sexta-feira, março 21, 2025

Um texto, pessoal e político, no último dia da campanha eleitoral. Que não para para todos nem para agradar a todos

Percurso pessoal

Hoje o meu texto é da autoria não de um comentador que apesar das suas convicções tem que ser isento - deixando às pessoas a retirada de conclusões que apenas a elas dizem respeito - não de uma pessoa que abandonou definitivamente a política activa onde esteve quase 20 anos, mas sim de um militante do PSD-Madeira desde Maio de 1974 que sempre assumiu livremente as suas opiniões, que não se arrepende do que fez ou disse nesse percurso de vida e que, sobretudo isso, não tem qualquer  vergonha do seu passado. Desde os 8 anos, até aos dias que correm em que, inesperadamente, por contingências da vida que não se deseja a ninguém, ficou órgão. Sucede que, agora, com felicidade reforçada, assume o estatuto de avô babado, na certeza que sou uma pessoa para quem a vida - depois de ter sido bem sucedida a neutralização de uma inesperada tentativa de destruição por uma doença reles como as cobras, maleita essa que me levou inevitavelmente à quimioterapia e à radioterapia - vale muito mais do que as pretensas "guerras" entre pessoas, a politiquice idiota ou a valorização de coisas ridículas que tantas vezes dividem as pessoas e estragam amizades essenciais à nossa vida.

Lembrei-me nessa altura do meu pai, médico de formação e profissão, conhecedor de tudo o que penaliza a vida de um cidadão, que morreu em Lisboa, já lá vão seis dezenas de anos, vítima de um cabrão de um cancro no pulmão, devido ao cigarro e ao facto de não ter resistido aos seus efeitos mortais, num tempo em que a medicina não tinha atingido os patamares de evolução, eficácia, prontidão, assertividade e modernidade que hoje a caracteriza.  40 anos é cedo demais para se morrer!

Fica-me, hoje como ontem, a satisfação de que não ficou sozinho muito tempo, lá para onde foi e onde certamente estará, porque pouco tempo depois, nem um ano sequer, chamou a sua mulher, esposa e mãe, que tinha deixado para trás, mesmo que isso tenha significado deixar sozinhas 3 crianças com 8 e menos anos de idade, entregues à solidariedade de familiares - que nunca esqueço - aos quais muito devo, e que recusaram, entre outras coisas, a separação das crianças.

Tempo de eleições e de convicções

Mas este meu texto de hoje, depois das questões pessoais muitas delas nunca antes tinha partilhado, é também o texto opinativo de um eleitor convicto das suas escolhas, que não confunde a árvore com a floresta, que é incapaz de trair as suas convicções e que recusa andar a desperdiçar votos em soluções que não a sua, escolhida convictamente. Este meu texto, mais do que partilha mais do que porventura devia, é o texto de um eleitor, mas sobretudo de uma pessoa que, faça temporal ou faça sol, vai votar a 23 de Março em quem sempre votou, que se recusa a julgar pessoas ainda não acusadas pela justiça, independentemente do que tenham feito, realidade que me leva a desejar fortemente que a justiça rapidamente esclareça tudo, de alto abaixo, o que tiver para ser esclarecido. A presunção de inocência é um direito sagrado de qualquer pessoa, mas infelizmente esta campanha eleitoral foi desastrosa nesse aspecto, chegando-se ao ponto, diria ao cúmulo, de ouvirmos antigos arguidos e potenciais futuros arguidos - se a justiça acelerar e se comportar com todos como deve e não ser selectiva - julgarem na praça pública, acredito que sem sucesso e para irritação dos eleitores, arguidos que o são por decisão própria, mesmo que não tenham sido ouvidos nem tenham sido acusados de nada em concreto. Queira Deus, colmo costumamos dizer, que todos aqueles que escolheram esse caminho indigno e intolerante, apenas por causa da mais descarada caça ao voto de que tenho memória e da manipulação dos eleitores, não venham a confrontar-se com a justiça, no caso de alguns deles, bem mais cedo do que julgam... Queira Deus que nenhum de nós, que nada temos a temer com a justiça porque nada fizemos de mal nem cometemos qualquer ilegalidade, sejamos confrontados com "julgamentos populares" nas redes sociais ou alimentados por políticos medíocres que são indignos do voto, da confiança e do apoio de todas as pessoas que prezam a coerência, a seriedade da argumentação e a verdade.

Confesso que não estava à espera de muitos acontecimentos de todos conhecidos, recuso comparações entre o PSD dos dias que correm, de uma nova geração de dirigentes, nos diferentes patamares, e de eleitos, porque acho que é melhor que essa comparação nem sequer seja tentada... Cada tempo é um tempo, cada momento é um momento, cada liderança é uma liderança, cada legado é um legado diferente, etc



Votar sem pressões e sem fantasmas ou medos

Gostei de ler - espero que não seja um acto de hipocrisia - os apelos ao voto no PSD-Madeira deixados por e Alberto João Jardim e Manuel António Correia, porque os tempos de eleições - e no passado era a mesmo lógica a ser imposta de forma bem dura e pouco tolerante... - não são tempos de divisões ou de "guerras" de alecrim e manjerona. Acresce que essa posição pública nada tem a ver com as insinuações, nas regionais de Maio de 2024, de que ambos terão alegadamente aconselhado o "desvio" de votos social-democratas para outros partidos apenas para que Albuquerque fosse penalizado e derrotado, numa espécie de ajuste de contas absolutamente absurdo e lamentável. Algo que sempre recusei sempre acreditar, mas que muitos, e confesso ser verdade, me tentaram convencer que terá acontecido.

