quinta-feira, outubro 31, 2019

Nota: o castigo do PSD e CDS e o copntarste com o PS de Sócrates e Costa

PSD e CDS chegaram hoje a um estado político, social e eleitoral, porque continuam a pagar bem caro pela merda que fizeram nos anos da troika. Cá se faz, cá se paga- Resta saber quanto tempo é que vai demorar ainda o "castigo" dos portugueses aos dois partidos do centro-direita. Isto porque percebemos todos que os tempos da incompetência e da corrupção do reinado de Sócrates e da sua "corte", que incluiu a falência do país e a chamada da troika para Portugal, motivou um castigo do PS - hoje liderado por um  antigo braço-direito do principal protagonista da Operação Marquês e  homem-forte do socratismo, António Costa - durou 4 anos apenas. Para bem dos socialistas, os portugueses - que costumam ter memória curta quando as coisas correm bem até que nova crise apareça num dos países mais endividados do mundo - parecem continuar a ter critérios diferentes para situações incomparáveis. Embora não deixe de responsabilizar o radicalismo hipócrita do PSD de Passos e CDS de Portas - dois políticos incompetentes num a lógica política pura e dura - pela merda que andaram a fazer aos portugueses durante quatro anos para depois entregarem o poder numa bandeja de prata a Costa e à geringonça, Costa que finalmente conseguiu o que em 2015 não tinha conseguido, vencer eleições e cilindrar o centro-direita para valores eleitorais vergonhosos que me levam a duvidar do que poderá acontecer-lhe de positivo nos próximos quatro anos (LFM)

Nota: nada de anormal


Nada de anormal quanto a isso. Em política, apesar de tudo, tem que haver regras e princípios éticos. Não podemos tolerar os salta-pocinhas, nem aceitar a banalização dos excrementos da política que chegam a ter num ou em dois anos, 4 ou 5 partidos diferentes e consideram isso absolutamente "normal" dando-lhes a ridícula "legitimidade" para criticarem seja quem for. Neste caso concreto, os militantes agora expulsos pelo PSD-M - os estatutos não deixam dúvidas - deviam ter o cuidado de se desvincularem a tempo, porque a expulsão nestas circunstâncias em nada abona a favor das pessoas visadas, nem lhes dá credibilidade acrescida (LFM)

quarta-feira, outubro 30, 2019

Braga e Sintra com maior rating de dinamismo demográfico

Os ratings concelhios de 2019 da Marktest confirmam a manutenção do concelho de Sintra, pelo 4º ano consecutivo, no topo da lista do dinamismo demográfico, este ano acompanhado de Braga. Disponíveis na aplicação web Municípios Online, os ratings concelhios são métricas criadas pela Marktest desde 2014 que pretendem dar ferramentas às entidades locais ou às empresas com dispersão regional, ao permitir observar de forma rápida e intuitiva os principais pontos fortes e fracos de cada concelho. Uma análise do rating de dinamismo demográfico permite verificar que o concelho de Sintra é em 2019, tal como desde 2016, o que regista um valor mais elevado. Numa escala de 1 a 20, o concelho obtém 18.0.
Este mesmo valor foi obtido pelo concelho de Braga, que assim lidera este ranking de dinamismo demográfico, ex aequo com Sintra.
Albufeira coloca-se em terceiro, com um rating de 17.5 e Mafra, Maia, Odivelas, Seixal e Vila Franca de Xira registam todos um rating de 17.4 e completam a lista dos 8 concelhos com mais dinamismo demográfico em 2019.
O mapa mostra a representação deste índice nos vários concelhos do país. O rating de dinamismo demográfico é composto por 8 indicadores que pretendem medir o dinamismo da população residente em cada concelho. Cada indicador foi classificado com uma notação de 1 a 20 tendo em conta a posição do concelho no conjunto dos 308 concelhos do país. Estes ratings estão disponíveis numa aplicação web, onde são apresentados em vários formatos, nomeadamente num dashboard que assinala com uma determinada cor os indicadores e as componentes deste rating de acordo com as notações obtidas. Pela sua visualização, é fácil e imediata a identificação das forças e fraquezas de cada concelho, dando assim um contributo ao estudo das melhores estratégias a adotar em função dessa avaliação (fonte: Marktest.com, Outubro de 2019)

47% dos utilizadores seguem figuras públicas nas redes sociais

O estudo Os Portugueses e as Redes Socias, da Marktest, avança que 47% dos utilizadores seguem figuras públicas nas redes sociais, sobretudo através do Instagram. Segundo os resultados de 2019 do estudo Os Portugueses e as Redes Sociais, da Marktest, 47.2% dos portugueses com perfil criado em redes sociais é fã ou segue figuras públicas nessas redes, um valor que sobe para os 66.8% junto dos jovens dos 15 aos 24 anos e baixa para 29.7% junto dos mais velhos.
Cristiano Ronaldo é a figura púbica que mais utilizadores de redes sociais dizem seguir, seguido de Cristina Ferreira, Rita Pereira, Nuno Markl e Manuel Luís Goucha. O estudo indica ainda que o Instagram ultrapassou o Facebook como rede onde estes fãs dizem seguir figuras públicas e que as stories são o segundo tipo de conteúdo mais apreciado em páginas de figuras públicas nas redes sociais.
Este estudo parte de uma quantificação de 5 milhões e 100 mil utilizadores de redes sociais, residentes no Continente com idades compreendidas entre 15 e 64 anos, dada pelo estudo Bareme Internet da Marktest (fonte: Marktest.com, Outubro de 2019)

Três em cada quatro jovens vê séries, filmes e documentários online

Os dados do estudo Bareme Internet da Marktest revelam que mais de 3 em cada 4 jovens vê séries, filmes e documentários online. Os dados de 2019 do Bareme Internet, da Marktest, revelam que 2 milhões e 357 mil indivíduos com 15 e mais anos, residentes em Portugal Continental, viram filmes/séries ou documentários online nos últimos 30 dias. Este valor corresponde a 27.5% do universo e significa que mais de um em cada quatro portugueses tem este hábito, que tem aumentado nos últimos anos. Mas, se analisarmos o universo dos mais jovens, dos 15 aos 24 anos, esta taxa sobe para 77.1%, o que significa que mais de 3 em cada 4 jovens nestas idades consome estes conteúdos online.
Os dados do Bareme Internet mostram ainda que o Netflix é o serviço mais referido para ver/ouvir filmes, séries e documentários online, seguido o Youtube e do Meo Go. A análise realizada teve como base os resultados de 2019 do estudo Bareme Internet da Marktest. Este estudo analisa o universo constituído pelos residentes no Continente com 15 e mais anos (fonte: Marktest.com, Outubro de 2019)

