domingo, junho 08, 2025

Sondagem: Maioria apoia prisão perpétua. Mas há divisão na castração química

Os crimes especialmente graves deveriam ser penalizados com prisão perpétua, de acordo com 55% dos portugueses (40% estão contra), e segundo uma sondagem da Pitagórica para o JN e a TSF. No que diz respeito à castração química de agressores sexuais, reina a divisão: 48% concordam, 45% discordam. Quando se pergunta aos portugueses se Luís Montenegro deve responder ao repto do Chega e da Iniciativa Liberal para iniciar um processo de revisão constitucional, a maioria está contra (51%). Mas, no caso de existir, há uma maioria (55%) que defende uma das medidas mais controversas do cardápio de André Ventura: a prisão perpétua para crimes especialmente graves.

Sintonia entre Chega e AD

Quando se analisam os resultados nos segmentos de voto partidário, percebe-se que essa maioria a favor da prisão perpétua se constrói sobretudo à custa do eleitorado do Chega (74% a favor) e da AD (61%). Nos restantes, a norma é a oposição a essa medida: 67% contra no caso dos eleitores do Livre, 57% entre os que votaram no PS, e 55% entre os liberais. As diferença de género são praticamente inexistentes, mas, no que diz respeito às faixas etárias, são os mais jovens os maiores defensores da prisão perpétua (63%). O apoio vai caindo à medida que os portugueses envelhecem e, entre os mais velhos (55 ou mais anos), a diferença entre os que concordam e os que discordam é de apenas um ponto percentual: 49% a favor, 48% contra.

Mulheres a favor da castração

Já no que diz respeito à possibilidade de inscrever na Constituição o castigo da castração química para agressores sexuais reincidentes, a divisão é a norma, ainda que com um ligeiro ascendente dos que concordam com essa proposta (48%), relativamente aos que discordam (45%). Nesta matéria há um relativo “divórcio” entre géneros: as mulheres tendem a favorecer a castração química (50% a favor, 42% contra), enquanto os homens tendem a recusar (49% contra, 42% a favor). No que diz respeito às faixas etárias, é entre os mais jovens que se encontra um apoio mais forte contra esta medida radical de justiça penal: 51% concordam, 42% discordam.

A exemplo da prisão perpétua, a ligeira preponderância dos que defendem a castração química para agressores sexuais faz-se à custa, em particular, dos eleitores do Chega (74% concordam com essa eventual alteração constitucional), mas também dos que votaram na AD: 48% a favor, 46% contra. Entre os restantes três maiores partidos, a rejeição é clara: 63% no Livre, 60% no PS e 53% na Iniciativa Liberal (Jornal de Notícias, texto do jornalista Rafael Barbosa)

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