domingo, julho 31, 2022

Madeira bateu recorde mensal de hóspedes e dormidas no alojamento turístico, em junho de 2022

De acordo com os primeiros dados para o sector de alojamento turístico da Região, referentes ao mês de junho de 2022, estima-se a entrada de 177,7 mil hóspedes que geraram 948,7 mil dormidas, traduzindo variações homólogas muito expressivas, de +143,8% e de +158,3%, respetivamente. Comparativamente a junho de 2019, registaram-se, pela mesma ordem, aumentos de 34,1% e 23,1%. Quer para hóspedes, quer para dormidas, os valores de junho de 2022 representam máximos históricos absolutos, superando os anteriores recordes de agosto de 2021, no primeiro caso, e de agosto de 2017, no segundo. Para efeitos de comparabilidade com os dados divulgados pelo INE - Instituto Nacional de Estatística, é necessário excluir o alojamento local com menos de 10 camas, sendo que, segundo esta lógica de apuramento de resultados, as dormidas do alojamento turístico, em junho de 2022, apresentaram um aumento homólogo de 159,0%, uma variação mais expressiva que a verificada a nível nacional (+110,2%).

Madeira fecha empresa ligada a Isabel dos Santos por falta de contas

Dorsay, que tinha como acionista Sindika Dokolo, falecido marido de Isabel dos Santos, foi dissolvida depois de não ter registado as contas em dois anos seguidos na Zona Franca da Madeira. Uma empresa do universo de Isabel dos Santos na Zona Franca da Madeira acabou de ser encerrada por falta de apresentação de contas. Em causa está a sociedade Dorsay, apontada como detentora de participações no setor cimenteiro angolano e que tinha como acionista o marido da empresária angolana Sindika Dokolo, falecido em outubro de 2020. A decisão de dissolver esta sociedade, constituída em 2008 e que foi identificada no âmbito do processo Luanda Leaks como fazendo parte do universo de Isabel dos Santos, foi tomada a 28 de junho e transitou em julgado no início da semana passada. “Foi declarada a dissolução e o encerramento da liquidação por a sociedade não ter procedido ao registo da prestação de contas durante dois anos consecutivos e por não ter resultado do processo a existência de ativo e passivo a liquidar”, segundo se lê na decisão da Conservatória do Registo Comercial e Cartório Notarial Privativos da Zona Franca da Madeira.

Grupo Sousa investe mais de 11 milhões em Ponta Delgada

O Plano de Reestruturação da SATA, já em curso, tem de ficar concluído até ao final de 2025.

Economia portuguesa caiu entre abril e junho

 

A queda da economia portuguesa face aos primeiros três meses do ano é explicada com o crescimento menos acentuado do consumo das famílias e do investimento das empresas. O Instituto Nacional de Estatística revelou que no segundo trimestre houve um recuo de 0,2 por cento face aos primeiros três meses do ano. No entanto, se a comparação for feita com o segundo trimestre do ano passado, quando ainda se sentiam efeitos do último confinamento, há um crescimento de 6,9 por cento.

Turismo dispara: Mais 97% de hóspedes e 110% dormidas em junho

 

Em junho, o número de turistas cresceu 97 por cento na comparação com ano passado. O número de dormidas cresceu numa percentagem maior ainda, acima de 110 por cento. Os dados do Instituto Nacional de Estatística mostram que no mês passado Portugal registou 2 milhões e 700 mil hóspedes e mais de sete milhões de dormidas. O crescimento é exponencial face a 2021, mas os números no conjunto ainda estão abaixo do mesmo mês de 2019. Há, no entanto, exceções. As regiões da Madeira, dos Açores e do Norte até já ultrapassaram as dormidas de estrangeiros registadas em 2019, antes da pandemia.

Lucros: Supermercados e energéticas arrecadam lucros no primeiro semestre


Dispararam os lucros de todas as maiores cadeias de supermercados e empresas energéticas a operar em Portugal. Galp, EDP Renováveis, Jerónimo Martins e Sonae somam, em conjunto, 1.000 milhões de euros de lucros só no primeiro semestre deste ano. Em alguns casos, os aumentos são superiores a 150%, quando comparados com os resultados obtidos o ano passado. Surgem num contexto da escalalada dos preços da energia e dos bens alimentares, que é consequência da guerra na Ucrânia.

Taxa de inflação voltou a agravar-se em Portugal


Neste mês de Julho a inflação atingiu os 9,1 por cento. O Instituto Nacional de Estatística revelou que se trata do valor mais alto desde há mais de 30 anos. A inflação começou a subir no verão do ano passado, bem antes da guerra na Ucrânia, e acentuou-se com o conflito. Em Janeiro a inflação estava nos 3,3 por cento. Em Maio atingiu os 8 por cento e agora superou a barreira dos 9 por cento. Os maiores aumentos foram dos preços da energia e dos alimentos.

Banca lucra mais 75% no primeiro semestre. Os lucros estão a cair do céu?


Espanha avançou com uma taxa sobre os proveitos caídos do céu da banca e energia. Por cá, os lucros dos bancos aumentaram para 1.000 milhões no primeiro semestre. Banqueiros declinam novo imposto. Os principais bancos em Portugal lucraram 1.002 milhões de euros na primeira metade do ano, o que representa uma subida de 75% em relação ao ano passado. Mas os banqueiros não consideram que os resultados sejam “expressivos”, rejeitam a ideia de os lucros estarem a cair do céu e alertam que ainda há muito caminho a percorrer até serem rentáveis. Nem querem ouvir falar de um imposto extraordinário como aquele que Espanha acabou de anunciar sobre o setor. O tema dos “lucros caídos do céu” está a aquecer no país vizinho, depois de o governo ter avançado um imposto extraordinário sobre as receitas dos bancos com juros e comissões. A medida visa ainda o setor energético. Esta sexta-feira, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa não descartou a possibilidade de termos também uma taxa sobre os lucros excessivos em Portugal. Esse é um caminho que os banqueiros portugueses já disseram que não gostariam de ver por cá. Por várias razões. Uma é que os bancos já pagam muitos impostos, entre contribuições para os fundos de resolução e adicional de solidariedade que foi introduzido na pandemia e ainda não caiu. A outra é que a rentabilidade do negócio continua muito aquém do custo de capital.

Os números das desigualdades territoriais em Portugal Continental

O ECO faz um retrato dos cinco grupos no mapa de Portugal Continental segundo o estudo “Territórios de bem-estar: assimetrias nos municípios portugueses”, da Fundação Francisco Manuel dos Santos. “O bem‑estar percebido relaciona‑se com as oportunidades e as condições de emprego, equilíbrio trabalho e vida familiar, qualidade das relações sociais, oferta e condições de habitação ou segurança e melhores ou piores condições de acesso a serviços e equipamentos próprios do Estado social”. Estes são os pilares do estudo “Territórios de bem-estar: assimetrias nos municípios portugueses”, publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.

O ECO Local Online faz um retrato dos cinco territórios do estudo coordenado por Rosário Mauritti, professora no ISCTE, que “identifica as diferentes configurações e perfis de bem‑estar e de desigualdade social dos municípios de Portugal Continental”. Estes cinco territórios são territórios industriais em transição, territórios intermédios, territórios urbanos em rede, territórios inovadores e territórios de baixa densidade. Em cada um dos territórios estão agrupados os municípios de Portugal Continental que têm características semelhantes, como densidade populacional, e perfil educativo, socioprofissional e rendimentos das populações. Além de classes sociais, estrutura de idades e mobilidade. Entretanto, os investigadores selecionaram cinco municípios portugueses ilustrativos de cada um dos perfis territoriais identificados. São eles Póvoa de Lanhoso, Portalegre, Portimão, Oeiras e Mação.