Madeira: Assembleia Legislativa com muita iniciativa legislativa em carteira

Projeto de Resolução
JPP
28 de Outubro de 2019
XII Legislatura
I Sessão Legislativa
5ª Comissão Especializada de Saúde e Assuntos Sociais
Recomenda ao Governo Regional que crie um complemento social aos pensionistas e reformados abrangido pelo ISSM, IP-RAM e os oriundos da Administração Pública Regional
***
Audição Parlamentar
PS
28 de Outubro de 2019
XII Legislatura
I Sessão Legislativa
6ª Comissão Especializada de Educação, Desporto e Cultura
Esclarecimentos sobre a situação do Ensino Privado na Região
***
Projeto de Proposta Lei Assembleia da República
PCP
25 de Outubro de 2019
XII Legislatura, I Sessão Legislativa
2ª Comissão Especializada de Economia, Finanças e Turismo
Recuperação do controlo público dos CTT
***
Projeto de Proposta Lei Assembleia da República
PCP
25 de Outubro de 2019
XII Legislatura, I Sessão Legislativa
2ª Comissão Especializada de Economia, Finanças e Turismo
Alteração à Lei das Finanças das Regiões Autónomas
***
Projeto de Proposta Lei Assembleia da República
PCP
25 de Outubro de 2019
XII Legislatura, I Sessão Legislativa
2ª Comissão Especializada de Economia, Finanças e Turismo
Sobre o novo regime fiscal relativo ao desenvolvimento e à criação de emprego na Região Autónoma da Madeira
***
Voto de Protesto
PCP
25 de Outubro de 2019
XII Legislatura, I Sessão Legislativa
Contra mais um escandaloso aumento de Comissões Bancárias
***
Projeto de Resolução
PCP
25 de Outubro de 2019
XII Legislatura, I Sessão Legislativa
2ª Comissão Especializada de Economia, Finanças e Turismo
Garantir a redução das taxas aeroportuárias dos aeroportos da Madeira e do Porto Sant
***
Projeto de Resolução
PCP
25 de Outubro de 2019
XII Legislatura, I Sessão Legislativa
5ª Comissão Especializada de Saúde e Assuntos Sociais
Medidas Urgentes para impedir a falta de medicamentos na Região Autónoma da Madeira
***
Projeto de Resolução
PCP
25 de Outubro de 2019
XII Legislatura, I Sessão Legislativa
2ª Comissão Especializada de Economia, Finanças e Turismo
Sobre a aplicação efetiva das alterações à atribuição do subsídio social de mobilidade
***
Projeto de Resolução
PCP
25 de Outubro de 2019
XII Legislatura, I Sessão Legislativa
2ª Comissão Especializada de Economia, Finanças e Turismo
Garantir o controlo público dos Aeroportos
***
Projeto de Decreto Legislativo Regional
PCP
25 de Outubro de 2019
XII Legislatura, I Sessão Legislativa
3ª Comissão Especializada de Recursos Naturais e Ambiente
Criação do Eco-Parque Marinho do Funchal - Paisagem Protegida
***
Projeto de Decreto Legislativo Regional
PCP
25 de Outubro de 2019
XII Legislatura, I Sessão Legislativa
7ª Comissão Especializada de Administração Pública, Trabalho e Emprego
Acréscimo Regional ao Salário Mínimo Nacional
***
Projeto de Decreto Legislativo Regional
PCP
25 de Outubro de 2019
XII Legislatura, I Sessão Legislativa
6ª Comissão Especializada de Educação, Desporto e Cultura
Pela gratuitidade dos manuais escolares e dos recursos didáctico-pedagógicos na escolaridade obrigatória
***
Projeto de Decreto Legislativo Regional
PCP
25 de Outubro de 2019
XII Legislatura, I Sessão Legislativa
5ª Comissão Especializada de Saúde e Assuntos Sociais
Complemento de Pensão na Região Autónoma da Madeira
***
Projeto de Decreto Legislativo Regional
PCP
25 de Outubro de 2019
XII Legislatura, I Sessão Legislativa
7ª Comissão Especializada de Administração Pública, Trabalho e Emprego
Subsídio de Insularidade para todos os trabalhadores da Região Autónoma da Madeira
***
Projeto de Resolução
PCP
25 de Outubro de 2019
XII Legislatura, I Sessão Legislativa
2ª Comissão Especializada de Economia, Finanças e Turismo
Para cumprir com a construção do Novo Hospital na Madeira
***
Nota: nos termos regimentais a prioridade dos deputados é agora a apreciação do programa de governo, que deverá ser entregue no Parlamento a 4 de Novembro, seguindo-se a discussão e votação da proposta de orçamento regional para 2020.

Portugueses dizem poupar menos

Segundo os dados do estudo Basef Banca da Marktest, os portugueses com conta bancária dizem estar a poupar menos que anteriormente. O dia 31 de outubro assinala o Dia Mundial da Poupança, motivo para uma análise sobre como se comportam os portugueses relativamente à poupança.
Inquiridos pelo estudo Basef Banca da Marktest entre janeiro e setembro de 2019, 18.4% dos portugueses com conta bancária que identificam os bancos onde têm conta dizem ter conseguido poupar mais do que anteriormente, enquanto 35.1% diz ter conseguido poupar o mesmo. A maioria (38.2%), contudo, confessa que tem poupado menos que antes. Há ainda 8.4% de entrevistados que não sabe ou não responde à questão.
Entre quem afirma conseguir poupar mais que anteriormente, encontram-se sobretudo os mais jovens, com um em cada três jovens bancarizados dos 15 aos 24 anos a referir poupar mais que antes, um valor 2,5 vezes superior ao observado junto dos mais idosos. Os homens, os residentes no Grande Porto e os indivíduos das classes mais altas também apresentam maior percentagem de respostas indicando poupar mais que antes. Esta análise foi realizada com base nos resultados do estudo Basef Banca da Marktest (fonte: Marktest.com, Outubro de 2019)

terça-feira, outubro 29, 2019

Nota: as histórias na saúde devem ser contadas completas e com todos os factos


Eu já tinha escrito sobre este tema, aliás um estranho episódio porque duvido que alguém tenha mandato alguém para discutir fosse o que fosse e porque eu sei - o assunto foi discutido pelos médicos em questão (todos da mesma especialidade) - que o desfecho eleitoral esperado convictamente era diferente daquele que realmente aconteceu em 22 de Setembro. Mas pelos vistos não é só na banca que o "crime" compensa... O que recomendo é que na Saúde, sobretudo na Saúde, pelas implicações que elas costumam ter, as histórias contadas - quer sejam as que são descobertas por "acaso" pelos jornalistas quer as que que são cirurgicamente "plantadas" nas redacções dos jornais - sejam devidamente contadas, com nomes dos protagonistas, com o que foi abordado e tudo o que indevidamente, temporalmente falando, foi feito depois em termos de contactos com pessoas, com "reservas" de lugares, com "auscultações", sem que o titular da pasta da Saúde, pelos vistos, tivesse tido conhecimento (?). Se isto é estabilidade num sector - como a Saúde - então levem-me rapidamente para um cenário de caos, traições, deslealdades, boicote, falta de autoridade porque certamente me vou sentir bem melhor... Sabem o que é autoridade de quem exerce funções públicas? E o que dizer quando alguém em vez de defender e afirmar essa autoridade e liderança é "comido" por jogadas de bastidores, algumas com o seu conhecimento, só podem ser do seu conhecimento? (LFM)

Nota: não inventem na Saúde...

Recomendo que antes de andarem a retalhar legislação para "adaptações" na área da Saúde, que tenham cuidado porque nos Açores, segundo creio há oito anos, ter-se-á passado uma situação semelhante - ou melhor, que pretendiam que acontecesse... - mas acabaram por levar sopa com jurisprudência do próprio Tribunal Constitucional. Por isso, investiguem bem tudo antes, para não fazerem figuras ridículas tardias. Mas sobre isso basta que peçam ao PCP dos Açores para esclarecer dúvidas... Volto a perguntar: as pessoas têm realmente a consciência de que a Saúde é demasiado importante - o calcanhar de Aquiles de qualquer governação, e na Madeira tem sido fonte de desgaste do PSD-Madeira - para andar a ser usada como instrumento para a construção de poderes paralelos, de "quintas" na governação regional, de arenas de influências pessoais "cubanizadas" sou ajustes de contas e vinganças com carácter pessoal? (LFM)

Falência do BANIF: Ministério Público acusa TVI de ofensa à reputação económica


71,4% das pensões em 2017 eram iguais ou inferiores a 421 euros


Hotéis portugueses perderam pelo menos 20 milhões de euros com a falência da Thomas Cook


Nota: desvalorizar nunca!

