domingo, junho 16, 2024

Nota: porque acho que Chega e JPP deviam aguardar até Março de 2025


Resolvi escrever um pequeno texto, libertando-me de qualquer vínculo partidário - acreditem as pessoas se quiserem ou não - e tentando ser pragmático e sério na abordagem do tema, sem especulações ou derivas "amarradas" seja ao que for. Falo do motivo porque acho que nem JPP nem Chega deviam votar contra o programa de governo e que deviam ser seguidos nessa lógica pelo PAN e pela IL. Vou enumerar alguns itens que pretendo sustentem a minha lógica de análise, que obviamente é apenas decorrência de uma opinião pessoal num contexto político, parlamentar, social, económico de que não há memória na Madeira:

1 - O PSD-M já devia ter afirmado - mas como sempre alguns erros comunicacionais que o fragilizam e alimentaram a especulação e a dúvida junto das pessoas - que não teme eleições antecipadas, embora valorizando a ideia essencial de que os madeirenses estão fartos de eleições e que não estão dispostos a serem usados em jogos partidários pouco claros e alguns deles pouco sérios. E que os partidos não precisam de sacrificar os interesses da RAM, mais imediatos – caso de um orçamento para 2024, com retroactividade a Janeiro de 2024 nalguns domínios e rubricas, apenas possível, com um governo regional devidamente legitimado para o fazer – e não com um governo derrubado ou em gestão.

2 - Nunca percebi a lógica do PSD-M que passou uma campanha eleitoral sem ter a coragem de assumir perante as pessoas um compromisso inequívoco de combate a toda e qualquer forma de corrupção na vida pública, tenha ela a natureza que tiver. Também não percebo o receio do PSD-M em assumir o combate à pobreza como uma prioridade programática em vez de andar a divagar em torno do tema atolando-se em conversas da treta desvalorizadoras de uma realidade cada vez mais presente na sociedade, seja ela regional, nacional ou europeia.

3 - Não entendi até hoje que tipo de negociações - se é que as houve - existiram entre o PSD-M e os demais partidos da oposição, com quem e porque falharam, se for caso disso. Era sabido que depois daquela encenação - o que dirá o eleitorado madeirense a tudo isso - protagonizada por PS e JPP, um dia depois das eleições, mesmo sabendo que tudo não passou de foguetes de pólvora seca, PSD e CDS, por forma do acordo, tinham apenas 21 votos a favor do programa de governo, quando eram necessários pelo menos 24. Acham mesmo que um programa de governo com umas "pinceladas" retiradas de propostas veiculadas pela oposição não socialista na campanha eleitoral, resolvia o assunto? Mas será que vivem na terra, que têm os pés bem assentes na terra? Ou andam na lua, divagando, sonhando com soluções impossíveis e condicionando ou manipulando os factos e a realidade?

4 - Com 21 votos (PSD + CDS) de um lado e 20 votos (PS e JPP) do outro, e com PAN e IL (2 votos) a não poderem resolver nada, pelo menos de forma decisiva, resta o Chega com os seus 4 deputados a tentar assumir o papel decisivo. Foi o eleitorado que votou nessa solução da direita radical, foram os madeirenses que acharam "piada" a essa solução (pese o crescimento de apenas pouco mais de 500 votos entre 2023 e 2024) e de eu acreditar que agora começam a perceber o "quadro" que nada tem a ver com a teoria.

5 - É óbvio que o PS e o JPP utilizam a minoria que têm no parlamento (20 deputados) para irem a reboque do Chega (4 deputados), porque sabem que sem o Chega a votar contra, o governo social-democrata não cairia. E fazem isso descaradamente, nem precisam de disfarçar o que pensam e com o que contam, na medida em que sabem, tal como o PSD-M sabe, que o Chega anunciou há muito a recusa em votar a favor, não do programa de governo, nem de um governo do PSD - indiscutivelmente o vencedor das eleições nas urnas, algo que cada vez mais conta menos na política - mas de Miguel Albuquerque. E o JPP sabe se vai manter em próximas eleições os mesmos votos e deputados? Duvido imenso. E tem a certeza do que dirão os eleitores ao "negócio" político e parlamentar feito com o PS, em menos de 24 horas, quando parece óbvio, pela leitura dos resultados, que os eleitores votaram no JPP e não no PS que apenas aumentou 137 votos comparativamente às regionais de 2023?

5 - Porque acho que Chega e JPP não deviam votar contra o programa de governo, mesmo que tenham, e obviamente que terão, naturais divergências, motivos de queixa e diferenças ideológicas substanciais com o PSD e sobretudo com Albuquerque? Em primeiro lugar é óbvio que o PS-M, sistematicamente derrotado nas urnas - e voltará a ser derrotado em novas eleições - não consegue em campo o que quer obter na secretaria, ou seja, governar sem ganhar eleições, arrastando debaixo da asa os partidos que forem necessários a uma maioria parlamentar e estiverem disponíveis a alinhar na palhaçada. O PS-M, que se coloca num patamar superior face aos demais partidos da oposição, não teve dificuldade em convencer o JPP em alinhar na sua estratégia, dando corpo àquela coligação, anunciada um dia depois das eleições, mas que eu acho que Paulo Cafofo não percebeu - ou se percebeu disfarçou bem e desvalorizou o assunto - o que estava subjacente à anuência do JPP.

Admito que existem afinidades normais entre os dois partidos, que identifico, desde o momento em que Filipe Sousa, então deputado do PS no parlamento regional,  e outros conhecidos militantes socialistas, abandonaram o PS-M por divergências que, recordo-me muito bem, tiveram origem na gestão da rotatividade dos deputados eleitos. Se tiverem dúvidas basta consultarem os jornais da época, está lá tudo! E por falar em oportunismo político, o que dizer do anúncio de Cafofo de que o PS-M avançará com uma moção de censura ao governo de Albuquerque? Para tirar protagonismo ao JPP? Para neutralizar o Chega, diabolizar a direita radical, mas rogar aos santos e aos pecadores a obtenção dos seus votos contra, sem os quais nada feito?

7 - Qual seria a alternativa mais plausível na lógica desde meu texto de oposição? Votar um programa de governo, neste quadro político regional, significa tudo e o seu contrário. Um partido que se abstenha na votação de um programa de governo - e o parlamento regional reúne para discutir e votar programas de governo, não o estatuto de arguido seja de quem for - isso não significa que dá a anuência ao documento, que não passa de um mero rol de intenções ou enumeração de compromissos que, depois são consubstanciados nos orçamentos e planos de investimentos - esses sim, verdadeiramente os documentos-chave de uma governação e de uma Legislatura e sujeitos a discussão e votação pelos deputados, na generalidade e na especialidade. Sem a queda do programa do governo teríamos um governo regional, sempre amarrado de curto pelo parlamento, e movendo-se no trapézio, com legitimidade para apresentar urgentemente um orçamento para o que resta de 2024 - e não tentem desvalorizar hipocritamente a gestão por os duodécimos, porque uma coisa são as tiradas com muita partidarite à mistura e sem lógica subjacente, outra cosia é a realidade de uma governação aos solavancos dos duodécimos. E eventualmente avançar com uma primeira proposta de orçamento regional para 2025. Depois de aprovada a proposta orçamental para 2024, "normalizando" a situação que há muito deveria estar normalizada, nada impede que os partidos da oposição refaçam as suas agendas políticas e parlamentares e, a partir de Março de 2025 - ano de eleições autárquicas! - avancem com iniciativas destinadas a fazerem o que perigosamente anunciam que farão agora sem medirem as consequências, em meu entender. Os Madeirenses - que votaram nas regionais de Setembro de 2023, nas legislativas de Março de 2024, nas regionais de Maio de 2024 e nas europeias de Junho de 2024 - vão aceitar tudo isto de ânimo leve, vão ser cúmplices deste massacre eleitoral e deste consequente impasse político e governativo que penaliza a região e o seu povo, sem reagirem depois, quando tiverem oportunidade disso?

8- Lembram-se o que aconteceu nas regionais de 2019 e nas legislativas nacionais de 2022, depois das eleições que levaram a geringonça de esquerda ao poder em 2019? Depois do PS de António Costa ter assumido a liderança e os louros (?) dessa geringonça, o que aconteceu em Março de 2022, quando o PS de Costa obteve uma maioria absoluta e quase arrasou nas urnas os seus parceiros de coligação? E lembram-se do que aconteceu em 2019 na Madeira quando o PS apostou na bipolarização - algo que fez, e falhou, nas regionais de 2024 - e deu cabo de todos os demais pequenos partidos da oposição? É com essa bipolarização que o PS-M volta a sonhar. Por mim, que fique claro, eleições antecipadas teriam dois desfechos que tenho como adquiridos: PCP e Bloco voltariam ao parlamento regional, de onde foram afastados injustamente, vítimas do voto útil, que em Maio de 2024 beneficiou o JPP e não o PS, e o PSD-M recuperaria alguns milhares de eleitores que votaram no JPP, na convicção de que desta vez não existiriam campanhas internas vergonhosamente implementadas (e não vou desenvolver mais este assunto...) de apelo ao voto útil no JPP para "castigarem" o Albuquerque só porque este ganhou as directas!

9 - Afinal Miguel Albuquerque é acusado do quê? A Assembleia Legislativa da Madeira e o Conselho de Estado já receberam do Ministério Público, ou qualquer Tribunal,  algum pedido do levantamento da imunidade parlamentar para que Albuquerque seja legalmente ouvido e preste declarações, ficando ele próprio a conhecer as acusações que existem contra ele? A atribuição do estatuto de arguido condena alguém? O Chega ao pretender afastar Albuquerque só porque acha que é culpado de alguma coisa em abstrato, sem fundamentos judiciais para o fazer, não está a correr o risco de ver que atitudes iguais sejam depois tomadas contra militantes ou dirigentes seus que a seu tempo serão confrontados - alguns já o foram - com problemas com a justiça? O Chega faz a apologia da condenação de uma pessoa na praça pública, sem que a mesma seja formalmente acusada, julgada e condenada por quem de direito? Nunca vi o Chega reclamar medidas tão radicais contra autarcas, por exemplo que mesmo arguidos continuam em funções. Não é arriscado para o Chega, que apenas aumentou cerca de 500 votos entre as regionais de 2023 e as de 2024, beneficiando do voto útil de eleitorado social-democrata, radicalizar as suas posições com base nestes pressupostos? Que fique claro: se o MP ou algum Tribunal solicitar o levantamento da imunidade de Albuquerque, o parlamento regional tem a obrigação de o fazer e Albuquerque o dever de solicitar ao Conselho de Estado que seja feito o mesmo. Quanto a isso nenhuma dúvida. Mas até que isso aconteça com que direito apontam o dedo ou lançam a suspeição contra quem quer que seja? E, já agora, a colagem do Chega ao PS na Assembleia da República não será uma das causas políticas - deliberadamente escondidas - para a queda eleitoral do Chega nas europeias?

10 - Finalmente, e sem perder tempo com as "marcelices" tontas de uma pessoa instável, com uma imagem em queda, que tenta desesperadamente disfarçar situações em que alegadamente estará acusado no quadro da sua função - e que usou com celeridade a dissolução de três parlamentos originando as crises que de uma maneira geral estão à vista de todos ou em banho-maria, aguardando apenas uma melhor oportunidade... - gostaria de saber se o Representante da República na Madeira vai deixar que acentuem a sua inutilidade institucional, deixando que os madeirenses se convençam que se trata de uma figura usada por uns e por outros, conforme as conveniências, ou se vai dar um murro na mesa, com a legitimidade dos seus mais de 80 anos de idade, e em defesa da sua dignidade institucional vai esclarecer os madeirenses, caso o GRM seja derrubado no parlamento, do que se passou nas audiências concedidas em São Lourenço. E porque digo isto? Quando Irineu Barreto convidou Albuquerque a formar governo, fê-lo, incompreensivelmente, com uma excessiva pressa, pressionando os partidos e retirando-lhes espaço para eventuais negociações.

Recordo a notícia de 28 de Maio de 2024, segundo a qual o representante da República para a Madeira, "anunciou que ia indigitar Miguel Albuquerque (PSD) como presidente do Governo Regional, considerando que a solução conjunta de PS e JPP "não tem qualquer hipótese de ter sucesso". Ireneu Barreto explicou que a indigitação se devia ao facto de considerar que Albuquerque "terá todas as condições de ver o seu programa aprovado na Assembleia Legislativa".

Perante os factos e o desfecho mais previsível, caso não tenhamos um ainda possível e recomendável recuo estratégico de alguns dos protagonistas deste complicado processo, que garantias teve afinal Irineu Barreto, e dadas por quem, de que o programa de governo regional seria aprovado no parlamento? Ou foi apenas uma perigosa dedução pessoal? Confesso o meu interesse em saber o que ele tem a dizer sobre esta situação, aliás recomendando que oiçam atentamente o comentário de Marcelo quando confrontado pelos jornalistas com a opção do Representante da República... (LFM)

 

Nota final: o PSD-Madeira do que não pode nem deve ter qualquer receio, aconteça o que acontecer, é de eleições antecipadas, embora se esse desfecho se confirmar, deve reunir urgentemente os seus órgãos dirigentes - eleitos num contexto diferente do que existirá em caso de recusa do programa de governo e queda do governo - e debater tudo o que deve ser debatido, sem tabus, sem  constrangimentos, sem receios, porque o partido é um coletivo que tem que ser símbolo de liberdade, mesma na divergência de opiniões.

quarta-feira, junho 05, 2024

Nota: Situação política também é desafio ao JPP e ao Chega

Hoje - limitando-me a fazer uma análise sem qualquer outra intenção subjacente - vou abordar o posicionamento e os desafios que são colocados quer ao JPP quer ao Chega, no actual contexto da política regional, ressalvando obviamente  o facto de se tratem de partidos que se encontram, nos antípodas da política.

Desde logo divido esta apreciação preliminar em duas partes:

a) uma primeira, a mais imediata, que reconhece a necessidade de dotar a RAM de um orçamento, ainda este ano de 2024, algo que só será possível com um governo regional devidamente autorizado para esse efeito e não atirado para mais uma situação de impotência institucional, porque atirado para a gestão corrente, por um período de seis ou mais meses. Esse governo  só será possível por via da aprovação do seu programa no parlamento regional. Não há voltas a dar. Reafirmo que eu acho, sempre achei, que os programas de governo são uma espécie de carta de intenções que transporta para o texto final as promessas eleitorais, muitas vezes não limitadas apenas ao partido mais votado nas eleições. Por isso valem o que valem no imediato. Os orçamentos e os planos de investimento, posteriormente, é que são as verdadeiras "bíblias" da governação e das suas prioridades, pretexto óbvio para o confronto entre poder e a oposição assente, ou não, num processo negocial que nem sempre é fácil. Não acredito que os partidos queiram atirar a RAM para  uma crise política, prolongando a agonia institucional em que se encontra desde Fevereiro, submetendo-a a um novo período de gestão governativa, sem orçamento, funcionando em regime de duodécimos, com tudo o que de negativo isso implica. Por uma razão muito simples: se o governo de Albuquerque cair, depois de ter andado entre Fevereiro e Junho deste ano em gestão institucional, e não havendo uma alternativa plausível, isso significa que teremos eleições regionais seis meses depois das anteriores. Ora como não acredito que convoquem eleições em Dezembro, época natalícia, com muita tradição na Madeira - embora as eleições sejam possíveis a partir de 26 de Novembro - teríamos a Região mergulhada, de novo, numa indefinição até meados de Janeiro do próximo ano, sem orçamento para 2024 e, pior do que isso, apenas podendo contar com o orçamento de 2025 lá para Março ou Abril do próximo ano, considerando a eventualidade de um contexto de crise como o descrito.

Portanto há hoje enormes desafios que se colocam, a todos os partidos, com particular referência ao JPP e Chega - partidos que obviamente estão nos antípodas a todos os níveis mas que se cruzam porque reconhecidamente beneficiaram de transferências de eleitores do PSD, sem que isso signifique, longe disso a conquista em definitivo desse eleitorado.

b) a segunda parte deste enquadramento preliminar parte do pressuposto de um programa de governo aprovado - e nem é preciso votar a favor - sobretudo por via da abstenção que parece ser, para a oposição regional não radicalizada nem ressabiada, a atitude que nesta altura me parece a mais recomendável, abrindo assim  caminho a um orçamento para os últimos meses de 2024, algo que apenas acontecerá, em situações normais, lá para Julho. O foco, é sabido, vai centrar-se obviamente em Novembro, quando o governo regional tiver que apresentar ao parlamento regional o plano de investimentos e proposta de orçamento para 2025. Aqui reside o primeiro grande desafio, a todos, ao poder e à oposição, naquele que poderá ser, provavelmente, um dos mais complexos processos de negociação político-parlamentar regional que, por exemplo, e ressalvando as diferenças, foi possível nos Açores onde um orçamento regional para este ano foi aprovado apenas com o voto contra do Bloco de Esquerda, apesar de existir um governo minoritário e termos partidos que olham com desconfiança para o executivo de Bolieiro. Funcionou o pragmatismo numa região também saída de eleições regionais antecipadas recentes.

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Feita esta introdução, e deixando o PS de lado - porque insiste em reclamar para si o estatuto de alternativa ao PSD, só por ser a segunda força mais votada, mas que não consegue construir nada de concreto sem ir a reboque de terceiros (insisto que nem Paulo Cafofo nem os socialistas, no desespero, perceberam devidamente que aquela proposta de alegada alternativa política, apresentada pelo PS e subscrita pelo JPP, e entretanto desfeita, não garantia a liderança desse projecto aos socialistas e a Cafofo, mas um dia Elvio Sousa vai certamente clarificar, de uma vez por toda, essa "dúvida"...) - acho que seria importante "provocar" o JPP e o Chega a repensarem, neste quadro e neste  contexto, o seu posicionamento para que não construam junto do eleitorado uma imagem de que são partidos de protesto vocacionados para o bloqueio da Madeira, eventualmente sendo responsabilizados, caso se chegue  a essa situação extrema, por uma eventual crise institucional e governativa.

terça-feira, junho 04, 2024

Nota: corrupção e corruptos são uma bandalhice sem bandeira

Toda a corrupção é um crime, seja ela na política, nas empresas, nos negócios entre familiares, na banca, no desporto, etc. A Madeira ou Portugal não são excepção. A condenação tem que ser a mesma, enérgica e inequívoca. Não há corruptos bons nem corruptos maus, não há corrupção melhor ou corrupção pior. É tudo corrupção, protagonizada por gatunos sem escrúpulos, se quiserem, por uma corja de bandalhos que se julgam impunes e imunes. Combater a corrupção, tenha ela a natureza que tiver, é uma causa, uma obrigação, um dever de partidos políticos e de políticos. Quem assim não pensar e se comportar é indigno de estar na política e nos partidos políticos, enquanto entidades de interesse público, essenciais a qualquer sistema democrático. Corrupção é uma gangrena, uma doença que se não for neutralizada, pode espalhar-se. Mas a corrupção na política ou fora dela, não tem apenas uma bandeira ou um partido, ou uma empresa, um banco, um clube, um fundo ou uma religião. A corrupção é transversal, não tem cor nem cara. Os bandalhos que optam por esse caminho tem que ser investigados, acusados, julgados e condenados se for caso disso, tudo com base em factos, na verdade e não em indícios depois não provados. Mas esta minha forma de pensar não me permite tolerar nem julgamentos na praça pública, incentivados sabe-se lá por quem, a mando de quem e com que propósitos e intenções, nem muito menos tolerar palhaçadas a coberto de "novas informações" que apenas escondem a existência de lobbies de pressão e de especulação que também se movem neste domínio, alegadamente a combater o que todos querem que se combata, corruptos e a corrupção. Mas no local próprio, nas instituições judiciais, e com base na lei e nos procedimentos constitucionais, jurídicos e legais correctos. Não com a bandalheira desregulada das redes sociais onde, sob a capa do anonimato, corruptos e ladrões viram santos ou denunciam...corruptos e ladrões (LFM)

Pinto da Costa deixa oito mil euros a Villas-Boas para pagar contas de 15 milhões no FC Porto

Novo presidente tem de resolver graves problemas de tesouraria deixados pela ex-administração da SAD. Todos os dias aparecem contas antigas por pagar. Caótica é a palavra certa para descrever a situação financeira do FC Porto herdada por André Villas-Boas, assim que assumiu a liderança da SAD, no dia 28 de maio, apurou o Correio da Manhã. Os danos são imensos e o dinheiro não existe para pagar contas antigas. Fonte próxima do processo conta ao CM que só de encargos relativos ao mês de maio, a SAD tinha de pagar 15 milhões de euros.

Super Sondagem: A coligação conservadora da UE está a perder força?

De acordo com as sondagens da Euronews, uma coisa parece certa: após as eleições de 6 a 9 de junho, o Parlamento Europeu terá uma clara maioria de direita. Além disso, as forças do campo conservador - desde o centro-direita à extrema-direita - terão de ultrapassar profundas clivagens e contradições entre si para formar uma aliança funcional. Entretanto, os grupos conservadores dificilmente conseguirão unir as suas forças numa coligação forte. Os partidos socialistas têm vindo a registar um crescimento ligeiro e constante desde há três meses, enquanto os liberais-democratas do Renew estão em declínio acelerado. Por último, uma curiosidade mais do que um dado político: os únicos países onde se espera que a extrema-direita tenha um resultado insignificante são o Chipre, Luxemburgo e Malta.

Pedimos a Boyd Wagner, analista-chefe do Centro de Sondagens da Euronews, para nos ajudar a compreender melhor os resultados da nossa última Super Sondagem em nove países representativos da UE.

Euronews: Na Alemanha, a maior economia da União Europeia, os democratas-cristãos (CDU) estão a liderar as sondagens. Como é que comenta esta situação?

Wagner: O PPE (Partido Popular Europeu) vai continuar a receber o seu maior impulso da coligação alemã, do grupo alemão, da CDU e da CSU (Democratas-Cristãos da Alemanha e da Baviera, respetivamente). Prevemos que se situem em cerca de 30%. Deverão ultrapassar o limiar dos 30% na Alemanha na próxima semana. E isso deverá ser um grande boom para o grupo do PPE.

Operação Babel: ex-'vice' de Gaia e mais 15 arguidos de dezenas de crimes económicos

A Operação Babel centra-se na suposta viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em favor de promotores associados a projetos de elevada densidade e magnitude. Em causa estão interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros, mediante a oferta e aceitação de contrapartidas de cariz pecuniário. O Ministério Público (MP) acusou 16 arguidos na Operação Babel de dezenas de crimes económicos, incluindo o antigo vice presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia Patrocínio Azevedo, o empresário Paulo Malafaia e Elad Dror, fundador do grupo Fortera.

Segundo a acusação do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional do Porto, com quase mil páginas, e a que a agência Lusa teve hoje acesso, estão também acusados neste processo o advogado João Lopes, Luísa Aparício, à data dos factos dirigia a Direção Municipal de Urbanismo e Ambiente da Câmara de Gaia, distrito do Porto, um economista espanhol e 10 sociedades, a maioria pertencente ao Grupo Fortera, com capitais israelitas e ligado aos negócios e à promoção imobiliária.

A Operação Babel centra-se na suposta viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em favor de promotores associados a projetos de elevada densidade e magnitude, estando em causa interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros, mediante a oferta e aceitação de contrapartidas de cariz pecuniário.

Consultora que (agora) gera dúvidas a Pedro Nuno celebrou 55 contratos com Governo de Costa

No fim de semana, Pedro Nuno Santos levantou dúvidas sobre a atuação da consultora envolvida no Plano de Emergência da Saúde, levando Montenegro a esclarecer que a IQVIA Solutions tem trabalhado com o Ministério da Saúde nos últimos anos. Uma investigação do Página Um revela esta segunda-feira que o anterior Executivo celebrou 55 contratos com empresas deste grupo.

Durante a governação de António Costa o Estado terá celebrado 55 contratos públicos na área da Saúde com empresas do grupo IQVIA Solutions, a mesma consultora envolvida na elaboração do Plano de Emergência da Saúde do atual Executivo, revela uma investigação do Página Um. Em causa estão 55 contratos públicos no setor da Saúde, quase todos por ajuste direto, e que totalizam cerca de 2,1 milhões de euros. Recorde-se que, no fim de semana, Pedro Nuno Santos levantou dúvidas sobre a atuação desta consultora, levando Luís Montenegro a esclarecer que a IQVIA Solutions tem trabalhado com o Ministério da Saúde nos últimos anos, e não apenas com o Governo da AD.

Tal esclarecimento levou Marta Temido, antiga ministra da Saúde, a afirmar “não ter memória” de contratações com esta consultora nos governos que integrou. Mas a investigação do Página Um revela que houve 55 contratos públicos assinados com este grupo, a maioria com a IASIST Portugal, uma empresa-irmã da IQVIA. Já esta segunda-feira, questionada pelos jornalistas sobre estes contratos, Marta Temido esclareceu:

Sondagem: Europeias. PS é favorito, mas vantagem sobre a AD é cada vez mais curta

Chega, Iniciativa Liberal e Livre devem estrear-se no Parlamento Europeu. BE perde um dos seus deputados. CDU em risco de passar de dois para zero eleitos. O PS de Marta Temido leva vantagem na corrida ao Parlamento Europeu, mas está em perda (30,6%), enquanto a AD de Sebastião Bugalho está a crescer (26,6%), de acordo com uma sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF. O Chega mantém o terceiro lugar, mas também perde gás (15,5%). Seguem-se IL (7,5%), BE (6,3%), Livre (5,2%), CDU (3,5%) e PAN (1,6%).

À entrada para a última semana de campanha das europeias, e ainda que os socialistas continuem a ser os favoritos, nada está decidido. Há vários indicadores que apontam para a incerteza do resultado. Desde logo, a margem de erro, que é de mais ou menos 3,5%. Significa isto que o pior resultado possível do PS (27,1%) fica abaixo do melhor que se projeta para a AD (30,1%). Mas há outros dados a ter em conta: uma sondagem é sempre uma fotografia do passado e, neste caso, o trabalho de campo já decorreu entre 17 e 22 de maio. Acresce que havia 8% de indecisos.

No entanto, e se os resultados que a sondagem da Aximage projeta se confirmarem nas urnas, teremos três partidos em estreia no próximo Parlamento Europeu: o Chega, que poderá eleger até quatro deputados, a Iniciativa Liberal e o Livre, ambos com um deputado. Ao contrário, a CDU ficaria de fora (em 2019 elegeu dois). O PS teria oito (agora são nove), a AD somaria seis (o PSD elegeu seis e o CDS um em 2019) e o BE um (atualmente são dois).

Sondagem: Portugueses querem mais poder para a UE mas hesitam sobre um Estado federal

Uma grande maioria dos portugueses concorda que se deve entregar mais poderes à União Europeia (UE), incluindo matérias como a Educação (62%) ou Negócios Estrangeiros (70%), segundo uma sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF. Querem uma força militar europeia de reação rápida (77%) e defendem as restrições que trouxe o Pacto para as Migrações e o Asilo (72%). No entanto, quando confrontados com a hipótese de um Estado federal, o entusiasmo é menor (46%).

Os resultados da sondagem mostram que a população portuguesa é europeísta. E que está disponível para que sejam cedidas a Bruxelas cada vez mais competências. Incluindo nas áreas da soberania, como a política externa ou a Defesa. Mas, uma coisa é concordar com o reforço dos poderes, outra é chegar ao ponto de a transformar num Estado federal. 

Saída da UE é residual

Quando confrontados com a possibilidade de o processo de integração evoluir para uma espécie de “Estados Unidos da Europa”, continuam a ser maioritárias as vozes que defendem essa via (46%), mas há 38% que, entre uma Europa federal e a devolução de competências e soberania aos países, optaria por recuar (38%). O número dos que defendem a saída da UE é residual (5%). Uma das áreas que mereceram atenção nos debates entre candidatos foi a defesa e a segurança da Europa. Um tema central desde a invasão da Ucrânia pela Rússia. Os cidadãos estão alinhados com uma estratégia comum na UE: 80% concordam com a criação de um fundo comum que financie o investimento nas indústrias de Defesa; e 77% apoiam uma força militar europeia de reação rápida dos 27. Sendo que poderão passar a 29, uma vez que 65% defendem a adesão da Ucrânia e da Moldávia, países cujo processo está mais avançado.

Subsídio social de mobilidade “custou” 489 ME até 2022

De acordo com a Conta de Estado, publicada em maio, só em 2022 a República teve de suportar 113,5 milhões de euros referente a este apoio. Em oito anos, o subsídio social de mobilidade custou aos cofres do Estado perto de 500 milhões de euros, segundo os dados consultados pelo Açoriano Oriental. Só em 2022, as transferências da República ascenderam aos 113,5 milhões de euros, o valor mais alto desde que o apoio aos residentes... (Açoriano Oriental)

Nota: o lixo é lixo em qualquer lado!

Não vou emitir juízos de valor, porque cada um os deve fazer como entender e se entender. Mas não é de estranhar certas notícias - que nada dizem de novo relativamente a uma entrevista feita há quase um ano (e que afinal terá sido uma conversa informal indevidamente publicada...), apimentadas com situações publicadas em Janeiro deste ano - publicadas hoje com destaque em primeira página, no mesmo dia em que Miguel Albuquerque apresenta o novo Governo Regional? De facto, há coincidências e "coincidências". E há comportamentos que justificam facilmente os motivos por que temos uma crise na comunicação social, porque há jornais falidos ou em  vias disso, sem tiragens dignas de registo, porque há infelizmente ameaças de desemprego, que não explicam, certas motivações especulativas e podemos também suspeitar dos pilares de certas posturas "jornalísticas" que nada trazem de novo, apenas usam situações já relatadas, na esmagadora maioria sem provas adicionais, sem provas confirmadas e sem que alguém formalmente tenha sido acusado seja do que for.

Durante anos o Correio da Manhã e  a CMTV eram os bombos da festa, criticados, atacados duramente por um jornalismo alegadamente sensacionalista, especulativo, assente em fugas de informação e no pretenso atropelo ao segredo de justiça, e a pensar nas primeiras páginas, nas vendas e na especulação. Metia dó esses ataques quase diários. Criou-se uma ideia em torno daqueles dois meios de comunicação social de que não passavam de "lixo" jornalístico. O mundo de facto dá muitas voltas e temos hoje o CM e a CMTV no topo das vendas e das audiências  e a lançar canais televisivos novos, enquanto outros, os tais "puros" se arrastam penosamente pelas ruas da amargura, porventura à espera do golpe final, repetindo o tal jornalismo de "lixo" que airosamente apontavam a outros. Agora os tempos são de "obrigar" o poder público a apoiar a comunicação social, algo que no passado foi arma de arremesso, mas que hoje se tornou numa necessidade urgente para garantir a sobrevivência, No meu caso com uma diferença de coerência: sempre defendi e nunca diabolizei esse apoio. E mais, sempre entendi que os "perigos" que possam advir desse apoio estatal são os mesmos ou até menos perigosos que a dependência da comunicação social de grupos económicos e financeiros, incluindo os sempre fundos abutres que por aí andam, todos eles com os seus interesses, ramificações, dependências objectivos e formas de actuação bem piores (LFM)

domingo, junho 02, 2024

Sondagem: Portugueses castigam Marcelo com a pior avaliação de sempre

Não há registo de uma tão vincada impopularidade do presidente da República. No regresso dos barómetros políticos trimestrais da Aximage para o JN, DN e TSF, recebe quase duas avaliações negativas (60%) por cada nota positiva (32%). Pior ainda: quando se compara Marcelo Rebelo de Sousa com os líderes dos nove maiores partidos, só André Ventura está pior. A última vez que se pediu a opinião dos portugueses sobre o presidente da República, em abril passado, o saldo (diferença entre notas positivas e negativas) foi positivo. Dois meses depois, não só é negativo, como é a pior avaliação de que há registo nesta série de barómetros, iniciados em junho de 2020: 28 pontos de saldo negativo.

Em abril passado, percebeu-se que havia dois segmentos que mantinham Marcelo no verde: as mulheres (nos homens a avaliação já era negativa); e os eleitores da AD (entre os restantes já tinha caído em desgraça, incluindo os socialistas, que foram, durante os últimos anos, a trave-mestra da sua popularidade). Neste mês de junho, o saldo é negativo em todos os segmentos da amostra (regiões, género, idades, classe social). A debandada inclui até os eleitores da AD (défice de 21 pontos).

Sondagem: Não há quem faça pior que Ventura: dois terços dão-lhe cartão vermelho

Líder do Chega tem a pior avaliação entre os vários líderes partidários. Luís Montenegro (PSD) está no topo das preferências. Rui Tavares (Livre), Pedro Nuno Santos (PS) e Rui Rocha (IL) também estão no verde. André Ventura é o pior dos líderes partidários, de acordo com o barómetro político da Aximage para o JN, DN e TSF, que lhe atribui um saldo negativo de 33 pontos (diferença entre notas positivas e negativas). No polo oposto está o líder do PSD, Luís Montenegro, com um saldo positivo de 25 pontos. Rui Tavares (Livre), Pedro Nuno Santos (PS) e Rui Rocha (Iniciativa Liberal) também arrancam no verde nesta nova série de avaliações. Os restantes estão no vermelho. O barómetro deste mês de junho tem uma novidade relativamente ao último ciclo político: em outubro do ano passado, a última vez que se pediu uma avaliação aos líderes partidários, estavam todos com saldo negativo. Neste mês de junho, os portugueses estão bastante mais generosos com a generalidade dos políticos, ao ponto de haver quatro que conseguem saldo positivo. Mas há dois que se destacam pelas piores razões.

Veneza proíbe colunas de som a e limita os grupos turísticos a 25 pessoas


Segundo a notícia da BBC, estas novas medidas foram introduzidas para limitar o impacto do excesso de turismo na cidade italiana. Veneza introduziu também uma  taxa de entrada diária de 5 euros no início deste ano. O excesso do turismo é um dos atuais problemas da cidade italiana que tem uma população de cerca de 250 mil pessoas e recebeu mais de 13 milhões de visitantes em 2019.

Segundo a BBC, Veneza “tem visto um êxodo de residentes locais por temores de que os turistas possam sobrecarregar a histórica cidade-ilha”. Neste momento, a cidade tem cerca de 49 mil camas para turistas, sendo mais do que o número disponível para os residentes, diz a associação Ocio, um coletivo de habitantes e investigadores de Veneza que avalia a situação residencial da região. As novas medidas implementadas surgiram, devido ao alerta da Unesco que a cidade poderia ser adicionada a uma lista de locais do património mundial em perigo (DN-Lisboa)

Estas são as 25 melhores companhias aéreas do mundo. TAP está entre as 15 melhores

Ranking foi criado pela agência de classificação de produtos e segurança da aviação AirlineRatings.com, que diferenciou as escolhas entre "companhias premium" e "low-cost". Ao planear uma viagem, não pode garantir que o voo não se atrase, que a sua mala não desapareça ou que não tenha um vizinho de lugar que transforme a experiência num pesadelo. Mas pode aliviar o seu desconforto quando as coisas correm mal, escolhendo uma marca de companhia aérea em que confia. As viagens na Qatar Airways nem sempre correm como esperado - 12 pessoas ficaram feridas depois de um voo de Doha para Dublin ter sido atingido por uma turbulência - mas a companhia aérea ocupa sempre um lugar de destaque nas classificações globais das companhias aéreas.

Agora, depois de ter cedido a sua coroa em 2023 à Air New Zealand, a transportadora catari foi mais uma vez nomeada a melhor companhia aérea do mundo pela agência de classificação de produtos e segurança da aviação AirlineRatings.com, sediada na Austrália. Os prémios anuais Airline Excellence Awards avaliam as transportadoras com base em 12 critérios que incluem a classificação da segurança e dos produtos, a idade da frota, a rentabilidade, os incidentes graves, a inovação, as encomendas futuras da frota e as opiniões dos passageiros provenientes de várias fontes. O painel de jurados de cinco editores, liderado pelo editor-chefe da AirlineRatings.com, Geoffrey Thomas, tem mais de 100 anos de experiência no sector.

Venezuela anula convite à UE para enviar observadores às eleições presidenciais

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anulou o convite à União Europeia (UE) para enviar uma missão de observação às eleições presidenciais de 28 de julho, informou o seu presidente, Elvis Amoroso. A decisão foi justificada com a ratificação de sanções pelos europeus a membros do governo e do partido governante. "O Poder Eleitoral revoga e deixa sem efeito o convite que estendeu a toda a UE para que participasse através de uma missão de observação", assinalou Amoroso, quando faltam dois meses para as eleições e pouco depois de o presidente do parlamento, Jorge Rodríguez, ter solicitado esta anulação O CNE tomou esta decisão "baseado" no exercício da sua "soberania" e considerando o "incalculável dano patrimonial que se causou ao povo [pelas sanções], afetando a saúde de crianças e idosos", disse o presidente da organização, apesar de as medidas aplicadas pela UE serem estritamente pessoais, pelo que não afetam empresas estatais nem bens públicos venezuelanos que afetem a população em geral. Não obstante, insistiu em que as sanções impedem "o acesso a medicamentos e alimentos, além de afetarem a educação, o desporto, a economia, restringirem os empresários, a aquisição de matérias-primas e produtos intermédios necessários à indústria nacional, limitando ainda o exercício e o princípio da liberdade económica e a sua contribuição para o desenvolvimento da nação".

Um em cada quatro portugueses tem dificuldade em pagar as contas

No contexto atual, após uma pandemia que impactou diretamente a vida financeira dos portugueses e em que o número de portugueses em risco de pobreza aumentou, um estudo recente vem mostrar um cenário não muito idílico sobre as finanças dos portugueses. De acordo com o estudo “Bem-Estar Financeiro em Portugal: Uma Perspetiva Comportamental”, desenvolvido pelo Doutor Finanças, em parceria com a Laicos – Behavioural Change, um em cada quatro portugueses tem dificuldades em pagar as contas e cumprir as suas obrigações financeiras:

“O sobreendividamento está associado a comportamentos de consumo descuidados e imprudência financeira, sendo também uma fonte frequente de estigma social e preconceito, o que coloca mais pressão sobre as condições de vida das pessoas. Mais de metade dos inquiridos assume ter demasiadas dívidas, com valores muito altos face aos seus rendimento”, explicam no estudo. Os resultados mostram que apenas 22% dos portugueses tem a perceção subjetiva que tem demasiadas dívidas neste momento. Para além disto, 33% dos portugueses considera que os seus encargos mensais associados a prestações de crédito são demasiado altos para os rendimentos dos seus agregados. Para além disso, 27% dos portugueses reporta que tem dificuldades em pagar a suas contas e cumprir as suas obrigações financeiras quando estas são devidas. “Este padrão de resultados evidencia que a maior parte dos portugueses perceciona que não tem um nível de endividamento demasiado elevado. No entanto, existe uma percentagem significativa da população que experiencia uma pressão elevada dos seus encargos com dívidas”, pode ler-se no estudo (Executive Digest, texto do jornalista André Manuel Mendes)


64% dos portugueses têm um baixo conhecimento financeiro

Um recente estudo do Eurobarómetro revelou a preocupante falta de conhecimento financeiro entre os cidadãos portugueses. O estudo, que abordou questões cruciais relacionadas a taxas de juro, inflação e diversificação de risco, revelou que apenas 36% dos participantes conseguiram responder corretamente às três perguntas fundamentais. De acordo com os dados coletados em 2023 e divulgados pela Comissão Europeia, Portugal figura como o penúltimo país com o pior conhecimento financeiro entre os membros da União Europeia.

A importância do conhecimento financeiro não pode ser subestimada, uma vez que está intrinsecamente ligada a métricas fundamentais para a saúde financeira individual e coletiva. Estudos anteriores demonstraram que um maior conhecimento financeiro está associado a uma maior acumulação de riqueza ao longo da vida, maiores retornos de investimento e uma maior capacidade de enfrentar despesas inesperadas. No entanto, a relação entre conhecimento financeiro e bem-estar financeiro é complexa. Enquanto alguns estudos sugerem que um maior conhecimento está correlacionado a um maior bem-estar financeiro, outros apontam para uma relação inversa, indicando que o conhecimento por si só não garante comportamentos financeiros saudáveis.

Além disso, a confiança no conhecimento financeiro parece desempenhar um papel crucial no bem-estar financeiro individual. Estar confiante no próprio conhecimento financeiro pode ter um impacto mais significativo no bem-estar financeiro do que o conhecimento em si. Investimentos em educação financeira e programas de conscientização podem desempenhar um papel crucial na melhoria da literacia financeira e, por consequência, na qualidade de vida financeira dos cidadãos portugueses (Executive Digest, texto do jornalista André Manuel Mendes)

Um em cada três portugueses não conseguiria fazer face a uma despesa inesperada de 2.000 euros no próximo mês

Um estudo divulgado mostra que a maioria dos portugueses tem alguma poupança, contudo, quase metade não tem o suficiente para cobrir despesas durante três meses em caso de emergência. Significa isto que em caso de perda de rendimento, as famílias portuguesas têm desafios adicionais. De acordo com o estudo “Bem-Estar Financeiro em Portugal: Uma Perspetiva Comportamental”, desenvolvido pelo Doutor Finanças, em parceria com a Laicos – Behavioural Change, 22% dos portugueses referiram não ter qualquer tipo de poupança atualmente e 42% afirmou não ter um fundo de emergência que cobriria as suas despesas durante 3 meses em caso de emergência. Adicionalmente, 32% reportaram não conseguir poupar durante os últimos 12 meses. Para além disto, 17% dos portugueses tem a certeza que não conseguiria fazer face a uma despesa de 2.000 euros no mês seguinte e 19% referiram que provavelmente não conseguiriam. Apenas 39% dos portugueses têm a certeza que conseguiriam fazer face a uma despesa inesperada desta dimensão (Executive Digest, texto do jornalista André Manuel Mendes)

Governo quer rever modelo de subsídio social de mobilidade para as ilhas e evitar fraudes

O Governo pretende rever o atual modelo de subsídio social de mobilidade para as regiões autónomas, que tem levado a várias fraudes, comprometendo-se a apresentar uma solução até 15 de setembro, anunciou hoje o ministro das Infraestruturas. O anúncio foi feito pelo ministro da Habitação e das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, que foi ouvido no parlamento pela Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, a requerimento do PS.

“Vai ser criado um grupo de trabalho para analisar e rever o modelo de subsídio, sempre dentro dos princípios de justiça social que levaram à sua criação”, afirmou o governante, comprometendo-se a apresentar um relatório com as conclusões até 15 de setembro. O grupo de trabalho terá representantes do Ministério das Finanças, Ministério das Infraestruturas, Governos Regionais da Madeira e Açores, Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Inspeção-Geral de Finanças (IGF) e Direção Geral do Tesouro e das Finanças.

Esta audição surge depois de, em 11 de abril, o Ministério Público ter deduzido acusação contra 60 arguidos num caso envolvendo crimes de burla qualificada e falsificação de documentos relacionados com o subsídio social de mobilidade dos Açores, que terão lesado o Estado em mais de 318 mil euros.

Situação de carência de portugueses na Venezuela pode ser mais grave do que se imagina

O Secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, disse na Venezuela, que a situação de carência de portugueses radicados naquele país pode ser mais grave do que se imagina, em particular dos mais velhos. “Vim confirmar aqui aqueles problemas que eu já sabia que existiam, mas que podem ser nalguns casos até mais graves do que aquilo que se imaginava, relativamente a alguns portugueses sobretudo idosos em situações de carência, desenquadrados, sem haver por vezes organizações no terreno que os possam ajudar e referenciar”, disse. O Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas falava aos jornalistas na cidade de Valência (160 quilómetros a oeste de Caracas), após ter assinado contratos de apoio ao movimento associativo, com representantes do Lar Geriátrico de Maracay, da Casa Portuguesa de Arágua, do Centro Luso Larense, do Centro Atlântico Madeira Club e da Câmara Venezuela Portuguesa de Carabobo (Cavenport).

“Isso é grave, porque estamos a falar de pessoas que têm pensões na ordem dos três euros por mês e estão de facto em situações muito débeis”, disse. José Cesário explicou que as associações luso-venezuelanas que vão receber o apoio de Portugal planeiam encaminhar a ajuda para assistência social. E reforçou: “Precisamos no futuro de continuar isso e até melhorar estes esforços”.

Canárias: uma dívida da ordem dois 7 mil milhões de euros, das mais pequenas das Comunidades Autónomas

fonte: Diário de Avisos

Em Dezembro de 2023, escrevia o Canarias7 que "la deuda de la Comunidad Autónoma de Canarias ha bajado durante el tercer trimestre de 2023 hasta el 13,2% del Producto Interior Bruto (PIB), frente al 14,1% que hubo en el segundo trimestre, hasta los 6.672 millones de euros. Así lo recogen los datos publicados este viernes por el Banco de España, que sitúan al archipiélago como una de las autonomías con menor deuda en relación al PIB, sólo por detrás de País Vasco (12,7%), Madrid (13%) y Navarra (13,1%).

Mientras, en el conjunto de España, la deuda del conjunto de las administraciones públicas subió en el tercer trimestre hasta el máximo histórico de 1,577 billones de euros, lo que supone un aumento en términos relativos del 0,5% respecto al trimestre anterior, aunque la ratio sobre el PIB se moderó al 109,9%. En tasa interanual se incrementó un 4,8% respecto al mismo trimestre del año pasado, con 72.553 millones más, como consecuencia de los menores ingresos y los mayores gastos derivados del impacto, en los últimos años, de la pandemia, la guerra en Ucrania y la escalada de precios.

Sondagem: Liderança do Governo transforma Montenegro no político mais popular

Não há nenhum político português com mais avaliações positivas (54%) do que Luís Montenegro, de acordo com os resultados do primeiro barómetro deste novo ciclo político, feito pela Aximage para o JN, DN e TSF. Num outro indicador relevante, o atual primeiro-ministro (40%) bate Pedro Nuno Santos (28%) na confiança para chefiar o Governo. Acresce outra má notícia para o líder socialista: os portugueses indicam André Ventura como principal figura da Oposição (43%).

Temos um primeiro-ministro em estado de graça neste arranque de mandato: dois meses depois de ter tomado posse, surge com 54% de avaliações positivas e 34% de negativas, o que resulta num “excedente” de 20 pontos. Um cenário substancialmente diferente de outubro do ano passado, aquando da última avaliação regular aos protagonistas políticos: o primeiro-ministro de então, António Costa, acumulava um saldo negativo de 22 pontos; mas o líder do PSD estava ainda pior, com um “défice” de 33 pontos.

Montenegro mais confiável

Meio ano e umas eleições legislativas depois, o ambiente parece mais desanuviado. E não é apenas Luís Montenegro a beneficiar de uma maior generosidade dos portugueses na hora de avaliar os políticos: há vários ministros e líderes partidários no verde. Até a Oposição, ódio de estimação habitual destes barómetros, tem desta vez uma imagem globalmente positiva. A mais notável exceção, como avançámos este sábado, é a avaliação ao presidente da República: tem um saldo negativo de 28 pontos.

Sondagem: Melhor ministro é o da Educação, o pior é o da Defesa

Fernando Alexandre, na Educação, é o melhor ministro deste Governo (saldo positivo de 22 pontos) e Nuno Melo, na Defesa, é o pior (saldo negativo de nove pontos), de acordo com o barómetro da Aximage para o JN, DN e TSF, que testou a popularidade dos responsáveis por sete pastas. Paulo Rangel (Negócios Estrangeiros) e Miguel Pinto Luz (Infraestruturas) estão no verde. O ministro da Educação arranca com 47% de avaliações positivas e 25% de notas negativas. Um resultado a que não será alheio o protagonismo nas negociações com os professores, mesmo que o acordo sobre a recuperação das carreiras só tenha sido anunciado quando o trabalho de campo desta sondagem estava a terminar. Fernando Alexandre consegue um saldo positivo em todos os segmentos sociodemográficos da amostra e destaca-se entre os mais velhos (saldo de 37 pontos). Mas também consegue bons resultados quando se tem em conta o voto partidário: até os eleitores socialistas e do Livre estão satisfeitos.

Rangel positivo

Bastante próximo fica Paulo Rangel: tem quase a mesma percentagem de avaliações positivas (46%), mas o saldo é ligeiramente pior (16 pontos). O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros também fica no verde em todos os segmentos sociodemográficos (regiões, género, idade e classe social), mas, no que diz respeito ao voto, aos eleitores do BE e da CDU, acrescenta-se o “chumbo” dos que preferem o Chega e o Livre.

sábado, junho 01, 2024

Sondagem: Maioria considera Luís Montenegro melhor primeiro-ministro do que António Costa

Os portugueses consideram o Governo anterior, tomado como um todo, melhor do que o atual. Já quando se trata de apontar o melhor primeiro-ministro, escolhem Luís Montenegro, em detrimento de António Costa, de acordo com o barómetro da Intercampus para o CM/CMTV e ‘Jornal de Negócios’

Opinião: Uma espécie de balanço

Quais foram as principais conclusões das eleições regionais na Madeira?

a) O PS de Paulo Cafofo perdeu uma oportunidade para superar o PSD-Madeira, numa conjuntura eleitoral e política que foi a mais difícil e pressionante de sempre, para o PSD-Madeira e para Miguel Albuquerque. Aliás ambos não se livraram de uma penalização nas urnas o que explica que o PSD tenha alcançado o pior resultado de sempre em regionais, em votos e mandatos. Mas o PS o que fez, ganhou alguma coisa com isso? Nada. Manteve os mesmos 11 deputados e cresceu mais 137 votos face a 2023, naquilo que foi claramente uma noite de derrota eleitoral e política que Paulo Cafofo e do “seu” PS. E para um imenso carrossel de promessas a pataco que não convenceram o eleitorado. Uma estratégia sem categoria, muito amadorismo, aposta excessiva na mediatização com recurso a romarias coloridas de “batalhões de candidatos e dirigentes do PS, sem empatia com as pessoas – eu tive oportunidade de constatar isso em várias ocasiões – porta aberta a um desaire, que Paulo Cafofo, natural e compreensivelmente, tentou rapidamente disfarçar com recurso ao JPP.

b) Como? Partindo para uma absurda proposta de geringonça radical, só possível com os votos dos deputados do CDS – a quem “ofereceram” a presidência do parlamento a José Manuel Rodrigues – do PAN, que depois da surpresa inicial pela realização da conferência de imprensa conjunta do PS e do JPP, se afirmou disponível para dialogar com todos e da Iniciativa Liberal, dado que a proposta excluiu os 4 deputados do Chega e naturalmente o PSD-Madeira.

c) Estamos a falar de uma proposta condenada o fracasso mesmo antes de ter nascido – e os seus promotores sabiam disso, tinham essa convicção – mas que serviu de pressão do PSD e a Albuquerque obrigando-os a terem uma solução negociada antes da audiência no Palácio de São Lourenço. Não deixa de ser curioso que o JPP sempre recusou chamar de coligação o entendimento com o PS, catalogando a iniciativa de plataforma alargada a outros partidos que eles sabiam. por muitas divergências que tivessem, e têm, com o PSD e a sua governação, nunca a subscreveriam por razões ideológicas.

d) Cafofo tem agora que tomar uma decisão: ou vai para São Bento em Lisboa, distanciando-se da política regional, ou fica no parlamento regional procurando minar, conjuntamente com o JPP – que em termos eleitorais “mordeu” os socialistas em vários concelhos e elegeu apenas menos 2 deputados que o PS – que não acredito esteja disposto a “confundir-se” com o PS de Cafofo, ou a perder alguma identidade própria. Acredito, sem poder confirmar integralmente, que a onda de críticas surgidas ao acordo nas redes sociais, com a participação de apoiantes do JPP, poderá ter influenciado os dirigentes “verdinhos” e travado alguns ímpetos mais excessivos que caracterizaram a postura de Cafofo neste processo, durante o qual chegou a afirmar, com todo o desplante deste mundo, ter a mesma legitimidade que o PSD que foi o vencedor das eleições nas urnas e não um derrotado.

E mais, Cafofo terá ainda de enfrentar o grupo interno de oposição que certamente espera pela melhor oportunidade para assumir uma posição de relevo no seio do PS preparando-se para disputar a liderança e enfrentar as próximas regionais com outra dinâmica e uma quase refundação do PS regional. Carlos Pereira, Ricardo Franco, Emanuel Câmara, Miguel Gouveia, Liliana Rodrigues, são alguns dos nomes com os quais Cafofo dificilmente obterá entendimentos internos.

e) Acredito que Paulo Cafofo fez uma proposta para salvar a sua face. O PS foi o grande derrotado nas urnas, manteve os mesmos 11 deputados, aumentou 137 votos face a Setembro de 2023 e naquela que, repito, foi a conjuntura política, social e eleitoral mais difícil para o PSD-Madeira, ainda por cima saído de eleições internas sempre desgastantes, - as previsões de derrota nalguns sectores laranjas não era ficção - e mesmo assim os socialistas não responderam, com Cafofo na liderança, a essas expectativas.

f) O JPP - há que dizê-lo - sabe tão bem como eu que, para além, dos seus méritos próprios – e indiscutivelmente tem méritos, quer pelo discurso, quer pelos temas escolhidos para “massacrar” publicamente o poder (banana, despesas, listas de espera, ferry, política agrícola), quer pela forma como mediatiza essas escolhas, quer mesmo por algumas propostas e soluções apresentadas -  foi o grande beneficiário desta conjuntura eleitoral, beneficiando de algum voto útil, que eu admito originário de muito eleitorado que normalmente vota PSD mas que este ano pretendeu penalizar - e está no seu direito – ou Miguel Albuquerque, ou o PSD-Madeira ou ambos. Obviamente, repito, sem retirar mérito ao JPP e à forma inteligente como consegue atrair apoiantes mais para as causas que suscita do que propriamente para o partido em si mesmo.

g)  Parece-me indiscutível que José Manuel Rodrigues desempenhou bem a função de presidente da Assembleia, não vejo porque seria necessária à sua substituição e não foi por ele que o prestígio e o respeito das e nas instituições autonómicas foram postos em causa. Obviamente que com menos deputados o PSD-M depois do seu pior resultado eleitoral de sempre – não há que escondê-lo - tinha que negociar e ceder algo concreto para aparecer em São Lourenço com uma solução que, mesmo sem ser de maioria absoluta, tivesse pelo menos mais mandatos que os 20 que suportavam a estranha iniciativa do PS-JPP.

h) O líder parlamentar do PSD-Madeira, que continuará a ser Jaime Filipe Ramos, deve andar com os cabelos em pé, pois com esta nova arquitectura do parlamento regional, vai ter, muito mais do que antes, responsabilidades políticas acrescidas, nomeadamente na construção de pontes com os demais partidos não apoiantes da solução PS-JPP, mas renitentes em fazê-lo abertamente com o PSD-Madeira, obrigando JFR a negociar muitos diplomas porque o PSD-CDS não terão maioria absoluta apesar do entendimento entre ambos.

i) Resolvida a questão da Mesa da Assembleia – e recordo que em Setembro do ano passado JMR foi eleito com 40 dos 47 deputados, ficando apenas de fora 7 eleitos – na altura falou-se na JPP, PCP e Bloco como os seus não apoiantes – parecem existir condições para o primeiro passo, que será a indicação de um novo governo regional, a apresentação discussão e aprovação do programa de governo - embora este documento seja da responsabilidade do partido mais votado, nada impede a inclusão de propostas apresentadas por outros partidos, e existem muitas que devem ser consideradas, discutidas e calendarizadas. Depois segue-se o primeiro grande teste, a discussão e votação de um orçamento para o corrente ano, algo que provavelmente os demais partidos facilitarão a sua aprovação, independentemente das críticas e dúvidas que possam ter. E considerando ainda a indiscutível urgência de um orçamento minimamente elaborado. Contudo dificilmente o PSD não será obrigado a alterá-lo, considerando que a nova configuração do parlamento regional, as propostas de partidos que podem ser potenciais subscritores de acordos parlamentares com o PSD-Madeira, e a própria realidade política e governativa em Lisboa, que nada tem a ver com o que existia em Fevereiro (quando a proposta de orçamento não votado nem discutido devido à crise política surgida surpreendentemente na Madeira. Já conversa diferente teremos quando se tratar da discussão da proposta de orçamento regional para 2025...

