domingo, janeiro 22, 2023

DN-Lisboa (2ª parte): Os "erros" e "medos", os "drogados pagos" para votar e o líder que não quis ser "candidato a presidente"

Regionais 2023 - Dez líderes e todos falharam. Jardim vê, agora, no PS dos "snobs" e dos "gajos ricos" uma novidade: um líder diferente e que "não precisa da política para viver". Mota Torres lembra os "erros" iniciais; líderes recentes reivindicam vitórias e lamentam as últimas derrotas. O PSD responde às acusações de que condiciona o voto: eles já pagaram a delinquentes e alugaram charters. E depois a velha questão: "Espelho meu, espelho meu, quem é mais autonomista do que eu?"

Domingo, 1 de setembro de 1974. O grupo "dinamizador" liderado por Gil Martins, fundador do PS e que tinha regressado, em junho, do exílio em Itália, faz a "inscrição oficial dos aderentes" que cria o "núcleo regional do PS".

Sexta-feira, 8 de novembro de 1974. É publicado, pelo PS, um documento em defesa da "descentralização" do "poder político e da autonomia financeira e administrativa". Porém, comenta um antigo dirigente, Gregório Gouveia, no livro Madeira: tradições autonomistas e revolução dos cravos, em "algumas expressões nota-se uma certa secundarização regional na medida em que o interesse regional pode ser limitado quando contrariar o interesse nacional".

Sábado, 1 de março de 1975. Rua Câmara Pestana. O velho e desocupado edifício do banco X, no número 13, é ocupado "por um grupo de socialistas" e torna-se a sua sede até 1980. Uma "infelicidade", escreveu Gregório Gouveia ; "um erro", confessa Mota Torres [terceiro líder do partido]; "já viu na Madeira um partido cuja sede é um prédio ocupado? A sepultura deles começou a cavar-se desde o início", diz Alberto João Jardim. "Consta", escreve o antigo dirigente e deputado na Assembleia Legislativa Regional, que Mário Soares, "quando soube da ocupação", terá dito: "Vocês já perderam as eleições." Foi, diz Gregório Gouveia, o "primeiro revés".

Sondagem: Maioria absoluta do PS esfumou-se, PSD também perde, Chega ganha força


Um ano depois das últimas legislativas, o PS de António Costa voltaria a vencer umas eleições, mas longe da maioria absoluta (27,1%). Não conseguiria sequer liderar uma maioria parlamentar à Esquerda, porque ela desaparece. De acordo com a sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF, o PSD de Luís Montenegro não consegue afirmar-se como alternativa (25,1%). A Direita teria primazia, mas à custa do crescimento de Chega (12,9%) e Iniciativa Liberal (9,5%). O BE também recupera, mas pouco (6,6%), enquanto a CDU parece estagnada (4,8%). Livre (3,4%) e PAN (3,1%) deixariam de ser partidos de deputado único. E o CDS continuaria fora do Parlamento.

O exercício é virtual. Uma sondagem é um retrato do momento, sempre com imperfeiçoes, não é uma eleição. Ainda assim, mesmo os mais desconfiados serão obrigados a reconhecer que a que foi realizada pela Aximage, entre 10 e 14 de janeiro, parece confirmar muitas das leituras que se têm ouvido a comentadores e politólogos, e até ao presidente da República, nos últimos meses: primeiro, o desgaste do PS, minado por sucessivos escândalos; segundo, a incapacidade do PSD de se apresentar como uma alternativa forte; terceiro, a polarização que desfaz o centro, premiando os radicais de Direita. Vamos por partes.

O desgaste do PS

Quando se compara o que aconteceu há um ano com o que se projeta para este, a primeira conclusão é que os socialistas desbarataram a sua maioria absoluta. Seja pela conjuntura externa (o aumento do custo de vida), seja pela sua autofagia (a sucessão de escândalos e demissões no Governo), a avaliação positiva de António Costa é coisa do passado. E o PS pagaria a fatura, se os portugueses fossem de novo chamados às urnas (o presidente da República já deixou claro que não serão): perde 14 pontos relativamente às últimas legislativas e sete quando se compara com a sondagem de outubro passado.

INE: Em 2021, o risco de pobreza diminuiu para 16,4%

O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2022 sobre rendimentos do ano anterior, indica que 16,4% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2021, menos 2,0 pontos percentuais (p.p.) do que em 2020. A taxa de risco de pobreza correspondia, em 2021, à proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos (por adulto equivalente) inferiores a 6 608 euros (551 euros por mês).

A diminuição da pobreza abrangeu todos os grupos etários, embora tenha sido mais significativa para a população idosa (menos 3,1 p.p.); o risco de pobreza dos menores de 18 anos diminuiu 1,9 p.p. e o dos adultos em idade ativa diminuiu 1,6 p.p. O risco de pobreza diminuiu quer para a população empregada, de 11,2% em 2020 para 10,3% em 2021, quer para a população desempregada, de 46,5% em 2020 para 43,4% em 2021. As transferências sociais, relacionadas com a doença e incapacidade, família, desemprego e inclusão social contribuíram para a redução do risco de pobreza em 5,1 p.p. (de 21,5% para 16,4%), um contributo superior ao do ano anterior (4,6 p.p.).

Salários: Mais de metade dos trabalhadores ganhou menos de 1.000 euros mensais em 2022

No ano passado, mais de metade dos trabalhadores em Portugal recebeu menos de 1.000 euros ao final de cada mês. Ministério do Trabalho diz que os que mudaram de empresa viram o salário crescer. Mais de 50% dos trabalhadores receberam salários inferiores a 1.000 euros em 2022, uma percentagem que sobe para 65% no caso dos jovens com menos de 30 anos, segundo dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

De acordo com o documento elaborado pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, apresentado na Concertação Social, no ano passado 56% dos trabalhadores em Portugal recebiam um salário inferior a 1.000 euros, uma percentagem que compara com 72% em 2015. No caso dos jovens, 65% recebiam abaixo de 1.000 euros, em 2022, face a 84% em 2015. O salário médio dos trabalhadores com remuneração declarada à Segurança Social era, no ano passado, de 1.269,34 euros, superior em 29% ao valor de 2015, enquanto para os jovens (até 30 anos), o salário médio era de 1.037,57 euros, mais 40% em comparação com 2015. Os dados do GEP mostram ainda que a percentagem de trabalhadores a receber até 760 euros (o valor do salário mínimo nacional em 2023) reduziu para metade em 2022 face a 2015, tendo passado de 60% para cerca de 30%. Quanto à dinâmica salarial, o documento indica que os trabalhadores que mudaram de empresa viram o seu salário crescer em média 16,3% em 2022 face a 2021, enquanto que os que se mantiveram na mesma empresa tiveram um aumento médio de 6,2%. Considerando o total de trabalhadores em outubro, em média, os salários aumentaram 5,2% face a 2021, indicam os dados (Observador)

Poder de compra do trabalho estagnado há 20 anos, Medina rejeita necessidade de novo reforço agora

Em duas décadas, salários reais per capita dos portugueses avançaram uns magros 0,3%. E é esta a herança com que Portugal chega à nova crise inflacionista, que começou em 2022 e não se sabe quando termina. O poder de compra dos trabalhadores portugueses medido através dos salários médios reais por empregado (portanto, já descontando o impacto da inflação) está virtualmente estagnado há duas décadas ou mais, indicam cálculos do DN/Dinheiro Vivo (DV) a partir de dados da Comissão Europeia (CE). É a herança de vários anos de estagnação, recessões, crises sucessivas e do programa de ajustamento com que o país se defrontou em 2022, quando deflagrou esta nova crise inflacionista e energética.