Desvalorizar é errado. Aceito e concordo que não queiram discutir na praça pública os erros, as deslealdades assumidamente ordenadas (influência de 2021 depois da intolerável borrada feita em 2017...), o jogo duplo, uma espécie até de dupla personalidade que deixa marcas e vai destruindo aos poucos o que tem que se manter unido, etc. Mas desvalorizar nunca, e muito menos no caso de Câmara de Lobos que juntamente com Calheta e Ponta do Sol - até que alguns iluminados de merda tivessem destruído tudo em 2017 quando impuseram candidatos em vez de ouvirem as pessoas - eram os bastiões eleitorais do PSD-Madeira. Aceito que não se hipervalorize também um episódio que parece ser bem triste e onde a deslealdade política (e pessoal?) pelos vistos esteve uma vez mais a marcar a postura do partido em determinados momentos. Mas passar uma esponja sobre o que se passou, como se nada se tivesse passado, para que repitam o mesmo erro daqui a dias, meses ou anos, isso nunca (LFM)

Portugal atribuiu 16 M€ à comunidade portuguesa na Venezuela


Nota: o problema da APM não é só dinheiro...

Desconfio que o problema não é só mais dinheiro. Há que mudar a filosofia subjacente ao modelo e funcionamento da agência e dotá-la da importância que ela deve ter bem como o sector mais importante, neste momento, da economia regional. Mais diálogo entre sector público e privados, realização de estudos competentes sobre a realidade do sector turístico e hoteleiro regional, fazendo uma hiper-análise swot do mesmo, elaborar o chamado "plano B" para prevenir eventuais situações de crise - prevenir nunca é demais - e definição clara de prioridades, sem andarmos a reboque de interesses deste ou daquele grupo, deste ou daquele investidor e abordagem pragmática, realista e sem aventureirismos ou incompetências idiotas, da problemática da agora frequente inoperacionalidade do aeroporto do Funchal e o que deve ser feito para minimizar os transtornos e a imagem de caos que por vezes essa situação origina, definição clara do papel do turismo nacional no sector e, neste quadro, análise ao problema dos transportes aéreos de e para a Madeira a partir de Lisboa - frequências, atrasos, horários, etc.
Finalmente, sobre o caso da Thomas Cook, acho que o governo em Lisboa criou uma linha de crédito de 150 milhões de euros para ajudar as empresass prejudicadas pela falência daquele operador, a que se juntam mais 2 milhões de euros destinados a um plano de promoção do Algarve e da Madeira. Ou não é assim? (LFM)

Nota: relações com Bruxelas? Não me gozem...

Desculpem a minha ignorância mas qual ou quais as regiões europeias que têm relações directas com Bruxelas? Desculpem a minha ignorância tonta mas desde quando as relações com Bruxelas deixaram de ser feitas através dos governos nacionais dos estados-membros para se fragmentarem por regiões? Eu até gostava que fosse, porque nalgumas situações seriam mais fáceis e mais céleres. Mas para além de escritórios de representação em Bruxelas - muitos deles abertos e encerrados tempos depois por serem caros demais para os orçamentos regionais e de pouco ou nada valem - qual é o espaço das regiões europeias na Europa dos novos tempos, qual o espaço que Bruxelas dedica ao regionalismo europeu no contexto europeu? Eu digo-vos. Cada vez menor, cada vez mais insignificante, patético e cada vez mais uma bandeira do regionalismo europeu não passa disso, de uma bandeira para tapar os olhos às pessoas e enganá-las. E temo que a ultraperiferia caminhe aceleradamente para essa desvalorização se não for feito algo de concreto e de muito persuasivo.
Quanto a Lisboa que mais haverá a dizer? Nada. Se nem querem alterar a lei eleitoral para o PE, insistindo - ao contrário de outros estados-membros - na treta criminosa do círculo único em vez de círculos multi-regionais, circulo único esse que apenas serve para negociatas políticas, criação de prateleiras douradas, "emigração" forçada de potenciais adversários políticos que podem revelar-se incómodos para lideranças nacionais dos partidos, e para tirar ou encaixar pessoas, alimentando uma abstenção cada vez mais a roçar os limites do pornográfico, a que título ainda acreditaram que as ilhas poderiam negociar com Bruxelas em posições de maior destaque? Não me gozem (LFM)

Cagança dispensável

Um capricho patético e uma cagança pessoal numa cidade que tem outras prioridades, basta que percorram atentamente as zonas altas para perceberem que há uma linha vermelha que exige intervenção rápida da edilidade na resolução de muitos problemas, em vez de andarem a criar mais despesas com organismos desnecessários. Que eu saiba a PSP na Madeira dá conta do recado. Ou isto esconderá outras histórias mal contadas? (LFM)

Nota: eu até entendo a cautela de Cafofo

E qual o espanto. Digam-e há quanto tempo o PS-M é palco de jogadas que o mantém refém destes interesses e destas movimentações? Eu no lugar de Cafôfo talvez pensasse duas vezes como ele estará a fazer, daí a ausência de pressas na decisão: será que a votação que o "independente" Paulo Cafôfo, que recorrer a uma "barriga de aluguer" nas regionais de 22 de Setembro (PS-M), alguma vez será a mesma votação se ele assumir a liderança do PS-M - despindo-se deste modo da teatralização da sua falsa "independência" que só serviu para enganar as pessoas e resolver os problemas financeiros graves dos socialistas locais - ou os socialistas voltarão à sua dimensão eleitoral tradicional dos menos de 30 mil votos (lembro que no tempo de Sócrates o PS-M, em eleições nacionais chegou a superar duas vezes os 42 mil votos, numa delas os 49 mil votos, quando teve pouco mais de 51 mil nas regionais deste ano...). Por isso, refém ou não de Cafôfo, acho que neste momento é o PS-M que precisa do ex-Presidente da CMF que não deve esconder algum amargo ao ter sido ignorado por Costa no maior governo de sempre do país, e depois de ter apostado tudo na sua derrotada candidatura na Madeira. Aliás foi Miguel Gouveia, novo Presidente da CMF, e honra lhe seja feita por isso, a colocar, e muito bem, o dedo na ferida - dizendo publicamente o que os socialistas locais dizem pela calada, quando se queixam nos corredores de terem sido desvalorizados e injustiçados por Costa em relação aos Açores e apesar do resultado eleitoral obtido em eleições regionais. O mediatismo e a urgente e necessária "tarimba" política que Cafôfo poderia adquirir (porque não tem) na política nacional - no fundo fazendo o mesmo que César fez antes de ter sido enviado por Mário Soares para os Açores quando Mota Amaral anunciou a sua saída e o PSD-Açores esfrangalhou-se numa penosa travessia do deserto de onde ainda não saiu - serviria para prepará-lo para as regionais de 2023, porque ele sabe que, apesar dos arrufos e de todas as patifarias de bastidores que ainda não pararam, dificilmente PSD e CDS deixarão a coligação cair perdendo o poder - ambos sabem que uma crise política na Região seria a copiosa derrota desses dois partidos (LFM)

segunda-feira, outubro 28, 2019

Nota: PSD-M em debate interno tem que guardar silêncio absoluto

Li no JM, que o Presidente do PSD-Madeira vai iniciar uma ronda de contacto com as estruturas de base do partido. Acho muito bem. Constou-me que será uma ronda de contactos aberta, sem tabus, em que vão falar de tudo, do que for necessário por muito incómodo que possa ser internamente. Há mudanças para fazer, há estruturas a repensar, há que procurar explicações para os desaires eleitorais onde eles aconteceram e sem qualquer tipo de caça às bruxas mas de forma séria e pragmática, há que discutir também pessoas e saber se há algumas que chegaram ao fim do seu ciclo e que devem ser substituídas para que essa mudança gere mais-valias, novas dinâmicas, novas ideias, nova capacidade de captação de votantes, novos apoios fora dos limites naturais do partido, saber se há modelos estatutários a discutir e a alterar, há uma eficácia  perdida que tem que se reencontrada, há que entender de uma vez por todas que os partidos são instrumentos "fazedores" de políticas, que existem porque há política e que não são nem um qualquer "faz-de-conta" e não espaços para um "chá das cinco" ou coisa do género. Portanto, apoiando incondicionalmente a iniciativa do líder do PSD-M, porque ela é urgente e necessária, desejo que não se trate apenas de mais um momento destinado a mediatização ou a cumprir calendário por conveniência pós-eleitoral, para que tudo fique na mesma. Recomendo que dela resultem decisões concretas, sem pressas mas tendo 2021 como referência temporal, que se necessário for que alterem os estatutos onde for necessário, que se olhe para a realidade militante do PSD-Madeira - pelos militantes, o PSD-Madeira nunca ganharia nem uma Junta de Freguesia eu seja, porque não totalizam mais de 5 mil efectivos na Região num universo real de 6 a 7 mil militantes! - mas olhando também para fora, para o que pode estar a influenciar negativamente a cumplicidade eleitoral entre os madeirenses e o PSD-Madeira. E insisto num apelo muito pessoal, muito convicto: que estas reuniões tenham a garantia de reserva por parte dos dirigentes, nos diferentes patamares do poder partidário, porque eles não precisam de andar nos meios de comunicação social a dizer o que foi dito e por quem, o que foi discutido e decidido, há que saber respeitar as nossas próprias regras colectivas, respeitando os limites de um partido que tem urgentemente que arrumar a casa em vez de andar a vender gato por lebre no espaço mediático, graças à bilhardice patética e idiota  de umas "vuvuzelas" - que acho que todos sabem quem são... - que passam para os média tudo, menos as vezes que os dirigentes vão ao WC!... (LFM)