Estou certo de que os madeirenses - mesmo que alguns façam o que Álvaro Cunhal, mítico secretário-geral do PCP, e numas inesquecíveis eleições presidenciais, recomendou que todos os militantes e simpatizantes do PCP tapassem a cara de Mário Soares no boletim de voto (Soares era uma espécie do "inimigo nº 1" do PCP...), mas que votassem nele na segunda volta para que Freitas do Amaral não fosse o eleito - vão pensar muito seriamente e vão votar de acordo com as suas convicções genuínas, vão escolher a estabilidade, independentemente de razões que queixa que possam ter mas que só o tempo vai esclarecer com verdade, não com partidarites.

Estas eleições não são um tribunal, não vão julgar ou condenar ninguém. Estas eleições dizem respeito à Madeira e ao seu Povo, à necessidade de estabilidade, a uma solução de governação estável e competente, num quadro parlamentar regional que se deseja estabilizado e que recuse qualquer forma de pressão, condicionamento ou chantagem sobre o futuro executivo regional. Só espero que os eleitores votem, que não fiquem em casa, que votem de acordo com as suas convicções, livremente, ignorando pressões ou as conversas idiotas que tivemos demais nesta campanha eleitoral que hoje termina - muitas delas por parte de pessoas sem autoridade moral e sem estatuto ético para apontarem o dedo acusador seja a quem for.

Espero e desejo que os eleitores se voltem para a frente, para o futuro, confiantes de que, aconteça o que acontecer, a Região não será nem pode ser prejudicada e certos que o PSD-Madeira, sempre que for preciso, será um partido responsável que coloca a Madeira e os Madeirenses à frente de tudo e que não tolerará nunca, porque é esse o seu ADN, pressões, condicionamentos internos, fome de poder, etc. Tudo o que não interessa nem credibiliza a política. Se (quando) for necessário, perante factos concretos e não idiotices inventadas por questões eleitoralistas e de caça ao voto que marcaram esta campanha eleitoral, o PSD-Madeira estará presente para decidir, tem de estar presente para decidir e honrar a sua história, o seu legado, a memória de Sá Carneiro, sobretudo isso. Se assim não for, então concluirei que o PSD-Madeira deixará de ser o meu partido.

Votemos pela estabilidade, sem inibições, sem medo, sem receios, sem fantasmas, sem manipulações. Votemos pela Madeira e por todos nós, escolhendo os mais competentes, os melhores numa fase difícil e com tantos desafios à porta num tempo e num mundo conturbados e de incertezas e ameaças. Contra os quais pouco ou nada podemos fazer. Não tenhais medo, não se deixem influenciar ou condicionar, o tempo de eleições é um tempo de liberdade (LFM)

quinta-feira, março 20, 2025

Dados e perorando sobre as Regionais (texto actualizado e completo)

 

As eleições regionais de 23 de Março apresentam vários desafios aos diferentes partidos. Desafios que diferem entre si, na exacta proporção da dimensão social e dos objectivos eleitorais dos partidos. Uma coisa são os partidos do chamado arco da governação (ou próximo), outra coisa são os partidos que apenas lutam pela eventual eleição de um seu representante no parlamento regional e cuja vitória é, desde logo, a de terem sequer apresentado um a lista de candidatos. Realidades incomparáveis como é evidente. Obviamente que os processos judiciais que estiveram na origem da crise política regional podem ser colocados em cima da mesa, mas a verdade é que o tema não conheceu nenhuma evolução agravadora da realidade já de todos conhecida. Aliás, na altura em que escrevo este texto, não deixa de ser estranho - salvo se tudo aconteceu sem que tivéssemos sabido - que os secretários regionais e o Vice-Presidente da ALRAM (secretário-geral do PSD) a quem foi levantada a imunidade parlamentar, ainda não tenham sido chamados a depor perante as autoridades judiciais competentes e que coordenam o processo de investigação que ficou conhecido em Maio do ano passado.

Dado novo foi o arquivamento do processo visando o titular do Turismo, por decisão do Ministério Público que não terá visualizado matéria de facto para dar andamento à denúncia anónima, num caso que não envolve directamente corrupção nem tem ligação aos demais. Mas a notícia da sua existência acelerou as movimentações partidárias do “impoluto” Chega que culminaram com a moção de censura. Um arquivamento decidido pelo MP “por inexistência de crime” e “insuficiência de indícios”, mas que enfureceu, visível e perceptivelmente, alguns sectores políticos da oposição e alguns "justiceiros da trampa" que vazam nas redes sociais as suas frustrações, quiçá por temerem eventual igual desfecho igual nalguns dos outros casos...

