correlação efectiva entre os resultados da sondagem e os resultados das eleições regionais de Outubro do ano passado no Funchal.
terça-feira, maio 29, 2012
Em Outubro de 2011 Eurosondagem falhou em...pormenores
Sondagem: a frustração do PS (e do CDS)...


Para efeitos de comparação recordo os resultados brutos da sondagem (dispenso a projecção) e os resultados de 2011 que mostram igualmente um CDS a perder eleitorado, o que não deixa de ser curioso, talvez consequência da colagem e da subserviência do CDS face aos socialistas locais e do natural desgaste que sofre pelo seu envolvimento na desastrosa coligação nacional:
PTP, 3,5
PCP, 3,1
PND, 2,9
MPT, 1,8
PAN, 2,9
BLOCO, 2,1
Comentário
Sondagem do DN: "Era uma vez a maioria social-democrata

Medidas de austeridade penalizam presidente do governo
Alberto João Jardim não está a honrar os compromissos assumidos na campanha que lhe garantiu a reeleição em Outubro passado. À pergunta "Considera que, ao aplicar as medidas de austeridade na Região nos últimos meses, o presidente do Governo mentiu aos madeirenses?", 56,1% dos inquiridos no estudo de opinião encomendado por DIÁRIO e TSF à Eurosondagem não hesitam em criticar a postura do chefe do executivo. Uma espécie de 'moção de censura' antecipada, com números eloquentes, até porque as dúvidas são poucas: apenas 16,6% evitaram responder à questão.
PP, PS e CDU sobem; BE volta
A mesma sondagem, realizada na Região nas passadas quinta e sexta-feira, revela que se as eleições fossem hoje os social-democratas perdiam três deputados, o suficiente para deixarem de ter maioria parlamentar, actualmente presa por valor idêntico. CDS-PP, PS e CDU ganhavam mais um parlamentar, enquanto PND, PAN e MPT não sofreriam qualquer alteração, graças a terem registado melhorias mínimas, mas suficientes para manter representação parlamentar.Em queda está o PTP que perderia um dos três deputados. Quem fica a ganhar nesta sondagem é o Bloco de Esquerda, que regressava ao parlamento madeirense, que assim atingiria novo máximo histórico ao albergar nove partidos. O estudo hoje apresentado permite ainda concluir que PSD, CDS, PS, PTP e PAN têm melhores resultados junto do eleitorado do sexo feminino. CDU, PND, MPT e BE têm mais preferências junto do eleitorado masculino" (texto do jornalista Ricardo Oliveira do DN do Funchal com a devia vénia)
Crise: Conselho de redacção do Público demite-se
segunda-feira, maio 28, 2012
Turistas da Noruega desistem dos Açores
Jornalismo: chefias dizem ser precisas novas fontes de receitas sob risco de falência
Canarias espera mantener los fondos de la UE para el periodo 2014-2020
Açores: a partir de Setembro, turmas do 1º ao 3º ciclo terão 23 alunos e escolas terão 25 alunos por turma no secundário
Açores: PSD e CDS querem os Açores a reduzir o número de freguesias respeitando memorando da ‘troika
Açores: desemprego cresceu 5% nos centros de emprego no primeiro trimestre do ano
Empresa de Aveiro paga propinas dos filhos de 2 mil funcionários
Buraco das contas do Estado agravou-se nos primeiros quatro meses do ano
Também nos Açores: jovens enfermeiros emigram para terem trabalho
Açores: reforço de 787 mil euros no orçamento do Parlamento
Vencimentos dos deputados diminuíram
Entretanto, a presidência da Assembleia Legislativa esclareceu ontem, que a remuneração base dos deputados regionais sofreu uma redução de 5% em Junho de 2010, passando de 3.681,64 € para 3.497,56 €, o que significou que o ganho médio, onde se inclui a remuneração variável composta pelas despesas de representação e trabalho parlamentar, passou de 4.701,80 € para 4.517,72 €. A partir de Janeiro de 2011, a remuneração base, bem como a remuneração variável, sofreram nova redução de aproximadamente 10%, o que fez com que o ganho médio baixasse para 4.065,95 €. Em 2012, não houve qualquer alteração nos valores das remunerações, mantendo-se o que vigorou durante todo o ano de 2011. Concretamente em outubro de 2011, o ganho médio foi de 3.999,34 € e em janeiro de 2012 foi de 3.964,38 €, tendo sido, portanto, ligeiramente menos do que o de outubro de 2011, bem como relativamente inferior ao ganho médio de 2011".
Açores: PSD quer ouvir o governo regional sobre operações turísticas canceladas
astonário da Ordem dos Advogados: poder político açoriano “favorece” alguns gabinetes de advogados de Ponta Delgada
Jornalismo: SJ critica Relvas e governante socialista açoriano
Conselho Deontológico reprova ameaças a jornalistas
O Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas manifesta preocupação pela sucessão de casos que indiciam o recurso a pressões sobre jornalistas, tendentes a condicionar o exercício da liberdade de expressão e a autonomia e independência dos profissionais da comunicação social.