Fundos europeus: Inflação rouba milhões aos fundos comunitários

Fundos são atualizados 2% ao ano, mas há obras a custar 20% mais. Mudarão as regras europeias para compensar tanta inflação? Tal como as famílias estão a perder poder de compra, também os fundos europeus estão a perder poder de investimento com o disparo da inflação. O problema é que os fundos europeus são atualizados a 2% ao ano, mas em 2022 a inflação promete disparar para 7% ou mais em Portugal, cavando um diferencial superior a 5%. A título indicativo, só este diferencial de 5% já equivaleria a perto de €400 milhões face às transferências da União Europeia que Portugal conta receber este ano. Mas as contas ao verdadeiro rombo provocado pela inflação são bem mais complicadas de fazer. Como vários peritos explicaram ao Expresso, tal implicará saber, por exemplo, quais os investimentos concretos em que serão aplicados os fundos europeus programados para os próximos anos e qual será a evolução desses diferentes tipos de custos. Certo é que a guerra na Ucrânia veio baralhar todas as contas. A dependência energética da Rússia e a depreciação do euro face ao dólar também só pioram as tensões inflacionistas. E os custos das obras públicas estão a disparar acima do cabaz de compras das famílias, que é o referencial usado para medir a inflação.

Portugueses pediram 38 milhões para gozar férias

Crédito pedido pelas famílias à Younited para férias dispara 245% para 38 milhões O perfil de clientes tem vindo a sofrer alterações. Em 2021, tinham em média 45 anos, menos um que a média de idades dos clientes deste ano. Os pedidos de crédito para ir de férias feitos pelas famílias portuguesas à Younited cresceram para 38 milhões de euros no primeiro semestre deste ano. O "marketplace" de crédito revela que, face ao mesmo período de 2020, o montante dos empréstimos cresceu 245%, em linha com a recuperação do turismo pós-pandemia. "O ano de 2022 marca um importante ponto de viragem na vida dos portugueses. É o ano do regresso ao 'normal', das liberdades. As pessoas querem sair, explorar aquilo que Portugal, a Europa e o resto do mundo têm para oferecer, as famílias querem sair de casa", explica Annie Criscenti, vice-CEO da Younited Portugal, em comunicado. A empresa ressalva que, "infelizmente, quando nos preparávamos para que tudo voltasse a um cenário pré-pandémico, rebentou uma guerra na Europa, que desde o seu início mostrou influenciar o orçamento de famílias, em todo o mundo."

Apesar disso, a financeira continua a crescer no país. O número de créditos solicitados na categoria "férias" registou um aumento de 32%, entre 2019 e 2021. De forma mais alargada, toda a procura cresceu: nos primeiros seis meses de 2022 foram pedidos à Younited cerca de 38 milhões de euros, mais 18 milhões face ao período homólogo de 2019. Também o perfil do consumidor tem vindo a sofrer alterações. Em 2019, a média de idades dos consumidores de créditos destinados a "férias" era de 39 anos. Já em 2020 a média de idades sofre um decréscimo, para os 38 anos. No ano de 2021, em média, os consumidores tinham 45 anos, menos um que a média de idades dos clientes de 2022. Por outro lado, a média de prazo da liquidação tem vindo a diminuir: se em 2019, os portugueses escolheram um prazo médio de liquidação de 59 meses, em 2020 este viu-se reduzido para um período médio em 3 meses. Em 2021 e 2022, o tempo médio de liquidação contratualizado manteve-se nos 55 meses (Lusa)

Madeira foi quem mais cresceu no tráfego aéreo


O Aeroporto da Madeira foi o que mais cresceu no tráfego aéreo em junho, a nível nacional. Uma subida de 28 por cento em relação ao mesmo mês do ano de 2019.

Lucros dos bancos ultrapassam os mil milhões de euros

Quatro dos cinco maiores bancos de Portugal apresentaram os resultados relativos ao primeiro semestre do ano. Somados, os ganhos ultrapassam os mil milhões de euros. Paulo Macedo, presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos, diz que não há “lucros excessivos”. Nos primeiros seis meses do ano, o banco do Estado teve lucros de 486 milhões de euros, uma subida de 65% em relação ao mesmo período do ano passado. Sem resultados históricos, mas com lucros, surge o BPI que arrecadou 201 milhões de euros em seis meses – uma subida de 9%, quando comparada com o mesmo período do ano passado. João Pedro Oliveira e Costa diz que o banco tem liquidez e está preparado para o pior mas não afasta a possibilidade que as famílias deixem de ter condições para pagar os créditos. Para já, a banca ainda não sente que os pedidos de crédito estejam a diminuir significativamente. As preocupações centram-se na escalada da inflação. Os lucros do Santander subiram quase 200% quando comparados com o mesmo período do ano passado. São 241 milhões de euros. Com bons resultados, a banca prefere jogar pelo seguro e nem quer ouvir falar de cenários catastróficos. Como a bom ritmo, cresceram os resultados do BCP nos primeiros seis meses do ano: quase 75 milhões de lucro. Um crescimento de mais 500% em relação a 2021. Somados os lucros da Caixa, do BPI, do Santander e do BCP no primeiro semestre representam perto de mil milhões de euros.  Uma subida superior a 75% em relação a 2021. E o valor ainda pode subir, uma vez que estão em falta as contas do Novo Banco que devem ser apresentadas já na segunda-feira (Lusa)

terça-feira, julho 26, 2022

Negócio de manutenção da TAP no Brasil foi encerrado devido a prejuízos de quase 600 milhões em 13 anos

A TAP M&E Brasil, o negócio de manutenção e engenharia da companhia aérea portuguesa no Brasil, registou, no ano passado um prejuízo de 84,3 milhões de euros, o que levou a que a operação fosse encerrada definitivamente em maio deste ano. A informação, avançada pelo ‘PÚBLICO’ que teve acesso a dados de Sérgio Palma Brito, no livro “TAP – que futuro?” e a relatórios mais recentes da emoresa, dá ainda conta de que desde o primeiro ano de atuação do negócio, em 2008, os prejuízos acumulados quase alcançam os 600 milhões, mais precisamente 593 milhões. Fonte da publicação explicou ainda que o negócio tinha 385 trabalhadores e que a decisão de encerrar esta unidade de manutenção já tinha sido comunicada em janeiro de 2022, no contexto do plano de reestruturação da companhia aérea que foi aprovado pela Comissão Europeia.

Rendimento anual cresceu 1,3% no ano da pandemia e foi mais elevado em Oeiras. E a Madeira consta do documento do INE....

 

O rendimento anual bruto declarado deduzido do IRS aumentou 1,3% em 2020, o ano da chegada da pandemia. Oeiras, Lisboa e Cascais registaram os valores mais elevados, de acordo com INE. Em 2020, apesar do impacto da pandemia, o valor mediano do rendimento bruto declarado deduzido do IRS liquidado por sujeito passivo foi de 9.665 euros, um aumento de 1,3% em relação ao ano anterior. Oeiras (14.091 euros), Lisboa (12.938 euros) e Cascais (11.827 euros) são os três municípios com valores mais altos, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). O relatório com as estatísticas do rendimento ao nível local para 2020, publicado esta terça-feira, destaca “cerca de 1/5 dos municípios com valor mediano do rendimento por sujeito passivo superior ao do país“.

