terça-feira, dezembro 31, 2013
Façam-me um favor: sejam felizes em 2014!
Como me recuso alinhar pela hipocrisia de uma mensagem de bom ano, quando todos sabemos que 2014 não será um bom ano para ninguém e que provavelmente será pior do que 2013, e para não cair, repito, na hipocrisia de Passos ou Cavaco que em mensagens idiotas desejam Bom Ano aos portugueses depois de terem andado um ano a roubar-lhes e a lixar-lhes a vida, ou a ser cúmplices desse gamanço institucionalizado por decreto, desejo sim, a todos os meus amigos do Facebook e aos que, por via deles, sabem que também ando por aqui, votos de que 2014 seja não apenas um ano de resistência mas um ano que traga a todos saúde, uma família sempre unida, trabalho, rendimentos que respondam pelo menos aos compromissos de cada um e paz, muita paz, sobretudo de espírito, de alma. Mas não deixemos que a festa alimente ilusões, não deixemos que este fim-de-ano, esta passagem no tempo, nos distraia de tudo o que nos espera em 2014, mesmo aqueles que acham, e bem, que nesta filme de terror do qual que somos protagonistas, um dia de intervalo nas filmagens é coisa que cai sempre bem. É verdade. Façam-me por isso um favor: sejam felizes!
segunda-feira, dezembro 30, 2013
YouTube revelou os vídeos mais procurados deste ano
A poucos dias do final do ano, o tempo é de balanços, como no caso da Internet - um local onde todos passamos cada vez mais tempo. No top das tendências do YouTube é difícil encontrar vídeos sérios. Vídeos cómicos, pelo que se percebe desta lista fornecida pelo portal, tornam-se rapidamente vídeos virais. Quanto mais ridículos, melhor (veja aqui o video da RTP)
"Dados" lançam "jogo" de previsões económicas para 2014
O novo ano será marcado pela saída da troika, aumentos na energia e mais privatizações. A grande incerteza é saber se haverá mesmo retoma da economia por causa da carga fiscal do próximo Orçamento do Estado. O clássico "Monopólio" dá uma ajuda nas previsões para 2014.
Papa Francisco foi um dos protagonistas de 2013
O Papa Francisco foi um dos protagonistas do ano que agora termina. Um ano repleto de acontecimentos marcantes, de tragédias, de conflitos, de revoltas, de derrotas e perdas, mas também de histórias inspiradoras, como a de uma jovem paquistanesa de apenas 16 anos.
Vários tremores de terra foram registados na ilha de El Hierro nas Canárias
A atividade sísmica no arquipélago espanhol das Canárias tem provocado vários tremores de terra nas últimas horas. O mais forte foi registado ontem em El Hierro deixou 30 pessoas isoladas.
Hospitais com mais prescrições podem ser penalizados
Os hospitais que no próximo ano prescreverem mais medicamentos que em 2013, podem ser penalizados. O Ministério da Saúde quer assim controlar a despesa com as farmácias. Quem prescrever menos pode receber incentivos.
O ano é de adeus à "troika" mas incertezas mantêm-se
“O Governo vai
ter de escolher entre os custos de um programa cautelar, ou outro qualquer
apoio, e os riscos de uma saída "limpa" do programa de assistência
quando este terminar em junho de 2014. O novo ano ficará
marcado pelo fim do programa de assistência financeira da UE e do FMI a
Portugal, após três anos de ajustamento. Se tudo correr como previsto, Portugal
será, em junho, o segundo país da zona euro, depois da Irlanda, a terminar o
programa de resgate internacional. A grande questão que se coloca é se será uma
saída "limpa", como a do outrora "tigre celta", com o
regresso pleno de Portugal ao mercado da dívida sem mais ajudas, ou se ainda
terá de ter algum tipo de apoio para se financiar, como um programa cautelar,
mesmo que não seja necessário ir tão longe como pedir um segundo resgate.
O Governo ainda
não se comprometeu com nenhuma das formas. A ministra das Finanças, Maria Luís
Albuquerque, garantiu que não há preferência por nenhuma: "Não temos
nenhuma preferência explícita por uma saída com programa cautelar ou de outra
forma". Tudo dependerá de como correr o acesso aos mercados nos primeiros
meses do ano, ou seja, qual vai ser a reação dos investidores em relação à
evolução da economia portuguesa e aos riscos que enfrenta.