Nota: a saúde e um apelo aos líderes políticos (PSD e CDS)

Eu lanço um apelo dos dois responsáveis políticos pela coligação político-governativa na Madeira: tenham cuidado, muito cuidado, com a saúde, com o que se passa nalguns patamares da saúde na RAM, procurem saber o que pensam os profissionais antes de tomarem decisões que tenham efeitos contrários aos pretendidos e necessários, urgentemente necessários, lutem juntos para que a saúde não seja um palco de negociatas políticas nem uma arena para a construção de jogos de influência ou de manipulação pessoais. A saúde é o calcanhar de Aquiles da governação madeirense, e do sucesso do que for feito, depende muita coisa. Repito, eu acho lamentável o que se passa nos bastidores, tudo o que se passou já antes do 22 de Setembro, num cenário pós-eleitoral que não era este. Precisamos todos de seriedade, irrita-me perceber - ou desconfiar? - que os dois responsáveis máximos pelos dois partidos políticos subscritores da coligação, PSD-M e CDS-M, podem estar a ser deliberadamente mantidos à margem de muita coisa que se passa nos bastidores, em certos bastidores, ou em almoçaradas ou jantaradas onde poder é esquartejado e distribuído por mera conveniências pessoal de uma minoria de que facilmente pode ser neutralizada politicamente se tudo se extremar. Peço que se evite a ameaça de qualquer caos e que quem tem responsabilidade política, de uma vez por todas, o mostrem aos madeirenses, em vez de andarem a fazer papeis que roçam o absurdo e o ridículo e que estão longe, aos olhos das pessoas, de funcionarem como uma mais-valia. Este é o vosso momento, falem os dois, francamente, decidam cosias em concreto, sejam líderes partidários, não decidam em função do perfume do poder. Por favor! (LFM)

Nota: a AMRAM e o PSD-M

Muito sinceramente eu acho, depois de ler tudo o que foi escrito sobre a disputa pela liderança da AMRAM, que o que se passou, na lógica do PSD-M e de Pedro Coelho foi a confirmação de que os social-democratas precisam de uma estrutura interna que coordene politicamente não apenas os autarcas mas eventualmente mais do que isso, que os aconselhem, os acompanhem, partilhem e discutam ideias e propostas com eles, etc. Em situações normais, depois do PS-M ter tomado a iniciativa, por Miguel Gouveia, de propor Ricardo Nascimento (Ribeira Brava) para substituir Teófilo Cunha na liderança da Associação dos Municípios, era mais do que evidente que os socialistas apostaram na antecipação para neutralizarem o PSD-M.
Vamos a factos: 
a) sendo mais do que evidente que Funchal, Machico, Porto Moniz e Ponta do Sol, autarquias lideradas pelo PS, estariam ao lado do "independente" Ricardo Nascimento, da Ribeira Brava, e que dificilmente Filipe Sousa votaria num candidato do PSD- M - a "doença" mantém-se.... - mas que nada o impedia de votar no "independente" autarca da Ribeira Brava, se necessário fosse, tínhamos logo aqui um universo de 5 ou 6 protagonistas, deixando do outro lado os 3 autarcas do PSD-M - Câmara de Lobos, Calheta e Porto Santo - mais o novo autarca de Santana, do CDS, e o "independente" de São Vicente que entretanto se refiliou no PSD-M de onde saiu em 2013 para ser candidato autárquico contra as opções derrotadas do PSD-M liderado por João Jardim.
b) Ou seja, mesmo que estes 5 protagonistas votassem todos da mesma maneira, dificilmente Pedro Coelho seria eleito. Por isso das duas uma: ou havia um entendimento prévio entre a candidatura do PSD-M com o autarca de Santana, e o autarca de Santa Cruz, para que uma aposta social-democrata fosse ganhadora ou, não sendo isso possível, o PSD-M nunca deveria ter avançado com uma candidatura condenada ao fracasso.
O pior, neste processo, é que Pedro Coelho - que é membro da Comissão Política do PSD-M, que foi um  dos ganhadores indiscutíveis da noite eleitoral de 22 de Setembro, e que lidera a ARASD, estrutura dos autarcas social-democratas - em declarações na comunicação social deixou a dúvida sobre alguma deslealdade no universo do PSD-M, admitindo mesmo que tenha obtido o voto de apenas um autarca do PSD (Carlos Teles) e provavelmente o voto do novo autarca do CDS em Santana.
A verdade é que Pedro Coelho - resta saber se o PSD-M teve culpa directa neste desfecho eleitoral na AMRAM e que instruções foram realmente dadas - acaba por sair derrotado e claramente fragilizado deste processo atípico, não me espantando nada que devido a esta situação possa abandonar a liderança das ARASD por razões políticas que este "caso" indiscutivelmente abriram.
Não sei como é que o assunto se vai resolver mas de certeza que depois de tudo o que se passou e das acusações feitas por Pedro Coelho, o PSD-M remeter-se ao silêncio suscita de imediato muitas interrogações. E estupefações. Apesar de, repito, se me pedissem uma opinião prévia neste processo eu teria desaconselhado, convictamente, a candidatura de Pedro Coelho ou de outro autarca social-democrata (LFM)

sábado, outubro 19, 2019

Vai ser ressuscitada a Frente Centrista da Madeira?