Os desafios dos partidos

Diferentes são de facto as "guerras" que envolverão os partidos nas regionais de 23 de Março, sendo possível, traçado no caso de cada um deles, objectivos e enumerar algumas dificuldades:

- PSD - apostado em vencer as regionais e em chegar aos 20 a 21 deputados. Reconhecidamente é um partido fortemente pressionado por suspeitas surgidas de casos judiciais que precisam rapidamente de ser clarificados para que a tranquilidade seja devolvida. Duvido que o eleitorado fiel do PSD-M confunda a árvore com a floresta mesmo que esteja agastado com certas situações. Até porque estar no poder é melhor que na oposição e, pior ainda, ser atirado por culpa própria e divisões internas para uma penosa travessia no deserto;

- PS - sem mudanças de protagonistas e com a mesma atitude de ir a reboque da agenda suscitada pelo espaço mediático o PS-M sabe que a pressão que o JPP exercerá pode penalizá-lo e que eventuais projectos políticos à sua esquerda podem também prejudicá-lo nas urnas. Beneficiando do facto dos "seus" processos judiciais estarem em banho-maria, o PS-M vai ficar a saber se as percepções penalizadoras do PS nacional constante de  sondagens, também o atingirão;

- CDS - sem grandes mudanças de pessoas na lista, o proposito é manter um grupo parlamentar e ter uma posição parlamentar que lhe garanta a continuidade da presidência da Assembleia. Um discurso populista e assente em promessas, umas atrás das outras, parece ser a tática a usar de novo;

- PCP e Bloco - o regresso ao parlamento é propósito comum, mas existem factores internos e externos - caso do discurso e da falta de renovação no PCP e do potencial impacto associado à polémica interna surgida no Bloco em Lisboa - que podem condicionar os objectivos eleitorais. A que se junta uma nova e atenta Frente eleitoral...

- Chega - Claramente quer pelo menos manter um grupo parlamentar, mas há a percepção de que podem ter sido cometidos erros políticos no processo da moção de censura, sobretudo erros temporais e políticos, a que se junta a constatação de que quem manda de facto no Chega-Madeira é o Presidente em Lisboa o que pode não agradar aos eleitores madeirenses, incluindo os mais conservadores. Acresce que a agressividade constante do discurso pode estar a saturar e a levantar dúvidas entre eleitores do partido que não se identificam com extremismos e outros exageros;

- Iniciativa Liberal - tem o propósito de manter pelo menos o representante. Não creio que existam condições para aspirar a mais do que isso e mesmo assim a saída de Nuno Morna, que tem sido a figura pública do partido, saída essa em condições ainda não devidamente explicadas, pode fragilizar o partido e, em última instância, penalizar a intenção de eleição de pelo menos um deputado. Uma excessiva e prescindível colagem a uma solução parlamentar de esquerda pode tornar a IL numa "desnecessidade" eleitoral;

- Força Madeira - a coligação de Raquel Coelho - sem dúvida a figura com maior visibilidade mediática e experiência política - para além de ter sido uma boa aposta, na lógica dos 3 partidos e caso eles mantenham as suas melhores votações, pode aspirar, se beneficiar de mais-valias externas, nomeadamente fugas do eleitorado do PCP e do Bloco, e pelos motivos atrás referidos, a eleger 1 deputado que é o seu grande objectivo. Não deixa de ser uma empreitada difícil de as eleições apostarem no apelo ao voto útil que em 2019 mostrou do que é capaz de fazer, à esquerda;

- JPP - entusiasmada pela votação de Maio de 2023 – mas sem saber se é realmente sua ou se resultou de mais-valias surgidas num determinado momento, contexto e por motivos concretos (que passam por “fugas” no universo eleitoral do PSD), o JPP quer sobretudo ter um papel importante numa eventual solução de esquerda no futuro parlamento e "ajustar” contas com o PS. A subida da parada expressa nos objectivos eleitorais, são “depressivos” para o partido e pressionam essencialmente o PS, já que ambos disputam uma mesma faixa eleitoral. Mas o JPP tem de estar atento à sua esquerda onde PCP e Bloco, apesar das dificuldades porque passam, tentam o regresso ao parlamento, aos quais se junta a Frente eleitoral acima referida. Estamos a falar de eleitorado disputado sobretudo à esquerda, pelo JPP, pelo PS e pelos partidos à esquerda de ambos;

- PAN - Acho que luta pela sobrevivência parlamentar num contexto difícil a que se juntam algumas posições dúbias que não ajudam em nada a que seja olhado pelos eleitores como uma necessidade eleitoral e política num contexto que será fortemente bipolarizado e pela pressão de partidos à esquerda do PAN. Pode vir a ser penalizado pela coligação de Raquel Coelho sobretudo pelo eleitorado à esquerda. Vai precisar de trabalhar muito e de ser firme nas ideias e coerente politicamente falando. Não apenas “mais um” numa esquerda fragmentada;

Restantes - não prevejo sucesso eleitoral por parte de nenhum deles, além de quererem dar um sinal de sobrevivência, que não é compatível com votações insignificantes ainda por cima num quadro político e eleitoral fortemente bipolarizado, em que farão apelos ao não “desperdício” de votos nos partidos mais pequenos, antecipação que não favorece projectos pequenos e ainda por cima isolados e “distantes” das pessoas. Partidos que habitualmente só perto de eleições dão sinal de vida, muitos deles sem actividade política, sem sede, sem dirigentes – apenas candidatos – sem congressos regionais que os legitimem reforçadamente, etc.