A troika já
avisou, na conclusão este mês da décima avaliação ao programa de ajustamento,
que um chumbo do Tribunal Constitucional às medidas de corte na despesa
previstas no Orçamento do Estado para 2014 podem impedir um regresso normal aos
mercados. Em causa estão, sobretudo, os cortes nas pensões da Caixa Geral de
Aposentações (CGA), chumbados por unanimidade pelos juízes do Palácio Ratton, e
os salários dos funcionários públicos, que ainda podem ter de ir ao Tribunal
Constitucional.
"Se algumas
destas medidas forem consideradas inconstitucionais, o Governo reafirmou o seu
compromisso de que irá então identificar e aplicar medidas compensatórias de
elevada qualidade para cumprir o objetivo do défice de 4% do PIB. Todavia, tais
medidas poderiam aumentar os riscos para o crescimento e emprego e reduzir as
perspetivas de um retorno sustentável aos mercados", alerta o comunicado
conjunto do FMI, BCE e Comissão Europeia.
O Governo ainda
não disse quais as medidas equacionadas para substituir os chumbos do Tribunal
Constitucional, mas o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, chegou a admitir
que poderá não ter, "no curto prazo, outra alternativa" a não ser o
aumento de impostos, embora seja "uma solução de curto prazo, mas uma
péssima solução de médio e longo prazo". Um dia depois do chumbo do
Constitucional à convergência das pensões, disse porém que a porta ainda não
está fechada ao corte das pensões.
Qualquer que seja
a solução, poderá ameaçar o crescimento já de si débil da economia, previsto em
0,8% para o próximo ano. Aumento dos impostos ou corte das pensões e dos
salários diminui ainda mais o rendimento das famílias, com impacto negativo na
procura interna e consumo privado, já de si muito baixos. Prevê-se que depois
da queda de 2,5% do consumo este ano, o crescimento seja apenas marginal (0,1%)
em 2014.
Mas há outras
debilidades que poderão atrasar a retoma. E mesmo que Portugal se despeça do
programa da troika em junho, os problemas não acabam aí. O Governo aposta forte
nas exportações para que a economia recupere e estas, apesar da diversificação
de mercados, ainda dependem muito da recuperação nos outros países da zona
euro.
Outro calcanhar
de Aquiles prende-se com a manutenção de um elevado desemprego , enquanto o
investimento - que deverá cair 8,5% este ano - e a criação de empregos
continuam baixos. A somar a tudo isto, a dívida pública é demasiado elevada e
os juros das obrigações do Tesouro a 10 anos andam, no mercado secundário, na
casa dos 6%, muito longe dos 3,5% considerados sustentáveis para a dívida da
Irlanda”! (texto de Eduarda Frommhold, DN de Lisboa, com a devida vénia)
O sonho da independência vai a votos
“Os catalães vão
às urnas a 9 de novembro para se pronunciarem sobre a sua independência de
Espanha, dois meses depois de os escoceses serem chamados a pronunciar-se sobre
a sua saída do Reino Unido. Em ambos os casos, as sondagens deixam adivinhar
uma vitória do "Não". Mas caso o resultado venha a ser surpreendente
e o "Sim" ganhe, são muitas as questões que se levantam sobre o
futuro de dois eventuais novos países europeus. Sobretudo se iriam entrar ou
não na União Europeia.
Catalunha
Em outubro, milhão
e meio de pessoas deram as mãos num cordão humano com mais de 400 quilómetros
pela independência da Catalunha. No dia 9 de novembro de 2014 terão
oportunidade de decidir nas urnas se é esse o destino que desejam. A pergunta
do referendo será dupla: "Quer que a Catalunha seja um Estado?". E se
sim, "Quer que a Catalunha seja um Estado independente?"
Região mais rica
de Espanha (com um PIB per capita de 27 248 euros, contra os pouco mais de 24
mil euros na Espanha toda), a Catalunha é também a região mais industrializada.
Duas razões que têm alimentado os desejos independentistas. Mas não as únicas.
A Catalunha tem uma identidade histórica e língua própria falada até em algumas
regiões da Comunidade Valenciana e das ilhas Baleares, bem como em certas zonas
de Andorra, dos Pirenéus franceses e da ilha italiana da Sardenha.