Ainda assim, mesmo com este passado de esmagamento do poder de compra, o ministro das Finanças, Fernando Medina, à margem da reunião do Conselho dos Ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), em Bruxelas, preferiu focar-se nas questões de curto prazo. O ministro defendeu que "a nossa política salarial é a política adequada para responder à necessidade de assegurar o poder de compra durante o ano de 2023, sem com isso contribuir para um aumento das tensões inflacionistas". Os dados de mais curto prazo da Comissão Europeia também indiciam que não será bem assim. Mesmo com todas as medidas e apoios, em 2022, o salário médio real por trabalhador em Portugal perdeu poder de compra em 2022.

Nota: sim a pobreza existe!

A pobreza na Madeira e no País ou na Europa é uma realidade triste que não se compadece com trocadilhos habilidosos de palavras.
A prioridade não é saber se os dados se reportam a 2020 ou 2021 ou se estão ou não sintonizados com a realidade dos nossos dias. Hoje em dia, sabemos todos, devido ao processo manipulativo que caracteriza o uso e divulgação de estudos por parte de protagonistas políticos e governamentais, já nem nas estatisticas ditas oficiais as pessoas acreditam. Lamentavelmente! Tal como outros trabalhos, tambem este do INE deve contar com a mesma receptividade e tolerância que atribuimos a outros trabalhos do INE qe a classe politica usa, porque lhes convém, de forma repetida e barulhenta.
A Madeira tem índices de pobreza elevada?
Tem e só compete a quem governa, nos diferentes patamares, regional e autárquico, pugnar para que esses valores sejam reduzidos, o que não me parece plausível sem a garantia de emprego e de rendimentos nem mantendo as negociadas especulativas no imobiliário, por exemplo, em contraste com milhares de pessoas, sobretudo jovens, que continuam a não ter acesso à habitação por que não têm rendimentos suficientes para fazerem face à especulação criminosa num sector que já foi a origem de graves crises sociais, económicas, financeiras e bancárias no passado recente e que nada garante que não volte a sê-lo nos próximos tempos.
Mas Portugal não tem elevados índices de pobreza? Tem e precisa de combater de forma contundente essa realidade.
A Europa não tem, cada vez mais - e mais ainda com a guerra na Ucrania e a crise dos refugiados - índices de pobreza e de privação social graves? Tem e parece que neste contexto da guerra e da inflação especulativa essa realidade possa ser combatida eficazmente.
Não se pode combater a pobreza social numa sociedade, que cresce ou se mantem não só por causa dos baixos salários e dos baixos rendimentos, quando não se garante o acesso das pessoas nessas condições a uma habitação condigna, pelo que não resta mais nada ao sector público que não seja o regresso em força ao que aconteceu no passado recente, logo depois do 25 de Abril, quando era apenas o Estado a garantir a habitação a milhares de famílias.
Portanto, mais do que palavras ôcas, precisamos de acção e da consciencialização, a começar pelo poder e pela classe política em geral, que o combate à pobreza, em nome da nossa dignidade colectiva, é uma prioridade, tem que ser a prioridade.
A pressão causada pela guerra da Ucrânia, a pressão causada pela inflação galopante que tem lixado milhares de pessoas e famílias, a pressão causada pela subida descontrolada imposta por Bruxelas, das taxas de juro bancárias, agravando os rendimentos das famílias e ameaçando muitas delas de uma crise sem precedentes que até as podem privar de bens pelos quais lutaram e se empenharam ao longo da sua vida, com muito esforço, certamente que agravaram os indicadores finais e as conclusões do estudo do INE. Dois anos, nestas condições de forte pressão e de muita incapacidade (e incompetência) europeia e nacional de combater esta nova ameaça, é muito tempo.
As entidades, públicas ou privadas, sobretudo estas, vocacionadas para o apoio aos mais necessitados, estão cada vez mais sujeitas a uma forte pressão social e à falta de recursos para fazer face ao aumento das necessidades de intervenção num ano, 2023, em que todos garantem que será pior que 2022 e relativamente ao qual ninguém consegue garantir que não será um ano de recessão económica e social.
Sim a pobreza existe, na Europa, em Portugal, na Madeira, a níveis demasiado elevados, e todos sabemos que o problema não se resolve atirando tudo para debaixo do tapete (LFM)

sábado, janeiro 21, 2023

Sondagem: Costa desce do céu ao inferno em nove meses

O Primeiro-ministro tinha um saldo positivo de 24 pontos no rescaldo da maioria absoluta. Mas a sucessão de escândalos empurra-o para uma avaliação com um saldo negativo de 30 pontos. A popularidade de António Costa está em queda livre. Salpicado por um mês de escândalos e sucessivas demissões no Governo, a avaliação que lhe fazem os portugueses é profundamente negativa. De acordo com o barómetro da Aximage para o JN, DN e TSF, o primeiro-ministro tem agora um saldo de 30 pontos negativos (a diferença entre os 54% que dão nota negativa para os 24% que dão positiva). Mas ainda tem uma maioria absoluta. E será isso que explica que sejam mais os que acreditam que irá cumprir o mandato até ao fim (47%) do que os que apostam que tudo acabe antes de outubro de 2026 (41%). Não é brilhante o cenário, neste arranque do ano, para a classe política. Marcelo está em perda, mesmo que seja agora o único com saldo positivo. O Governo e os seus ministros, em particular Fernando Medina, já não têm a confiança dos portugueses. E a Oposição, quando avaliada em conjunto, volta a ter um resultado confrangedor (saldo negativo de 25 pontos). Mas a queda mais aparatosa é mesmo a do primeiro-ministro.

Sondagem: Portugueses "demitem" Medina e a CEO da TAP

A maioria (55%) defende saída do ministro das Finanças. São ainda mais (71%) os que apontam a porta de saída a Christine Ourmières-Widener. Na sucessão de escândalos dos últimos meses, nenhum se compara, em termos de impacto público, ao caso de Alexandra Reis, a ex-secretária de Estado do Tesouro que recebeu meio milhão de euros de indemnização para sair da TAP. Dois ministros ficaram na mira: Pedro Nuno Santos e Fernando Medina. O primeiro demitiu-se, o segundo resistiu. Mas, de acordo com os portugueses, já não devia estar no Governo (55%). No que diz respeito à CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, entre demitir-se ou ser demitida, 71% abrem-lhe a porta de saída.

O ministro das Finanças tem sido uma espécie de bombo da festa da Oposição, desde que o foco se desviou de Pedro Nuno Santos, ex-ministro das Infraestruturas. Foi o primeiro que convidou Alexandra Reis para as Finanças, sabendo que tinha saído de forma litigiosa da TAP, mas sem cuidar de saber porquê. E, por causa disso, como repete uma e outra vez o PSD, está diminuído politicamente. O barómetro da Aximage para o JN, DN e TSF mostra que esse sentimento é maioritário entre os portugueses.

Avaliação negativa

São muitos mais os inquiridos que discordam da sua decisão de se manter no Governo (55%) do que os que defendem a decisão de permanecer em funções (22%). Esta leitura atravessa todos os segmentos da amostra, em particular os que residem a Norte (62%), os homens (60%), os mais velhos (61%) e os que têm maiores rendimentos (67%). Só os eleitores socialistas lhe dão algum benefício da dúvida. Mas por pouco: 38% também já não querem Medina a ministro.

Tendo em conta o escândalo da TAP e o lastro que arrastava (desde que chegou às Finanças, tem sido sempre o ministro com pior avaliação nos barómetros), não surpreende a avaliação que os portugueses lhe fazem: 55% de notas negativas e apenas 20% de positivas, o que representa um saldo negativo de 35 pontos, ainda pior do que o de António Costa. A linha, refira-se, tem sido sempre descendente: Fernando Medina arrancou em abril com um saldo negativo de cinco pontos; passou para 12 em julho; e em setembro já eram 27.

Outros ministros

- 13 O novo ministro das Infraestruturas arranca mal o mandato, com um saldo claramente negativo. Mas é preciso notar que a maioria (57%) se refugia numa resposta neutra ou não tem opinião.