Qual a evolução da abstenção nas eleições regionais?

·       2024 – 118,6 mil, 46,6%

·       2023 – 118,4 mil, 46,6%

·       2019 – 114,8 mil, 44,5%

·       2015 – 129,2 mil, 50,3%

·       2011 – 109,1 mil, 42,6%

Qual a evolução eleitoral do PSD-Madeira entre 2011 e 2024?

·       2011 - 71.556 mil, 48,6% e 25 deputados

Nota: Concorreram 9 partidos, sem o Chega e a IL. Estas foram as últimas regionais com AJJ

·       2015 – 56.569 mil, 44,4% e 24 deputados

Nota: eleições sem Chega e a Iniciativa Liberal

·       2019 – 56.448 mil, 39,4% e 21 deputados

Nota: Chega e IL com um total de 1.381 votos, 0,9% mas sem deputados

·       2023 – 58.399 votos, 43,1% e 23 deputados

Nota: Coligação com o CDS, a primeira registada em eleições regionais. O Chega e a IL totalizaram 15.583 votos, 11,5% e 5 deputados

·       2024 – 49.103 votos, 36,1% e19 deputados

Nota: Chega e IL totalizaram 16.023 votos, 11,8% e 5 deputados

Qual o impacto da “coligação” para o JPP?

Uma das dúvidas é saber, qual o impacto para o JPP resultante da “coligação” fracassada ensaiada em 2024 com o PS de Cafofo, um dia depois das eleições de Maio desse ano: qual o efeito eleitoral resultante dessa jogada politica?

Vão os eleitores considerar que esta “confusão” pós-eleitoral entre PS e JPP - mais do que ficarmos sem saber qual o original e qual a cópia, e mesmo sabendo-se que o JPP nasceu, na sua essência, de uma dissidência no PS-Madeira, com epicentro no então grupo parlamentar socialista na ALRAM e na rotatividade dos deputados eleitos – pode fazer com que uma parte significativa de eleitores flutuantes, que habitualmente votam no PS e no PSD, invertam de novo a sua posição, agora em sentido diferente daquele que aconteceu em 2024?

Obviamente que nestas eleições regionais de 2025, provavelmente de forma ainda mais acentuada que no passado, haverá uma disputa, no terreno e no espaço mediático, entre JPP e PS algo que não constituirá novidade, mas que pode acabar por penalizar os dois partidos, com base na lógica da “confusão” entre projectos com muitos pontos de contacto entre si. No fundo estamos a falar de um eleitorado que numa parcela significativa pode ser, ou já foi, comum.

Por outro lado, parece-me importante recusar a introdução na política da lógica do futebol, originária em candidatos a Presidentes dos maiores clubes que garantiam aos adeptos-eleitores, antes das eleições, que tinham acordos firmados com determinados jogadores de reconhecida categoria e prestígio, cuja identificação nunca era revelada, mas que asseguravam, que estariam contratados caso os ditos vencessem as eleições para a presidência do seu clube. Regra geral, perdiam sempre e essas “vedetas” nunca chegavam. Era tudo um logro destinado a manipular os associados no quadro de uma descarada caça ao voto dos associados. Esta teoria na política não faz sentido, não pode ser subscrita pelos eleitores. Nem faz sentido sequer

Qual a “relação eleitoral” entre PS e JPP?

Qual a relação eleitoral entre PS e JPP nas urnas, considerando as eleições regionais de 2011, 2015, 2019, 2023 e 2024? Neste levantamento incluo também os resultados do PCP e do Bloco e respectiva evolução, entre 2011 e 2024-

Qual a “relação eleitoral” entre PS e JPP?

Qual a relação eleitoral entre PS e JPP nas urnas, considerando as eleições regionais de 2011, 2015, 2019, 2023 e 2024? Neste levantamento incluo também os resultados do PCP e do Bloco e respectiva evolução, entre 2011 e 2024

Regionais de 2011

·       PS,16.945 votos, 11,5%, 6 deputados;

·       PCP e Bloco, 8.058 votos, 5,4%, 1 deputado para o PCP e Bloco sem eleitos.

Nota: Os socialistas foram superados pelo CDS, como 2º partido mais votado, com 25.974 votos, 17,6% e 9 deputados eleitos; o JPP não existia ainda como partido

Regionais de 2015

·       PS, 14.574 votos, 11,4%, 6 deputados, um descalabro eleitoral para a liderança de Vítor Freitas;

·       JPP, 13.114 votos, 10,3%, 5 deputados;

·       PCP e Bloco, 11.910 votos, 4,9%, 1 deputado para cada, votação que pode ser facilmente associada ao fracasso da coligação socialista.