Declarações e comentários produzidos a propósito dos casos mais recentes permitem supor que algumas dessas práticas constituem instrumentos de condicionamento continuado e utilizado de forma generalizada pelo poder político e económico. Muitas dessas atitudes podem configurar situações de assédio moral.
O Conselho Deontológico manifesta igual preocupação pelas acusações que atentam contra a dignidade profissional dos jornalistas. Traduzem-se na criação da percepção de que as relações dos jornalistas com as fontes de informação são pautadas por conveniências políticas ou outras e, por troca de favores, em clara violação de princípios éticos e deontológicos e da derrogação do seu primado e aspiração à prestação de um serviço público.
O Conselho de Redacção do jornal Público denunciou alegadas pressões exercidas pelo ministro Miguel Relvas, que se traduzem numa grosseira ameaça aos direitos constitucionais dos jornalistas. A actuação denunciada pelo Conselho de Redacção e confirmada pela direcção do jornal evidencia um comportamento arrogante e uma falta de cultura democrática da maior gravidade. O ministro não se limitou a enunciar pressões sobre o jornal, como ameaçou divulgar dados da vida privada da jornalista que o interpelou.
Também o Conselho de Redacção da RTP-Açores denunciou a atitude intempestiva do secretário Regional José Contente que interferiu no trabalho da jornalista que fazia a cobertura noticiosa dos estragos causados pelo mau tempo na zona da Bretanha, ilha de São Miguel. Permitiu-se coercitivamente agarrar a jornalista pelo braço que segurava o microfone para impor as declarações que não lhe foram solicitadas.
A exposição pública destes factos suscitou reacções díspares e contraditórias. Em qualquer dos casos, os governantes cuja actuação foi denunciada pelos Conselhos de Redacção negaram as práticas imputadas. A posição de Miguel Relvas assumiu já diferentes cambiantes. A justificação mais mistificadora consiste na sua assumpção do papel de vítima, ao ser, como o alega, pressionado pela jornalista para responder a uma pergunta no prazo de 32 minutos. Além da inconsistência argumentativa, confunde o ciclo da organização do trabalho com uma pressão.
O Conselho Deontológico reprova as pressões e ameaças do ministro Miguel Relvas, exercidas contra a jornalista do Público e o jornal, bem como a atitude do secretário José Contente tomada contra a jornalista da RTP-Açores. Estas atitudes são atentatórias da liberdade de expressão e de imprensa.
O Conselho Deontológico regozija-se pela decisão dos Conselhos de Redacção de denunciarem as ofensas aos seus direitos, tal como estabelece o número 3 do Código Deontológico do Jornalista. E reitera a necessidade de os jornalistas reforçarem a sua organização nas redacções. Os Conselhos de Redacção constituem um mecanismo fundamental para assegurar a qualidade do jornalismo e para garantir o juízo ético-deontológico nas redacções. Lisboa, 28 de Maio de 2012".
Sondagem para amanhã

Razões políticas (ocultas) de uma censura


Censura
Separando o "memorando de entendimento" de Maio de 2011 - negociado por Sócrates e o PS depois de seis anos de desgovernação socialista, que conduziram o país e os portugueses à falência - do programa de ajustamento financeiro para a Madeira - negociado pelo governo regional do PSD com o governo de coligação de Lisboa maioritariamente dominado pelo PSD - a verdade é que no seu cerne, no essencial, existe uma perfeita ligação entre os dois momentos e os dois documentos. O primeiro imposto por Bruxelas a Lisboa, o segundo imposto por Lisboa ao Funchal. E daqui não saímos. Não vale a pena andarmos a pintar a realidade com cores menos agressivas, porque os factos são os factos (e como são) e a verdade é incontornável. Aliás, acabamos sempre por ser vítimas de situações que começam por ser desvalorizadas ou menos desmentidas mas que depois se tornam inevitáveis porque impositivas. Mais vale, nos tempos que correm, não dizer nada.
Muito do que hoje penaliza a Madeira, para além de responsabilidades próprias, tem a sua origem no "memorando de entendimento" imposto pela "troika" a Portugal, documento que parece ter caído no esquecimento, mas que continua a funcionar com o manual, se quiserem a "bíblia" de toda a política de austeridade em curso no país. Regiões Autónomas, Autarquias e empresas públicas incluídas, embora neste último caso pouco ou nada de concreto se tenha passado, foram os alvos preferenciais desse "memorando de entendimento" e muitas propostas dele constantes ainda nem foram aprovadas. Como é o caso das anunciadas alterações à Lei de Finanças Regionais que, estou certo, representará mais um duro golpe nas Regiões Autónomas. Tal como, depois, a revisão da Lei de Finanças Locais apertará ainda mais o sufoco de muitas autarquias e provocará a sua falência a exemplo do que já acontece em Espanha e Itália.