- 11 Manuel Pizarro, ministro da Saúde, acompanha a onda negativa e passa de um saldo neutro, em setembro passado, para 11 pontos negativos. No entanto, entre os mais velhos tem saldo positivo.

- 7 José Luís Carneiro, titular da Administração Interna, que chegou a estar em terreno positivo em julho, fica desta vez abaixo da linha de água. Mas também tem um saldo positivo entre os eleitores com 65 ou mais anos.

0 A relativa discrição de Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência, ajudará a explicar que se mantenha num patamar acima dos colegas. Mas também é vítima da degradação do Governo: dos 19 de saldo positivo de abril, passa para saldo zero (Jornal de Notícias, texto do jornalista Rafael Barbosa)

Opinião: Notas

Ficamos a saber que as famílias portuguesas há 14 anos que não estavam numa situação financeira de tal modo grave que os seus rendimentos não são suficientes para fazer face às despesas. Acresce que a poupança também está em mínimos históricos. Em dois anos as nossas famílias passaram de uma situação estabilizada em que os seus rendimentos eram suficientes para acomodar as suas despesas, para uma nova situação, de aflição financeira, sendo necessário recuar até 2008, período marcado pela crise financeira do subprime, para encontrarmos algo semelhante.

Factualmente há seis trimestres consecutivos que as famílias registam uma redução constante da sua capacidade financeira para fazer face às despesas familiares, garantindo o INE que essa capacidade financeira das famílias tem reduzido progressivamente desde o segundo trimestre de 2021. A poupança bruta das famílias caíu 59% entre março de 2021 e setembro deste ano. Perante esta evidência, como é possível haver ainda políticos com dificuldade em identificar as prioridades e os problemas dos portugueses e particularemente das nossas familias? Em vez de venderem gato por lebre e acharem, erradamente, que a crise apenas penaliza os cidadãos de menores rendimentos, que não pagam impostos, o que se esperaria eram medidas concretas que ajudassem a conter o impacto que a guerra na Ucrânia está a ter nas nossas vidas. Mas isso é utopia, nunca vai acontecer….

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Sou amigo de infância de Sérgio Marques, nunca o atacarei pessoal e politicamente como alguns agora fazem, incluindo os que andaram anos a contar com ele em várias frentes. Até me lembro do dia em que me pediram para demover SM de abandonar o cargo de director regional quando optou pelo sector privado. Acho que Sérgio Marques cometeu um erro politicamente fatal na gestão de um determinado tempo mediático que lhe surgiu. Ele ou foi demasiado ingénuo ou não soube lidar com uma agenda mediática nacional, regra geral agreste para com a política e que se marimba para os seus protagonistas. Acho que, independentemente de críticas que possam ser feitas - sobretudo pelo timing escolhido e pelo conteúdo das declarações, já que ele se limitou apenas a recuar no tempo – não sabemos se os factos referidos são ou não verdadeiros, Sérgio Marques, que tem uma forma muito própria de estar na política - as nossas divergências resultavam do facto dele apoiar Passos Coelho e a lógica radical nos tempos da troika e eu entender que exagerava ao querer ser mais do que a troika exigia - terá pisado uma linha vermelha que no caso dos políticos em actividade existe e costuma ser implacável. Por isso, concordo com a decisão de renunciar ao mandato e de abandonar a CPR do PSD-M porque não tinha mais condições para continuar - seria contraditório e paradoxal - em ambas as frentes. Desconheço qual a evolução deste caso a partir deste momento mas recomendo ponderação e uma melhor gestão do tempo, dos temas e do espaço mediático. Aliás acho, sempre achei, que Sérgio Marques nunca deveria ter pretendido ser candidato a deputado – há sempre um tempo para tudo e para todos - e que não deve ter gostado nada de ver o seu nome integrado numa lista dos alegados milionários da política nacional que tanta polémica e falatório gerou.

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Outra palermice mostrada pela guerra na Ucrânia, é uma vez mais protagonizada pelo bandalho e assassino Putin – e classifico-o assim pela mortandade provocada e que tanto excita a sua mente doente mas perigosa - tem a ver com a alegada e repetida “disponibilidade” da Rússia, pais invasor e agressor, para “negociar” com a Ucrânia. Uma disponibilidade na qual ninguém acredita e que mostra - tal como cíclicas declarações idiotas de um tal ministro de Kiev, Kuleba - a hipocrisia nojenta e mentirosa reinante nos corredores do poder no Kremlin. O absurdo de Putin é que ele quer “negociar” com Kiev apenas se os ucranianos aceitarem a nova configuração territorial do país, decorrente da invasão e das anexações decretadas por Moscovo desde 2014, sem que ninguém se incomodasse com isso (Opinião de LFM publicada no Tribuna da Madeira de 20.1.2023)

Subida dos preços: Ibiza, Maiorca e todas as ilhas Baleares querem proibir venda de casas a estrangeiros

  

Governo das Baleares quer que Espanha faça pressão junto da União Europeia para as ilhas poderem adotar medidas semelhantes àquelas que foram adotadas no Canadá, onde a venda de casas ficou este ano proibida a não-residentes. Em Espanha, as autoridades das ilhas Baleares admitem vir a adotar legislação para proibir estrangeiros não-residentes de comprarem propriedades, uma vez que são considerados responsáveis por gerar uma inflação de preços tal que está a impedir a população local de ter acesso a habitação, segundo avança o “The Guardian”. A situação é particularmente aguda em ilhas como Ibiza, Maiorca e Menorca, onde os moradores não conseguem ter acesso a habitação, que disparou para preços que só estrangeiros com maior poder de compra conseguem pagar. Tratando-se de casas de férias, as Baleares enfrentam agora o problema de terem zonas com “aldeias-fantasma”, sem vida e cheias de casas vazias durante a época baixa.

CANADÁ ‘BARROU’ VENDA DE PROPRIEDADES A NÃO-RESIDENTES NO INÍCIO DE 2023

O Canadá é o principal exemplo que norteia as autoridades das Baleares. Desde o início de 2023, os estrangeiros estão proibidos de comprar casas no país, à exceção dos residentes ou de imigrantes legais. Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, cumpriu uma promessa eleitoral, no sentido de travar a especulação evidenciada pela escalada de preços da habitação no Canadá, através de uma lei que estará em vigor durante os próximos dois anos.

Venezuela: Justiça emite mandado de captura para ex-presidente do parlamento

 

A Justiça venezuelana emitiu um mandado de captura para o opositor e ex-presidente do parlamento Julio Borges, acusado de traição à pátria, conspiração e associação criminosa por alegada participação numa tentativa de golpe militar em 2019. “Foi descoberto um vídeo difundido a 13 de janeiro, no qual o foragido Leopoldo López afirma que Julio Borges teve participação direta e essencial nos factos de 30 de abril de 2019 (…) em consequência, foi solicitado um mandado para a sua captura pelos crimes de traição à pátria, conspiração e associação criminosa”, indicou o Procurador-Geral da Venezuela, Tarek Saab, em declarações transmitidas pelo canal de televisão estatal VTV.

Défice das regiões autónomas agravado em 2021 por causa da Madeira

 

O défice orçamental da administração regional agravou-se para 0,3% do PIB português em 2021, impulsionado pelo agravamento de 1,5 pontos percentuais (para 4,4% do PIB regional) sentido na Madeira. Já a dívida encolheu. O défice orçamental da administração regional aumentou em 2021, impulsionado pelo agravamento sentido na Madeira, uma vez que o défice dos Açores até melhorou, mostra o relatório “Evolução Orçamental das Regiões Autónomas em 2021” do Conselho das Finanças Públicas (CFP). Mais precisamente, o défice orçamental regional, expresso em percentagem do PIB, “agravou-se de 0,2% em 2020 para 0,3% em 2021”. O défice dos Açores fixou-se em 8,7% do PIB da Região (PIBR), ou seja, menos 0,3 pontos percentuais do que o registado em 2020. Apesar da redução, o défice continuou a ser afetado pelas medidas de resposta à pandemia assim como pela diminuição do apoio financeiro à companhia aérea da região, SATA.