Nota: este foi o ano de estreia do JPP em eleições regionais. Concorreu a este acto eleitoral uma coligação, liderada pelo PS, da qual fizeram parte PTP, PAN e MPT

Regionais de 2019

·       PS, 51.207 votos, 35,8%, 19 deputados, com os socialistas a alcançarem a maior votação de sempre em regionais;

·       JPP, 7.830 votos, 5,4%, 3 deputados, parecendo óbvio que foram penalizados pela vaga eleitoral que beneficiou os socialistas;

·       PCP e Bloco, 5.066 votos, 3,5%, 1 deputado para o PCP e Bloco sem eleitos.

Regionais de 2023

·       PS,28.844 votos, 21,3%, 11 deputados

·       JPP, 14.933 votos, 11%, 5 deputados

·       PCP e Bloco, 6.713 votos, 4,9%, 1 deputado para cada

Regionais de 2024

·       PS, 28.081 votos, 21,3%, 11 deputados

·       JPP, 22.958 votos 16,9%, 9 deputados

·       PCP e Bloco, 4.129 votos, 3%, sem deputados

Qual o peso eleitoral do Funchal + Santa Cruz para a JPP?

Uma ideia que existe é que o JPP é um partido “limitado” ao Funchal e a Santa Cruz. Vejamos o peso destes dois concelhos no total da votação regional do JPP, entre 2011 e 2024:

Regionais de 2015 – 6.558 votos em Santa Cruz, 32,7% e 3.708 votos no Funchal, 7%. Representam um total de 10.266 votos, 78,3% da votação na Região, 13.114 votos, 10,3%

Regionais de 2019 – 5.247 votos em Santa Cruz, 22,9% e 1.531 votos no Funchal, 2,5%. Representam um total de 6.778 votos, 86,5% da votação na Região, 7.830 votos, 5,5%

Regionais de 2023 – 6.121 votos em Santa Cruz, 27,8% e 4.640 votos no Funchal, 8,3%. Representam um total de 10.761 votos, 72,1% da votação na Região, 14.933 votos, 11%.

Regionais de 2024 – 7.579 votos em Santa Cruz, 33,8% e 8.574 votos no Funchal, 15,2%. Representam um total de 16.153 votos, 70,4% da votação na Região, 22.958 votos, 16,9%

Em resumo:

2015, 78,3% da votação na Região

2019, 86,5% da votação na Região

2023, 72,1% da votação na Região

2024, 70,4% da votação na Região

Quer isto dizer que o peso eleitoral do eixo Funchal-Santa Cruz na votação total do JPP na Madeira, foi o mais baixo em 2024 o que significa que os “verdinhos” estão aos poucos a diversificar a sua representação eleitoral a outros municípios. Julgo que a aposta nalgumas bandeiras, casos da banana e da saúde, podem ter alguma influência nas pessoas, muito mais, por exemplo, que a questão do ferry.

A coligação de Raquel Coelho: 1 ou 2 deputados?

A Força Madeira é uma coligação constituída pelo PTP, RIR e MPT. Tanto PTP como o MPT já foram parceiros de coligações com o PS, para regionais e autárquicas, mas essa aposta não lhes correu politicamente bem. O RIR liderado por uma profissional de enfermagem é um partido relativamente recente no xadrez político regional. Tanto ele como o MPT, apostam a a sua visibilidade na liderança e no aproveitamento do espaço mediático.

Esta coligação é uma aposta inteligente de Raquel Coelho, com  experiência política suficiente para perceber que o PTP, sozinho, dificilmente regressaria ao parlamento. Ora escolhendo partidos que se encontram na mesma condição do PTP - e contando com eventuais desgastes eleitorais em partidos da esquerda, casos do PCP, com um discurso algo repetitivo e ultrapassado e sem renovação de protagonistas, e do Bloco de Esquerda a braços com um potencial impacto negativo resultante das medidas administrativas polémicas internas - julgo que Raquel Coelho tem todas as possibilidades, caso os 3 partidos da coligação mantenham as suas votações, de eleger um deputado - grande objectivo desta coligação. Ou mais até...

E basta olhar para os números:

·       2015 - RIR não existia e tanto o PTP como o MPT concorreram coligados ao PS na coligação fracassada liderada por Vitor Freitas.

·       2019 - RIR obteve 1.739 votos, 1,2%, mais do que os 1.426 votos e 1% do PTP. O MPT ficou-se pelos 506 votos, 0,4%. Estamos a falar de 3.671 votos. O PCP elegeu um deputado com 2.577 votos e o Bloco com 2.489 votos não elegeu  nenhum representante. A coligação neste caso, com este somatório, elegeria um deputado, mas a verdade é que o RIR nunca mais repetiu aquela votação-surpresa de 2019

·       2023 - O RIR desceu para 727 votos, 0,5%, o PTP totalizou 1.369 votos, 1% e o MPT totalizou 696 votos, 0,5%. Total de 2.792 votos. Bloco de Esquerda e PAN elegeram 1 deputado cada qual com mais de 3.000 votos!