Um grupo de cidadãos madeirenses estará alegadamente a ponderar a possibilidade de retomar o movimento político Frente Centrista da Madeira - criada nos anos setenta e que viria a ser a génese do PSD-Madeira, depois de negociações havidas em 1974 com Sá Carneiro. Segundo me confidenciaram, em mensagem, o projecto estará a ser "amadurecido", de forma "discreta", desde Janeiro deste ano, e poderá ter ganho uma outra velocidade graças à imposição de uma sucessão de acontecimentos políticos que aquele grupo de pessoas, com ligações a vários partidos, muitos sem filiação partidária, mas predominantemente próximos do PSD, entende dever ser olhado com preocupação.
O facto do PSD nacional poder ser tomado de assalto em Lisboa pela chamada ala "passista" - Montenegro será o rosto desse retrocesso - poderá constituir um primeiro rastilho para grandes abandonos da militância social-democrata regional. A essa realidade potencial juntar-se-á a alegada ameaça de outras dissidências resultantes de uma "enorme insatisfação, ainda que habilmente contida", perceptível entre as bases social-democratas regionais e dirigentes locais depois dos últimos acontecimentos.
A minha fonte, em ligações dirigentes a partidos políticos - já teve - garante fazer parte desse grupo apostado na eventual dinamização da FC, mas classifica de "primeira reflexão" o processo em causa, assegura que não existe ainda nenhuma decisão desenhada. Reconhecem também a existência de alguma tolerância para com Miguel Albuquerque cuja validade qual dependerá em muito do comportamento da coligação nomeadamente do CDS, e do papel do PSD-Madeira que dizem estar potencialmente ameaçado de "descaracterização" e submissão. 
"O reaparecimento da Frente Centrista com uma liderança entregue a uma nova vaga de políticos, de vários escalões etários", muitos deles próximos e/ou do PSD-M mas desligados de estruturas dirigentes locais e regionais do partido, a que se juntará uma "assinalável captação em sectores do eleitorado natural do CDS e uma importante aposta no eleitorado do PS-M que não subscreve entendimentos à esquerda", poderá ser o rastilho para um novo projecto político que os seus mentores dizem só valer a pena se for mobilizador, diferente, inovador, confiável, consequente e consistente, com "pés para andar e ganhar", que ocupe um "espaço ideológico próprio e claramente delimitado" e que seja "capaz de recolocar a politica regional ao centro evitando extremismos para a esquerda ou para a direita". 
Uma das ideias já abordadas "superficialmente" tem a ver com a indefinição quanto a uma Frente Centrista transformada imediatamente em partido político com base operacional na Madeira, que poderá crescer, depois e também, nos Açores - onde o PSD e o CDS locais revelam "gritantes incapacidades" e precisam de novas perspectivas e de novas pessoas  que "sustenham o perigoso avanço da abstenção". Há ainda a ideia de que não existirão no movimento estruturas estanques, nomeadamente para jovens, quando "é sabido que os eleitores são essencialmente a classe média e os escalões etários mais velhos". "Nessa ordem de ideias teríamos de ter estruturas para os eleitores idosos activos, para a classe média e para as mulheres que são as grandes vítimas do machismo prevalecente na política quando provavelmente reside entre elas os maiores níveis de saber e competência"... Curioso!
Na óptica dos alegados mentores da FC a política de juventude é uma das componentes de um projecto global que não pode privilegiar um dos seus tentáculos fundamentais em detrimento de outros igualmente importantes. Ou seja, parece haver uma recusa em institucionalizar com recurso a contrapartidas políticas organizações internas que depois "condicionam ou retiram eficácia, influência social e coerência política às políticas direccionadas para a juventude, porque tratar-se-ão de organizações "claramente contaminadas pelos defeitos e pelos males dos respectivos partidos".
Segundo a minha fonte de informação, o grupo que chamou a si este projecto - relativamente ao qual não há nenhuma decisão tomada - ascenderá a 40 pessoas, a maioria com experiência partidária diferenciada, divididas em três grupos de reflexão, que mantêm discretos encontros desde Janeiro deste ano, nos quais abordam a realidade política em função de todos os acontecimentos que a influenciam, directa ou indirectamente. Haverá, segundo também apurei, um pequeno grupo de madeirenses residentes em Lisboa que numa primeira fase serão envolvidos neste debate e discussão.
Confesso que pessoalmente tenho algumas dúvidas da eficácia desta aposta, até serem conhecidos mais pormenores, mas reconheço que quando os partidos tradicionais extremam posições, oscilando para a direita ou para a esquerda, aparece logo um espaço por ocupar, entre eles. Desconheço se este projecto tem já alguma base de partida potencial, ou se se trata apenas de uma ideia ainda em construção, agora acelerada pela realidade política e eleitoral do PSD e do CDS-Madeira, em clara queda em termos de influência quer social, quer eleitoral, quer política. Pedi mais esclarecimentos que me foram prometidos no final do ano!
Desconheço também se legalmente é possível ressuscitar - julgo que sim - uma organização que foi dissolvida em 1974 ou 1975 - não posso precisar, quando surgiu o então PPD-Madeira. Sei que há pessoas que estão atentas a Alberto João Jardim, que fez parte da Frente Centrista e que é desejado para se envolver, caso queira, no movimento, sem ter que desempenhar qualquer função de liderança. Particular atenção foi dada por aquele grupo quer à ameaça que Jardim fez de abandono do PSD nacional em caso do regresso de antigos colaboradores de Passos Coelho à liderança nacional do partido, quer mais recentemente a enigmática declaração de que estava em "reflexão" e que estranhamente até hoje ninguém conseguiu decifrar ou "traduzir"...
Chamo a atenção, sobretudo os mais jovens, para este texto que ajuda a perceber os contornos da Frente Centrista de 1974 e a sua influência na política regional, nomeadamente no nascimento do PSD-Madeira, na altura PPD-Madeira (LFM)

sexta-feira, outubro 18, 2019

Futura liderança do CDS pode passar pela Madeira?

Há sectores do CDS em Lisboa que temem pela sobrevivência do próprio partido, não só devido ao aparecimento à sua direita de novos partidos - casos do Chega e Iniciativa Liberal ou mesmo da Aliança - que podem retirar (já retiraram) votos que sempre foram tradicionalmente reivindicados pelo CDS, mas também porque os resultados eleitorais mais recentes têm confirmado o aumento do fosso eleitoral existente entre o partido e o PSD.
Segundo me esclareceu, uma fonte amiga ligada ao CDS em Lisboa, e muito bem informada - acreditem se quiserem para mim é indiferente isso, fica o valor da "deixa"... - a estratégia de Cristas foi errada, sendo a ainda líder do CDS acusada de ter confundido o que se passou numa corrida eleitoral autárquica - em Lisboa - numa determinada conjuntura social e política - o pós-troika e tudo o que de mais tenebroso ela representou (e representa) e os efeitos da governação da geringonça depois da queda da coligação da troika, PSD-CDS,repito, cujo legado negativo ainda hoje subsiste e tem penalizado fortemente os dois partidos, apesar de terem lideranças novas e ideias diferentes - com o combate eleitoral num cenário politico e parlamentar que foi sempre entendido com dificuldade porque nunca foi pacificamente aceite por PSD e CDS que parecem ter adormecido à sombra da tese da "usurpação indevida do poder, o que não tem cabimento nem os eleitores acolheram.
A verdade é que essa lógica condicionou a atitude dos dois partidos.
Nesta conformidade, há quem considere que o CDS nacional precisa de um período de transição até às autárquicas, período esse que será pouco exigente - o CDS não é um partido com grandes resultados autárquicos nos últimos anos - mas que dará tempo para que alguns notáveis se posicionem, repensem a sua posição ante o CDS e impeçam que o partido caia nas mãos de "segundas ou terceiras linhas" - a promoção do aparelhismo - sem qualquer credibilidade junto das pessoas e sem currículo digno de destaque algum.
É neste quadro que surge o CDS-Madeira que apesar de ter sido o grande derrotado da noite eleitoral regional de 22 de Setembro, e de ter perdido 4 dos 7 deputados que antes tinha e perdido mais de 9.500 votos, conseguiu contudo, graças ao demérito do "derrotado" PSD-M (porque há vitórias que são teóricas, pois na realidade não são coisa nenhuma dada a submissão e total dependência do PSD-M dos caprichos e ambições alheias) suster uma hecatombe que na noite eleitoral regional se adivinhava no quartel general da direita. Onde chegou a ser pensado e preparado um cenário radicalizado com demissões e tudo, quando o 3º mandato estava longe de ser garantido. Foi graças a uma estratégia de pressão, de chantagem, de ameaça, de negócio político autêntico - que vai continuar em áreas mais sensíveis como a saúde, como veremos a seu tempo, quando começarem, a ser conhecidos os nomes - que o CDS-M, e pragmaticamente é isso que copta, é a estrutura que actualmente detém pessoas com maiores responsabilidades públicas. Ou seja, não há no CDS nacional ninguém que se compare, em termos de importância política e dimensão pública ao cargo que José Manuel Rodrigues - e não vamos retomar o assunto - hábil e persistentemente conseguiu para si.
A ameaça dos Açores
Com um CDS nacional, completamente em cacos, sem que os notáveis queiram pegar num partido nesse estado, onde apenas segundas e terceiras linhas, sem peso político e social digno de realce se mostram ávidas de poder, há quem em Lisboa sustente que o CDS-Madeira deveria assumir a liderança nacional do CDS, através de um seu dirigente, por um período de pelo menos 2 anos.
Acresce que o facto de se realizarem em 2020 eleições regionais nos Açores - a única região onde há uma maioria absoluta, por sinal socialista (eles, socialistas, que tanto mal disseram e tanto contestaram as maiorias absolutas nacionais e na Madeira...) - nas quais o CDS poderá ter que lutar pela sua sobrevivência, faz com que as ilhas ocupem pelo menos até final de 2020 um papel de destaque na política nacional. Por um lado saber se a coligação na Madeira se aguenta e vai resistir às inevitáveis tempestades, por outro saber se um CDS-Açores envolvido em profundas divergências internas e polémicas públicas, vai aguentar-se.
Artur Lima parece estar de saída - mas a decisão final não foi ainda tomada - e uma das deputadas do CDS-Açores (Graça Silveira) por ter apoiado um opositor de Lima (Luís Silveira, Vice-Presidente do CDS-A e Presidente da Câmara de Velas), foi afastada da actividade parlamentar normal, impedida de usar da palavra, afastada de funções internas de deputada, e acabou por solicitar a demissão do partido e requereu o estatuto de deputada independente. Curioso... O décimo Congresso Regional do CDS/Açores decorrerá a 7 e 8 de Dezembro na ilha Terceira.
Segundo a minha fonte o Conselho Nacional do CDS, ontem em Lisboa, foi "desastroso porque não deixou nenhuma porta aberta, nem permitiu ver qualquer solução". A hipótese do envolvimento do CDS-M - nem que "obrigado a isso" - não foi claramente posta em cima da mesa mas circulou nos bastidores da reunião., O problema é saber quem, no CDS-M poderia dar corpo a esse projecto já que se José Manuel Rodrigues o fizesse - o nome mais falado e com currículo mais adequado até pelos cargos desempenhados no CDS nacional - dificilmente poderia continuar na Madeira e na liderança da Assembleia Legislativa. Diz a minha fonte que faltará a JMR marcar presença numa reunião centrista nacional - Conselho Nacional - e ter um discurso arrebatador que abra porta a essa solução...
Constou-me, nessa conversa que mantive, que a "ala portista" poderia apoiar esta solução para ganhar tempo, já que dificilmente apoiará qualquer cenário de regresso de Monteiro à liderança do CDS.
Estamos perante um assunto que promete, que segundo a minha fonte, repito muito bem informada, pode depender de factores novos que entretanto possam surgir - por exemplo, há uma corrente que defende o regresso e urgente refiliação de Manuel Monteiro (Cristas parece resistir, provavelmente pelas suas ligações a Portas, que foi o alvo do conflito interno com Monteiro) e as alterações estatutárias que permitissem a sua candidatura à liderança, mas esse cenário está longe de ser consensual - porque ninguém sabe se JMR enceraria o desafio de uma liderança transitória do CDS nacional, por um prazo de dois anos, até ao regresso de Monteiro (eventual regresso), perdendo a liderança da Assembleia Legislativa da Madeira pela qual tanto lutou.
O que "está em cima da Madeira é recolocar o CDS ideologicamente no seu verdadeiro lugar, como partido de direita, democrático mas de direita, em vez de andar a querer ocupar espaços à esquerda que pertencem a outros partidos e estão tradicionalmente preenchidos", disse-me peremptoriamente a minha fonte centrista em Lisboa (LFM)