Finalmente algumas constatações ante os resultados eleitorais de domingo:

- PS – perde votos nas Calheta, Câmara de Lobos, Machico (onde ganha por 22 votos de diferença), Ponta do Sol, Ribeira Brava e Santana. Aumenta, relativamente às regionais de Setembro de 2023 - e apesar da conjuntura política, social e eleitoral altamente difícil para o PSD – apenas 137 votos na Madeira! Sublinhe-se que PS e JPP juntos aumentaram mais 8.162 votos face a 2023, mais 5,9%. Refira-se que o PS, comparativamente a 2019 – também com Cafofo - perdeu em 2024 mais de 22 mil votos...

- JPP – aumentou 7.995 votos relativamente a 2023. Santa Cruz e Funchal representaram quase 70% dos votos do partido, mas o Funchal passou a ser mais importante no apuramento global do JPP do que Santa Cruz. Se juntarmos Funchal, Santa Cruz, Câmara de Lobos e Machico o JPP só nestes 4 municípios obteve 86% dos seus resultados. A grande incógnita é saber qual a dimensão de uma inegável transferência de votos do PSD para este partido e se essa transferência pode ser considerada eleitorado conquistado ou foi apenas um fenómeno de penalização pontual do PSD e do seu líder, ou de um deles. Recordo que o JPP subiu mais 4 mil votos no Funchal, 1.500 em Santa Cruz e 780 em Câmara de Lobos, valores aproximados. O pior resultado da JPP continua a ser o de 2019, com 7.800 votos, ano que foi o mais importante para os socialistas...

- PSD – Perdeu 9.296 votos face a Setembro de 2023 mas considerando a coligação com o CDS. Dado que o CDS apenas obteve 5.384 votos, há uma perda real de quase 4.000 votos. Sabe-se que a abstenção entre 2023 e 2024 é praticamente a mesma, já que este ano apenas se registou um aumento de 161 abstencionistas. O Funchal representou 38% da votação total do PSD mas se juntarmos a capital a Câmara de Lobos e Santa Cruz, o peso destes três municípios passa a ser de quase 65% dos votos dos social-democratas em Maio de 2024. Este ano, as regionais foram as piores de sempre para o PSD, em votos e mandatos, algo que não pode, não deve ser, escamoteado, apesar da vitória obtidas nas urnas ajudada por factores externos que influenciaram os resultados e a nova arquitectura parlamentar regional.

- CHEGA - aumentou 512 votos face a Setembro de 2023, aquém do que esperavam os seus dirigentes. Funchal e Câmara de Lobos representaram quase 60% dos votos da extrema-direita, valor que aumenta para quase 75% se juntarmos Santa Cruz àqueles dois municípios. Isto explica por que razão este partido manteve os mesmos 4 mandatos que elegera em Setembro do ano passado. O pior resultado eleitoral do Chega continua a ser os 619 votos de 2019, na estreia deste partido nas regionais.

- CDS - no regresso às urnas sozinho, alcançou 5.384 votos e elegeu dois deputados que voltaram a dar a este pequeno partido a presidência do parlamento, graças à influência dos seus deputados nas votações no parlamento. O Funchal representou 40% dos votos dos centristas, mas se juntarmos Santa Cruz, Câmara de Lobos e Calheta à capital, estes 4 municípios deram ao CDS quase 74% da sua votação este ano. Santana, onde o CDS lidera a Câmara Municipal, teve um peso de apenas 9,9% dos resultados. O pior resultado do CDS nas regionais, nestes últimos anos, é o de 2024, por exemplo, com cerca de menos 20 mil votos que os obtidos em 2011, regionais marcadas pelo “buraco” financeiro e pela ameaça do PAEF em tempos da “troika” e do governo Passos-Portas em Lisboa.

- PTP - foi o vencedor do “campeonato” dos pequenos, mas mesmo assim perdendo 147 votos face aos resultados de 2024.

- PCP e Bloco de Esquerda - de novo afastados do parlamento regional - o que não é recomendável numa realidade política como a regional, altamente mediatizada - mas a perda de 2% da votação conjuntura face a 2023, e os menos 2.500 perdidos nas urnas este ano, explicam o que aconteceu aos dois partidos à esquerda da esquerda do PS. Para o Bloco de Esquerda e o PCP, os resultados nas regionais de 2024 foram os piores dos últimos anos.

- PAN – elegeu o último deputado no apuramento do método de Hondt graças ao facto de ter ultrapassado os 3 mil votos no apuramento no Funchal. Perderam cerca de 500 votos face a 2023 mas o pior resultado do PAN nos últimos anos continua a ser o de 2019, o tal ano em que os socialistas praticamente “engoliram” os partidos da esquerda, fazendo-os perder votos e mandatos.

- Abstenção - registou este ano um crescimento de apenas 161 eleitores, tendo praticamente estabilizado em valores semelhantes aos de Setembro de 2023. Ponta do Sol e São Vicente superaram uma abstenção de 50% enquanto Câmara de Lobos e Ribeira Brava registaram uma abstenção superior a 49%. O pior valor da abstenção foi registado em 2015, com mais de 50% na Região, nas primeiras eleições do PSD sem Alberto João Jardim na liderança e na candidatura ao executivo regional. Foram mais de 129 mil cidadãos que não foram às urnas contra os 118 mil abstencionistas registados este ano.

- Iniciativa Liberal - perdeu cerca de 70 votos relativamente a 2023, continuando a ser 2019, ano da estreia em regionais, o pior resultado do partido (LFM, texto de opinião publicado no Tribuna da Madeira de 30.05.2024)

Sondagem: Marcelo Rebelo de Sousa perde título de melhor Presidente da República


Sondagem revela que atual chefe de Estado era o preferido há um ano e hoje só convence 15,9%. á foi considerado o melhor Presidente da República entre os chefes de Estado eleitos após o 25 de Abril, mas Marcelo Rebelo de Sousa foi agora ultrapassado em popularidade por dois dos seus antecessores: António Ramalho Eanes e Jorge Sampaio.  conclusão é extraível do barómetro de maio da Intercampus para o CM/CMTV e ‘Negócios’, em que o primeiro Presidente eleito em democracia, Ramalho Eanes, se destaca, ao ser considerado por 28,4% dos inquiridos como "o melhor" dos inquilinos do Palácio de Belém (Correio da Manhã). Marcelo Rebelo de Sousa já não é o melhor Presidente da República português de sempre, de acordo com o barómetro da Intercampus publicado esta terça-feira no ‘Jornal de Negócios’: o primeiro lugar nas preferências dos portugueses está agora nas mãos de António Ramalho Eanes. Numa sondagem realizada entre os dias 12 e 20 últimos, Ramalho Eanes é o preferido de 28,4% dos inquiridos, com apenas 2% das opiniões a salientarem como sendo o pior. Em segundo lugar, está Jorge Sampaio, com 19,2% de opiniões positivas e 3,3% negativas. Só então surge Marcelo Rebelo de Sousa. O atual Presidente da República, em maio de 2023, recolheu 27% das preferências dos inquiridos: no entanto, atualmente, deu um ‘tombo’ nas escolhas dos portugueses, com 15,9% a apontarem ser o melhor e o pior de sempre. A queda de popularidade está em linha com o resultado do inquérito sobre a imagem das instituições, em que Marcelo registou uma queda acentuada face ao último barómetro, averbando os números mais baixos de sempre. Aníbal Cavaco Silva é considerado por 42% dos inquiridos como o pior chefe de Estado de sempre, com apenas 7,7% a apontarem o contrário. Por último, Mário Soares, o segundo Presidente depois do 25 de Abril, também surge com mais peso dos que o apontam como pior (15,4%) do que melhor chefe de Estado (10,8%) (Executive Digest)