quarta-feira, setembro 22, 2021

Notas autárquicas: antecipando resultados?

 


Acredito que na noite eleitoral de 26 de Setembro na Madeira, algumas surpresas – poucas - ocorrerão e que os resultados podem surpreender, nalguns casos, frustrar vitórias dadas como certas ou confirmar derrotas que nem todos assumem ser possíveis. Alguns partidos, no final do somatório dos votos, confrontar-se-ão com contradições e porventura com a necessidade urgente da sua própria sobrevivência. Veremos se tenho ou não razão. Os partidos sabem – e se não sabem deviam saber, o que significa que continuam atolados numa incompetência ainda mais confrangedora do que era suposto - que há freguesias que são referencias essenciais para uma antevisão de desfechos eleitorais, feita com antecipação e apenas com alguma segurança, dos resultados eleitorais finais. No Funchal por exemplo, dificilmente se pode antecipar eventuais vitórias ou de derrotas sem que cada partido, em função da sua realidade eleitoral nos 3 últimos actos eleitorais, tenha como referência uma grande, média e pequena freguesia. E em função da evolução eleitoral autárquica nos últimos 3 actos eleitorais é possível antecipar, repito, apenas especulativamente, qual, pode ser o desfecho este ano. O mesmo se aplica em concelhos como Machico, Câmara de Lobos, Santa Cruz ou Santana e Calheta.

Usando o Funchal como exemplo, vejamos este quadro – resultados de 2017 por freguesia para a Camara Municipal e para a Junta de Freguesia para que as pessoas possam melhor perceber do que falamos. Claro que é preciso ressalvar que no caso de algumas Juntas de Freguesia, os resultados foram “distorcidos” se compararmos com a votação para a Câmara, devido ao perfil do autarca na freguesia e aos apoios que facilmente conquista. Neste quadro constata-se que os casos de São Roque, Santa Luzia e mesmo do Monte são a prova disso (LFM)

Notas autárquicas: vamos ter algumas surpresas na RAM

 

Os partidos políticos têm-se adaptado ao longo do tempo, com maior dificuldade e assertividade, ao potencial que as redes sociais propiciam, na tentativa -. Desconheço se conseguida ou se falhada – de chegarem mais depressa a mais gente, levando as suas ideias, mensagem e protagonistas a um terreno, o da credibilização da política, que anda muito por baixo. Há partidos, sobretudo os mais pequenos, que planificam as suas campanhas usando apenas as redes sociais e o espaço mediático concedido pelos meios de comunicação tradicionais. Para além disso, zero!

Mas no caso de alguns, poucos, diga-se em abono da verdade que pelo menos conseguiram a eleição de alguns candidatos…

Outros partidos, de maior dimensão eleitoral e social e por isso com maiores responsabilidades políticas, devido aos sucessivos (e demagógicos) tiros-nos-pés, por exemplo em matéria de financiamento quando se tratam de instituições de interesse público, viram-se privados de condições para estarem mais activamente no terreno e no contacto com as pessoas, contrastando com as exigências que se colocam de forma acrescida aos partidos para que mostrem a sua utilidade numa sociedade que se distancia cada vez mais deles – e eles em vez de optarem por uma tendência contrária, também se distanciam das pessoas.

Outro erro nas campanhas eleitorais é o uso absurdo e massacrante das novas tecnologias, nomeadamente os SMS através dos quais os partidos enviam mensagens de apelo ao voto.

O problema é que os partidos enviam mensagens

(não falamos de convocações para actos públicos de campanha) para os seus próprios militantes, usando as suas bases de dados. Ora é de acreditar - e mal será que assim não seja - que os militantes do PSD-M ou do PS-M ou de outro partido qualquer sejam por natureza eleitores dos seus partidos. O que torna redundante o massacre diário com mensagens SMS que deveriam ser levados ao eleitorado em geral em vez de se limitarem a círculos restritos representados pelo pequeno universo dos seus militantes ou alguns simpatizantes (?).