·       2024 - finalmente nas últimas regionais o RIR teve 527 votos, 0,4% contra 1.222 votos e 0,9% do PTP e 577 votos e 0,4% do MPT. Um total de 2.326 votos que na realidade foram o pior valor desde 2019, o que não deixa de constituir um aviso para os partidos desta coligação. Até porque o PAN com 2.531 votos elegeu um deputado! Uma diferença de 205 votos!

Esta realidade reforça a minha convicção de que, juntando as eventuais mais-valias por perdas eleitorais do PCP e do Bloco - caso se confirmem - a coligação, mantendo a votação nos 2.300/2.500 votos - somatório dos 3 partidos - pode eleger 1 ou mesmo 2 deputados em última instância, o que lhe daria um grupo parlamentar que, a acontecer, constituiria uma vitória pessoal de Raquel Coelho, sem dúvida o rosto desta nova coligação.

Os madeirenses devem votar domingo, 23 de Março de forma significativa, reduzindo a abstenção, acabando com certos mitos sobre o tema e contribuindo para uma solução parlamentar e governativa regional estável, recusando aventuras e tiros-no-escuro, e reforçando a representatividade dos eleitos. Votando contra o vazio de campanhas manipuladoras, mentirosas, assentes em promessas enganadora em que o propósito foi apenas o de afastar uma pessoa. Chegando-se ao ponto de ouvirmos ex-arguidos (e potenciais futuros arguidos) reclamarem o afastamento de um arguido ainda sem acusação formalizada.

Ao Representante da República pedimos apenas que tomando por exemplo o que aconteceu em Maio do ano passado, não tenha pressa e que depois dois resultados, caso sejam precisas negociações entre partidos, que não acelere nem imponha uma agenda política demasiado acelerada, mesmo que a mando de Marcelo Rebelo de Sousa, que retira espaço e tempo de negociação. (LFM)

quarta-feira, março 19, 2025

Curiosidades: o fim da Atlântida

Nos textos de Platão, Timeu e Critias. Nesses diálogos do século IV aC, é descrita a guerra entre a Atenas pré-helênica e a civilização atlante. Crítias: Primeiro que tudo, recordemos o principal: passaram nove mil anos desde a referida guerra entre os que habitavam além das Colunas de Héracles. Atlântida é descrita como uma ilha localizada além dos Pilares de Hércules e "maior que a Líbia e a Ásia Menor juntas". Seu poder era tal que chegou a dominar toda a Europa e o norte da África até ser derrotado pelos exércitos atenienses. Depois disso, um cataclismo colossal o fez desaparecer "em um único dia e uma noite terrível" isso obrigou os atlantes e os humanos nativos da Terra a se refugiarem em montanhas e cavernas subterrâneas.

Os atlantes eram descritos como homens e mulheres perfeitos, ao estilo de semideuses como Hércules ou Perseu. As melhores qualidades físicas e intelectuais fariam deles uma civilização muito poderosa. O nome da Atlântida vem do grego antigo 'τλαντίς νσος', que significa literalmente 'ilha do Atlas'. O texto em que ele é mencionado, o Crítias de Platão, refere-se a Atlas como o primeiro rei da Atlântida, filho de Poseidon e do mortal Cleito. Como o primogênito de dez irmãos, cinco pares de gêmeos, ele recebeu a maior e mais próspera ilha para governar como rei. “Há no Egito – começou Crítias –, no extremo inferior do Delta, em redor da zona onde se divide a corrente do Nilo, uma região chamada Saiticos; e da maior cidade dessa região, Sais – (…).Dizia Sólon que, enquanto por ali andou, era muitíssimo respeitado por eles, e que, a certa altura, ao questionar os sacerdotes mais versados sobre acontecimentos antigos, descobriu que nem ele nem nenhum outro grego sabia, por assim dizer, quase nada sobre aquele assunto. (…)

Lembrando









(LFM)

Em 2050 as pensões dos portugueses serão muito mais baixas do que atualmente

A Comissão Europeia prevê que em 2050 as pensões dos portugueses sejam muito mais baixas do que atualmente, valendo apenas 39% do último salário para alguém que se aposente daqui a 25 anos. É um corte de 33 pontos percentuais face ao que há um ano a Comissão Europeia projetava para 2025 (cerca de 72%) e parece não existir nenhuma solução óbvia, nem imediata. A sustentabilidade da Segurança Social será posta em causa ao longo das próximas décadas, à medida que se for assistindo a um envelhecimento cada vez maior da população portuguesa. Se em 2025 se estima que haja 195 contribuintes por cada 100 pensionistas, em 2050 haverá apenas 126. Ou seja, haverá cada vez menos contribuintes por cada idoso, colocando em causa o financiamento da Segurança Social e das pensões. Existem mecanismos como o fator da sustentabilidade social, que indexa a idade de reforma à esperança média de vida da população portuguesa, no entanto poderá revelar-se insuficiente para um envelhecimento tão acentuado da população. Em termos gerais, a combinação de fatores como o envelhecimento da população, a baixa taxa de natalidade e o aumento da esperança média de vida, representa um risco para o financiamento das pensões ou, se quisermos, para a sustentabilidade da Segurança Social. Será inevitável que as pensões sejam cada vez mais baixas, relativamente ao último salário do aposentado. Esta nova realidade poderá ter um impacto dramático nas condições de vida da população idosa (Mais Liberdade, + Factos)

