quarta-feira, outubro 02, 2019

Nota: Uma estranha paz pôdre?

A informação que eu tenho, esclareço que não oficial, é que TG poderá abandonar o parlamento madeirense, suspendendo o mandato, mesmo antes de qualquer processo eleitoral que seja determinado pelo acordo PSD-CDS. Neste momento há uma enorme confusão nos bastidores políticos regionais e sei também que provavelmente há partidos da oposição, à esquerda da potencial coligação de governação - e não falo do PS-M - que olham com desconfiança e distanciamento para algumas movimentações. Como sei que alguns meios de comunicação social, melhor alguns jornalistas de meios de comunicação social locais, sabem desta hipótese e não a desenvolvem, a dica, para memória futura aqui fica, mesmo correndo eu o risco - improvável - de ser ultrapassado por outros acontecimentos.
Mais.
Ao contrário do que aparentemente transborda de forma controlada cá para fora, o acordo político PSD-CDS não se limitou apenas à elaboração e aprovação de um esboço desenvolvido daquilo que poderá ser o programa de governo, mas também a uma distribuição de pelouros e ao inevitável jogo de cadeiras em resultado desse acordo político. Há uma enorme indefinição, que aliás esteve presente em todo o processo negocial, e que mesmo que tenha sido "ignorado" (ou não?) pelos protagonistas do acordo, constitui uma ameaça política efectiva ao longo dos 4 anos de mandato, independentemente do PSD ceder em toda a linha ao CDS-M.
Quem segue este jogo de forma muito atenta  é Paulo Cafofo e o PS-M embora dificilmente estes consigam reunir - mas eu acredito que essa lógica não vai funcionar porque há um sentimento generalizado de "ajuste de contas" - apoios à esquerda suficientes, salvo se um  golpe de teatro, que seria absolutamente intolerável e humilhante, garantisse esse jogo puramente aritmético.
Curioso será saber qual a posição do próprio PS-M. Se agastado com o namoro PSD-CDS avança com candidato o próprio para o parlamento - e neste caso Cafofo ou Serrão, ambos licenciados, poderiam ser os candidatos mais naturais - ou se fica de bancada a ver o filme e limita-se a candidatar-se a uma vice-presidência do parlamento a que tem direito.
Sei que o PSD-M vai reunir a Comissão Política segunda-feira, depois das eleições legislativas - desconheço se Barreto, apesar de mandatado pelo CDS-M, vai fazer o mesmo agora com um acordo em concreto - mas o acordo deve passar com base no argumento de que o PSD-M está "entalado" e que é obrigado a ceder ao CDS para se manter na governação, apesar deste ter perdido 4 deputados e mais de 8 mil votos. Embora não tenha participado nessas negociações sei que Miguel Albuquerque tem acompanhado "de perto" todo o processo negocial, quer por via de Pedro Calado que lidera a equipa negocial laranja, quer por via de Medeiros Gaspar, chefe de Gabinete da presidência do Governo. O mesmo acontece com Rui Barreto. Os dois líderes do PSD-M e do CDS-M são, por assim dizer, os "ausentes mais presentes" neste processo negocial, apesar de terem tido 2 ou 3 encontros entre ambos. Mas há pontas soltas que pairam como ameaças e que estão a surpreender os dois partidos e inclusivamente alguns sectores em Lisboa que recordam como tudo se processou pacificamente nos tempos do entendimento PSD-CDS de Passos e Portas (LFM)

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