Estagnação na zona euro e um dos piores crescimentos da economia mundial desde 1980: o cenário pessimista do FMI para 2023

No início deste ano, o FMI previa para 2023 um crescimento perto de 4% para a economia mundial e de 2,5% para a zona euro. Agora admite um cenário pessimista (batizado de 'alternativo') em que o mundo cresce 2% e o espaço da moeda única entra em estagnação. O Fundo Monetário Internacional (FMI) não fala de recessão na atualização das previsões macroeconómicas para 2022 e 2023 publicadas esta terça-feira em Washington. Mas o fantasma está presente nas entrelinhas, com os economistas do Fundo dirigidos pelo académico Pierre-Olivier Gourinchas, a avançarem com um "cenário alternativo" ao cenário-base, onde se admite para o próximo ano estagnação na zona euro (ou mesmo uma ligeira contração) e um crescimento da economia mundial em 2%, um dos seis ritmos mais baixos em 43 anos (incluindo as recessões de 2009 e 2020), desde que o Fundo iniciou a nova série em 1980.

No cenário-base, o FMI prevê, agora, um crescimento mundial de 3,2% em 2022 e 2,9% no ano seguinte. Muito longe das previsões otimistas avançadas em outubro do ano passado, quando apontava para quase 5% de crescimento este ano, e aquando da atualização feita em janeiro apresentando pela primeira vez uma previsão de crescimento de quase 4% para 2023.

Venezuela: Ataques contra ativistas humanitários ascendem a 214 desde janeiro

Os dados indicam que o Estado venezuelano está a "limitar e afetar as atividades de quem está na linha da frente, respondendo à crise dos Direitos Humanos”, adianta o relatório Os ativistas dos Direitos Humanos na Venezuela foram alvo de 214 ataques entre janeiro e junho, menos 42% do que no período homólogo, segundo dados divulgados esta segunda-feira pela ONG venezuelana Centro para os Defensores e a Justiça (CDJ). Os dados fazem parte de um relatório divulgado hoje pela ONG em Caracas e refletem, segundo o CDJ “a continuidade de uma política de criminalização baseada na tese de um inimigo interno contra quem promove, defende e exige os Direitos Humanos na Venezuela. Os dados indicam que o Estado venezuelano está a "limitar e afetar as atividades de quem está na linha da frente, respondendo à crise dos Direitos Humanos”, adianta o relatório.

Madeira: empresas da ZFM recorrem para o Tribunal Geral da UE

 

A recuperação das ajudas estatais consideradas ilegais a empresas da Zona Franca da Madeira vai aumentar a litigância, acredita o jurista Nuno Cunha Barnabé, e algumas já estão a contestar a decisão de Bruxelas no Tribunal Geral da UE. As notificações da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) às 311 empresas da Zona Franca da Madeira (ZFM) identificadas como tendo recebido ajudas de Estado ilegais começaram a seguir no final de junho, mas segundo referiu à Lusa Nuno Cunha Barnabé, da Abreu Advogados, há empresas que mesmo não tendo recebido ainda esta notificação já estão a reagir. "Há empresas que estão a reagir contra a decisão da Comissão Europeia, junto do Tribunal Geral (da União Europeia) mesmo sem terem sido notificadas pela AT, porque entendem que devem fazê-lo", precisou o jurista. À parte estes casos, Nuno Cunha Barnabé acredita que este processo vai gerar vários tipos de reações por parte das empresas.

Venezuela: BES emprestou mais de 3400 milhões a empresas públicas venezuelanas

Despacho do Ministério Público mostra como os empréstimos serviram de trampolim para a PDVSA e outras grandes empresas venezuelanas financiarem o próprio GES. Quando, nos idos de 2008, Portugal e a Venezuela estreitaram os laços comerciais, embalados por uma viagem de governantes e empresários portugueses à capital venezuelana, o Banco Espírito Santo (BES) agarrou a rota Lisboa-Caracas com as duas mãos. Até ao colapso, no Verão de 2014, o banco então dirigido por Ricardo Salgado desenvolveu uma relação privilegiada, assente em três vértices, com uma série de entidades públicas venezuelanas, como a petrolífera PDVSA ou a eléctrica nacional Corpoelec: as empresas aplicavam a tesouraria na sucursal do BES na Zona Franca da Madeira (ZFM); o BES concedia empréstimos e aprovava linhas de apoio para se concretizarem pagamentos a fornecedores; e o banco conseguia que essas empresas financiassem o Grupo Espírito Santo (GES), comprando valores mobiliários do grupo que controlava o banco. Ao todo, entre 2008 e 2014, o BES concedeu a entidades venezuelanas mais de 3500 milhões de dólares em empréstimos (cerca de 3400 milhões de euros ao câmbio actual) e, em paralelo, nesse mesmo período, o GES financiou-se junto do núcleo de grandes clientes venezuelanos em mais de 3000 milhões de dólares.

Zona Franca da Madeira foi a placa giratória do BES para a Venezuela e Angola


Sucursal da zona franca serviu para o banco angariar clientes da América do Sul e África. PDVSA e outras empresas venezuelanas chegaram a ter quase 7000 milhões de dólares no BES. Depósitos eram investidos no GES. O país vivia sob o escudo da troika. A queda dos Espírito Santo parecia inimaginável naquele ano da graça de 2011 e, numa banal segunda-feira 14 de Novembro, Ricardo Salgado faz um gesto trivial para qualquer gestor atarefado. Pega na sua agenda e escreve um pequeno lembrete a lápis: “Falar Schneider Areias 13.” O escrito, tão enigmático quanto inusitado, acabaria por ser apagado daquela página do caderno. Mas a agenda seria apreendida anos mais tarde pela equipa que investigou o caso BES e, mesmo com o rasurado, os procuradores conseguiram juntar as pontas soltas e deslindaram o aparente significado da nota. A chave estava em “Areias”, mas a razão de ser estava numa ilha.

“Areias”, afinal, não era mais do que um código que o histórico presidente do BES usava para se lembrar de ordenar pagamentos de um dos sacos azuis do Grupo Espírito Santo (GES) — a sociedade offshore Enterprises — para contas sediadas no BES do Dubai, relacionados com os negócios do banco com as empresas públicas da Venezuela.

Função Pública: Salários dos trabalhadores subiram 72 euros entre 2014 e 2021

Alerta é de Eugénio Rosa e diz que aumentos ficaram aquém da média europeia, que ultrapassou os 500 euros. Para César das Neves, “entre países com níveis de vida e salariais muito diferentes é retórica sindical sem grande significado real”. As remunerações médias brutas dos trabalhadores do Estado cresceram, entre 2014 e 2021, em média, 72 euros (um aumento de 4,7%). Um valor muito abaixo da média europeia, que, no mesmo período, registou um crescimento de 536 euros (uma subida de 21,3%). As contas são do economista Eugénio Rosa, num estudo em que tomou como base os valores do Eurostat e que revela ainda que nos chamados países ‘frugais’ o crescimento foi ainda maior: na Alemanha com mais 1104 euros (+30,2%) e na Holanda com mais 508 euros (+21%).

Uma conclusão que não surpreende Henrique Tomé, analista da XTB, que lembra que “há vários anos os aumentos dos salários em Portugal têm sido apenas residuais e esta diferença entre a média da União Europeia serve como ‘abre olhos’ para o Governo e eleva a necessidade de se ter de intervir o quanto antes para travar a tendência dos anos anteriores, que em nada contribuem para o desenvolvimento da economia nacional”, diz ao i.

Nota: qual a admiração?

