domingo, julho 24, 2022

Da imprensa às rádios e TV, conheça as contas dos media não cotados em bolsa

 

A Renascença voltou aos lucros em 2021 e o Grupo Global Media reduziu os prejuízos, tanto na TSF como nos jornais. Nos restantes grupos, o comportamento é misto. Os números estão no Portal da ERC. O ano de 2021 foi de recuperação para as empresas de media cotadas em bolsa, com a Impresa a registar um resultado líquido de 12,6 milhões de euros (+ 12,5%), a Media Capital a reduzir o prejuízo para 4,1 milhões (uma recuperação de 63%) e a Cofina a fechar o exercício com um resultado líquido de 4,2 milhões (+165,9%). E as empresas cujo capital não está disperso em bolsa? A resposta pode ser encontrada através de pesquisas no Portal da Transparência, da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), e tal como em 2020, os resultados diferem de empresa para empresa, com cinco dos grupos pesquisados com resultados positivos e outros cinco no vermelho. Dos cinco com resultados positivos, dois, a Lusa e a RTP, estão, parcial ou totalmente, na esfera do Estado.

A encabeçar os lucros encontramos em 2021 o grupo Renascença Multimédia. Após um resultado negativo de 2,8 milhões no primeiro ano da pandemia, período no qual o investimento publicitário travou a fundo, a dona das rádios Renascença, RFM e Mega Hits obteve rendimentos totais no valor de 15,1 milhões de euros e um resultado líquido positivo de 3,1 milhões. O passivo total era em 2021 de 5,3 milhões e o capital próprio de 8,3 milhões.

Segue-se o grupo RTP, com resultados positivos de 985 mil euros, e a Agência Lusa, com 383 mil euros. Apesar de no verde, as duas empresas apresentam comportamentos distintos. Em 2020, a RTP registou 3 milhões de euros de lucros, resultado que compara com os 985 mil euros de 2021. As receitas totais foram de 223,2 milhões. O passivo total é de 335,1 milhões e o capital próprio de -12,1 milhões. No caso da Lusa assistimos a um crescimento dos lucros em relação a 2020, ano no qual a agência registou um resultado positivo de 76 mil euros. Em 2021 as receitas totais foram de 16,8 milhões e passivo de 7,1 milhões. O capital próprio é de 5,7 milhões.

Também com resultados positivos, a Newsplex, editora do Nascer do Sol e do I Inevitável. Os títulos comprados este mês a Mário Ramires pela Alpac Capital, de Pedro Vargas David e Luís Santos, tiveram um resultado líquido positivo de 28 mil euros, valor que compara com um prejuízo de 103 mil no ano anterior. As receitas foram de 2,1 milhões. O passivo total é de 2,3 milhões e o capital próprio de -2 milhões.

Ainda em terreno positivo, embora com apenas 27,30 euros, a Trust in News, que obteve no último ano receitas totais de 15, 5 milhões de euros. Na segunda metade da tabela, destaque para o Global Media Group, que resulta da soma da Rádio Notícias, empresa que detém a TSF, e da Global Notícias, proprietária do Jornal de Notícias, Diário de Notícias ou o O Jogo. Apesar de ainda apresentar prejuízos, são agora de 289 mil euros no caso da TSF e de 1 milhão de euros nos jornais, quando em 2020 eram de 2,1 milhões na rádio e 17,7 milhões na imprensa.

Observador On Time (Observador e Rádio Observador), Swipe News (proprietária do Eco), Megafin (Jornal Económico) e Público (Público) fecharam o ano com resultados negativos. O Jornal Económico, recorde-se, foi comprado este mês pela Media9Par, sociedade criada há um mês pelo Emerald Group, do empresário angolano N’Gunu Tiny, para a área dos media (ECO digital, texto da jornalista Carla Borges Ferreira)

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