terça-feira, junho 04, 2024

Consultora que (agora) gera dúvidas a Pedro Nuno celebrou 55 contratos com Governo de Costa

No fim de semana, Pedro Nuno Santos levantou dúvidas sobre a atuação da consultora envolvida no Plano de Emergência da Saúde, levando Montenegro a esclarecer que a IQVIA Solutions tem trabalhado com o Ministério da Saúde nos últimos anos. Uma investigação do Página Um revela esta segunda-feira que o anterior Executivo celebrou 55 contratos com empresas deste grupo.

Durante a governação de António Costa o Estado terá celebrado 55 contratos públicos na área da Saúde com empresas do grupo IQVIA Solutions, a mesma consultora envolvida na elaboração do Plano de Emergência da Saúde do atual Executivo, revela uma investigação do Página Um. Em causa estão 55 contratos públicos no setor da Saúde, quase todos por ajuste direto, e que totalizam cerca de 2,1 milhões de euros. Recorde-se que, no fim de semana, Pedro Nuno Santos levantou dúvidas sobre a atuação desta consultora, levando Luís Montenegro a esclarecer que a IQVIA Solutions tem trabalhado com o Ministério da Saúde nos últimos anos, e não apenas com o Governo da AD.

Tal esclarecimento levou Marta Temido, antiga ministra da Saúde, a afirmar “não ter memória” de contratações com esta consultora nos governos que integrou. Mas a investigação do Página Um revela que houve 55 contratos públicos assinados com este grupo, a maioria com a IASIST Portugal, uma empresa-irmã da IQVIA. Já esta segunda-feira, questionada pelos jornalistas sobre estes contratos, Marta Temido esclareceu:

“Do que é meu conhecimento, o Ministério da Saúde não recorreu a terceiros para contratação de definição de estratégias, mas não posso ir para além disso. Não quer dizer que entidades do perímetro do Ministério da Saúde não o tenham feito”.

Em causa estarão, entre outros, contratos de consultoria, incluindo a licença de uma ferramenta de gestão hospitalar que, de acordo com a própria IASIST, inclui “um sofisticado modelo de previsão […] que foi apurado para identificar pacientes com elevado risco de consumo futuro de um grande volume de recursos de prestação de cuidados de saúde, assim como calcular esse mesmo custo potencial”, cita o Página Um. O jornal digital acrescenta que, nos documentos disponíveis no Portal Base, não é possível perceber se a empresa teve ou não acesso à informação recolhida nos hospitais públicos.

Recorde-se que o secretário-geral do PS exigiu ao atual Executivo esclarecimentos sobre se, no seu envolvimento com o Plano de Emergência da Saúde, a consultora teve acessos a “dados muito sensíveis” de doentes, por patologias e por região. O primeiro-ministro criticou as questões colocadas por Pedro Nuno Santos, sobre as quais disse “não terem pés nem cabeça”.

“O Governo apresentou um plano de emergência e transformação na área da Saúde cujo conteúdo é não só de emergência, como de transformação estrutural, isso é que é o importante”.

De acordo com o Governo, os serviços da consultora privada custaram 9.250 euros mais IVA e serviram para “organizar e estruturar o trabalho da Task Force” responsável pelo Plano de Emergência e Transformação na Saúde. O Ministério da Saúde prometeu, nos próximos dias, publicitar os valores de todos os contratos e projetos dos últimos oito anos (SIC Notícias)

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