Sem contacto de rua com as pessoas, sem que os candidatos se mostrem no dia-a-dia, no chamado porta-a-porta, ouvindo tudo mesmo o que não espera nem quer, nada feito, Eu lembro-me do stress que era uma campanha e pré-campanha de dois meses (ou mais) na rua, com reforço aos fins de semana e feriados, e lembro-me do que nos era dito sobretudo em zonas eleitoralmente mais adversas ou agrestes mas que antecipadamente identificávamos. Mas o pessoal estava lá e não me recordo de ter sido mal recebido seja onde for. Hoje a lógica da política aburguesou-se, há quem queira ser candidato - o mundo dá de facto muitas voltas... - mas não tem perfil para uma campanha eleitoral pura-e-dura. E há partidos e dirigentes políticos que cometem o erro de acharem que basta seleccionar uns tantos cromos para preencher a caderneta e que tudo se resolve. Vão sofrer contrariedades, porque tenho para mim, pelo menos é essa a minha convicção, que estas eleições autárquicas reservarão algumas surpresas também na Madeira. Que podem antecipar debates ou questionar estratégias e opções.... (LFM)

Notas autárquicas: Assembleias Municipais....



A Assembleia Municipal, no fundo o parlamento de um município, são uma espécie de parente pobre dos actos eleitorais, já que as atenções dos partidos se centram nas Câmaras Municipais e nas Juntas de Freguesia. Acho mesmo que as pessoas, de uma maneira geral, nem sabem para que servem as Assembleias Municipais, salvo sem estas se assumirem como forças de bloqueio da gestão autárquica ganhando por isso o direito a espaço mediático reforçado e que numa situação normal não teriam.

Mas em tempos de bipolarização inegável, valorizar excessivamente a Assembleia Municipal ou quem se candidata à sua presidência – que depende sempre de entendimentos partidários posteriores, aliás como o PSD-M sabe melhor do que ninguém depois do que aconteceu em 2017 no Funchal – introduzindo mais um protagonista numa luta que tem a ver apenas e só com a conquista da presidência da CMF, pode ser um sinal de dúvida ou de distorção deliberada do contexto eleitoral. E isso, a conquista da liderança de uma Câmara Municipal, não tem nada a ver nem com os resultados para as Juntas de Freguesia nem com a Assembleia Municipal. Tem a ver apenas com ter mais votos que os demais concorrentes.

Lembro o que aconteceu em 2017 quanto aos mandatos na Assembleia Municipal do Funchal, para a qual o PS-M foi o mais votado:

PSD – 15 eleitos + 5 inerências (Presidentes de Juntas) = 20 lugares

PS (coligação) – 12 eleitos + 5 inerências (Presidentes de Juntas) = 17

CDS – 3 eleitos

MPT – 1 eleito

PTP – 1 eleito

PCP – 1 eleito

Com base nestes resultados, a oposição elegeu 26 mandatos contra 17 da coligação liderada pelo PS (LFM)

Nota: estas minhas considerações são políticas e têm a ver com po estabelecimento de prioridades num combate eleitoral onde supostamente o que está em causa é a conquista da Câmara Municipal. Pelo menos supostamente será isso. Não tem nada a ver nem com pessoas que são candidatas, que respeito muito, nem com a importância dada, não vou discutir isso, desde 1976 às Assembleias Municipais contrastando com o peso que se atribui aos parlamentos, da República e Regional. Mas isso seria outra discussão...

terça-feira, setembro 21, 2021

CEO que estabeleceu salário mínimo de 70 mil dólares para todos os funcionários diz que empresa prosperou

 

A medida foi implementada em 2015 e desde então a empresa Gravity Payments tem crescido. Em 2015, o empresário Dan Price decidiu aumentar o salário dos funcionários para 70 mil dólares (cerca de 60 mil euros) depois de descobrir que um dos seus funcionários tinha dois empregos para conseguir sobreviver. Para que conseguisse aumentar o salário de todos, Price cortou o seu próprio vencimento, que era de cerca de 1,1 milhão por ano, e vendeu uma das suas casas. O CEO da Gravity Payments, com sede em Seattle, passou a ganhar o mesmo que os funcionários - 70 mil dólares ao ano.

Seis anos depois, o plano que muitos disseram que daria errado, não podia estar a correr melhor. Dan Price diz que a empresa continua a prosperar. Quando tomou a decisão, Price foi considerado um herói por muitos, mas também recebeu críticas e previsões de falência por outros. Alguns especialistas financeiros dizem que a decisão do empresário foi um grande risco.