Mais de 3 mil credores do Banif têm 950 milhões de euros a receber, mas só há 58 milhões para distribuir

 

Com €489 milhões de créditos, o Fundo de Resolução e uma ex-trabalhadora estão em posição privilegiada entre os credores do antigo Banif e devem esgotar verbas disponíveis na liquidação. Resolução foi há sete anos. Mais de sete anos depois de o Banco de Portugal ditar o seu fim, há finalmente uma lista de credores reconhecidos do Banif. Milhares de reclamações de particulares que perderam dinheiro no banco do Funchal foram validadas, mas é praticamente certo que nada receberão na liquidação, já que o Fundo de Resolução vê confirmado que tem direito aos 489 milhões de euros que gastou em 2015 com privilégio na recuperação – praticamente esgotando as verbas disponíveis.

Depois da polémica política que quase motivou uma comissão de inquérito e com base na qual o PSD colocou um conjunto de perguntas ao primeiro-ministro (que dois meses depois ainda aguardam resposta), o Banif volta ao espaço mediático porque a comissão liquidatária fechou a lista de credores da instituição que foi fundada por Horácio Roque e que tinha forte presença nas ilhas portuguesas. Segundo a informação obtida pelo Expresso junto de fonte ligada ao processo, foram entregues 6109 reclamações de crédito, que agregavam mais de 7000 reclamantes, porém nem todas foram reconhecidas. A comissão liquidatária teve de analisar os créditos e aferir se tinham razão para serem incluídos na listagem e concluiu que há apenas 3510 credores reconhecidos, num valor global de 951 milhões de euros.

Atlântico, o novo supercomputador do IPMA é inaugurado esta semana

 


Aparelho vai aumentar em 20 vezes a capacidade computacional do Instituto Português do Mar e da Atmosfera e irá permitir uma reacção mais rápida em situações de emergência como incêndios e cheias. Esta sexta-feira foi inaugurado um novo supercomputador do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). O aparelho será capaz de correr os modelos meteorológicos com maior frequência, o que permitirá reagir com mais rapidez a fenómenos extremos, fornecendo informação detalhada no contexto de incêndios florestais e de cheias, adianta Miguel Miranda, geofísico e presidente do IPMA.

“Esperamos que durante o primeiro trimestre deste ano o sistema fique operacional”, diz Miguel Miranda ao PÚBLICO. O supercomputador, em inglês HPC (High Performance Computing), foi baptizado de Atlântico - Sistema de Modelação Oceano Atmosfera de Alta Resolução Espacial e Temporal, está montado na sede do instituto, em Lisboa. O sistema “irá permitir aumentar em mais de 20 vezes a capacidade computacional do IPMA”, adianta um comunicado daquele instituição. O equipamento envolveu “um investimento superior a um milhão de euros”, avança ainda o comunicado. O financiamento veio do Plano de Recuperação e Resiliência. O novo supercomputador vai conseguir, para já, correr modelos meteorológicos quatro vezes por dia e, no futuro, oito vezes por dia. Até agora, o IPMA corria todos os modelos meteorológicos duas vezes por dia e parte dos modelos quatro vezes. Deste modo, o Atlântico vai trazer “uma melhoria em relação ao sistema que actualmente existe”, adianta o geofísico.

Hugo Soares: “O PSD vai ganhar com maioria absoluta a Madeira. Não tenho qualquer dúvida”

 

Vice-presidente social-democrata acredita que o PSD irá vencer as eleições regionais da Madeira. Aos que dizem que o PSD não tem ideias, aponta para as propostas de revisão constitucional. Para Hugo Soares, secretário-geral do PSD, as eleições regionais da Madeira só têm um resultado possível: uma maioria absoluta do PSD. Em entrevista ao programa Hora da Verdade do PÚBLICO/Renascença, o social-democrata fala de Pedro Passos Coelho e afasta a teoria de que existe uma "sombra" do ex-primeiro-ministro no PSD. Sobre as propostas essenciais para o partido na revisão constitucional, não abre o jogo. E também não diz se o PSD voltará a propor a realização de um referendo à eutanásia.

- Em Setembro/Outubro realizam-se as eleições regionais da Madeira. Nas últimas eleições, o PSD perdeu a maioria absoluta. Agora irá coligado com o CDS. Se não chegar irá virar-se para onde? Para a IL ou para o Chega?

Não me considero presunçoso, mas queria que anotassem o que vou dizer: o PSD vai ganhar com maioria absoluta a Região Autónoma da Madeira. Não tenho qualquer dúvida.

- O que é que lhe dá essa convicção?

O trabalho que foi efectuado pelo PSD dá-me essa confiança. Sei também analisar do ponto de vista político o que está a acontecer. E do outro lado temos um PS em degradação. Eu creio que os madeirenses reconhecerão que a estabilidade política faz falta na Madeira, não como o PS que não a sabe usar e usa-a como como um rolo compressor.

Venezuela registou maior número de pessoas a passar fome na América do Sul

 

Um relatório elaborado por várias agências da ONU sobre o panorama da segurança alimentar na América Latina e Caraíbas apontou a Venezuela como o país da América do Sul com o maior número de pessoas a passar fome. “Na América do Sul, a República Bolivariana da Venezuela teve a maior prevalência de subnutrição (22,9%), equivalente em números absolutos a 6,5 milhões de pessoas, seguida pelo Equador com 15,4% (2,7 milhões) e a Bolívia com 13,9% (1,6 milhões)”, notou o documento “Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional da América Latina e Caraíbas – 2022”, divulgado na quarta-feira pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

Além da FAO, elaboraram o relatório a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA). “Na Colômbia, Paraguai, Peru e Suriname, a prevalência (de desnutrição) excedeu 8%. É válido destacar que o Brasil, um país altamente povoado, teve uma das taxas mais baixas da região (4,1%), mas o maior número de pessoas subnutridas (8,6 milhões)”, referiu o relatório. O documento precisou que o indicador sobre prevalência da desnutrição “deriva de dados nacionais sobre o abastecimento alimentar, consumo de alimentos e as necessidades energéticas da população, tendo em conta características demográficas como a idade, sexo e níveis de atividade física”.

Sondagem: Popularidade de Marcelo em mínimos históricos mas ainda no verde

O  Presidente também paga a fatura da degradação política e social, mesmo que a maioria concorde com a sua recusa de antecipar eleições (58%) e com a ideia de que o PSD não está preparado para governar (63%). A avaliação dos portugueses a Marcelo Rebelo de Sousa ainda está num patamar positivo, mas a sua popularidade atingiu, este mês, o ponto mais baixo de sempre. Ainda que uma grande maioria de portugueses esteja sintonizada com as suas posições e preocupações. De acordo com o barómetro político da Aximage para o JN, DN e TSF, o presidente da República tem um saldo de apenas dez pontos (a diferença entre os 45% de notas positivas e os 35% de negativas). Longe dos 46 pontos de saldo positivo que acumulava em abril do ano passado. O presidente não governa. Mas a avaliação que os portugueses lhe fazem corre, geralmente, em paralelo com a do primeiro-ministro, mesmo que Belém fique sempre vários degraus acima. Quando a situação política e social se degrada, Marcelo Rebelo de Sousa também paga a fatura. Sintoma disso mesmo é o que aconteceu à sua avaliação assim que começou a pesar no bolso a subida do custo de vida. Os 64% de avaliações positivas de há um ano transformaram-se numa linha descendente contínua, até aos 45% atuais. Em sentido contrário, engrossou a proporção de descontentes: em abril eram 15%, hoje são 35%.