Protagonistas da informação em Setembro de 2019

Confira o top de protagonistas da informação televisiva em setembro, de acordo com os dados do serviço Telenews. Em agosto de 2019, Pedro Pardal Henriques, vice-presidente do Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas, entra pela primeira vez no top de exposição mediática, na liderança, ao protagonizar 176 notícias com 9 horas e 36 minutos de duração durante o mês. Note-se que esta análise exclui eventuais programas, debates ou entrevistas realizadas no período e que na contabilização do tempo se considera o tempo total de duração da notícia.
O Primeiro-ministro, António Costa baixou para a segunda posição, intervindo na primeira pessoa em 185 notícias, com 9 horas e 32 minutos de duração.
André Matias de Almeida, porta-voz da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), entra também pela primeira vez neste top, para a terceira posição, tendo protagonizado 130 notícias de 6 horas e 21 minutos de duração.
João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Transição Energética, foi quarto, tendo estado perante os ecrãs por 4 horas e 6 minutos, repartidos por 83 notícias.
Rui Rio, líder do PSD, ocupou o quinto lugar, protagonizando 93 notícias de 3 horas e 38 minutos de duração. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, Catarina Martins (líder do Bloco de Esquerda), Pedro Nuno Santos (ministro das Infraestruturas e da Habitação), Assunção Cristas (líder do CDS-PP) e Jerónimo de Sousa (líder do PCP) completam a lista dos 10 nomes que protagonizaram notícias de maior duração total durante o mês de agosto de 2019. Esta análise considera apenas os serviços regulares de informação dos canais em análise no período compreendido entre 1 e 30 de setembro de 2019. Em análise, estão os seguintes programas: Jornal da Tarde, TeleJornal e Portugal em Directo (RTP1); 24: Sumário (RTP2); Primeiro Jornal e Jornal da Noite (SIC); Jornal das 8 e Jornal da Uma (TVI) (fonte: Marktest.com, Outubro de 2019)

quarta-feira, outubro 16, 2019

54% dos utilizadores de redes sociais seguem empresas ou marcas

O estudo Os Portugueses e as Redes Sociais, que a Marktest lançou recentemente, mostra que a maioria dos utilizadores seguem marcas nas redes sociais e atribuem grande importância à sua presença nessas plataformas. De acordo com os dados do estudo Os Portugueses e as Redes Sociaisda Marktest, a maioria dos indivíduos com perfil criado em redes sociais segue nessas plataformas (ou é fã de) empresas ou marcas (54.1%), valor mais elevado junto das mulheres, jovens dos 25 aos 34 anos, dos residentes no Litoral Norte e dos indivíduos das classes sociais mais elevadas.

CALRE: JMR deverá estrear-se em reuniões internacionais em Peruggia (Itália)

O novo Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira deverá fazer a sua estreia em reuniões internacionais, no plenário geral da CALRE - Conferência das Assembleias Legislativas das regiões europeias, que terá lugar a 21 de Novembro em Peruggia, capital da Umbria.
José Manuel Rodrigues deverá também passar a integrar a Comissão Permanente da Conferência, que integra um representante de cada um dos oito estados-membros da União Europeia e que normalmente reúne-se 3 a 4 vezes por ano em diferentes países. A presidente do parlamento dos Açores, Ana Luís é a actual Vice-Presidente da CALRE.
Ana Luís
Da Comissão Permanente, para além da Presidente e Vice-Presidente, fazem actualmente parte Harald Sonderegger, Presidente do Parlamento de Vorarlberg (Áustria), Philippe Courard, Presidente da Comunidade Francófona (Bélgica), Gun-Mari Lindholm, Presidente do Parlamento das ilhas Äland (Finlândia), Reinhold Bocklet, primeiro vice-presidente do parlamento do Estado da Baviera (Alemanha), Rosetta D’Amelio, Presidente do Consiglio Regionale da Campania (Itália), Tranquada Gomes, ex-Presidente da Assembleia da Madeira (Portugal) e Carolina Darias San Sebastián, ex-Presidente do Parlamento das Canárias (Espanha).
Donatella Porzi é desde 2015 a Presidente da CALRE, presidindo também à Assembleia Legislativa da região italiana da Umbria.
Para além da CALRE, a Madeira também está associada às Jornadas Parlamentares do Atlântico que reúnem os deputados dos Açores, Canárias, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Madeira.
Lembro que em Fevereiro de 2019 teve lugar em Cabo Verde um encontro preparatório das X Jornadas Parlamentares Atlânticas que terão lugar em Cabo Verde, a 13 e 14 de julho de 2020, cabendo à Madeira acolher a próxima reunião dos Presidentes e do Grupo de Ligação, no início desse ano (LFM)

terça-feira, outubro 15, 2019

Nota: o mistério de uma patifaria de Centeno

Tenho uma dúvida com múltiplas interrogações em relação às quais preciso de uma resposta que não sei qual é: ou Centeno envolveu o Hospital da Madeira nas célebres cativações que apenas servem, para aldrabar os números orçamentais portugueses em Bruxelas, ou é uma bandalhice pessoal com a cumplicidade persecutória e conhecimento do Costa, ou foi alguma encomenda feita a partir do Funchal por causa da época eleitoral. É esta história toda que precisamos conhecer e ver esclarecida e esperamos que o "mister selfies" tome a iniciativa de o exigir como é seu dever e obrigação institucional. Porque esta patifaria é tão nojenta e que revela bem o carácter bandalho de quem assim se comporta com uma região do país, não pode passar impune, mais uma vez. Basta de andarmos de cócoras! (LFM)

Nota: Festança porquê?