Oito em cada dez empregos criados em Portugal são precários

Nunca houve tanta gente empregada em Portugal, porém, de acordo com os dados do INE, dos 384,9 mil vínculos assinados entre empregador e trabalhador até meio deste ano, mais de 293 mil foram contratos “com termo”. Nunca houve tanto emprego em Portugal. No entanto, até meio deste ano, oito em cada dez novos trabalhadores contratados são precários. Ou seja, dos 384,9 mil vínculos assinados entre empregador e trabalhador, neste período, mais de 293 mil são contratos “com termo” ou “contratos de prestação de serviço”, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados, esta segunda-feira, pela rádio “Renascença“.

Ainda segundo os mesmos dados, quase 200 mil destes empregos — mais de metade do total de contratados no primeiro semestre —  pagam menos de 900 euros líquidos mensais. Acresce que cerca de 10% destes trabalhadores vão auferir menos de 600 euros. Ou seja, vão ganhar abaixo do salário mínimo nacional. Estes números surgem numa altura em que há muito tempo não havia tanta gente empregada em Portugal. Em julho eram quase quatro milhões 843 mil pessoas. Já não se verificava um valor tão alto há 23 anos. No primeiro semestre de 2021, a economia gerou 423,6 mil novos empregos (destes quase 39 mil são por conta própria). A maioria dos novos contratos foi conseguida por trabalhadores até aos 34 anos, com a região Norte a comandar a criação de emprego (quase de 150 mil empregos neste período) (Jornal Economico)

Da Alitalia à ITA, a história que alguns querem ver repetida na TAP



A nova empresa que substitui a Alitalia será mais pequena que a TAP, mas fechar uma companhia aérea e abrir outra ao lado também tem custos elevados para o Estado e o resultado é incerto. No dia 10 de setembro, a Comissão Europeia emitiu um comunicado sobre a Alitalia que selou o já esperado destino da companhia aérea. “Na sequência da nossa investigação aprofundada, chegámos à conclusão que os dois financiamentos públicos no valor de 900 milhões de euros concedidos pela Itália à Alitalia deram à companhia uma vantagem indevida sobre os seus concorrentes, em violação das regras sobre ajudas de Estado da UE. Eles têm agora de ser devolvidos pela Alitalia para ajudar a repor um mercado justo na indústria de aviação europeia”. Substitua-se Itália por Portugal, Alitalia por TAP e 900 por 1.662 milhões e temos o texto que o Governo português, a companhia aérea e os seus sindicatos não querem ler quando sair a decisão final de Bruxelas sobre o plano de reestruturação.

Há, no entanto, quem defenda este desfecho. Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto, enviou uma carta à Comissão Europeia a pedir uma solução “a la Alitalia”, com o fecho da TAP e a abertura de uma nova companhia aérea, que asseguraria a conectividade aérea e a proteção das atividades económicas através da afetação dos ativos da TAP em matéria de slots livre de passivo e interesses noutras empresas (como as participações no Brasil). Companhia essa que funcionaria como plataforma de voos transatlânticos.

sexta-feira, setembro 10, 2021

Presidentes das autarquias de Lisboa e Porto recebem quase mais 1.500 euros do que nos municípios pequenos

A diferença salarial entre os presidentes das câmaras municipais do país pode chegar aos 1.500 euros. É o que se passa com Medina e Moreira, em Lisboa e no Porto, em relação aos outros autarcas. Os presidentes das Câmaras Municipais de Lisboa e Porto recebem 5.224,60 euros por mês (antes de impostos): 3998,81 euros brutos do vencimento mais 1.225,74 euros em despesas de representação, segundo os dados da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) citados pelo Público.

Estes são os dois municípios onde os presidentes (e vereadores mais ganham) — 55% do vencimento do Presidente da República, depois da redução de 5% em vigor desde 2010 (as despesas de representação são somadas depois). Ou seja, a partir do valor de referência de 7.270,56 euros, é calculado o vencimento de todos os autarcas em função do tamanho do município. Os municípios com menos de 10 mil eleitores recebem 40% do valor de referência, o que dá um total de 3.799,67 euros (2.908,22 euros do vencimento mais 891,45 euros de despesas de representação).