Nunca houve tantos banqueiros a ganhar mais de um milhão de euros na União Europeia como em 2021

O número de banqueiros e traders na União Europeia que ganham mais de um milhão de euros por ano atingiu um recorde em 2021, no momento em que  as instituições obtiveram grandes receitas e os bancos de investimento realocaram funcionários para o bloco depois do Brexit. Nesse ano, o número banqueiros com salários elevados aumentou 42% em relação ao ano anterior, para 1.957, segundo informa a Autoridade Bancária Europeia num comunicado desta quinta-feira. Nunca antes na história da União Europeia, desde que se começaram a recolher dados em 2010, se tinham registado tantos banqueiros a auferir estes valores.

Os números não incluem o Reino Unido, que continua a ser um importante centro financeiro, depois de deixar a União Europeia em 2020. De acordo com estes dados, o banqueiro mais bem pago União Europeia estava em Espanha, e ganhava entre 14 e 15 milhões de euros por ano. “Um montante significativo de remuneração variável corresponde a uma indemnização”, refere o relatório, sem identificar a pessoa em questão.

quinta-feira, janeiro 12, 2023

Crise em Portugal: Este vai ser o ano das falências de empresas. Saiba os fatores de risco e setores mais vulneráveis


Especialistas antecipam disparo das insolvências e encerramentos de empresas em Portugal, depois da “anestesia” das ajudas covid. Depois de quatro anos em que o número de insolvências e de encerramentos baixou em Portugal, ainda que essa evolução tenha sido condicionada nos últimos três exercícios pelos apoios que o Estado pôs à disposição das empresas – as ajudas diretas à liquidez, os regimes especiais de lay-off ou as moratórias de crédito –, o número de negócios que vão deixar de conseguir cumprir com as suas obrigações deve disparar entre 20% a 30% em 2023, de acordo com os especialistas ouvidos pelo ECO. A estimativa da Allianz Trade aponta para uma subida de 20% das insolvências em Portugal no ano que está a começar, devido ao agravamento das pressões inflacionistas, à crise energética e às perturbações nas cadeias de abastecimento. A recessão nos EUA e na Zona Euro, somada à subida dos custos das matérias-primas, ao aumento das taxas de juro e ao crescimento da inflação são “elementos que geram alguma incerteza para 2023”, justifica Vassili Christidis, CEO da Cosec – Companhia de Seguro de Créditos, que identifica quatro riscos para o crescimento das insolvências no país:

  • Aumento dos custos de financiamento, consequência do aumento das taxas de juro, bem como uma maior dificuldade de acesso a financiamento bancário, isto numa altura em que as necessidades de fundo de maneio aumentam;
  • Potencial redução da procura por bens e serviços devido a um desacelerar das economias, em particular dos principais parceiros comerciais, devido a uma política monetária restritiva;
  • Elevada instabilidade dos preços e impactos negativos na rentabilidade, pois o aumento de custos das matérias-primas e a inflação elevada tiveram como efeito uma rentabilidade negativa para algumas empresas em 2022, que se deve manter em 2023;
  • Aumento dos riscos de incobráveis devido ao aumento estimado de insolvências a nível mundial em 2023, que pode ser um fator de agravamento das insolvências em Portugal.

Ex-Ministro João Leão avisa: “Famílias vão sentir muito a dor” da subida das taxas de juro este ano

 

O ex-ministro das Finanças João Leão afirma que as “famílias vão sentir muito a dor” do aumento das prestações, em virtude da subida das taxas de juro decretada pelo Banco Central Europeu (BCE). No programa “Hora da Verdade”, da Rádio Renascença e do Jornal Público, o antecessor de Fernando Medina foi questionado acerca das palavras de Mário Centeno, que afirmou, no Parlamento, que o fim do processo de subida das taxas de juro por parte do BCE está próximo. “No cenário do BCE, que é o caminho controlado, ainda é natural que durante 2023 as taxas de juro do BCE e as taxas Euribor aumentem cerca de um ponto até ao Verão. É natural que depois se mantenham algum tempo e comecem, se tudo correr bem, a poder descer a partir do próximo ano de 2024”, explica João Leão. “As famílias agora vão ser muito afetadas pelo aumento das prestações” e “vão sentir muito a dor”, afirma, mas salienta que “daqui a uns anos as famílias vão sentir que as prestações pesam menos nos seus salários”.

“Do ponto de vista de longo prazo, as famílias que estão endividadas beneficiarão com a inflação, porque a inflação ajuda os devedores”, completa. João Leão defende, ainda, que a Caixa Geral de Depósitos “devia ir aumentando a remuneração dos depósitos, porque é nesse sentido que o mercado estaria a funcionar de forma mais regular”. “A Caixa Geral de Depósitos tem um novo produto em que já remunera acima de 1%, em condições especiais. Penso que é uma forma de atrair novo financiamento sem remunerar muito os depósitos que lá tem. É natural que este processo seja gradual. É importante também que a Caixa tenha aqui um contributo positivo nesse processo”, defende. No entanto, o antigo governante diz não querer “interferir” e dar recomendações. “É importante preservar também a autonomia da administração da Caixa” (CNN-Portugal)


Sondagem: Portugueses são dos mais preocupados com impacto da guerra na Ucrânia

Os portugueses estão mais preocupados do que a média europeia com as consequências da guerra na Ucrânia, nomeadamente o aumento do custo de vida e a possibilidade de propagação do conflito a outros países, revela o Eurobarómetro. De acordo com o último Eurobarómetro, divulgado hoje e que inquiriu 1.028 cidadãos portugueses de um total de 26.431 cidadãos de Estados-membros da União Europeia (UE), 91% dos portugueses estão “preocupados” com a possibilidade de propagação a outros países da guerra que começou em 24 de fevereiro do ano passado na Ucrânia. A percentagem de cidadãos nacionais preocupados com esta possibilidade é em dez pontos percentuais maior do que a média europeia. Apenas 7% dos inquiridos dizem-se despreocupados com uma possível disseminação do conflito a outros territórios. Os portugueses entre os 40 e os 54 anos são os que estão mais preocupados com a hipótese de o conflito ucraniano alastrar (96%). A faixa etária entre os 25 e os 39 anos é a que revela a percentagem mais baixa, ainda assim está próxima dos 90%. Entre a população jovem, os portugueses com 15 anos na altura em que foi feito este Eurobarómetro são os mais preocupados com o cenário de a guerra propagar-se a outros países (95%).

Ainda com a guerra na Ucrânia como pano de fundo, o relatório demonstra que 98% dos portugueses inquiridos estão preocupados com as consequências socioeconómicas decorrentes do conflito, nomeadamente o aumento do custo de vida, por exemplo no aumento do preço dos produtos alimentares e da energia. A média europeia neste parâmetro é de 93%. A totalidade dos inquiridos nacionais que estão a trabalhar por conta de outrem ou que são empresários responderam com preocupação à possibilidade de as condições de vida se deteriorarem por causa da guerra. A sondagem revela que 98% dos portugueses têm dificuldades em pagar contas quase todos os meses (Sapo)

Crise: Custo dos alimentos em Portugal regista maior subida desde 1985

Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre os alimentos essenciais salientam que estes terminaram 2022 com uma subida perto dos 20% quando comparados com o ano anterior. Há vários meses que a população se queixa com a subida de preços em todos os setores. Os dados que o INE agora revela, contudo, apontam para que os preços dos alimentos e das bebidas não alcoólicas tenham sido aqueles que sofreram os maiores aumentos, sendo esta a maior subida desde 1985, ou seja, há 37 anos. O Diário de Notícias compilou estes dados e salienta também que na energia "também foram vencidos vários recordes ao longo deste ano e, em especial, desde que rebentou a guerra na Ucrânia (em março do ano passado), tendo a classe dos chamados "produtos energéticos" (onde estão combustíveis automóveis e outros, vários tipos de gás, etc.) aumentado de preço perto de 21% entre dezembro de 2021 e igual mês de 2022". Neste campo, por exemplo, será preciso recuar 32 anos para encontrar um maior aumento da energia. Há, contudo, boas notícias, de acordo com o INE. Se muitos bens e serviços tiveram fortes aumentos, há outros que tiveram reduções, como foi o caso dos serviços médicos. O relatório aponta para que em 2022 estes tenham reduzido o preço médio em 15%. A tecnologia também teve valores mais baixos em 2022 do que em 2021, com as televisões a 'caírem' 9%, as câmaras fotográficas 6% e computadores e similares ficaram 4% mais baratos (Sapo)