Qual a admiração? Não, eu não digo mais nada, por que a minha opinião não mudou nem mudará sobre este tema: sou a favor de coligações pós-eleitorais, e contra, radicalmente contra, coligações pré-eleitorais em eleições regionais. Acho que os partidos não devem ter medo dos eleitortes e devem mostrar o que valem na política e na sociedade madeirense. Promover embustes, com base em justificações inventadas, é ridículo. Basta-nos o triste espetáculo do PSD e do CDS nos Açores, que perderam todas as eleições desde 2020 mas que são poder graças aos métodos do PS em 2015 na Assembleia da República, e que o PSD e o CDS tanto criticaram. Basta-nos o triste espectáculo do PSD e do CDS nos Açores que perderam as regionaisde 2020 mas que são poder naquela Regiao, só por que elegeram mais deputados numa lei eleitoral discutível e que até dá mandatos (compensação) na secretaria! No caso da Madeira é de eleições regionais que eu falo, não de outras eleições que não se comparam às regionais. Em nada. E quem o faz, mente e manipula as pessoas e os eleitores. Deve ser esmagado nas urnas. Não podemos tolerar a desonestidade a ganhar terreno na política decadente. As eleições não se comparam. E mais. Desconfio que uma parte muito significativa do eleitorado dos dois partidos não está preparada para este desfecho de coligação pré-eleitoral imposto pelas elites dirigentes, alegadamente em Congresos que quem conhece o assunto, sabe o que são, como funcionam e o que valem. Um desfecho imposto também por razões que também me escuso enunciar. Por que não quero alimentar polémicas. Mais do que estas... E aqui vamos! Ainda.

O que recomendo? Acabam de falar na praça pública num assinto que pode ser fracturante, que não reune consensos, que provavelmente até nem dará os votos que esperam ter. Ou seja, 2 + 2 nem sempre é correspondente a 4. E tratem destes assuntos polémicos e absurdos, náo com recyurso a recadosx via comunicação social, mas dentro dos partido, nos órgáos próprios. E concentrem-se prioritariamente em preparar a RAM para a eventualidade de uma crise económica grave, que os especialistas europeus dizem ser incontornável, crise que a acontecer deixará um rasto de destruição social e económica que não sei que amplitude e impacto terá, caso se confirme, numa região dependente e sem recursos como a nossa. A  começar pelo turismo, que não se compadece com a subida de taxas de juro na Europa, subida que vai continuar segundo o BCE, e com a redução do poder de compra das pessoas (turistas nacionais e estrangeiros) devido aos juros e à inflação galopante. Tudo por causa de uma guerra criminosa, assassina e ilegítima, mas hoje transformada nuam brincadeira de mau-gosto pela indústria do armamento, alimentada por milhares de milhões de euros e dólares, perante uma Europa pateticamente confundida e sem soluções, que aprovou pacotes de sanções sem antes ter estudado o impacto das mesmas na vida dos europeus, cujo nível de vida tem caido descontroladamente e a que se juntam novas ameaças, em matéria energética, que lá mais perto do inverno saberemos se vão ou não acabar com certas veleidades, distorções e manipulações constantes (LFM)

Nota: não, eu não alinho na crítica cega e despropositada a JMR por causa da ALRAM

Mesmo com algum excesso, em termos de protagonismo mediático - falo de alguns comentários que se ouve - não me parece que abrir a Assembleia Legislativa ao exterior seja negativo nem motivo de crítica. Repito, provavelmente haverá que impor alguns critérios e aprovar um regulamento de utilização do espaço principal da ALRAM (salão nobre, que vejo ser palco de exposições ou de cerimónias revestidas de maior solenidade), ainda por cima com o Teatro Municipal do Funchal ali ao lado e quase sempre disponível. Mas não alinho nas críticas cegas (e deslocadas do tema principoal da notícia) a JMR, sobretudo nas redes sociais (não me recordo que ter lido qualquer tomada de posição oficial de algum partido sobre este assunto). Muitas delas até parecem ser mais ataques pessoais, que até parecem roçar o ajuste de contas de natureza pessoal ou política, do que críticas construtivas e alicerçadas em factos tão criticáveis como querem fazer crer. Acresce que críticas assentes no anonimato das redes sociais deixam um enorme espaço à especulação sobretudo quanto a eventuais origens, motivações e propósitos! Portanto, se não concordam, aprovem um regulmento de utilização ou qualquer instrumento interno que entendam, mas não fechem a ALRAM do mundo exterior, que no fundo, e neste caso, é a principal razão, a única razão, para a sua existência institucional (LFM)

domingo, julho 24, 2022

Nota: a saúde, a manipulação dos indicadores e o jogo das "escondidas"....

Eu não sei se acham bem ou não, se concordam ou não, é-me indiferente, mas penso que a gestão comunicacional da saúde na RAM tem que mudar. Antes que se chegue a uma situação de desinformação generalizada e de pressão constante, como acontece no Continente com o governo socialista de Costa. Porquer desvalorizou os alertas, ignorou a realidade e acabou, perante o agravamento da crise, por aparecer aos olhos dos portugueses como um governo impotente, gasto, desmotivado, com poucas medidas a tomar e incapaz de gerar consensos ou acordos com os profissionais do sector, etc.

Eu fracamente acho que a actividade dos serviços de saúde na RAM - que os contribuintes pagam com os seus impostos, os mesmos contribuintes nem sabem onde começa a verdade dos indicadores estatísticos e acaba a manipulação e a mentira de partidos na oposição - deve ser pública, tem que ser conhecida com regularidade minimamente aceitável. Salvo se querem manter esta divergência desgastante de indicadores - o GRM desmente os dados da oposição mas não apresenta os seus valores alternativos, no caso das listas de espera e das cirurgias. 

Da imprensa às rádios e TV, conheça as contas dos media não cotados em bolsa

 

A Renascença voltou aos lucros em 2021 e o Grupo Global Media reduziu os prejuízos, tanto na TSF como nos jornais. Nos restantes grupos, o comportamento é misto. Os números estão no Portal da ERC. O ano de 2021 foi de recuperação para as empresas de media cotadas em bolsa, com a Impresa a registar um resultado líquido de 12,6 milhões de euros (+ 12,5%), a Media Capital a reduzir o prejuízo para 4,1 milhões (uma recuperação de 63%) e a Cofina a fechar o exercício com um resultado líquido de 4,2 milhões (+165,9%). E as empresas cujo capital não está disperso em bolsa? A resposta pode ser encontrada através de pesquisas no Portal da Transparência, da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), e tal como em 2020, os resultados diferem de empresa para empresa, com cinco dos grupos pesquisados com resultados positivos e outros cinco no vermelho. Dos cinco com resultados positivos, dois, a Lusa e a RTP, estão, parcial ou totalmente, na esfera do Estado.

Movimento de aquisições nos media em Portugal “vai continuar”

 

As razões destas operações de compra de media em Portugal podem passar por ter mais influência, fazer mais-valias ou porque o setor voltou a ser importante, consideram os especialistas. O movimento de aquisições nos media em Portugal “vai continuar”, afirmam especialistas contactados pela Lusa, referindo que as razões destas operações podem passar por ter mais influência, fazer mais-valias ou porque o setor voltou a ser importante. Desde que o ano começou que se tem assistido a aquisições na área dos media em Portugal: a compra das rádios da Media Capital pelo grupo alemão Bauer; a Euronews e da Newsplex (Nascer do Sol e Inevitável) pelo fundo Alpac Capital; e o Jornal Económico (JE) pela Media9Par, subsidiária do Emerald Group para área da comunicação social do empresário angolano N’Gunu Tiny, que também tem na forja o jornal Novo Semanário Original e Livre. “Os media voltaram a ter de novo, inesperadamente, uma importância crucial”, considera Luís Mergulhão, presidente executivo do Omnicom Media Group.