No séc. XII o
Condado de Barcelona passou para a Coroa de Aragão e no séc. xvi integrou a
Espanha unificada. E se nos primeiros anos manteve as instituições, sofreu
depois um processo de assimilação. A autonomia chegou com a república, em 1931.
Na Guerra Civil, Barcelona foi feudo republicano. A sua queda às mãos dos
franquistas foi um sinal de que a derrota estava próxima. A vingança de Franco
não se fez esperar, com a Catalunha a perder autonomia e o catalão a ser
restrito. A morte do general em 1975 e o regresso da democracia devolveu a
autonomia à Catalunha, hoje com governo e parlamento próprios.
Nos últimos anos,
a ideia de independência ganhou adeptos, muito devido à crise que colocou o
desemprego nos 26%. Uma conjuntura que explica a decisão de Artur Mas de
convocar um referendo sobre a independência em 2014. Uma iniciativa do
presidente do executivo autonómico que Madrid diz "inconstitucional".
E que Bruxelas não vê com bons olhos, tendo já explicado que uma Catalunha
independente teria de iniciar o processo de adesão que exigira a aprovação dos
28. Resta saber se estes argumentos chegam para inibir os catalães de votar a
favor de um país com capital em Barcelona ou se a paixão futebolística os vai
encorajar a votar "não" só para continuarem a ver um Real Madrid vs.
Barcelona... Seja qual for o resultado, o vencedor pode sempre brindar com um
bom cava...
Escócia
"A Escócia
não devia ser nada menos do que igual a todas as outras nações do mundo."
A frase pertence a Sean Connery, o ator que além de eterno James Bond se tornou
na figura de proa da campanha pela independência da sua terra natal. A 18 de
setembro, os escoceses são chamados às urnas para decidir se querem pôr fim à
união com Inglaterra, que data de 1707, e fazer da terra dos kilts e das
gaitas-de-foles um país independente.
Um sonho
alimentado pelo petróleo do mar do Norte, que os escoceses querem explorar em
benefício próprio, mas que pode esbarrar na oposição da opinião pública. É que
a acreditar nas sondagens, o "Não" sairá vencedor do referendo
convocado pelo primeiro-ministro Alex Salmond. A verdade é que o nacionalista
SNP de Salmond tem tido dificuldade em explicar aos escoceses as vantagens
práticas de se tornarem independentes, recuperando uma fronteira que já no
tempo dos romanos era marcada pela Muralha de Adriano .
E, como escrevia
há dias The Economist, são muitas as questões que se colocariam a uma Escócia
fora do Reino Unido: "Uma Escócia independente poderia manter a libra como
moeda sem obedecer ao sistema fiscal de Londres? As taxas de juro subiriam? Um
Estado tão pequeno sobreviveria à falência dos bancos? O que aconteceria quando
o petróleo acabasse?"
Perguntas às
quais se juntam ainda as dúvidas sobre a eventual entrada da Escócia
independente na União Europeia e que parecem estar a fazer pender a balança
para o lado do "Não" no referendo do próximo ano. Afinal, Espanha
faria os possíveis para travar uma entrada da Escócia na União Europeia de forma
a não criar um precedente que abrisse a porta à Catalunha.
Terra mítica
pelos castelos, pelos lagos que, reza a lenda, abrigam monstros como o Loch
Ness, a Escócia é famosa em todo o mundo também pelo seu whisky (ou whiskey,
como lhe chamam). E mesmo unida a Inglaterra desde o século xviii (depois de
muitas batalhas sangrentas), a Escócia soube manter a sua identidade e cultura
- e até o gaélico ainda é falado, mesmo que seja apenas por uma minoria ínfima
dos cinco milhões de habitantes do país. Em 1999, Edimburgo voltou a ter o seu
próprio parlamento, quando Londres devolveu os poderes legislativos à Escócia
sob o Governo do trabalhista Tony Blair. Mas já antes disso, os escoceses
mantinham um sistema de ensino separado do inglês. Também em termos
desportivos, a Escócia tem as suas próprias seleções tanto de futebol como de
râguebi ou de críquete.
Certo parece ser
que mesmo independente, a Escócia manteria Isabel II como rainha. O que leva
muitos a questionar: Então o que seria mesmo diferente na terra dos poetas Robert
Burns e Walter Scot se em setembro ganhasse o "Sim"?” (texto de
Helena Tecedeiro, DN de Lisboa, com a devida vénia)
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