Em todas as câmaras, os vereadores a tempo inteiro recebem 80% do vencimento do presidente e os que estão em meio tempo metade desse valor. Já os que estão em regime de não permanência, como o presidente e membros da Assembleia Municipal, recebem entre 2 e 3% do vencimento do presidente da câmara (Observador)

Quanto ganham os Presidentes das Camaras Municipais da Madeira

- Calheta, Camara de Lobos, Machico, Ribeira Brava e Santa Cruz nível remuneratório INTERMÉDIO a que corresponde um salário bruto de 3.271,75 euros, mais 1.002,85 euros de despesas de representação, totalizando 4.274,63 euros (5)

- Ponta do Sol, Porto Moniz, Porto Santo, Santana e São Vicente, nível remuneratório MAIS BAIXO a que corresponde um salário bruto de 2.908,22 euros, mais 891,45 euros de despesas de representação, totalizando 3.799,67 euros (5)

- Funchal, nível remuneratório MAIS ELEVADO a que corresponde um salário bruto de 3.635,28 euros, mais 1.111, 43 euros de despesas de representação, totalizando 4.749,58 euros (1)

Quanto ganham os vereadores a tempo inteiro nas Camaras Municipais da Madeira

- Calheta, Camara de Lobos, Machico, Ribeira Brava e Santa Cruz nível remuneratório INTERMÉDIO a que corresponde um salário bruto de 2.617,4 euros, mais 534,87 euros de despesas de representação, totalizando 3.152,27 euros (5)

- Ponta do Sol, Porto Moniz, Porto Santo, Santana e São Vicente, nível remuneratório MAIS BAIXO a que corresponde um salário bruto de 2.326,58 euros, mais 475,44 euros de despesas de representação, totalizando 2.802,02 euros (5)

- Funchal, nível remuneratório MAIS ELEVADO a que corresponde um salário bruto de 2.908,22 euros, mais 594,43 euros de despesas de representação, totalizando 3.502,52 euros (1)

Governo propos que todas as freguesias possam ter pelo menos um autarca a meio tempo

O Governo aprovou uma proposta para que todas as freguesias do país possam ter um autarca a meio tempo independentemente da sua dimensão, anunciou a ministra da Modernização do Estado, que tutela as autarquias. Caso seja aprovada, a proposta de lei, que tem de ser submetida e aprovada pela Assembleia da República, implica um custo de 29 milhões de euros, que será pago através do Orçamento do Estado (OE). Segundo a ministra, Alexandra Leitão, a proposta altera a lei de regime e funcionamento dos órgãos autárquicos no sentido “de permitir que em todas as freguesias exista um membro da junta de freguesia a exercer as suas funções em regime de meio tempo”.

Até agora, este regime de meio tempo estava apenas previsto para as freguesias de maior dimensão e agora, caso a proposta seja aprovada na AR, passará a acontecer em todas as freguesias independentemente da sua dimensão. A remuneração associada ao exercício da função em meio tempo em todas as freguesias é suportada pelo Orçamento do Estado, o que significa um encargo de 29 milhões de euros a transferir para as freguesias, acrescentou a governante.

Nota: Rangel, Mesquita Nunes, etc

Paulo Rangel assumiu (entrevista à SIC) a sua homossexualidade. Um forte aplauso pela coragem e pela dignidade de decidir dar uma dimensão pública a um assunto que apenas lhe diz respeito e que em circunstâncias algumas pode ser utilizado para o avaliar, sobretudo na política. Mas a revelação acaba por ser também uma tristeza a partir do momento em que se transforma num "acontecimento" mediatizado, algo que na sociedade dos nossos dias é encarado como uma normalidade. Estamos a falar de algo que está relacionado apenas com a pessoa em causa, seja ela quem for, que apenas diz respeito aos seus direitos, às suas opções, à sua vida e ao seu direito a viver com dignidade e encontrar a sua felicidade da forma que entender. Os tempos mudaram, eu próprio sinto isso, por que os nossos pensamentos, por muito agrestes e pouco tolerantes que tenham sido no passado, mudaram por completo. E qual o motivo? Pelo simples facto da afirmação e assimilação colectiva de uma nova consciencialização social, da convicção reforçada de que ninguém é dono da vida, do destino, da liberdade e da felicidade do outro, porque todos temos o dever e a obrigação cívica e moral e lutar para que o outro se sinta respeitado e integrado, que seja feliz da forma que entender, gozando da mesma liberdade que reclamamos para nós. E nunca será a orientação sexual a constituir um entrave para essa vivência com dignidade, com liberdade, sendo apenas mais um entre nós, apenas e só isso mais um que vive na nossa mesma sociedade e que tem direito aos direitos que reclamamos para nós. Parabéns Paulo Rangel, parabéns Mesquita Nunes, dois dos políticos portugueses a quem auguro maior futuro e maior sucesso na política nacional. Souberam quebrar tabus, souberem sobretudo mostrar que não somos donos de nada nem de ninguém e que não temos o direito de querermos ser melhores do que o outro que vive ao nosso lado, bem entre nós, e que tem os mesmos direitos e os mesmos sonhos que nós temos. Repito, mesmo que autocriticamente nem sempre todos tenhamos pensado dessa forma, mesmo que nem sempre nos tenhamos comportado de forma humana e solidária como hoje é absolutamente imperioso que aconteça. Em nome da nossa própria autorrealização enquanto Pessoas, em prol da nossa liberdade individual e colectiva e em defesa dos nossos direitos (LFM)

domingo, setembro 05, 2021

10 mudanças que a pandemia trouxe ao mundo do trabalho

 

Quando no início de 2020 os primeiros casos de contágio por covid-19 foram diagnosticados em Portugal, poucos arriscariam pensar a dimensão do impacto que a pandemia teria no mercado de trabalho. Quase um ano e meio depois os especialistas dizem que ainda é cedo para medir impactos definitivos. Mas já identificam algumas tendências de mudanças estruturais. Transformações que foram induzidas ou aceleradas pela pandemia e que vão perdurar no tempo, alterando irreversivelmente a forma como trabalhamos. O Expresso ouviu um conjunto de especialistas, da economia do trabalho ao recrutamento, que ajudam a sinalizar dez tendências e mudanças para o futuro que já se sentem.

1 - ESTAMOS MAIS REMOTOS E FLEXÍVEIS

O impacto mais visível da pandemia no mercado de trabalho foi, inquestionavelmente, a migração forçada do trabalho presencial para o remoto. Apesar de previsto no Código do Trabalho desde 2003, o teletrabalho teve sempre uma adesão residual no país, quer por parte das empresas quer dos trabalhadores. Até chegar a pandemia.

Durante o primeiro confinamento, em março de 2020, mais de um milhão de profissionais estiveram em teletrabalho e mesmo as empresas onde os processos de transformação digital estavam em fase embrionária migraram para o conceito. “Foram dados passos irreversíveis no aumento do teletrabalho. Até porque tecnologias de conexão remota, como o Zoom, permitem que certo tipo de trabalhos possam ser desempenhados em qualquer lugar”, sinaliza o economista Paulino Teixeira, professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

Uma migração que não foi imediata, nem simples, para todos os sectores. Em áreas mais tradicionais, “implicou um ajuste profundo nos meios utilizados, nos processos, mas sobretudo na forma de pensar o trabalho”, realça António Costa, diretor associado da empresa de recrutamento Michael Page, reforçando que “a conjuntura obrigou empresas e colaboradores a adaptarem-se a um cenário que estava em desenvolvimento”.

Novo Banco tem 36 grandes devedores que geram perda de quatro mil milhões

 

O banco de Portugal atualizou a lista de grandes devedores em incumprimento no Novo Banco. Eram 36 os grupos económicos em falta no final de 2020, mais um do que em 2019. O Novo Banco tinha 36 grandes devedores em situação de incumprimento em dezembro de 2020, mais um do que tinha no ano anterior. Ao todo, estes grupos económicos geravam uma perda de quase quatro mil milhões ao banco liderado por António Ramalho no final daquele ano.

Os dados constam do relatório com a informação agregada e anonimizada relativa a grandes posições financeiras do Novo Banco, divulgada esta sexta-feira pelo Banco de Portugal. Não são divulgados nomes dos devedores, embora muitos sejam já conhecidos publicamente. Este reporte decorre da Lei 15/2019, que determina que sejam conhecidas as grandes posições financeiras em situação de default num banco sempre que este recorra a fundos públicos. Como tem acontecido no Novo Banco, que em abril deste ano voltou a pedir dinheiro ao Fundo de Resolução.

Nem estudar nem trabalhar...