O estado da economia em oito gráficos

A economia portuguesa — e a europeia — chega ao verão de 2022 numa encruzilhada que há um ano não era previsível. A taxa de inflação está no máximo de muitos anos, bem acima da meta de 2% do Banco Central Europeu (BCE), e o PIB, embora a crescer, vai perder gás. Ao mesmo tempo, os juros baixos, que durante anos aliviaram a pressão sobre Estado, empresas e famílias, estão a chegar ao fim. O debate do estado da nação, o primeiro da nova legislatura de maioria absoluta do PS, acontece na mesma semana em que o BCE irá anunciar a primeira subida das taxas diretoras numa década. Parecia certo que seria um agravamento de 0,25 pontos percentuais, mas agora, a julgar por algumas informações que foram saindo, já se coloca a hipótese de o salto ser do dobro do tamanho. A decisão foi tomada ontem, já depois do fecho desta edição do caderno de Economia. O Expresso reuniu oito gráficos que ajudam a compreender o estado da economia portuguesa (Expresso, um trabalho do jornalista João Silvestre com infografias de Jaime Figueiredo)

Grande entrevista à RTP-Açores: José Manuel Bolieiro diz que o PSD está unido

 

Na primeira entrevista televisiva após o congresso social democrata do último fim de semana,em Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro reiterou a união e solidez do partido e da coligação governativa.  líder social democrata não esclareceu se Mota Amaral será ou não o candidato indicado pelo PSD- Açores ao Parlamento Europeu nas próximas eleições.  embre-se que José Manuel Bolieiro pediu, e o líder nacional, Luís Montenegro concordou, que o representante dos Açores integrasse as listas em lugar elegível.

Subida dos juros favorece depósitos e poupança

 

A subida de juros por parte do BCE vai ter um impacto positivo nos ganhos com depósitos bancários e produtos de poupança. Mas esse efeito ainda irá demorar a fazer-se sentir.

Madeira: Albuquerque acusa o PS de espalhar mentiras

 

O PSD e o CDS vão coligados nas eleições do próximo ano com o objetivo de combater as calúnias do Partido Socialista. O presidente do PSD-Madeira acusa os socialistas de espalharem mentiras pela Região

Madeira: Estudos e informação sobre a Autonomia

Foi inaugurado um novo espaço, junto à assembleia, dedicado à investigação e divulgação de estudos e informação sobre a Autonomia. O presidente do governo sublinhou a importância do espaço e apelou às novas gerações para lutarem por mais e melhor autonomia.

Covid e guerra vão deixar marcas

A pandemia e a guerra na Europa vieram agravar a saúde mental e cognitiva da população e a recuperação não está a acontecer ao ritmo esperado.

Juros do crédito à habitação deverá subir

 

O Banco Central Europeu aumentou as taxas de juro de referência em 0,50 por cento. É a primeira subida de juros em 11 anos e vai sentir-se em particular no crédito à habitação. A DECO alerta para o impacto nas famílias, em particular quando se soma uma inflação elevada.

Indústria do petróleo e gás gerou 2,7 mil milhões de euros de lucro… por dia nos últimos 50 anos, aponta estudo

 

A indústria de petróleo e gás gerou 2,7 mil milhões de lucro puro por dia nos últimos 50 anos, revelou esta quinta-feira um estudo de três especialistas da University College London, da London School of Economics e do think tank Carbon Tracker, ainda não publicado numa revista científica – O total adquirido por petroestados e empresas de combustíveis fósseis desde 1970 é cerca de 51.000 mil milhões de euros, o que permitiu o poder de “comprar todos os políticos, todos os sistemas” e atrasar a ação sobre a crise climática, garantiu Aviel Verbruggen, autor do estudo. A análise, baseada em dados do Banco Mundial e revelada esta 5ª feira pelo jornal britânico ‘The Guardian’, avalia a “renda” garantida pelas vendas globais de petróleo e gás, que é o termo económico para o lucro não ganho produzido após a dedução do custo total de produção, naquela que foi a primeira avaliação de longo prazo dos lucros totais do sector, com as rendas do petróleo a representar 86% do total.

Referendo sobre Independência da Escócia: Supremo do Reino Unido vai ouvir caso em outubro

 

O Supremo Tribunal de Justiça do Reino Unido anunciou esta quinta-feira que irá ouvir a defesa do referendo à independência da Escócia, uma audiência que deverá acontecer a 11 ou 12 de outubro. A decisão do Supremo surge depois de o Primeiro-ministro demissionário Boris Johnson ter, por várias vezes, recusado a realização de um referendo, que é um dos principais pilares da plataforma política da líder escocesa, Nicola Sturgeon, que se tem insurgido contra o que diz ser a intransigência centralista do governo em Londres. Em junho, Sturgeon tinha anunciado que o referendo seria realizado a 19 de outubro do próximo ano, mas para isso precisa que o governo central conceda uma transferência temporária de poderes do parlamento britânico para o parlamento escocês. A esse pedido, Johnson respondeu um rotundo “não” numa carta enviada à Primeira-ministra escocesa no dia 28 de junho. À missiva do governo britânico, Sturgeon respondeu que “a democracia escocesa não será feita refém deste ou de nenhum outro Primeiro-ministro”.

Eurodeputado Álvaro Amaro: “União Europeia deve reforçar apoios para Açores e Madeira”

 

Portugal tem duas regiões autónomas, que são ultraperiféricas e enfrentam constrangimentos estruturais. O desafio premente é preparar estas regiões para que a transição ecológica e digital seja justa, considera o eurodeputado do PSD Álvaro Amaro, relator do Parlamento Europeu da Nova Estratégia para as Regiões Ultraperiféricas. Defendendo “tratamento diferente para regiões que são diferentes!”, Álvaro Amaro acrescenta que “a conectividade é a principal dificuldade” que os Açores e a Madeira enfrentam, “pelo que o apoio da União Europeia se torna fundamental”.

Vida Económica – Como encara a sua nomeação para o cargo de responsável pelo relatório sobre a nova Estratégia para as Regiões Ultraperiféricas da União Europeia?

Álvaro Amaro - É uma nomeação que encaro com uma responsabilidade acrescida, uma vez que Portugal tem duas regiões autónomas, que são ultraperiféricas, e que muito acrescentam ao nosso país e à União Europeia, mas que enfrentam constrangimentos estruturais, que dificultam o seu natural crescimento, pelo que é nosso dever criar condições e ferramentas para que desenvolvam as suas potencialidades e possam ter o devido retorno dessa aposta.

Descodificador: Fundação de Berardo esfumou-se

 

Governo extinguiu a Fundação José Berardo, que se endividou junto da banca — e não vai ficar por aqui.

1 - Porque foi extinta a Fundação?

Criada em 1988, a Fundação José Berardo foi extinta porque um relatório da Inspeção das Finanças de 2020 deu nota que esta já não promovia os fins para os quais tinha sido constituída. O Governo prometeu extingui-la em maio e concretizou a promessa esta semana. O despacho de 19 de julho diz que o órgão de gestão da Fundação fica proibido de “praticar atos que envolvam a alienação ou a oneração de quaisquer bens, participações sociais ou financeiras”. Mais ficou também estipulado que “os administradores respondem, pessoal e solidariamente, pelos atos que praticarem e pelos danos que deles advenham, em violação das regras anteriores”.

E os europeus o que dirão daqui a uns dias? “Vamos subir juros até inflação regressar” aos 2%, assegura Lagarde

 

A presidente do BCE, Christine Lagarde, assegura que as taxas de juro subirão tanto quanto necessário para que a inflação volte para 2%. “Estamos a enviar uma mensagem clara às empresas, empregados e investidores: a inflação voltará ao nosso valor-alvo de 2% a médio prazo“, disse Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), num artigo publicado este sábado no blogue da instituição. As medidas tomadas até agora, segundo Lagarde, “já estão a ter impacto nas taxas de juro em toda a Zona Euro”. Os comentários, relatados pela Bloomberg, chegam depois de o BCE ter aumentado as taxas mais do que o esperado, depois de oito anos em terreno negativo, para combater a inflação, que atingiu 8,6% em junho na zona euro e que se prevê que continue a subir. Os investidores estimam cerca de 113 pontos de base em aumentos adicionais das taxas do BCE até ao final do ano, de acordo com o mercado.