Presidentes de câmara, ministros e deputados: saiba quais são os 11 políticos mais ricos de Portugal

A classe política em Portugal vale (pelo menos…) 76 milhões de euros, segundo revelou esta quinta-feira a revista ‘Sábado’, que fez um levantamento da fortuna pessoal em 328 políticos analisados, entre membros do Governo, deputados, presidentes dos Governos regionais e autarcas das principais cidades do país – em média, cada um tem 255 mil euros de riqueza, que se podem traduzir em imóveis, participações sociais, depósitos ou ativos financeiros. Há 11 políticos que ultrapassam o milhão de euros em património e há 21 com riqueza zero, ou seja, sem ‘saldo’ que ultrapasse o limite obrigatório de declaração, que está em 50 ordenados mínimos nacionais (32.250 euros). A análise das declarações entregues pelos próprios no Tribunal Constitucional, segundo a publicação, há 91 consideradas incompletas, ou seja, que nã permitia apurar a totalidade da riqueza do político, sendo que se devem somar 29 declarações nas quais não foi possível apurar qualquer valor por falta de informação.


Crise em Portugal: inflação atinge máximo em 30 anos

 

É um máximo de trinta anos, a média da inflação ficou nos 7,8% em 2022, ligeiramente acima da previsão do governo. Segundo os dados do instituto nacional de estatística, está confirmado também o valor do mês de Dezembro, 9,6%. É uma descida pelo segundo mês consecutivo a inflação dá sinais de abrandamento.

Mulher do Secretário Regional da Agricultura dos Açores abdicou do cargo

Fernanda Ventura tinha ganhado o concurso público para diretora dos Serviços de Apoio ao Investimento e à Competitividade. Um lugar na Direção Regional do Desenvolvimento Rural, serviço tutelado pelo marido. A engenheira zootécnica abdica agora do cargo porque rejeita a "suspeição falsa de privilégio". Em dezembro, quando ganhou o concurso, o marido foi acusado pela oposição de favorecimento a familiares e a situação gerou polémica na região autónoma. Fernanda Ventura repudia as insinuações e ataques de caráter. Garante que não tem apego a cargos ou dirigismo, apenas ao prestígio profissional e só por isso abdica do lugar a que se candidatou por concurso.

Acesso ao ensino superior: Governo quer cortar no contingente para alunos da Madeira e dos Açores

Proposta de alteração do modelo de acesso ao ensino superior prevê redução de vagas destinadas a candidatos das regiões autónomas. Presidente do Governo regional diz que é inaceitável. A informação foi publicada no jornal Público no final da semana passada sem explicações adicionais: entre as alterações previstas no modelo de acesso ao ensino superior e que deverão apresentadas até ao final de janeiro, o Governo prevê uma mudança no peso dos exames nacionais, mas também nos contingentes especiais que existem e que asseguram vagas para determinados grupos de estudantes, com uma redução dos lugares alocados aos candidatos que residem nos Açores e Madeira. A redução proposta é de 3,5% para 2% das vagas abertas em cada curso e o anúncio fez disparar os alarmes no Funchal. A reação de Miguel Albuquerque foi quase imediata contra o que considera “inaceitável” e “uma ideia peregrina”. E os deputados socialistas eleitos pela Madeira garantem que o corte não deverá acontecer. Para esclarecer dúvidas, já está marcada uma reunião, no final do mês, entre Elvira Fortunato e o secretário regional da Educação, Jorge Carvalho.

O assunto é, de facto, muito importante na Madeira, tanto que, depois da primeira resposta política, o governo regional entende que, para já, é preciso gerir a situação com pinças. Ao Expresso, o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior remeteu todas as declarações e comentários para depois do encontro em Lisboa entre o secretário regional e a ministra. Uma palavra fora de tom pode comprometer as condições do acesso ao ensino superior. Em 2022, este contingente garantiu colocação a 92% dos candidatos.

Propaganda e manipulação: Soldado, marinheira ou cristã devota? O mistério da mulher que interpreta diferentes personagens ao lado de Putin

O presidente russo Vladimir Putin está a ser acusado de usar sempre as mesmas pessoas, alegadamente atores contratados, para posarem com ele em várias situações públicas, em golpes publicitários orquestrados. Vários críticos do líder da Rússia recorreram às redes sociais para denotar que, em várias fotografias, nas mais diversas situações em que surge Putin, aparecem muitas vezes os mesmos três ou quatro rostos. A polémica veio a público revelada pelo jornalista bielorrusso Tadeusz Giczan, que publicou três fotografias que mostram Putin com três grupos de pessoas em três eventos separados. Depressa vários utilizadores notaram que a mesma mulher loira parecia aparecer em todas as fotografias de Putin: primeiro como soldado, depois como membro da tripulação de um navio e depois como fiel numa cerimónia religiosa.

“Soldado, marinheira, cristã devota. Deus move-se de formas misteriosas”, ironizou o jornalista, que vive no Reino Unido. A publicação depressa se tornou viral no Twitter. Clarissa Ward, jornalista da CNN, notou que há outros rostos de homens, nas fotografias, que parecem ser a mesma pessoa, e para além de sustentar que possam ser atores, como muitos defendem, adianta que também poderá tratar-se de “uma guarda-costas”. Já Jason Jay, jornalista dos Kiyv Post, garante que a mulher loira que aparece nas fotografias, bem como os outros ‘sósias’ que surgem nas fotografias são “atores, ou seja, pessoas contratadas pelo gabinete presidencial”. Andriy P. Zagorodnyuk, ex-ministro da Defesa da Ucrânia respondeu à publicação: “Mas está claro! Alguém ainda duvida?”. Vários opositores de Putin têm apontado que o presidente russo tem optado por usar atores nas suas aparições públicas, para evitar ser confrontado com críticas de soldados ou da população em geral sobre as ações tomadas no âmbito da invasão à Ucrânia (Multinews, texto do jornalista Pedro Zagacho Gonçalves)


Governo de Costa gasta 18 milhões de euros num ano em comissões técnicas, task forces e grupos de trabalho

Desde que António Costa chegou ao poder, em 2015, que foram criadas várias comissões técnicas, task forces (como a da vacinação da Covid-19) e grupos de trabalho nas mais variadas áreas. No entanto, não se sabe quantas no total foram criadas e se os objetivos que estavam na sua formação foram cumpridos, bem como os custos destas pago pelos contribuintes portugueses. Em julho do ano passado o Iniciativa Liberal pediu esclarecimentos sobre este facto, mas os esclarecimentos do Executivo só chegaram agora, sendo que Rodrigo Saraiva, líder parlamentar do partido, considera à SIC que se tratou de uma “não resposta”. Aos liberais, o Governo não terá respondido às questões sobre conclusões e relatórios destes grupos, sendo que os dados fornecidos pelo gabinete de Mariana Vieira da Silva, ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, só respeitam às comissões técnicas, task forces e grupos de trabalho ativas até final de agosto do ano passado, altura em que estariam a funcionar 206 organismos deste tipo. Segundo os dados do Governo só 19 destes tinham custos, que rondam os 18 milhões de euros anuais. O responsável do Iniciativa Liberal diz que considera ser “muito porque entre as 206, que também terão os seus custos de funcionamento como habitual, ou as outras dezenas ou centenas que já acabaram o seu mandato e que o Governo não respondeu, ficamos sem saber qual o custo associado a isto tudo” (Multinews, texto do jornalista Pedro Zagacho Gonçalves)