Quando nos mantêm os juros muito acima daqueles que o Estado paga pelos empréstimos, fazendo com que Lisboa encha a pança à custa dos madeirenses, quando o idiota do ministro das Finanças faz uma patifaria como aquela que foi hoje denunciada que encarece os encargos com o empréstimo que a RAM vai ter que contrair para construir o novo Hospital da Madeira (que há muito devia estar feito), quando parece que nos vão lixar o avião cargueiro por causa dos problemas no aeroporto de Lisboa, quando continuam a reter verbas adiantadas pela RAM por conta de serviços prestados pelo Estado aos beneficiários residentes na Madeira que não podem ficar privados desses direitos (saúde e segurança social e outros), quando não pagam um tostão com o helicóptero anti-incêndios,fazem propaganda mentirosa para enganar os madeirenses, mas multiplicam-se os casos de contratos duvidosos com aviões, casos de alegada corrupção generalizada no Continente na área da protecção civil (até com as golas...), com demissões, arguidos e o que ainda estará para vir, quando nos obrigam a pagar em determinadas épocas do ano 350, 400 ou 500 euros pela merda de uma viagem a Lisboa - quando a mesma companhia aérea, que é do estado cobra 30 ou 40 euros para Madrid, Paris ou outras cidades europeias - quando recusam financiar as ligações marítimas no quadro da pretensa continuidade e coesão territoriais que não passam de um embuste para enganar Bruxelas (mais um), quando se preparam para lixar o subsídio de mobilidade encarado como um favor de Lisboa para com os "pretos" das ilhas - convicção imperial que não foi derrubada com a revolução, longe disso - quando nos vão dar mais uma facada nas transferências do OE em detrimento dos Açores que terão eleições regionais para o ano e precisam de resolver muitos problemas financeiros que por lá andam, acham mesmo que tenho algum motivo para alinhar com festanças que cedo nos farão cair na realidade do costume, nesta realidade crónica de um governo socialista em Lisboa (mas o mesmo fizeram governos de outra cor) que apostou tudo para nos lixar a todos em nome da tal doentia obsessão que alguém reconheceu lhe tirar o sono? (LFM)

sábado, outubro 12, 2019

Nota: a "culpa" não morre solteira mas os factos são os factos (Porto Santo)

Peço muita desculpa mas prefiro nem comentar os "motivos" avançados pela demissionária CPR do PSD do Porto Santo, para justificar seja o que for. Pragmaticamente a demissão aconteceu, inevitavelmente, porque falharam e porque na realidade reconheço que uma das causas - a mais importante - teve a ver com o descalabro eleitoral em Setembro que se repetiu em Outubro, resultados que se ficaram a dever, na minha opinião, a motivos diferentes é certo, mas que apresentam pontos de contacto como causas das derrotas
Vamos recapitular:
Eleições regionais de 2011 (as piores com a anterior liderança de AJJ)
Abstenção - 44,1%
PSD - 1.745 votos, 55,8%
PS - 511 votos, 16,3%
Eleições autárquicas de 2013 (as piores com a liderança de AJJ no PSD)
Abstenção - 37,2%
PSD - 1.310 votos, 38,6%
PS - 1.484 votos, 41,4%
Eleições regionais de 2015 (as primeiras com MA na liderança do PSD-M)
Abstenção - 49,9%
PSD - 1.532 votos, 55%
PS - 504 votos, 18,1%
Eleições legislativas de 2015 (as primeiras com MA que não foi candidato a São Bento)
Abstenção - 47,2%
PSD - 982 votos, 38,6%
PS - 812 votos, 31,9%
Eleições autárquicas de 2017 (recuperar da edilidade mas sem maioria absoluta)
Abstenção - 35,9%
PSD - 1.283 votos, 37,9%
PS - 1.251 votos, 37,9%
Eleições europeias de 2019 (normalmente as eleições mais difíceis para o PSD-M)
Abstenção - 65,4%
PSD - 639 votos, 35,7%
PS - 638 votos, 35,6%
Eleições regionais de 2019 (a pressão socialista não explica tudo)
Abstenção - 40,8%
PSD - 1.089 votos, 35,7%
PS - 1.547 votos, 50,8%
Eleições legislativas de 2019
Abstenção - 53,4%
PSD - 858 votos, 31,5%
PS - 982, 38,6%

Há coisas que eu não entendo, porque me parecia mais do que evidente que alguma coisa estava a penalizar eleitoralmente o PSD-M no Porto Santo, nos últimos anos.
E não quero desenvolver de forma mais aprofundada e polémica o tema porque acho - apesar de muitas outras ramificações, que são sobretudo de natureza pessoal e têm a ver com o perfil de certas escolhas e a receptividade das mesmas junto das pessoas, por isso espero algumas mudanças, porque inevitáveis na medida em que nada pode ficar na mesma nem as responsabilidades morrerem solteiras - que o essencial de tudo isto teve a ver também com o processo de escolha do deputado do Porto Santo parta as eleições de 2019. A discussão devia ter sido maior e em vez de pressões o pragmatismo deveria ter estado presente. Não vou desenvolver mais o assunto, mas acho que o PSD do Porto Santo devia ter agido como todos sugeriam, arranjando uma solução que propiciasse nova dinâmica e que garantisse unidade, algo que me repetidamente garantem ser a causa de tudo o que se passou. Aliás, o próprio deputado sabe como chegou à ribalta política em 2015 em condições que não vale a pena discutir, porque se há coisa que é óbvia, e ele sabe-o, nunca assegurou a unidade do PSD portosantense. Duvido que tenha, que alguma vez tenha tido qualquer representatividade efectiva ou que tivesse capacidade para se impor na estrutura social-democrata do Porto Santo muito dividida e com especificidades muito complexas. Peço desculpa mas é isso que eu penso.  Isso não tem nada a ver com pessoas, tem a ver com o perfil de pessoas e com limitações que todos percebiam existir. Julgo que não estarei a dizer nada de mais se afirmar que o deputado esteve para ser substituído, mas que acabou por continuar devido sobretudo aos efeitos do jogo das pressões de bastidores. Obviamente que o problema não é apenas o da representatividade do deputado e a sua aptidão, sim ou não, para a política no terreno.
Não gosto de ficar pelas meias-palavras, mas odeio quem sacode a água do capote ou desvaloriza questões que são essenciais. Os resultados foram péssimos, a representatividade do deputado do PSD é perfeitamente questionável e desigual face ao eleito do PS (mais de 50% dos votos) mas gostaria que a CPR demissionária, nomeadamente o seu Presidente, identificassem quais foram as alegadas "intromissões externas"... Que eu saiba as únicas intromissões falhadas foram as de manter tudo na mesma quando deviam ter feito mudanças. Embora seja relativo, continuo a afirmar que o Porto Santo contribuiu decisivamente para "roubar" ao PSD-M o seu 23º mandato. Estamos a falar de uma diferença para o PS de quase 500 votos (LFM)
Frases:
  • “A demissão deveu-se não só aos resultados locais, mas também a um conjunto de atitudes e opções políticas durante a campanha eleitoral, por parte do PSD Madeira, que entendemos terem sido prejudiciais”. O que é isto quando claramente fogem ao reconhecimento da verdade?
  • “Assumimos, em primeiro lugar, a nossa quota-parte de responsabilidade nos resultados obtidos. Para o bem e para o mal entendemos ser os primeiros responsáveis. Posteriormente indicámos ao Presidente do Partido aquilo que entendemos ter corrido mal, por opções políticas tomadas sem a nossa consulta e contra os diversos avisos e alertas dados no decorrer de todo o processo”. E admitem que a causa principal da queda eleitoral foi a que foi, aquela que no Porto Santo todos dizem ter acontecido?