Alice soube que queria um futuro diferente no final do 10º ano: “Os meus amigos até iam inscrever-me no curso profissional de teatro sem eu saber, mas acabei por tomar a decisão primeiro. Fiquei contente quando soube desse plano, porque eles sabiam que eu não estava feliz no curso de ciências”, diz esta mulher natural do Porto, 24 anos, e que depois do curso profissional em teatro seguiu para Lisboa para fazer o Ensino Superior na mesma área. Nunca trabalhou durante o percurso escolar: fê-lo depois, pressionada pela pandemia: “Já era difícil entrar no mundo das artes, e a covid complicou tudo ainda mais. Arranjei trabalho num centro comercial e trabalhei lá sete meses.” Depois, despediu-se: “Já não aguentava mais. Não era o que queria fazer. Estava esgotada e sem tempo. Neste momento tenciono encontrar alguma coisa em part-time, para ter tempo para avançar com os meus projetos.”

Enquanto não “encontrar alguma coisa”, Alice faz parte dos cerca de 261,8 mil jovens portugueses entre os 16 e os 34 anos que não estudavam nem trabalhavam nos primeiros três meses de 2021, segundo números do Instituto Nacional de Estatística. Estes jovens “nem-nem” são cerca de 12,4% da população total compreendida entre estas idades. No quarto trimestre do ano passado, eram 10,9%.

Presidente dos Açores defende reforço da autonomia

 

O Presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, defendeu a necessidade de reforço da autonomia açoriana na próxima revisão constitucional, nomeadamente a possibilidade de concorrência legislativa com a República e a admissão de partidos regionais. José Manuel Bolieiro discursou durante a sessão solene que assinalou o 45º aniversário da autonomia dos Açores, realizada na cidade da Horta, no Faial, na presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O dirigente social-democrata, eleito em 2020, afirmou que, passados 45 anos, os Açores estão “prontos e determinados para um novo ciclo de desenvolvimento”, gerador “de melhor coesão territorial” e melhor solidariedade social, “que proteja os mais pobres e mais frágeis da sociedade e um novo nível de riqueza e de emprego, que estimule a iniciativa privada, a liberdade de investimento e liberte a sociedade da dependência do Estado”. Nesse sentido, na próxima revisão constitucional “deve refletir-se, desejavelmente”, um reforço da autonomia, com a definição de um Estado unitário e regional e um “aprofundamento das competências legislativas das regiões autónomas, num quadro de concorrência legislativa com a República, em que a Constituição apenas definirá as competências legislativas exclusivas dos órgãos de soberania”, considerou o dirigente.

Marcelo diz que autonomia dos Açores e da Madeira é "conquista" e não "benesse"

 

O Presidente da República admitiu que o processo autónomo pode ainda evoluir em ambas as regiões. Marcelo Rebelo de Sousa, disse que a autonomia dos Açores e da Madeira, foram uma "conquista" dos povos insulares e não uma "benesse" e admitiu que o processo autonómico pode ainda evoluir nas regiões autónomas.

"A autonomia foi uma conquista dos açorianos, tal como dos madeirenses, não foi uma condescendente benesse de ninguém", sublinhou o chefe de Estado, durante a sessão comemorativa dos 45 anos da autonomia regional, realizada este sábado na sede do parlamento, na cidade da Horta, nos Açores.

Num curto discurso, a encerrar a cerimónia, onde o tema "autonomia" foi o mais abordado, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que a unidade nacional "só é plena", porque os Açores e a Madeira são regiões autónomas, considerando que as autonomias não devem ser vistas com receios pelo resto do país.

"Unidade e autonomia são feitas e refeitas dia após dia, obra inacabada, sempre atenta a novos tempos e a novos desafios", frisou ainda o Presidente da República, referindo-se às ambições já manifestadas por vários partidos políticos na região, de se aprofundar o regime autonómico nos Açores. Além do chefe de Estado, intervieram nas comemorações dos 45 anos da autonomia deputados de oito forças políticas (PS, PSD, CDS, BE, PPM, Chega, IL e PAN), e ainda os presidentes do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, e da Assembleia Legislativa Regional, Luís Garcia (Lusa)

quarta-feira, setembro 01, 2021

A nossa banca....



 fonte: Correio da Manhã

Ninguém acredita na bazuca milagrosa partida por Bruxelas?


 fonte: Correio da Manhã

Isto é mesmo o PS ou esta tudo manipulado e empolado?


fonte: Público

Qual o impacto disto no turismo da Madeira?