Ressalvando aquilo que se pode designar de "responsabilidades próprias" (não tenho problema em assumir esta perspectiva), que hoje seriam impensáveis com a vigência da nova Lei de Compromissos (que a seu tempo colocará situações complexas, em relação às quais muitos políticos ainda não se aperceberam...), percebe-se facilmente que a moção de censura que o PS local apresenta no parlamento contra o governo regional, acabe por ser também uma moção de censura ao próprio PS local. Desde logo pelas responsabilidades que tiveram, no plano nacional, na solidariedade que sempre demonstraram para com a desgovernação e a falência do país e pela cumplicidade activa e permanente que os socialistas locais (e a sua nomenclatura dirigente) sempre manifestaram com a governação socialista nacional e com as decisões tomadas contra a Madeira.
Aliás, no que à Região diz respeito, a postura do PS local foi sempre a do "mata e esfola". Se Lisboa dizia "mata" no Funchal o PS local gritava ainda mais alto e dizia "esfola". Deixou de haver uma coerência e uma integridade forte na defesa da Região, dos seus interesses, direitos e do seu Povo - insisto que estamos a falar de um valor que tem que estar acima de diferenças políticas e ideológicas - para dar lugar à mais vil e descarada traição políticas, aliás eleitoralmente penalizada.
Não acredito que os madeirenses tenham memória curta, pelo que continuo a afirmar que o nosso Povo decidirá como entender, tomando as opções que acha serem as melhores quando for chamado a votar. Os cidadãos sempre o fizeram, e sempre respeitei essa expressão da vontade soberana do eleitorado. Não será agora que ousarei duvidar dessa liberdade tal como não questionarei essa autoridade política expressa em cada voto.
Sabendo-se as implicações do "memorando de entendimento" de Maio de 2011, da responsabilidade do governo socialista de Sócrates (que viria a perder as eleições de Junho desse ano), na vida do país em geral, e da Madeira em particular (é dela e sobre ela que falamos), parece-me por isso mais do que evidente e inatacável que esta moção de censura, repito, é também uma moção de crítica e de censura ao PS, nacional e local, pela cumplicidade, pela conivência, pelo silêncio a que sempre se remeteu. Quais são as medidas tomadas na região que constam do memorando de maio de 2011, muitos antes de ter sido detectado o tal buraco de 1.,1 milhões de euros nas contas regionais?
Alguém se lembra de alguma vez ouvir o PS local, melhor dizendo, a sua nomenclatura dirigente iluminada, denunciar ou chamar a atenção para os perigos do caminho que o país estava a seguir, para as loucuras cometidas, para a inevitabilidade de um estrondo das contas públicas e para o triste desígnio de nos confrontarmos com a falência e a austeridade?! Ninguém ouviu rigorosamente nada por uma razão muito simples: os socialistas locais calaram-se durante os seis anos de desgoverno, foram seus cúmplices e apoiaram sempre tudo o que foi feito em Lisboa e que nos conduziu ao estado de lastimável em que nos encontramos.
Estas moções de confiança ou censura são meros instrumentos regimentais ao dispor dos partidos que não se podem utilizar de forma banalizada. Dada a configuração da Assembleia Legislativa da Madeira, não é expectável a aprovação da referida moção de censura o que, caso acontecesse, implicaria a queda do governo regional, sem forçosamente termos de recorrer à realização de eleições antecipadas.
Espera, aliás, neste debate sobre a moção de censura que a oposição esclareça que alternativas tinha, dada a situação actual da Região, para resolver os nossos problemas. Eleições? Será que elas resolvem a nossa dívida e as exigências que nos foram feitas no quadro do programa de ajustamento financeiro? A proposta absurda do CDS de um governo de "salvação regional" – será que o CDS reclamou em 2011 um governo de salvação nacional ou defendeu sempre eleições legislativas antecipadas?! - esconde o outro lado deste confronto político na oposição, particularmente entre PS e CDS, nomeadamente o receio natural dos populares de uma penalização eleitoral por causa do seu envolvimento no governo nacional.