A "Psicologia das massas" segundo Gustave Le Bon

 

O livro "Psicologia das massas" de Gustave Le Bon, publicado pela primeira vez em 1895, é uma obra seminal no estudo do comportamento em grupo e da psicologia social. Le Bon explora como as massas, quando agem coletivamente, se comportam de forma diferente do que os indivíduos se comportam sozinhos. Segundo Le Bon, as massas são irracionais, sugestionáveis e propensas a ação emocional mais do que a reflexão lógica.

A teoria de Le Bon baseia-se na ideia de que, em uma multidão, os indivíduos experimentam uma transformação psicológica. Argumenta que o anonimidade proporciona aos indivíduos um sentimento de invulnerabilidade e uma diminuição da responsabilidade pessoal, o que pode levar a comportamentos que não exibiriam em circunstâncias normais. Isto é o que ele chama de "alma coletiva" da massa, que atua sob influências hipnóticas de líderes carismáticos e repetição de ideias. A análise de Le Bon também aborda como opiniões e emoções se contagiam rapidamente dentro de grandes grupos, levando as pessoas a agir homogênea. Além disso, discute o papel dos líderes na formação de opiniões e crenças dentro das massas, destacando como esses líderes aproveitam seu carisma e retórica para manipular.

"Gustave Le Bon: Psicologia das Massas" tem sido influente, mas também controverso. Enquanto forneceu ferramentas fundamentais para compreender fenômenos sociais e políticos, suas visões sobre a irracionalidade das massas foram criticadas por serem demasiado pessimistas e simplistas. Apesar disso, o livro continua sendo um texto fundamental para aqueles interessados em psicologia social, sociologia e estudos culturais, e sua influência estende-se até a teoria contemporânea sobre comportamento em grupo e dinâmica de massa (fonte: Internet)

No Japão é tudo diferente...

No Japão, algumas pessoas que chegam cedo ao trabalho optam por estacionar em vagas mais distantes, deixando as mais próximas para aqueles que podem chegar atrasados. Essa prática reflete a ênfase cultural japonesa na consideração pelos outros e no trabalho em equipe. Ao estacionar mais longe, os que chegam cedo permitem que os atrasados tenham acesso mais fácil ao local de trabalho, ajudando-os a chegar no horário (fonte: Internet)

Células cancerígenas versus células normais

Pesquisadores do Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia do Sul (KAIST) desenvolveram uma tecnologia inovadora que pode transformar células cancerígenas em células normais. Essa abordagem, denominada “reversão do câncer”, busca restaurar as células malignas ao seu estado original, em vez de destruí-las, como ocorre nos tratamentos convencionais (fonte: Internet)

Curiosidades: Ponte de Øresund, a ligação entre Suécia e Dinamarca!

Já imaginou atravessar de um país para outro através de uma ponte que se transforma num túnel? Essa é a incrível Ponte de Øresund, uma maravilha da engenharia moderna que liga Malmö (Suécia) a Copenhague (Dinamarca). A construção durou 5 anos, de 1995 a 2000, e envolveu desafios gigantescos para garantir uma estrutura segura e eficiente. O projeto seguiu estas etapas:

  •       1995 – Início das obras, com a fundação subaquática
  •       1997 – Construção da ilha artificial Peberholm e início do Túnel de Drogden
  •       1999 – Estrutura principal da ponte finalizada
  •       2000 – Inauguração oficial em 1º de julho de 2000

A Ponte de Øresund combina rodovia e ferrovia, permitindo a passagem de:

  •       Carros – Viagem de cerca de 10 minutos
  •       Combóios – Trajeto de 35 minutos, incluindo paragens

Além da funcionalidade, a ponte também oferece vistas incríveis do Estreito de Øresund e tornou-se um símbolo da ligação entre os países escandinavos.

Localização: Estreito de Øresund, entre Suécia e Dinamarca

Destaques: Engenharia inovadora, passagem rápida e paisagens deslumbrantes! (fonte: Internet)

Naturalmente, até a executiva entra nas contas...

fonte: Açoriano Oriental

Demasiado sério para brincadeiras políticas

fonte: JM

terça-feira, março 18, 2025

Regionais 2025: Notas para um debate

Sondagens

Não valorizo sondagens, elas interessam sobretudo aos partidos para ajustarem a campanha aos factos. Acresce que muitas sondagens, pelo logro que alimentam, acabam por ter um reverso perigoso, o de contribuírem para afastar as pessoas das urnas, prejudicando todos os partidos;


Contra a abstenção

O desafio a 23 de Março é uma afluência importante, as pessoas que façam um esforço para que a representatividade dos eleitos, que nada tem a ver com a sua legitimidade, seja fortalecida. Seria óptimo que regressássemos aos 42,5% de abstenção de 2011 já que não considero plausível que repitamos os 39,5% de 2007;


