sábado, janeiro 21, 2023

Hugo Soares: “O PSD vai ganhar com maioria absoluta a Madeira. Não tenho qualquer dúvida”

 

Vice-presidente social-democrata acredita que o PSD irá vencer as eleições regionais da Madeira. Aos que dizem que o PSD não tem ideias, aponta para as propostas de revisão constitucional. Para Hugo Soares, secretário-geral do PSD, as eleições regionais da Madeira só têm um resultado possível: uma maioria absoluta do PSD. Em entrevista ao programa Hora da Verdade do PÚBLICO/Renascença, o social-democrata fala de Pedro Passos Coelho e afasta a teoria de que existe uma "sombra" do ex-primeiro-ministro no PSD. Sobre as propostas essenciais para o partido na revisão constitucional, não abre o jogo. E também não diz se o PSD voltará a propor a realização de um referendo à eutanásia.

- Em Setembro/Outubro realizam-se as eleições regionais da Madeira. Nas últimas eleições, o PSD perdeu a maioria absoluta. Agora irá coligado com o CDS. Se não chegar irá virar-se para onde? Para a IL ou para o Chega?

Não me considero presunçoso, mas queria que anotassem o que vou dizer: o PSD vai ganhar com maioria absoluta a Região Autónoma da Madeira. Não tenho qualquer dúvida.

- O que é que lhe dá essa convicção?

O trabalho que foi efectuado pelo PSD dá-me essa confiança. Sei também analisar do ponto de vista político o que está a acontecer. E do outro lado temos um PS em degradação. Eu creio que os madeirenses reconhecerão que a estabilidade política faz falta na Madeira, não como o PS que não a sabe usar e usa-a como como um rolo compressor.

- E o facto de Paulo Cafôfo já não representar a oposição na Madeira também significa maior facilidade em alcançar essa maioria absoluta?

Estando o PS mais fraco e o PSD mais forte, o PSD está mais perto da maioria absoluta.

O partido voltou a crescer. Não há memória de ter tão poucas desfiliações como teve nestes últimos seis meses. Está próximo das suas estruturas. É o único partido que tem subido, pouco, mas sustentadamente nas sondagens. Na última está em empate técnico com o PS, o que já não acontecia fora do período eleitoral há muitos anos. Não é por acaso que se tenta criar esta confusão interna e quem a quer criar são os adversários do PSD.

- E se se enganar?

Cá estarei para dar a mão à palmatória. Mas normalmente não me engano.

- José Silvano foi escolhido para a presidência da comissão de revisão constitucional. Foi secretário-geral na anterior direcção. Há aqui uma recuperação de gente de Rui Rio?

No PSD não recuperamos ninguém, contamos com todos de forma igual. Não fazemos perseguição nenhuma, bem pelo contrário. Queremos um partido cada vez mais coeso, a contar com todos. José Silvano foi secretário-geral do partido, portanto exerceu funções relevantes dentro do PSD. É um ilustre advogado e tem todas as condições.

- Também teve problemas com a justiça.

É verdade e foi absolvido.

- O passismo assusta a actual direcção nacional do PSD?

No início desta caminhada acusavam-nos de sermos muito ligados ao passismo, agora é o passismo que nos assusta. Não, o passismo não assusta nada.

- Passos Coelho foi assumindo algumas posições públicas...

Escreveu um artigo de opinião sobre a eutanásia? Foi uma posição.

- Mas foi aparecendo...

Nas redes sociais a almoçar?

- Também. E apareceu na Festa do Pontal...

Não notei um ofuscamento. Passos Coelho foi convidado para ir ao Pontal. Fui toda a vida considerado passista. Tenho por ele uma consideração imensa, uma estima inolvidável. Não há nenhuma sombra de Pedro Passos Coelho dentro do PSD. Há um grande respeito do PSD por Passos Coelho. Será que o PS e os actuais quadros do PS têm o mesmo respeito que eu tenho por Passos Coelho relativamente ao ex-líder deles, o engenheiro Sócrates? E vou dizer mais. Tenho muitas dúvidas que no futuro tenham orgulho de dizer que trabalharam ao lado de António Costa.

- Há vontade no PSD de empurrar Passos Coelho para a liderança do partido?

Tenho olhado para o PS e tenho assistido a uma vaga para levar Pedro Nuno Santos ao lugar de secretário-geral do PS.

- É idêntico?

Cruzes credo! Não cometo essa ofensa a Passos Coelho. Valha-me Deus. Um foi primeiro-ministro, outro sonha ser. Não há comparação possível. Mas muitas vezes querem pôr o foco em coisas que não existem dentro do PSD para desviar daquilo que vai acontecer no PS.

O PSD tem uma liderança eleita há seis meses. O partido voltou a crescer. Não há memória de ter tão poucas desfiliações como teve nestes últimos seis meses. Está próximo das suas estruturas. É o único partido que tem subido, pouco, mas sustentadamente nas sondagens. Na última está em empate técnico com o PS, o que já não acontecia fora do período eleitoral há muitos anos. Não é por acaso que se tenta criar esta confusão interna e quem a quer criar são os adversários do PSD.

- PS e Chega são os adversários do PSD?

O Chega também é adversário do PSD, como é o PS, a IL, o BE e o PCP. No propósito político de diminuir o PSD, o PS e o Chega são cúmplices. Há um objectivo comum entre esses dois partidos. Mas o PSD está a aproximar-se do PS. Temos tempo, porque o PSD não quer ser alternativa hoje. Se as eleições forem amanhã, o PSD está preparado para disputá-las.

- Vamos entrar no processo de substituição do presidente do Tribunal Constitucional (TC). Há mais dois juízes cooptados que estão em processo de substituição há mais de um ano. O PSD vai ter de entender-se com o PS sobre esta matéria.

Os dois líderes parlamentares falarão a seu tempo sobre essa matéria.

- O PSD irá insistir na realização de um referendo à eutanásia depois da decisão do TC, que ainda não conhecemos?

O PSD defendeu um referendo à questão da eutanásia por considerar que era a melhor forma de haver uma decisão que envolva todos os portugueses, que seja esclarecida e que possa, do ponto de vista da solução legislativa, durar no tempo. A eutanásia não é uma matéria, creio eu, que seja susceptível de mudar consoante as maiorias do Parlamento. Vamos esperar pela decisão do TC e a seu tempo voltaremos a falar sobre esse tema, se se voltar a colocar na agenda parlamentar.

- Já deitaram a toalha ao chão?

O projecto de referendo não foi admitido pelo presidente da Assembleia da República. Não é o momento de anunciar nada. Vamos esperar pela decisão do TC.

- Os equilíbrios dentro do TC podem funcionar a favor daquilo que o PSD quer?

Não faço rigorosamente ideia (Publico)

Sem comentários: