sexta-feira, maio 31, 2019

Cada português recebeu 236 euros da Europa em 2017

Após a discussão dos lugares de topo, os líderes europeus terão de terminar a discussão fundamental sobre fundos europeus, tradicionalmente muito delicada, pois exige unanimidade. A negociação do pacote de fundos entre 2021 e 2027 terá a dificuldade de haver menos um contribuinte líquido, o Reino Unido, que em 2017 pagou mais do que recebeu, dando uma contribuição efectiva de 5345 mil milhões de euros para os cofres europeus. Na próxima década, a União Europeia terá mais ambições (nomeadamente na segurança e no ambiente), mas menos dinheiro para distribuir pelos Estados. Neste momento, Portugal tem a perspectiva de um corte de 7% nas verbas globais, face ao orçamento entre 2014 e 2020. Com o avanço das negociações, é possível que estes números sejam melhorados. De qualquer forma, Portugal continuará a ser um beneficiário líquido das verbas comunitárias. Os números mais recentes sobre o que cada país paga e recebe são relativos a 2017 e variam de ano a ano, pois a execução dos fundos não é uniforme nem chega a 100%. Calculando a contribuição líquida (a receita global descontada da verba que cada país paga para Bruxelas), dividindo pelo número de habitantes, obtém-se um valor per capita. Fizemos as contas. Em 2017, Portugal ficou em sétimo lugar, recebendo, líquidos, 236 euros por pessoa. O maior beneficiário foi a Lituânia, com 450 euros, seguindo-se a Estónia (357), a Grécia (348) e a Hungria (320). Portugal teve o mesmo valor que a República Checa, um país mais rico, mas ficou bem acima de nações mais pobres, como Roménia e Bulgária, respectivamente 173 e 208 euros. Entre os países que pagam mais do que recebem, a Suécia é a recordista, com 138 euros por pessoa, seguindo-se a Alemanha (129) e a Dinamarca (122). O Reino Unido está em quarto lugar, pagando um pouco mais que a Holanda, 81 euros por pessoa (Dia15)

quinta-feira, maio 30, 2019

Mancha da Europa: os números da abstenção


Portugal está entre os países com maior taxa de abstenção nestas eleições europeias. Apenas 31,40% dos eleitores foram às urnas. Como foi no resto da Europa? Portugal é o sexto país com maior taxa de abstenção registada nas eleições europeias de 2019. A percentagem nunca foi tão alta. Desde 1987, ano da entrada na União Europeia, a abstenção tende a aumentar. Segundo os dados provisórios disponibilizados pelo Parlamento Europeu, 68,9% dos eleitores portugueses não foram às urnas no passado domingo. Também a registar a menor participação de sempre está Luxemburgo e Grécia, países em que o voto é obrigatório, Itália e Malta. No topo da tabela da abstenção está a Eslováquia, que registou uma taxa de participação de 22,74%. Numa eleição que bateu recordes em alguns países, o ECO juntou os principais números sobre a abstenção nas europeias de 2019. Veja o vídeo do Eco digital

Onde são usados os fundos europeus?

O Portugal 2020 já apoiou mais de 32 mil agricultores, 115 mil bolseiros no ensino superior, 84 infraestruturas de proteção civil e 571 quilómetros de ferrovia, mas há muito mais. bO tempo vai passando e os 25 mil milhões de euros do Portugal 2020 vão sendo investidos. O último boletim trimestral do atual quadro comunitário traz uma novidade: demonstra onde é usado o dinheiro no terreno. Para além da abstração financeira, que revela que, até final de março de 2019, foram pagos aos beneficiários 9,7 mil milhões de euros, o relatório mostra ainda que só falta pôr a concurso 12% do bolo que Portugal tem para investir até 2020 e que a taxa de execução é de 35%, agora é possível saber que os fundos pagaram a intervenção em 571 quilómetros de linha férrea, que foram apoiadas 1.011 startups ou que foram reabilitadas mais de seis mil casas com dinheiro europeu (Eco digital)

Novo erro desastroso: Berardo pede gravação da audição para avançar com processo contra deputados

Deputados já foram notificados oficialmente do pedido de Joe Berardo de aceder às gravações da sua audição na Comissão de inquérito à recapitalização da CGD. O empresário José Berardo pediu acesso à transcrição e à gravação vídeo da sua audição no parlamento em 10 de maio, com vista a avançar com um processo judicial contra os deputados presentes. De acordo com fonte da segunda Comissão Parlamentar de Inquérito à recapitalização e gestão do banco, os deputados já foram notificados oficialmente do pedido, feito através da sociedade de advogados Saragoça da Matta & Silveiro de Barros. Em 18 de maio foi noticiado pela RTP que o empresário José Berardo, conhecido por Joe Berardo, queria processar o presidente da comissão de inquérito, Luís Leite Ramos (PSD), mas sabe-se agora que o processo foi alargado aos deputados presentes na audição. Na sua audição no parlamento, em 10 de maio, Joe Berardo pediu para que a sua audição não fosse transmitida em direto pela ARTV. O advogado do empresário, André Luiz Gomes, considerou “totalmente ilícita” a transmissão da audição pelo canal parlamento (ARTV). “É totalmente ilícita a transmissão, ainda que pelo canal parlamento. (…) A partir deste momento, qualquer gravação de som e imagem não tem autorização do meu constituinte sem prejuízo da gravação para efeitos legais”, afirmou André Luiz Gomes no parlamento, em Lisboa, considerando ser um direito do seu cliente o direito à imagem. A audição do empresário Joe Berardo não foi gravada por câmaras dos órgãos de informação, uma vez que o empresário o pediu, para proteção da sua imagem. Contudo, não foi aceite pelo presidente da comissão parlamentar de inquérito à CGD o pedido para que também não fosse transmitida pela ARTV.

Madeira com “luz verde” para refinanciar dívida. Estado cobra 0,2% pela garantia

O Estado vai conceder uma garantia à Madeira no âmbito do refinanciamento através da emissão de obrigações com um limite máximo de 355 milhões de euros. AMadeira precisa de voltar ao mercado para refinanciar a sua dívida. E, agora, já pode avançar com a operação, depois de ter visto aprovada a concessão da garantia por parte do Estado português. O aval tem, contudo, custos. Portugal vai cobrar uma comissão anual de 0,2%.
De acordo com o Diário da República, “a Região Autónoma da Madeira (RAM) pretende emitir um empréstimo obrigacionista com vista a substituir e amortizar diversos empréstimos, anteriormente contraídos por empresas públicas reclassificadas da Região e pela própria RAM, cujo vencimento ocorre no presente ano”.
“Considerando que o refinanciamento da dívida assumida pela RAM contribui para a diminuição da dívida global desta região e, deste modo, para a estabilidade da economia regional e do país como um todo, revestindo-se, assim, de manifesto interesse para a economia nacional”, Ricardo Mourinho Félix aprovou a garantia. A RAM conseguiu, assim, a concessão de uma “garantia pessoal do Estado, à emissão obrigacionista destinada ao refinanciamento da dívida da RAM, tendo como limite máximo o valor de 355 milhões de euros”. No ano passado, a RAM emitiu mais: foram 455 milhões de euros.
Por este apoio, a Madeira vai pagar “uma comissão de garantia de 0,2 % ao ano”. Ou seja, assumindo a emissão pelo valor máximo, o custo total da garantia para a região será de 7,1 milhões de euros. De notar que a Madeira conta com um rating de “lixo”, isto quando Portugal goza de notação de investimento de qualidade junto das maiores agências mundiais. Este encargo juntar-se-á ao que resultar da taxa que a Madeira obtiver na operação de financiamento que está a ser organizada pelo Banco BPI, o BCP, Santander Totta e Caixa – Banco de Investimento (Eco digital)

quarta-feira, maio 29, 2019

Venezuela: Madres indignas salen a las calles por sexta muerte de un niño


Guardia Nacional siguen impidiendo el ingreso de los periodistas al Parlamento venezolano


CMF: João Perdro Vieira nunca será o Vice de Miguel Gouveia?

Em aditamento ao mesmo texto de ontem sobre as movimentações no PS regional, mantenho tudo o que dele consta, pede-me a minha fonte socialista (repito, conhecedora do processo e em quem tenho confiança assente na amizade pessoal com alguns anos), lembrou-me que na "guerra" pela vice-presidência da CMF o secretário-geral do PS e vereador na edilidade, João Pedro Vieira - médico a quem é atribuída a responsabilidade pela escolha de Sara Cerdas para o PE - nunca será o numero dois de Miguel Gouveia na edilidade funchalense, devido a relações familiares entre ambos que eu, confesso, desconhecia existirem: "Cafôfo nunca deixaria que o escândalo das famílias no governo de Lisboa fosse transposto para a CMF depois do desaire eleitoral de 26 de Maio porque isso o atingiria fortemente", escreveu a minha fonte na nota que me enviou. Está esclarecido. Disse-me também que omiti - reconheço, porque não me pareceu importante - o "desaparecimento" de João Pedro Vieira na campanha para as europeias, apesar de ser o secretário-geral do PS regional e, nessa qualidade, supostamente o coordenador da campanha eleitoral. Quem de facto terá coordenado a campanha - o próprio o afirmou a uma rádio - foi Miguel Iglésias, dirigente do PS regional e chefe do gabinete de Cafôfo na CMF, que presumo deverá também abandonar (LFM)

CMF: Idalina e Madalena, qual delas será Vice de Gouveia?

 Madalena Nunes
Idalina Perestrelo

Saúde: palavras para que?

fonte: Público

CMF: quem vai ocupar o lugar de Cfofo até Outubro

Rita Mendonça
Thiery Proença (Uma)
Luísa Paolinelli (UMa)
Sandra Marisa Machado

Uma das duvidas - não li nada sobre o assunto - é saber quem vai para a CMF com a saída de Cafôfo para o substituir até Outubro próximo? Da lista entraram Miguel Gouveia, Idalina Perestrelo, Madalena Nunes, Bruno Martins e João Pedro Vieira. Na lista seguem-se Sandra Marisa Machado (jurista), Thiery Proença (professor universitário), Rita Mendonça (enfermeira no Hospital dos Marmeleiros), António Trindade (ligado à Associação Arca da Ajuda) e Luísa Paolinelli (professora universitária). Como é sabido os candidatos podem renunciar a assumir o cargo pelo que desconheço se há alguma decisão tomada neste momento.

Europeias-2019: resultados mesmo finais em Portugal


terça-feira, maio 28, 2019

TURISMO: COMO VÃO SER OS HOTÉIS NO FUTURO, SEGUNDO DIONÍSIO PESTANA

Para onde está a evoluir a hotelaria? Dionísio Pestana, presidente do grupo Pestana – que vai atingir este ano o marco dos 100 hotéis, dentro e fora de Portugal, adverte que “a transformação que re regista no mundo está a entrar rapidamente nos hotéis”, e que o sector tem de acompanhar esta mudança. Segundo o maior hoteleiro português, “é preciso cortar com o que é antigo, estamos num momento de viragem total, há que ver alternativas novas em tudo o que se fazia, e como se fazia em hotelaria, estar muito atento ao que se passa no mundo” A nova geração de clientes, “e não necessariamente os mais jovens”, obriga a mudar todos os padrões atualmente estabelecidos na hotelaria, adianta o empresário. “As pessoas hoje vão para os destinos já com muita informação, sabem o que querem”, frisa. Para atender aos ‘millennials‘, em particular, “os quartos têm de ter outro tipo de conforto, obriga-nos a reformular tudo nos hotéis, desde os buffets aos ginásios, e áreas comuns como a receção”. Seguem-se algumas das principais tendências que se desenham ao sector, na visão do hoteleiro.

Como foram eleitos os eurodeputados no apuramento pelo método de Hondt

Querem saber como foram eleitos os eurodeputados no apuramento pelo método de Hondt?

PS - 1º, 3º, 4º, 7º, 10º, 12º (madeirense Sara Cerdas), 16º, 18º e 19º
PSD - 2º, 5º, 8º, 13º, 17º e 20º (madeirense Claudia Aguiar)
BLOCO - 6º e 15º
PCP - 9º e 21º (último eleito)
PAN - 14º

Novas deambulações



Neste trabalho fica demonstrado que não podemos fazer qualquer extrapolação de uma eleição para outra, não só por causa da suas diferença, mas porque os procedimentos dos partidos variam de eleição para eleição e a abstenção no caso da Madeira oscila com as europeias a ocuparem, ainda, os valores absolutos mais elevados. Ou seja não podemos comparar resultados entre as regionais de 2015 (apesar do recorde da abstenção que foi então batido, 50,3%) e as europeias de 2019 (abstenção de 61,6%). Por isso, cautela, porque qualquer exercício que seja feito - e podemos fazer todos - eles estarão sempre condicionados por factores vários que impedem uma extrapolação rigorosa.

Europeias-2019 pelo...PE!



fonte: Parlamento Europeu

Mais deambulações



Alguém interessado pode fazer um trabalho de comparação entre os eleitores inscritos e a população residente nos vários concelhos da RAM. Com base nas últimas alterações aos procedimentos eleitorais, haverá certamente curiosidades que porventura poderão interessar aos partidos e analistas políticos. O que eu pretendo com este quadro é lembrar os eleitores recenseados para as europeias de ontem na RAM e a confirmação de uma tendência dos últimos anos, a de que o peso do Funchal, que já foi mais metade dos eleitores, é agora da ordem dos 41% do universo eleitoral regional.

Deambulações



Fiz uma projecção - que não devermos fazer dada a abstenção registada nas europeias, sempre mais elevada que as regionais, e a ausência da JPP, sobretudo em Santa Cruz  e Funchal (vou tentar explicar mais em pormenor) - tendo como referência os resultados das europeias na RAM e transpondo-os, mera brincadeira, para uma eventual composição de um hipotético parlamento, considerando apenas com os partidos concorrentes às europeias na RAM. Isto porque acho que as pessoas precisam ter calma e conter algumas ideias que começam a aparecer, nomeadamente nas redes sociais, de forma irresponsável e empolada. Mas esta projecção, pura brincadeira, ajuda a entender qual a totalidade de votos necessários aos partidos - não cometam os erros de usar percentagens porque os mandatos são eleitos em função dos votos - mas, repito e insisto, é apenas uma curiosidade sem correspondência à realidade regional em 22 de Setembro.
Reparem na diferença entre a percentagem obtida nos votos e a percentagem correspondente aos mandatos alcançados neste exercício ficcional. Isto significaria que 16,9% de votos ficariam sem representação parlamentar, repito, apenas neste exemplo sem qualquer correspondência com a realidade futura, contudo uma curiosidade, sempre possível de ser feita. Outra curiosidade a reter: o PSD ficaria distante da maioria absoluta (que é de 24 deputados) mas ela seria possível em coligação com o CDS ou mesmo com o PAN... (LFM)

Nota: História de pequenas histórias socalistas no pós-europeias

Muito sinceramente acho que a demissão de Paulo Cafôfo da CMF não tem subjacente motivos políticos nenhuns. É uma questão legal - ele já sabia que tinha que abandonar o cargo - e de de ética. Como seria possível manter um Presidente da CMF, alegadamente a preparar-se para ser candidato - ainda que não oficializado - à presidência do Governo (agora é apenas um pré-candidato, apesar de já se comportar como se o fosse), mantendo-se ao mesmo tempo na autarquia onde muito esporadicamente comparecia? Acresce, interpretação minha, que Cafôfo já percebeu que tem internamente um problema complicado para resolver (desconheço como o fará), o da própria liderança do PS local, que afasta pessoas e que, cada vez que fala de improviso, retira credibilidade aos socialistas.
O resultado das europeias foi, segundo sei de fonte socialista da minha confiança, considerado "grave" por Cafôfo e pelos seus apoiantes mais directos, e parte dessa derrota é atribuída ao discurso vazio de Emanuel Câmara que, bem vistas as coisas, pouco ou nada trouxe de novo aos socialistas locais, que vivem a reboque de Costa e beneficiam da conjuntura política e eleitoral nacional.
O líder do PS local não se livrará de críticas internas quando (se) convocar os órgãos dirigentes para discutirem as europeias. Há quem sustente que Cafôfo deverá recomendar a Emanuel Câmara que, passadas as europeias, se contenha, apareça menos e deixe a equipa do ainda autarca funchalense tratar do assunto - algo que já o fez nas europeias, sem sucesso, o que coloca desde logo a questão da sua eficácia em cima da mesa. O radicalismo do autarca do Porto Moniz (que fala em mudança mas está envolvido na política regional há mais de 30 anos, é certo que sempre em lugares de segundo e terceiro plano, e que, por acaso até perdeu, nestas eleições, em 2 das 4 freguesias, só ganhando no concelho graças ao Porto Moniz, mas sobre isso não vamos deambular nem tentar esmiuçar nada, por agora) tem sido politica e eleitoralmente uma catástrofe (reconhecida por dirigentes que publicamente não o assumem para evitar polémicas públicas) para 
o PS regional.