BCP avança para a execução de sociedades de Berardo


O BCP avançou para a penhora de bens de duas sociedades do universo de Joe Berardo. O banco acabou de colocar uma ação de execução no valor de quase 2 milhões de euros contra a Metalgest e a Associação de Coleções, ambas ligadas ao empresário madeirense, que permite à instituição liderada por Miguel Maya proceder de imediato à penhora de bens de ambas as sociedades sem precisar da autorização do juiz do processo. Esta ação de execução de sentença foi movida junto do Tribunal da Comarca da Madeira, no Funchal, de acordo com o portal Citius. Neste tipo de ações, o que sucede é que, havendo já uma sentença do tribunal, o agente de execução (neste caso João Correia) pode avançar logo para a penhora dos executados (a Metalgest e a Associação de Coleções) a partir do momento em que recebe a ordem – começando geralmente por executar as contas bancárias e imóveis. Só depois da penhora os executados são citados para se oporem, se quiserem. “Não vamos comentar”, adiantou fonte oficial do BCP ao ECO. Sempre que é confrontado com o tema “Joe Berardo”, o CEO do BCP, Miguel Maya, apenas diz que o banco defenderá os seus interesses e atuará no sentido de “recuperar o máximo” dos créditos em incumprimento.

terça-feira, janeiro 10, 2023

Venezuela: Quién sustituye a Juan Guaidó? Dinorah Figuera una diputada exiliada en España



Dinorah Figuera actualmente reside en Valencia y a pesar de ser médico de profesión se dedica al cuidado de personas mayores por no haber podido homologar su título universitario. Por primera vez, la Asamblea Nacional que controla la oposición desde 2015 y que ha extendido su vigencia desde 2021, está dirigida solamente por mujeres. Quien la encabeza como su presidenta es Dinorah Figuera, diputada del partido Primero Justicia (el mismo de Henrique Capriles) y médico epidemiólogo de profesión.Desde 2010 ha sido legisladora en dos periodos consecutivos, y antes fue concejal de Caracas durante una década hasta 2004. Actualmente Figuera reside en Valencia, España, donde se dedica al cuidado de personas de la tercera edad pues no ha podido homologar su título profesional. “Lamentablemente yo no había apostillado mis documentos, y cómo logro ahora una apostilla ante el régimen”. Ese órgano será el encargado de los litigios que pesan sobre las empresas Citgo en Estados Unidos y las reservas de oro depositadas en el Banco de Inglaterra. La nueva junta directiva de la Asamblea Nacional ha disuelto el gobierno interino presidido por Juan Guaidó desde 2019 (La Razon, texto do jornalista VÍCTOR AMAYA)

Venezuela: Maduro y Petro se reúnen por sorpresa después del malentendido con el alto al fuego del ELN


Nicolás Maduro y Gustavo Petro se van a reunir por sorpresa después del malentendido con el ELN sobre el alto al fuego. Los presidentes de Venezuela y Colombia almorzarán en Caracas, en el Palacio de Miraflores, a las dos de la tarde. Sobre la mesa hay temas como el control de la frontera, la discusión de la inclusión de Venezuela en el sistema interamericano de derechos humanos, la fecha de las elecciones presidenciales, pero el asunto principal será el proceso de paz con la guerrilla, cuyo primer ciclo de conversaciones se celebró en Caracas. El futuro de esa negociación está en juego. Petro necesita un golpe de mano después de empezar el año con un movimiento en falso. El último día de 2022 anunció la tregua con el ELN, pero tres días después los dirigentes de la guerrilla le rectificaron: en realidad no habían llegado a ningún pacto. Los propios negociadores de Petro explicaron que el asunto todavía se estaba discutiendo y que el presidente se había precipitado. Su viaje a Caracas debe servir para revertir esta situación e impulsar el proceso que, en teoría, va a continuar en México.

Venezuela: Petro y Maduro acuerdan continuar con el proceso de paz en Caracas y no en México como estaba previsto


Gustavo Petro y Nicolás Maduro acordaron en la reunión que mantuvieron este sábado continuar el proceso de paz con el ELN en enero en Caracas y no en México como estaba previsto, según han adelantado a EL PAÍS fuentes oficiales. La poca predisposición que ha mostrado el Gobierno de Andrés Manuel López Obrador y la crisis generada a raíz del malentendido entre Petro y la guerrilla a cuenta del cese al fuego les ha llevado a tomar esta decisión de urgencia. De acuerdo a fuentes directas de la negociación, sin embargo, se debe a un problema logístico y no a la falta de interés de México. La mesa en ese país se instalará la segunda semana de febrero, posiblemente el día 12. Aunque esta vez las conversaciones se reanudarán el día 21 de enero en el hotel Humboldt y esta vez el ciclo no durará 20 días, sino que será más corto. Es más, ni siquiera se considera un ciclo, sino una negociación previa al segundo periodo. Algunos negociadores consideran el lugar un poco frío y de difícil acceso —hay que subir a las instalaciones, en lo alto de un cerro, en teleférico o en un coche todoterreno—, pero con el poco tiempo que queda para organizarse se trata de la mejor opción. Además, para los dirigentes de la guerrilla resulta más cómodo seguir dialogando en un país en el que vive la mayoría de ellos. “Era lo más factible, lo más realista”, cuenta alguien al tanto de las conversaciones.

Incertidumbre en Venezuela tras el fin de la era Guaidó


La oposición aspira que Estados Unidos legitime sus decisiones tras cesar el “gobierno interino”. Esta semana la oposición venezolana anda de reunión en reunión. Tras decidir que el gobierno interino que encabeza Juan Guaidó debe desaparecer, falta concretar los pasos para «proteger» los activos del Estado venezolano que están en países como EE UU, Portugal e Inglaterra, alejados del control de Nicolás Maduro y, hasta ahora, bajo gestión de Guaidó. Antes del 5 de enero, la oposición reunida en la Asamblea Nacional electa en 2015, que ha extendido su vigencia desde 2021 por considerarse la única institución legítima del país, debe nombrar nueva directiva y ratificar quiénes son los nombres que conforman las juntas ad hoc de Petróleos de Venezuela y el Banco Central de Venezuela, que desde el extranjero representan al país ante litigios e instancias foráneas. Está pendiente además la designación de los cinco integrantes del Consejo de Administración y Protección de Activos.

Venezuela: La oposición disuelve el gobierno interino de Guaidó y el chavismo lo celebra

 

La exiliada en España, Dinorah Figuera presidirá la nueva junta directiva de la Asamblea Nacional de 2015 considerada como la “legítima” por el movimiento democrático. Hasta última hora hubo discusiones sobre cuál sería finalmente la conformación de una nueva junta directiva para la Asamblea Nacional electa en 2015, controlada por la oposición y que es reconocida como legítima por parte de Estados Unidos. La eliminación del gobierno interino encabezado por Juan Guaidó marcó también el final del militante de Voluntad Popular al frente de ese cuerpo. Con hora y media de retraso, los diputados opositores comenzaron de manera online la sesión de instalación este 5 de enero. Dinorah Figuera (Primero Justicia) fue juramentada como presidenta de la AN-2015, con Marianela Fernández (UNT) como primera vicepresidenta y Auristela Vásquez, de Acción Democrática, en la segunda vicepresidencia.