Independentemente do partido no qual queiram votar, espero que os eleitores participem no processo eleitoral para que as regionais - que desde 2015 estão a perder afluência - voltem a ser as mais importantes para os cidadãos da Região. Votar é um dever cívico que não demora nada e faz-nos ter a consciência tranquila para depois criticarmos seja o que for. Se não votamos perdemos a autoridade moral dessa crítica legítima;

Potenciais erros de prioridades

Nesta campanha eleitoral o que todos percebemos é que, para além de um imenso rol de promessas, o que a oposição regional pretende é afastar o líder do PSD-Madeira, alguns deles recusando negociar com os social-democratas, mesmo que sejam os mais votados nas eleições. Será que esta estratégia concertada não vai ter efeitos contrários junto do eleitorado?;

Os partidos e as "alternativas"

O JPP acha que apenas eles conseguem derrotar o PSD-M apelando por isso ao voto útil e desvalorizando claramente o PS. Resta saber se os eleitores se "esqueceram" que a JPP correu aceleradamente para os braços do PS, depois das regionais de Maio de 2023, para um "casamento" que não chegou sequer ao altar porque nunca teve condições para ser formalizado por falta de seriedade. Os eleitores vão querer saber quem é a cópia e quem é o original? Sobretudo quando está em disputa eleitorado comum (ao PS) que precisa ser convencido das virtudes deste negócio casamenteiro...por conveniência!

Cafofo, um homem sortudo

Já o PS de Cafofo sustenta que só com os socialistas haverá mudança - não se sabe bem qual - apelando ao voto útil e reclamando para si os louros de uma alternativa que só com ele pode acontecer. O problema reside na confiança que parece escassear e na certeza de que há uma enorme fome de poder que tem conduzido o PS para uma campanha assente nas promessas a pataco, muitas vezes a reboque de questões suscitadas pelo espaço mediático.

Cafofo é um homem de sorte. Por exemplo, foi um sortudo quando se livrou de ser acusado e julgado no caso da queda da árvore no Monte, em 2017, que matou 13 pessoas e fez dezenas de feridos, apesar de ter sido declarado inicialmente arguido no processo. Uma decisão que contrasta com o que se passou com um seu colega e antigo autarca do Porto Santo, em 2010, que foi acusado


O PS e as suas investigações...paradas!

Cafofo é um homem com sorte porque apesar da PJ ter realizado em Outubro de 2020 buscas em três Câmaras Municipais lideradas pelos socialistas - incluindo a do Funchal presidida por Cafofo - por suspeitas de financiamento ilegal do PS-Madeira, viu o caso “adormecer” nas prateleiras do Ministério Público sem que este tenha dado informações aos cidadãos sobre essa investigação. É a tal balança desequilibrada da justiça quando se trata de procedimentos ainda na fase de investigação e da instrução processual, que pende sempre para o lado que eles escolhem... Isso não inibiu Cafofo de andar nesta campanha eleitoral a promover julgamentos públicos de Albuquerque a denunciar a sua culpabilidade, sem que a justiça, tal como na investigação adormecida às autarquias PS, se tenha pronunciado ou formalizado acusação;

E o regionalismo do Chega?

Quanto à “delegação” do Chega na Madeira, que há dias reclamou uma Região forte perante a República e Lisboa - algo que o próprio Chega não consegue fazer estatutariamente a si próprio, pelo que não passa de uma mera delegação local do partido de Ventura, e uma marionete às ordens e imposições de Lisboa e das vontades, bem ou mal humoradas, da sua liderança. Nem a lista de candidatos a deputados regionais pelos vistos consegue aprovar localmente...

Alguém acredita na hipocrisia de Albuquerque?

O PSD-Madeira reclama, e bem, a necessidade de estabilidade que garante uma governação sem atropelos e com continuidade, pedindo aos eleitores, independentemente de tudo, um voto de confiança a roçar a maioria absoluta para reduzir a as necessidades de negociação com terceiros.

Alguém acredita que Albuquerque, a propósito dos processos judiciais que sobre ele impendem, e apesar de não se conhecer nenhuma decisão concreta da justiça, estaria brincar com o jogo e a arriscar concorrer a estas eleições regionais (inquestionavelmente as mais difíceis para o PSD-Madeira), para ganhá-las, ser eleito, continuar a reclamar inocência e daqui a uns meses ser confrontado com acusações já mais fundadas e concretas, situação que o afastaria de funções públicas e que destruiriam a sua carreira política e sobretudo a sua imagem publica em termos sociais? Acham mesmo que esse masoquismo é imaginável?


Julgamentos na praça pública por mero interesse partidária

Contudo, a oposição vaticinou concertadamente nesta campanha eleitoral, na sua fobia de julgar antecipadamente os outros na praça pública por mero oportunismo político e interesse partidário e eleitoral, ao mesmo tempo que esconde habilmente processos em investigação ainda não arquivados, que vários partidos enfrentam, incluindo negócios de financiamento e relações com empresas com diversas ligações pessoais (LFM, 18.03.2025)