Imóveis herdados de créditos do antigo Banif rendem €17 milhões

 

A Oitante, veículo que ficou com os ativos do Banif que o Santander não adquiriu em 2015, tem vindo a desfazer-se dos imóveis herdados e, no ano passado, encaixou um total de €16,9 milhões. Um valor que contribuiu para os lucros de €24 milhões da sociedade e que poderá significar, em anos vindouros, dividendos para o acionista único, o Fundo de Resolução, que integra o perímetro orçamental do Estado. De acordo com o relatório e contas agora divulgado, a Oitante vendeu 444 imóveis em 2021. Com as operações de venda, conseguiu €46,6 milhões, o que representa um valor médio de €105 mil por cada fração comercializada. É comparando o proveito alcançado com o montante registado no balanço que a Oitante obtém a referida mais-valia de €16,9 milhões. O encaixe de 2021 é inferior ao do ano anterior: tinham sido vendidas 533 frações por €37,3 milhões, que justificaram mais-valias de €17,9 milhões.

BCE: Como a subida dos juros mexe com a nossa vida

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), terá anunciado esta quinta-feira (já depois do fecho desta edição de Economia) o primeiro aumento em mais de uma década da taxa de juro diretora da instituição e sinalizado os próximos passos — leia-se, quais deverão ser as próximas subidas. As suas palavras irão mexer, e muito, com as nossas vidas. Juros mais elevados têm múltiplos impactos, muitos deles negativos, para famílias, empresas e Estados. E já se começaram a sentir, porque as taxas de mercado estão a subir há meses. Porque avança então o BCE neste caminho, numa altura em que a economia europeia está vulnerável por causa da guerra na Ucrânia e as projeções apontam para um abrandamento expressivo da atividade? A resposta chama-se inflação. A escalada dos preços continua sem dar tréguas, está em máximos desde a criação da moeda única — 8,6% em termos de variação homóloga em junho —, situando-se muito acima da fasquia dos 2%, a referência para o BCE, que tem como mandato a estabilidade dos preços. Mais ainda: as expectativas para o futuro descolaram desse patamar, podendo gerar ainda mais inflação.

Novo Banco: Onde está o dinheiro que a Venezuela reclama?

Novo Banco remete pedido de movimentação de mil milhões para o tribunal. Ainda não houve posição e Venezuela queixa-se. No Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela estão pendentes ações contra o Novo Banco por entidades estatais de Caracas terem subscrito títulos de dívida do falido Grupo Espírito Santo. Porém, esta não é a única tensão do regime de Nicolás Maduro com o banco português: desde 2019 que a petrolífera venezuelana tenta movimentar aplicações de mais de mil milhões de euros sem sucesso. E este facto tem efetivos contornos diplomáticos. Esta semana, o vice-presidente do PSUV, o partido de Maduro, veio a terreiro pedindo indiretamente a libertação dessas verbas. O argumento foi de que a Venezuela está disponível para vender petróleo e gás à União Europeia, alvo de uma grave crise energética, muito por conta da guerra na Ucrânia, mas só com pagamento antecipado, para não ficar sem acesso às suas verbas, como aconteceu no Novo Banco. “Aqui há petróleo, tudo o que precisem para mais de 100 anos, mas têm de pagar por ele, não o vão levar, não o vão roubar”, declarou Diosdado Cabello, lembrando o caso português: “Como é que eles vão pagar com contas bancá­rias em Portugal se nos tiraram o dinheiro da PDVSA [empresa estatal Petróleos da Venezuela, SA] em Portugal?”

BCE faz maior subida de juros em 22 anos

O jogo de forças entre ‘falcões’ — banqueiros que exigem uma política mais restritiva e maiores subidas dos juros para travar a inflação — e ‘pombas’ — que defendem uma abordagem mais cautelosa — no Conselho do Banco Central Europeu (BCE) conheceu esta quinta-feira um novo episódio. Na reunião houve “consenso” para uma subida mais pronunciada do que o sinalizado na taxa de juro de referência, para 0,5% — o primeiro incremento em mais de uma década e o mais pronunciado dos últimos 22 anos. E a aprovação “unânime” do Transmission Protection Instrument (TPI), o mecanismo antifragmentação que servirá para defender os países do euro que enfrentem maiores subidas nas suas taxas de juro soberanas. Aprovação que, como sublinhou Christine Lagarde, presidente do BCE, abriu caminho ao referido aumento dos juros.

Opinião: Vamos todos passar frio no próximo inverno?

 

O corte de consumo de gás vai ser obrigatório?

A Comissão Europeia quer que os Estados-membros se comprometam com medidas para reduzir o consumo de gás em 15% no período de agosto a março face aos volumes médios dos últimos cinco anos, para já numa base voluntária. No entanto, em caso de cortes no abastecimento europeu de gás, Bruxelas poderá ativar um estado de emergência, definindo prioridades no abastecimento a cumprir por todos os países.

As famílias poderão ficar sem gás?

A Comissão nota que as famílias e os serviços essenciais (como os hospitais, entre outros) estão no fim da lista de consumidores aos quais seriam impostos cortes em caso de emergência. Haverá, isso sim, campanhas de sensibilização para que todos os consumidores poupem o mais possível, de forma a evitar que no inverno seja necessário tomar medidas mais severas.

Opinião: "Os jornalistas não morrem por pedir desculpa"

Um dos sinais mais evidentes de que os leitores se interessam pelo jornal que escolheram como seu é a circunstância de não se esquecerem das promessas que lhes são feitas. Uma delas, cumprida, prendia-se com o fim das colaborações dos colunistas que também eram políticos no activo; outra, com a publicação repetida de cartas enviadas ao director; a que hoje aqui nos traz diz respeito às gralhas e erros. Miguel Franco pretende saber “que melhoramentos estão a ser postos em prática de forma a minimizar erros ortográficos e sintácticos”. O leitor recorda que Manuel Carvalho, no balanço do ano passado, considerou que as gralhas e os erros eram inadmissíveis e que haveria “novidades” em 2022. “No ano corrente”, prossegue o leitor, “continuando o que já tinha feito no ano anterior, comuniquei os erros e as gralhas que fui encontrando no jornal através do botão ‘Sugerir Correcção’ que se encontra no final do texto do artigo. Não sei se esta é a forma correcta ou mais fácil de informar o jornalista para que possa emendar o artigo (nunca recebi nenhuma resposta, apesar de o botão requisitar o meu nome e email).”

Opinião: "Assegurar a estabilidade de preços"

 

O aumento das taxas de juro constitui um momento marcante no nosso percurso para uma inflação mais baixa. A inflação é demasiado elevada. A guerra da Rússia na Ucrânia provocou um aumento dos custos energéticos e dos produtos agrícolas. A escassez de materiais, de equipamento e de mão-de-obra resultante da pandemia também está a fazer subir os preços. Esta situação prejudica as pessoas e as empresas na área do euro, em especial as que têm rendimentos baixos. Muita desta inflação está a ser impulsionada por factores que os bancos centrais não podem controlar. O que podemos fazer, contudo, é assegurar que a inflação não se torna persistente. É o que poderia acontecer, caso as subidas de preços se generalizassem na economia e as pessoas começassem a contar com uma inflação mais elevada no futuro. Nesse cenário, deparar-nos-íamos com as espirais salários-preços que historicamente conduziram a uma inflação descontrolada.