Tenho alguma curiosidade em saber como vai a oposição regional demarcar-se politicamente da moção dos socialistas (se é que vai), ou se ela se limitará a ir a reboque de uma iniciativa política da responsabilidade do PS que não deixa de chamar a si uma postura de liderança da oposição na contestação natural ao Governo Regional e ao PSD, um dos grandes objectivos dos socialistas locais. Uma coisa é certa: a bipolarização partidária e política é efectiva e provavelmente nunca foi tão acentuada e tão evidente como hoje ficará demonstrado" (in JM, 29 de Maio de 2012)
"Canal História" dá porrada no aeroporto da Madeira

Escribas, publicidade e opiniões
Tenho opiniões pessoais - repito, pessoais - sobre o CINM que se alicerçam, ao contrário de outros escribas do contra e dos fretes ao contra - e quem sabe se avençados também - numa noção meramente pessoal, que até pode estar incorrecta, mas que não são influenciadas, ora pelo alinhamento pelas campanhas que foram desenvolvidas contra o CINM (lembram-se do que escreveram e disseram sobre a influência negativa do CINM no PIB da Madeira e de quem não saiu em sua defesa?!), ora por necessidades meramente publicitárias que compreendo mas que não passam disso mesmo.
Mantenho tudo o que disse, retomando o que realmente afirmei e reafirmo: se a questão do CINM se resolve no eixo Lisboa - Bruxelas (a Madeira não tem influência nenhuma), se os madeirenses (presumo isso, porque não há estudos de opinião que o demonstrem) estarão com o CINM, então é lógico que toda a estratégia deva ser realizada exactamente onde estão os centros de decisão, por muito que isso possa irritar certas pessoas, agora defensores do CINM.
Uma nota adicional, até porque continuamos sem obter resposta nem a comunicação social pelos vistos se interessa muito por isso: quanto é que o CINM gerou, em termos de receitas, a favor da Madeira entre 1990 e 2012? E só isso que se pede para reforçar os argumentos da importância do CINM. É óbvio que as previsões de receitas anuais do Centro da ordem dos 120 a 140 milhões de euros - num quadro que entretanto se alterou devido a um conjunto de medidas tomadas pelo actual governo de coligação de Lisboa - estarão hoje reconhecidamente ultrapassadas. Também não percebo, insisto, um aparente "secretismo" existente à volta do CINM. Por exemplo, sei que foi realizado recentemente um estudo sobre o CINM e as suas empresas. Alguns dados firam disponibilizados à Lusa para divulgação (e bem) no exterior da Madeira. Mas como se explica que surjam dificuldades enormes para que as pessoas interessadas tenham acesso a esse estudo que nem foi disponibilizado no site institucional da SDM? Qual o mal? Qual é o problema? Sobre isso os escribas da oposição e dos fretes não comentem. Nem sequer tentam obter essas informações para sobre elas fazerem um trabalho mais desenvolvido
Porque não tenho memória curta, e porque as minhas opiniões nada têm a ver com as minhas opções partidárias, por acaso não era Luís Amado, agora ligado à SDM por escolha do Grupo Pestana (que detém cerca de 75% da SDM), ministro do governo socialista, de Sócrates, acusado, até pela concessionária (as voltas que o mundo dá...) de ter desencadeado uma campanha de boicote ao CINM? Desconheço o que ele terá feito para inverter então essa situação. Mas, política (e partidos) à parte, reconheço que Luís Amado será uma mais-valia importante para o CINM, até pela experiência (e contactos) adquiridos enquanto governante, particularmente em Bruxelas. E para a própria SDM, contra a qual (e particularmente contra o seu Presidente, Francisco Costa), nada tenho de pessoal. Era o que faltava, até por razões que transcendem o CINM e a SDM, mas que no caso de alguns escribas do contra não tenho que esclarecer.
Mais. Considero que muito do que é o CINM e das suas potencialidades, se fica a dever ao empenho pessoal que Francisco Costa colocou neste projecto, à sua competência e conhecimentos técnicos, mesmo quando lutou contra alguns obstáculos, que contra ele (CINM) sempre se posicionaram mas que agora (a) parecem estar ao seu lado. Portanto, não admito canalhices nem insinuações tentando associar as minhas opiniões pessoais a pretensas questões pessoais que não passam do imaginário fértil de mentes porventura frustradas. Aliás, comprovadamente ao contrário do que eles fazem.
Mas que fique claro: a iniciativa do grupo parlamentar do PSD, tal como foi noticiado, tem a ver com a prestar de informações aos deputados social-democratas sobre as perspectivas futuras do CINM e qual a estratégia a seguir. E nada melhor que Luís Amado para responder a todas as questões que sejam colocadas.
Finalmente uma recomendação: deixem-se dessas tretas dos escribas do regime porque lhes fica mal e revela uma desonestidade ética e uma falta de educação que não se tolera. Tal como não confundo o que alguns indivíduos escrevem, com o que pensam, querem ou dizem o senhor Blandy ou o senhor Joaquim Oliveira, ou seja lá quem for. Seria uma tremenda desonestidade da minha parte. Não alinho nisso. O que escrevo é apenas uma expressão do que penso, pelo que as minhas opiniões se podem confundir com as minhas opções partidárias, não falo pelo mau partido Ponhamos ao menos alguma elevação numa troca de ideias.