O corte de consumo
de gás vai ser obrigatório?
A Comissão
Europeia quer que os Estados-membros se comprometam com medidas para reduzir o
consumo de gás em 15% no período de agosto a março face aos volumes médios dos
últimos cinco anos, para já numa base voluntária. No entanto, em caso de cortes
no abastecimento europeu de gás, Bruxelas poderá ativar um estado de
emergência, definindo prioridades no abastecimento a cumprir por todos os
países.
As famílias poderão
ficar sem gás?
A Comissão nota que as famílias e os serviços essenciais (como os hospitais, entre outros) estão no fim da lista de consumidores aos quais seriam impostos cortes em caso de emergência. Haverá, isso sim, campanhas de sensibilização para que todos os consumidores poupem o mais possível, de forma a evitar que no inverno seja necessário tomar medidas mais severas.
O que podem fazer
as famílias?
Cada país deverá
definir até setembro a forma como se propõe reduzir o seu consumo de gás, mas a
Comissão deixa um conjunto de sugestões. Uma delas é que se baixe o termóstato
das habitações e edifícios e a temperatura da água, minimizando o consumo
energético (embora essa medida seja mais eficaz no Norte da Europa, mais
exposto ao consumo de gás para aquecimento do que o Sul).
O que pode fazer o
Estado?
Pode determinar
reduções de consumo nos edifícios públicos, além de lançar campanhas de
sensibilização dos cidadãos e empresas para participarem nesse esforço. Pode
também acelerar sistemas de apoio financeiro à melhoria da eficiência
energética dos edifícios que reduzam a necessidade de consumo de gás e
eletricidade (boa parte dela produzida a partir do gás) para aquecimento no
inverno.
E a indústria?
Os Estados-membros são convidados a promover contratos de interruptibilidade, isto é, contratar condições mediante as quais uma fábrica aceita ter o seu fornecimento de energia cortado (recebendo um desconto no preço como compensação). Bruxelas também propõe o incentivo à troca de fontes de energia, quer na indústria (trocando o gás por fontes renováveis, como biomassa, biometano, energia solar) quer na produção de eletricidade (reduzindo o recurso às centrais alimentadas a gás e garantindo reservas de gasóleo de emergência para as centrais tecnicamente preparadas para queimar gasóleo). (Expresso, texto do jornalista Miguel Prado)
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