Nota: a esperteza saloia (tardia ) da JPP

Eu não vou discutir os argumentos colocados pela JPP no comunicado, até porque antes deles já me tinha referido a muitos deles, assumindo o ónus da crítica e do apoio, particularmente da rafeirada anónima que conspurca as redes sociais. O que se passou com a presidência da Assembleia Legislativa da Madeira nunca poderia ter acontecido, Nunca! Não falo em pessoas - embora reconheça que a ambição pessoal e outros atributos são naturais sempre que falamos em pessoas, em características humanas que de uma forma ou de outra toldam a nossa formação e as nossas virtudes e defeitos. Nada disso!
Falo e valorizo os procedimentos políticos adoptados e as formas pouco claras, inaceitáveis, como se chegou a esta situação claramente desenvolvida no submundo da política, longe de tudo e de todos. E não mudo nada do que disse.
Canárias exemplar
Lembro, porque nunca é demais referi-lo, um exemplo do que é a política protagonizada por gente com ética e valores:
  • o PSOE ganhou as eleições autonómicas em Canárias realizadas em Maio deste ano. Ganhou sem maioria absoluta, mas teve mais votos, mais deputados, apenas 25 num universo de 70, em que a maioria absoluta necessária é garantida apenas com 36 deputados.
  • o Presidente do parlamento das Canárias - proposto pelo PSOE - o socialista Gustavo Matos, licenciado em direito na Universidade de Canárias, mestrado na Universidade de Salamanca - foi eleito com 36 votos a favor, do PSOE, da Nueva Canarias, Podemos e Agrupacion Socialista Gomera e 33 votos em branco do PP e Coligacion Canária. Não se registaram votos contra!
  • o Presidente do Governo Autónomo das Canárias - Ángel Víctor Torres - é do PSOE, o partido mais votado, indigitado depois de um acordo político - o Pacto das Flores - que viabilizou um governo de coligação, que acabou com a liderança de Canárias, de 26 anos, da Coligación Canária, nacionalista. Torres obteve o apoio do PSOE "5 deputados), Nueva Canarias (5), Sí Podemos (4) e Agrupación Socialista Gomera (3), partidos que assinaram o acordo para o referido governo de coligação e votos contra da Coalición Canaria (19), PP (10) 2 Ciudadanos (2) - apenas dois deputados estiveram ausentes, um do PP e outra dos CC.

Intolerável mas...
O que ser passou na Madeira, repito, é intolerável, uma vergonha que em nada abona a favor da política e dos políticos. Ninguém sai bem desta cena absurda. Quando se misturam ambições, pressões, chantagens, negociatas, ameaças, etc, para se conseguirem determinados desideratos políticos, nada feito. É a política no patamar mais rasca. Que me remeteu obrigatoriamente para um período de desilusão e de reflexão sobre o meu próprio envolvimento na política e na militância partidária. Que a seu tempo terá um epílogo que eu acredito ser inevitável.
Mas a culpa disso é dos partidos e dos políticos, pela fragilidade que demonstram, pela incapacidade de se afirmarem entre os seus pares, de forma democrática e legitimada pela eleição, na tarefa imensa de credibilizar a política e os partidos e de denunciarem de forma peremptória, sem jogos duplos ou posturas cinzentas, tudo o que se passa quando são descaradamente pisadas as linhas vermelhas da tolerância, da ética e da verdade.
Caixa de pandora aberta...
A caixa de pandora foi aberta. A partir de agora vale tudo na política regional, qualquer deputado pode pressionar, ameaçar ou chantagear, porque  a política desceu ao ponto máximo de ficar a pouca distância entre a política-lixo e a política-trampa. Política e políticos cuja credibilidade, aos olhos das pessoas, está tão lá em baixo, onde nunca esteve. E não deixa de estar com tudo isto.
Mas há o mas e a sonsa JPP
Neste quadro entra (tardiamente) a JPP que aparece metida na "confusão" por optimismo e com claras intenções desestabilizadoras. 
A JPP, que sempre recusou qualquer entendimento com o PSD - repito, veremos em 2021 se precisará ou não... - aparece agora, depois de formalizado o acordo de coligação PSD-CDS, depois de formalizada a candidatura de JMR à liderança do parlamento - aceite pelos social-democratas, apesar da polémica, dos cacos que esse processo gerou e do rasto ameaçador que ainda subsiste nas bases do PSD - a tentar de forma sonsa e saloia gerar divisões na maioria, na expectativa e na esperança de que uma crise coloque em causa a coligação beneficiando isso as JPP e seus potenciais parceiros da esquerda (estou desejando de ver esta unidade de esquerda quando começar a pré-campanha eleitoral para as autárquicas de 2021...)
Se a JPP está contra JMR devia tê-lo dito aberta e publicamente em tempo útil. Se a JPP queria a recandidatura de Tranquada Gomes, que elogia, devia ter tomado logo no início do processo, e quando conheceu sinais de polémica, essa posição. Não o fez, preferiu ficar sentada de bancada a assistir, na certeza de que isso não esconde que foi um dos derrotados das eleições de 22 de Setembro, como outros o foram. Alguns até ganhando acabaram por não ganhar...
Admito mesmo que a JPP esteja contra a eleição de um partido - CDS - com 3 deputados, os mesmos da JPP, que perdeu mais de 9 mil votos (muito mais das perdas da JPP), que perdeu 4 deputados (o dobro das perdas da JPP), assuma a liderança do parlamento em circunstâncias estranha se lamentáveis que a história um dia vai contar, tenho a certeza disso. Admito isso. Mas esta posição súbita da JPP, na tarde de sexta-feira, mesmo que seja "justificada" pelas formalização da candidatura PSD-CDS, poderia ter sido tomada mais cedo. E mesmo que não tivesse efeito prático, confundia a abria uma nova frente. O problema é que a JPP acha que um entendimento parlamentar com o PSD é uma espécie de pandemia que a vai matar...
E agora?
Chegados a este ponto, temos o seguinte:
- PSD e CDS assinaram um acordo político com incidência parlamentar, pelo que devem cumprir o compromisso assumido entre ambos. A política está tanto na merda que era o que nos faltava termos partidos e políticos, causadores de tudo isto, a se mostrarem, incapazes de cumprirem os acordos que formalizam e assinam. Só nos faltava isso neste descrédito generalizado.
- se a JPP quer contrariam a candidatura do PSD-CDS convença os seus parceiros da esquerda - já que recusou qualquer entendimento com o PSD nesta matéria - a formalizarem uma candidatura à liderança do parlamento, contra JMR, mas que eu admito esteja eventualmente condenada ao fracasso e por isso compreensivelmente sem encontrar entusiasmo e candidatos disponíveis (acresce que o PS já formalizou a candidatura de Vítor Freitas à vice-presidência do parlamento)
- se por exemplo, JMR, alvo de ataques políticos e pessoais que em nada o beneficiam - e condeno o ataque pessoal que se mistura com a política porque isso não faz sentido e a vida de cada um a cada um pertence e diz respeito - por iniciativa própria abandonasse a candidatura - acreditam nisso?! - então julgo que a normalidade que a JPP reclama seria reposta. O que se fica a saber é que, em principio - o voto é secreto - JMR contará com os votos do PSD e do CDS mas já sabe que terá os votos contra da JPP. Resta saber o que PCP e PS farão... (LFM)