Investigadores italianos desenvolvem vacina contra o cancro

 

Uma equipa de investigadores italianos terá descoberto uma vacina contra o cancro. A vacina ajuda o corpo a reconhecer as células cancerígenas, desencadeando uma resposta imunitária, o que fará aumentar a eficácia dos medicamentos de combate ao cancro. Esta investigação ainda está numa fase inicial. Catarina Ribeiro, médica oncológica, explicou no Bom Dia Portugal os benefícios que esta vacina, numa fase mais avançada, poderá trazer ao combate ao cancro.

“Na corda bamba”, “hora mais baixa”, “escândalo” e “trajetória atribulada”: crise no Governo de António Costa vista além-fronteiras

 

As 13 demissões no Executivo de António Costa, menos de um ano depois de terem sido eleitos com maioria absoluta, têm colocado o Governo no olho do furacão, não só a nível interno, mas também além-fronteiras. Os vários escândalos associados ao Governo não passaram despercebidos e foram várias as publicações que dedicaram atenção ao tema. A agência ‘Reuters’, por exemplo, falou em “embaraço”, dando ênfase à “trajetória atribulada” desde as eleições legislativas, “com 11 ministros e secretários de Estado a deixar os seus cargos, alguns por alegações de má conduta no passado ou práticas questionáveis”. Frisou ainda a reação de António Costa, que propôs ao Parlamento “um novo sistema de verificação para garantir maior transparência e confiança”, sublinhando que o que “realmente importava para os portugueses não era a formação do Governo mas os resultados, como o crescimento económico sólido, menor desemprego e menor dívida pública”.

E, no meio de ‘casos e casinhos’, como está a reputação do Governo?


Em termos de perceção, as últimas semanas estão a ser um desastre para o Governo. Ainda sem números que o confirmem, o ECO contactou três especialistas em comunicação. E as notas são negativas. “Estas semanas não têm sido fáceis. É demais evidente que não têm [sido fáceis]”, resumia na conferência que assinalou os 50 anos do Expresso, Mariana Vieira da Silva, horas antes do início da audiência de Fernando Medina na Comissão de Orçamento e Finanças, que, durante 3h10 respondeu às perguntas dos deputados, após um requerimento potestativo, ou seja, com força obrigatória, do PSD, sobre a saída de Alexandra Reis da TAP. Medina respondeu aos deputados 11 dias após a demissão da ex-secretária de Estado do Tesouro e 48 horas após a tomada de posse de Carla Alves, secretária de Estado da Agricultura. Ou, dito de outra forma, 24 horas após a demissão da secretária de Estado da Agricultura – a mesma Carla Alves –, que apresentou a demissão “por entender não dispor de condições políticas e pessoais para iniciar funções no cargo”, pouco depois de Marcelo Rebelo de Sousa a ter qualificado como um “peso político”. Isto, no mesmo dia em que António Costa, no debate da moção de censura ao Governo apresentado pela Iniciativa Liberal, defendeu que a secretária de Estado tinha condições para se manter em funções e, em direto, revelou que pretendia falar com Marcelo Rebelo de Sousa no sentido de “estabelecer um circuito entre a minha proposta e a nomeação de membros do Governo que permita evitar desconhecer factos que não estamos em condições de conhecer e garantir maior transparência e confiança de todos no momento da nomeação”.

Venezuela acusa opositores e emite mandados de detenção


O Ministério Público (MP) da Venezuela emitiu mandados de detenção internacional contra as opositoras Dionorah Figuera, Marianela Fernández e Auristela Vasquez por terem criado uma comissão parlamentar considerada ilegal, para administrar ativos do país no estrangeiro. O anúncio foi feito pelo Procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, durante uma conferência de imprensa em Caracas, durante a qual precisou que uma das acusadas, Marianela Fernández, está asilada nos EUA e as outras duas em Espanha. “Processámos e solicitámos os respetivos mandados de captura, que já foram processados pelo respetivo tribunal, pelos crimes de usurpação de funções, traição, branqueamento de capitais e associação para cometer delitos”, disse Saab. O Procurador explicou que fica à espera para “ver o que farão” a Espanha e os EUA perante o mandado de detenção emitido” pelo MP e “o pedido de alerta vermelho da Interpol”. Entre outras medidas, adiantou, foi pedido o confisco de bens, e ainda o bloqueio, congelamento de contas e proibição de alienar e onerar bens.

domingo, janeiro 08, 2023

Opinião: A (previsível) palhaçada política

 

O que se passou em torno da desnecessária e patética moção de censura que a Iniciativa Liberal decidiu apresentar esta semana na Assembleia da República, foi um absurdo, sobretudo quando tudo se transformou numa palhaçada ridícula demonstrativa de que a pretensa oposição do centro-direita não passa de um bluff, protagonizado por entidades partidárias que se atropelam umas às outras num oceano de contradições, de histórias mal contadas e de argumentações inconstantes e inconsequentes.

Basicamente o que quero dizer, e digo-o sem qualquer hesitação, é que os partidos da pretensa oposição de centro-direita ao governo do PS e de Costa, preferem o oportunismo mediático e saloio e as palhaçadas efémeras a trazer seriedade e coerência para a política. As agendas políticas são o epicentro de tudo o que acontece nos partidos e das suas votações.

Há uma evidência que condiciona tudo: o PSD não quer que o governo socialista caia nesta altura, porque todas as sondagens mostram que o PS voltaria a vencê-las, mesmo sem maioria absoluta, e o próprio PSD percebe que tem ainda que partir muita pedra num caminho demasiado penoso que tem que percorre até que consiga convencer os portugueses de uma alternativa que os social-democratas tardam a construir de forma consistente. E quanto a isso não há dúvidas: são mais as fragilidades, hesitações, contradições e temores no PSD de Montenegro, que certezas e convicções.

O Chega corre atrás de tudo, porque acha que as sondagens que lhe dão mais votos e mais deputados é que valem e são as verdadeiras atirando para o lixo a outra face da moeda, as sondagens que o mostram em queda e a perder votos e mandatos.

A Iniciativa Liberal, que acha que é diferente e todos os demais partidos, resolveu avançar com uma moção de censura, que não discutiu previamente com os demais partidos da sua área política e parlamentar, alegadamente para derrubar o governo quando ainda nem resolveu o problema interno da escolha da sua própria liderança, processo que promete muita polémica e fragilização. Porque não existe nenhum consenso interno.

Quanto ao CDS é o costume: saltita histérico sempre que se fala em dissolução ou em eleições antecipadas, na expectativa de conseguir regressar ao parlamento de onde foi previsivelmente escorraçado em 2022. Não se sabe é se o CDS sozinho, como quer o seu líder, desaparece em definitivo ou se vai conseguir algo de concreto, sem ter que se montar às costas de terceiros (PSD), como é costume nalgumas regiões e eleições do pais...

Perante tudo isto o que temos de concreto? Nada, zero. Temos uma maioria absoluta parlamentar estranhamente ameaçada por um Presidente da República que confunde repetidas vezes o seu próprio espaço de manobra e as suas competências constitucionais com tudo o resto, num pais que não é presidencialista e cujo Presidente, por imposição constitucional, regra geral é uma espécie de “rainha de Inglaterra” bem acomodada em Belém. Aliás suspeito que se aproxima o momento em que Marcelo será posto na ordem, faltando apenas saber por quem, em que condições, como e com que consequências.

O PSD decidiu abster-se na votação da moção de censura da IL, que apenas conseguiu o voto a favor do Chega. À esquerda, e sem perder tempo com as piruetas e fragilidades do PAN e do Livre, percebe-se que PCP e Bloco refugiam-se na argumentação costumeira e ridícula, de que a moção de censura, só porque foi apresentada pela Iniciativa Liberal, visa derrubar um governo e não censurar as suas políticas, num discurso vago, vazio, inconsequente e contraditório, mas que os antigos parceiros da geringonça (ainda não refeitos das porrada eleitoral de 2022.) repetidamente usam quando não querem fazer nada de coerente (LFM, publicado no Tribuna da Madeira, 6.1.2023)