Recenseamento eleitoral: um embuste criminoso?

Segundo o MAI, 9.344.498 eleitores estavam inscritos nas europeias de Maio de 2019. Segundo o INE, no final de 2017, tínhamos 10.291.027 habitantes em Portugal. No caso da Madeira, o INE dava, no final de 2017, um total de 254.368 habitantes quando a 26 de Maio estavam recenseados 257.929 eleitores. No caso dos Açores, existiam 243.862 habitantes no final de 2017 e 229.046 eleitores em 26 de Maio. Realmente há qualquer coisa na Madeira em que não bate a "bota com a perdigota". O que esperam para acabar com esta merda? Acresce que tudo isto poderá tratar-se de um embuste já que muita cosia se define em função do número de eleitores, desde a composição dos órgãos autárquicos, aos lugares de deputados eleitos para São Bento (na Madeira foi até as regionais de 2004), sem esquecer a divisão do bolo financeiro do OE pelos municípios e Juntas de Freguesia. Por isso não me espantaria nada que todos os partidos estivessem sintonizados nesta matéria que não é um fenómeno regional - embora na Madeira seja escandaloso pelo que atrás referi - mas sim nacional. O Tribunal de Contas bem poderia pegar neste assunto e saber até que ponto o Estado anda a gastar demais por causa destas habilidades... (LFM)

quinta-feira, maio 23, 2019

Europeias-2019: abstenção, sempre a aumentar, vai bater recorde este ano?

A previsão de tempo bastante quente no fim-de-semana, convidativo para a praia, pelo que este facto surge agora como uma ameaça a uma maior participação, reclamada pelos diferentes partidos, principais interessados na disputa eleitoral pelo jogo de mandatos em causa.
Gostaria de salientar que o que referi num post anterior – de que em situações normais os eleitores madeirenses deveriam boicotar as europeias de domingo em 100%, por ser essa a resposta mais adequada a uma Europa, cuja representatividade e a própria legitimidade política tem sido questionada nos últimos anos – é mantido integralmente porque considero uma hipocrisia os madeirenses votarem na Europa, concretamente numa das suas instituições (o PE), quando é essa mesma Europa que se prepara para nos prejudicar, quer por via dos cortes nos fundos estruturais já em 2020, quer por via de tudo o que tem feito em relação ao CINM com prejuízos financeiros e sociais concretos e que tenderão a aumentar.
Um dos enigmas das europeias de domingo - provavelmente o maior - tem a ver com a dimensão da abstenção e com o significado que cada partido vai dar a esse fenómeno que, não constituindo novidade neste acto eleitoral, mostra cada vez mais um distanciamento entre os cidadãos e a Europa das nomenklaturas partidárias.
Aliás, não é por acaso que os partidos recusam mudar a lei eleitoral para o PE, porque as listas europeias foram, são e eles querem que continuem a ser únicas e nacionais e, por isso mesmo, uma arena manipulável e manipulada para negociatas e para a promoção da parvoíce e da mediocridade. Enquanto não tivermos uma lei eleitoral descentralizada, que permita que os eleitores das ilhas, do norte, do sul e do centro do país elejam os seus deputados próprios, a que se juntam depois os deputados eleitos numa lista nacional remanescente, vamos ter eleições europeias que constituem uma vergonha em termos de participação eleitoral.
Lembremos a abstenção, sempre a crescer, registada nas europeias em termos globais nacionais:
1987 – 27,6%
1989 – 48,9%
1994 – 64,5%
1999 – 60,1%
2004 – 61,4%
2009 – 63,2%

2014 – 66,2%
Em termos regionais, no caso concreto na Madeira – e é lamentável que ninguém reclame a mudança da lei eleitoral vigente em Portugal, que pode ser alterada, para que os eurodeputados nacionais deixem de ser eleitos numa negociata partidária em listas nacionais, muitos deles impostos pelas elites distritais ou pela estrutura dirigente - a abstenção nas europeias também está sempre a crescer, em termos globais como podemos constatar:
1987 – 33,0%
1989 – 43,3%
1994 – 50,4%
1999 – 55,3%
2004 – 54,1%
2009 – 59,8%
2014 – 66,1% (LFM)

Será outra "mentira" segundo a cartilha da propaganda da geringonça?

fonte: Jornal de Negócios