 fonte: Jornal de Negócios

Alemanha: que futuro?


 fonte: Público

Uma desgraça....


 fonte: Público

Tudo rapaziada fixe....


 fonte: Sábado

Nota: lembrando a realidade eleitoral do concelho do Funchal



Alguns indicadores recolhidos tendo por base os resultados eleitorais no Funchal:

a) Considerando as eleições desde 2013, constata-se que o PSD-Madeira obteve os melhores resultados absolutos na capital nas regionais de 2015, regionais de 2019 e legislativas nacionais de 2019. Ao invés, os piores resultados foram, sem surpresa, nas europeias de 2014, europeias de 2019 e autárquicas de 2013;

b) No caso do CDS-Madeira - que não concorreu no Funchal nas europeias de 2014 (lista com PSD e outros) - os piores resultados foram nas legislativas de 2015, legislativas de 2019 e europeias de 2019. Os melhores resultados foram conseguidos nas autárquicas de 2013, regionais de 2015 e autárquicas de 2017:

c) Quanto ao PS, concorrendo sozinho ou coligado (2013, 2015 e 2017), os melhores resultados foram conseguidos nas autárquicas de 2017, seguidas das regionais de 2019 e das autárquicas de 2013. Os piores resultados foram registados nas regionais de 2015, europeias de 2014 e europeias de 2019;



d) Entre 2013 e 2019, o PSD-Madeira foi o mais votado nas europeias de 2014, regionais de 2015, legislativas de 2015 e europeias de 2019. O PS-Madeira, sozinho ou coligado, foi o vencedor na capital madeirense nas autárquicas de 2013, autárquicas de 2017, regionais de 2019 e legislativas de 2019;

e) Considerando o período 2013 a 2019 a maior vitória do PSD-M em termos percentuais foi obtida no Funchal nas regionais de 2015, seguidas das regionais de 2019 e legislativas de 2019. Os piores resultados foram registados nas europeias de 2014 e autárquicas de 2017. O PS-M, sozinho ou coligado, obteve as melhores percentagens vitoriosas nas autárquicas de 2017 e nas autárquicas de 2013, contrastando com as piores, obtidas nas regionais de 2015 e europeias de 2014. Quanto ao CDS-M as melhores percentagens foram obtidas nas autárquicas de 2013 e nas regionais de 2015, enquanto as piores percentagens eleitorais na capital foram conseguidas nas legislativas de 2019 e de 2015;

f) O Funchal registou nas europeias de 2014, regionais de 2015, regionais de 2019 e europeias de 2019 as abstenções mais elevadas, entre 50 e 69,3%. Nas autárquicas de 2017 foi apurada a abstenção mais baixa, considerando as eleições realizadas entre 2013 e 2019.


Outras curiosidades:

a) No caso das autárquicas de 2013, o PSD-Madeira obteve em São Martinho e Santo António 44,77% do total da votação obtida na capital, contra 45,74% do total no caso do PS e 49,16% no caso do CDS. Ou seja, diga-se o que se disser, é essencialmente nestas duas freguesias, as mais populosas da cidade, que os resultados dos partidos maiores se definem, bem como o apuramento dos respectivos mandatos.

b) Em 2013, o PSD-M foi o mais votado - nas eleições para a CM - em apenas uma freguesia, São Roque, ganhando a coligação liderada pelo PS-M nas nove restantes freguesias da capital. O problema é que não se pode confundir esta votação nos partidos para a Câmara Municipal com as votações para as Assembleias de Freguesia, dado que se registam sempre resultados diferentes.

c) Já em 2017,comparando com 2013, o PSD aumentou a votação em 6 das 10 freguesias da capital, enquanto que a coligação liderada pelo PS-M apenas baixou a votação numa (Monte) das 10 freguesias do Funchal. O CDS-M, comparando 2017 com 2013, perdeu votos nas 10 freguesias da capital. Em 2017, Sé, São Roque e Monte foram as melhores freguesias para o PSD-M em termos percentuais, enquanto que para o PS-M o Imaculado Coração de Maria, São Gonçalo e Santa Maria Maior foram as três freguesias com maiores percentagens eleitorais. Para o CDS-M, apesar da perda de votos em todas as freguesias, Sé, Santa Maria Maior e Santa Luzia foram as que propiciaram melhores percentagens aos centristas (LFM)