Opinião: "Regionalizar para descentralizar"

Têm estado a funcionar as comissões de coordenação regionais do Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve. São áreas de mera desconcentração administrativa. Porque não transformá-las em áreas de descentralização, com as alterações que forem julgadas convenientes?

1. Com a previsão de regiões administrativas no Continente — que deveriam distinguir-se dos distritos e das províncias das Constituições anteriores — a Assembleia Constituinte de 1975-1976 quereria realizar alguns objetivos. Em primeiro lugar, criadas as regiões autónomas dos Açores e da Madeira, a regionalização deveria estender-se ao resto do país — conquanto sob formas meramente administrativas — por um princípio de unidade nacional, por um princípio de democracia descentralizada e por terem de ser corrigidas no Continente assimetrias paralelas às ditadas pela insularidade. Em segundo lugar, em vários países europeus estavam sendo ensaiados esquemas de organização regional contrapostos às fórmulas do passado. Embora os modos da regionalização e a extensão da autonomia não surgissem idênticos, quase todas essas regiões ocupavam um espaço físico maior e possuíam muitas mais capacidades de intervenção do que os distritos portugueses.

Ucrânia: Primeiro-ministro húngaro pede nova estratégia europeia para a guerra

O primeiro-ministro da Hungria, o ultranacionalista Viktor Orbán, vaticinou este sábado que a Ucrânia não vencerá a guerra contra a Rússia e que a paz não será alcançada antes das próximas eleições presidenciais nos Estados Unidos, em 2024. "A Ucrânia nunca vencerá a Rússia", disse Orbán na cidade romena de Baile Tusnad, durante um comício organizado pela minoria húngara da Roménia. "Nunca haverá negociações de paz russo-ucranianas", pois Moscovo quer garantias de segurança, acrescentou.



sexta-feira, julho 22, 2022

Opinião: Autonomia

I - A Assembleia Legislativa da Madeira inaugurou o seu novo gabinete, denominado de IDEIA – Investigação e Divulgação de Estudos e Informação sobre a Autonomia, estrutura destinada a manter viva a dialéctica autonómica bem como a trabalhar e divulgar o rasto histórico do que foi a luta autonómica até hoje. Uma luta que não começou sequer em 1974, com o 25 de Abril, apesar da revolução ter sido determinante para a afirmação constitucional dessa realidade insular. Felicitando o parlamento por ter dado corpo a uma ideia que há alguns anos tem sido pensada - inclusivamente chegou a haver um protocolo nesse sentido com a UMa - é importante ter presente que, mais do que o passado, que obviamente deve ser preservado, recordado, estudado, analisado, pensado e divulgado, temos que nos virar para o futuro, debatendo pragmaticamente que passos devem e podem ser dados, que tipo de relacionamento Estado-Região deve existir, que desafios se colocam hoje, num pais e numa Europa diferentes, a uma Autonomia que tem ela propria que ser mais criativa, que mudanças temos que introduzir, que atitude deve a Madeira assumir perante o Estado central, em defesa dos seus interesses colectivos, mesmo que eles colidam - regra geral isso é recorrente - com os interesses mais cautelosos e centralistas de Lisboa e do poder instalado no Terreiro do Paço, embora mas cada vez mais disperso pela capital.

II. Foi durante essa inauguração que o presidente do Governo Regional deixou várias declarações que correspondendo à realidade e, por isso, sendo inatacáveis, podem contudo revelar-se "perigosas", na medida em que colocam o dedo na ferida e mostram as fragilidades existentes, muitas delas resultantes do facto de terem sido os madeirenses a baixar a guarda e a não intensificar a pressão junto do poder central, tudo isso feito em nome de uma alegada "nova forma de fazer política" que, mal esbarrou com a realidade histórica, denunciou o erro dessa cedência.

Albuquerque reconheceu que a autonomia “está num impasse” e mais, afirmou que o contencioso das autonomias “está vivo”. Lamentou sem surpresa que, na lógica do Terreiro do Paço, “continuamos a ser ilhas adjacentes”, num país que continua a ser “o mais centralista da Europa”. Embora eu concorde que a autonomia deu o salto qualitativo graças aos milhões da Europa, é um facto que o percurso inicial de afirmação no terreno do processo autonómico pós-1974, constitucionalmente consagrado em 1976, bem ou mal, dependeu durante anos da maior ou menor abertura do estado central e de quem se sentava no cadeirão do poder no Terreiro do Paço. E da capacidade de reivindicação das Regiões Autónomas e das suas elites políticas. A adesão europeia era ainda uma ilusão longínqua. Recordo que Portugal é membro de facto da União Europeia desde 1 de Janeiro de 1986, apresentou a sua candidatura de adesão em Março de 1977 e assinou o acordo de pré-adesão a 3 de Dezembro de 1980. Entre 1976 e 1986 a autonomia regional percorreu um longo caminho.

O grande desafio, disse o líder madeirense, é o de sabermos se as novas gerações “educadas, doutrinadas, que vivem numa Madeira onde os índices de conforto são inegavelmente superiores aos dos avós e bisavós, estão imbuídas de um espírito de luta, de determinação, de coragem, no sentido de lutar pelos direitos dos povos das regiões” (LFM, texto publicado no Tribuna de Madeira, 22.7.2022)

quinta-feira, julho 21, 2022

Estado dá garantia pessoal até 225 milhões para refinanciar dívida da Madeira

O ministério das Finanças autorizou a concessão da garantia pessoal do Estado à emissão obrigacionista para refinanciamento da dívida da Madeira, tendo como limite máximo 225 milhões de euros.  inistério das Finanças autorizou a concessão da garantia pessoal do Estado à emissão obrigacionista para refinanciamento da dívida da Região Autónoma da Madeira, tendo como limite máximo 225 milhões de euros, segundo despacho publicado esta quinta-feira. O diploma, assinado pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, fixa uma comissão de garantia de 0,2% ao ano para a operação e a data de subscrição até 30 de julho. O Orçamento da Região Autónoma da Madeira (RAM) para 2022 já previa a emissão de um empréstimo obrigacionista, junto de um consórcio, com vista a substituir e amortizar diversos empréstimos, anteriormente contraídos por empresas públicas reclassificadas da Região e pela própria RAM, cujos vencimentos ocorrem no presente ano.

Venezuela cria zonas económicas especiais para atrair investimento estrangeiro


O Presidente Nicolás Maduro, promulgou na quarta-feira a Lei Orgânica de Zonas Económicas Especiais da Venezuela, que pretende incentivar a produção venezuelana e desenvolver os setores industrial, agrícola e comercial. Esta lei vem construir novos motores regionais em função da economia real, em função de dar condições especiais para a confiança económica dos investidores que chegam de todo o mundo”, disse. A promulgação da nova lei teve lugar no Centro Internacional de Investimentos Produtivos, em Caracas, durante um ato transmitido em direto pela televisão estatal e ao qual assistiram deputados venezuelanos e diplomatas de vários países. Durante o ato foi criada a Superintendência de Zonas Económicas Especiais e promulgado um decreto criando as cinco primeiras regiões abrangidas pela nova lei: Paraguaná, Puerto Cabello, La Guaira e as ilhas de Margarita e La Tortuga.

Rogério Gouveia anuncia comissão para apurar o montante em dívida


Rogério Gouveia anunciou a criação de uma comissão técnica entre Governos da República e da Região para apurar o montante em dívida

Portugal mantém terceira dívida pública mais elevada da UE

 

Nos primeiros três meses do ano, representava 127 por cento da riqueza produzida pelo país. Fica acima da média da Zona Euro e da União. Os dados são do Eurostat.  gabinete de estatísticas da União Europeia revelou também que o país teve um excedente de quase um por cento no início do ano.

BCE aumenta taxa de juro de referência em 0,5%

 

É a primeira subida de juros em 11 anos e vai sentir-se, em particular, no crédito à habitação.  DECO alerta para o impacto nas famílias, desde logo quando se soma uma inflação elevada.

Nota: O estranho problema do discurso do PSD de Montenegro

Não consegue. Tal como aconteceu com Rio. O PSD não consegue demarcar-se do "passismo" que tanto o penalizou. Mais do que isso, o PSD não consegue lembrar aos portugueses, e manter essa ideia permanentemente acesa, que foi com o governo de José Sócrates, em 2011, que a troika foi chamada a um Portugal falido. Melhor, lembrar e insistir, por muito que isso doa, que as três intervenções externas do FMI ou da troika (FMI, BCE e UE) em Portugal até hoje foram todas da responsabilidade de governos socialistas. 

O governo de Passos-Portas, eleito em 2011, apesar dos excessos para agradar Merkel, limitou-se a cumprir o cardápio imposto pelos financiadores de um Portugal sem dinheiro nem para pagar os salários dos seus funcionários públicos! O problema não foi apenas o "passismo". Também foi, pela desumanidade evidenciada - pelo liberalismo criminoso e pela protecção dos capitalistas, das grandes empresas, da banca falida mas "mansa", pelo processo de privatizações aceleradas, com formalizações das vendas feitas pela noite dentro como foi o caso da TAP, etc - na implementação cega de medidas penosas.

O problema, sobretudo para os portugueses e para o PSD, foi o facto de Passos ter pretendido, e fê-lo várias vezes, ser mais "papista que o Papa", ou seja, ir mais longe, ser mais agressivo, ser mais patife do que aquilo que a troika exigia ao responder perante os financiadores externos - BCE, FMI e UE.

Sucede que o PS, desde 2015, sabe usar a governação de Passos e as medidas tomadas, nomeadamente as que geraram mais desemprego, mais empobrecimento, maior redução do poder de compra, cortes nos salários e nas pensões, etc, e não olharam a meios para penalizarem as pessoas, os serviços públicos, etc, tudo em nome de um legado pós-troika que não abona a favor do PSD e que tem sido a causa do fracasso, do definhamento eleitoral e de uma travessia do deserto que ninguém sabe quando e se, acabará. E como, e com que consequências.

Portanto, enquanto o PSD não resolver este problema, enquanto não for capaz de justificar aos portugueses todo o processo de governação do "passismo", vai ser sempre penalizado pelo discurso da propaganda socialista que foi um desastre ainda maior que foi o legado dos governos de Sócrates dos quais António Costa fez parte em posições de destaque.

Ou seja, o PSD ou é incompetente, o que se lamenta, e usa paninhos quentes" com medo da contra-resposta do PS, ou o PS é mais matreiro e sabe que basta usar até à exaustão a mesma lenga-lenga da governação da coligação Passos- Portas para dar cabo de qualquer estratégia dos laranjas. Pelo incómodo que se nota, repetidamente, o PS de Costa sabe que sempre que fala nesse período (2011-2015) e nas medidas tomadas por aquela dupla, o PSD abana os alicerces e roça o descontrolo político.

Mesmo com uma nova liderança, mas isso vale o que vale, porque Montenegro foi um dos mais activos e conhecidos protagonistas desse período negro para o país, os portugueses e o PSD. Que abriu caminho à geringonça, deixando que Costa brilhasse no aproveitamento dos efeitos de algumas das medidas tomadas até 2015, aproveitamento acelerado pela rápida melhoria da conjuntura europeia e internacional. Entretanto, tudo mudou, com a pandemia, a guerra na Ucrânia e a inflação globalizada e descontrolada!

Já todos percebemos que Montenegro fica irritado, não devia, sempre que lhe atiram à cara o "passismo" e falam da sua forte, factual e indesmentível ligação, preponderante ligação, a esse tempo. Não devia irritar-se por que enquanto for líder do PSD, já percebemos isso, não consegue fazer esquecer esse facto. E, mais do que isso, também já percebemos todos que o PS, seja através de Costa, seja através de qualquer outro elemento mais político (os cinzentos da política não entram neste filme e são dispensáveis), vai atirar-lhe sempre isso à cara. Não vamos discutir responsabilidades nem de quem é a culpa, particularmente quando se tenta ressuscitar demasiado cedo nomes que foram dos mais penosos. Só faltava agora que Montenegro se deslocasse a Nova York para trazer de novo o Gaspar que fugiu para o FMI e para mais de 25 mil dólares de ordenado, mais mordomias, depois de num supermercado em Lisboa, só por milagre e ajuda policial, não ter levado um enxerto de porrada popular, merecido, diga-se em abono da verdade, atendendo ao que fez e como fez. Aliás, talvez a explicação para o facto, segundo as sondagens, de os eleitores mais idosos aparentemente estarem a manter alguma fidelidade de voto com o PS, resida aqui, na conjugação do aumento das pensões promovido por Costa e nestas memórias de um passado recente, que deixou muitas marcas sociais dramáticas e desnecessárias, que não se apagam de um momento para outro, Muito menos no PSD, que sabe que é por causa dos efeitos da governação violenta e desumanizada desse tempo que está a realizar uma penosa travessia do deserto de onde nunca vai sair se continuar a manter a postura elogiosa que Montenegro adopta relativamente a um tempo que é para esquecer. Acresce que todo este gás do novo líder do PSD, que aposta muito na recuperação do espaço mediático para ser ouvido e visto, vai obviamente fechar-se aos poucos, porque 4 anos e meio é tempo demasiado de espera e ter a obrigação de ganhar eleições até 2026, acaba por ser uma empreitada que Montenegro só a muito custo conseguirá, se é que conseguirá fazê-lo.

Factos

António Costa foi Ministro de Estado e da Administração Interna do XVII Governo Constitucional, de 12 de Março de 2005 a 17 de Maio de 2007, liderado por José Sócrates. Foi Ministro da Justiça do XIV Governo Constitucional, de 25 de Outubro de 1999 a 6 de Abril de 2002, com António Guterres em primeiro-ministro. Foi Ministro dos Assuntos Parlamentares do XIII Governo Constitucional, de 25 de Novembro de 1997 a 25 de Outubro de 1999, de novo com António Guterres na liderança do governo. Foi Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares do XIII Governo Constitucional, de 30 de Outubro de 1995 a 25 de Novembro de 1997, com António Guterres.

As intervenções do FMI em Portugal

Portugal já foi intervencionado três vezes pelo Fundo Monetário Internacional. A primeira foi em 1977, seguiu-se a de 1983 e por fim 2011.

A primeira intervenção, em 1977, aconteceu num período em que o país registava uma taxa de desemprego superior a sete por cento, os bens estavam racionados, a inflação era crescente chegando a alcançar os 20%, havia forte conflitualidade política e o escudo estava desvalorizado. No poder um governo socialista liderado por Mário Soares.

A segunda intervenção, em 1983, dá-se durante o período do chamado bloco central, um Governo de aliança entre PS e PSD, liderado por Mário Soares. Foi quase um Governo de emergência nacional, criado por se considerar que seria a melhor forma de combater a grave situação económica do País.

O pedido de apoio repetiu-se em 2011, numa altura em que as finanças públicas estavam de novo à beira da rutura, uma vez mais com um governo socialista liderado desta vez por José Sócrates.

Mas será que existem dúvidas quanto a tudo isto? Então se o PS enverda pelo caminho de lembrar o passado, qual a dificuldade do PSD em responder com a mesma moeda? Não entendo (LFM)