quinta-feira, novembro 30, 2023

Polémica sem efeitos ou braço-de-ferro desesperado?

fonte: Jornal da Madeira

Sondagem: Pedro Nuno Santos favorito na luta com Carneiro pela liderança do PS

Pedro Nuno Santos é o favorito dos portugueses a vencer as eleições no PS (52%) e o candidato socialista com maior probabilidade de chegar a primeiro-ministro (50%), de acordo com uma sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF. José Luís Carneiro (38%) só aparece à frente do seu principal rival (34%) quando se pergunta quem daria um melhor primeiro-ministro. No entanto, quando se analisam apenas os resultados entre os eleitores socialistas, Pedro Nuno deixa Carneiro para trás em todos os capítulos. A vantagem do ex-ministro das Infraestruturas é de dois para um relativamente ao ainda titular da pasta da Administração Interna. É assim quando se pergunta aos portugueses sobre qual dos dois tem mais hipóteses de vencer as diretas no PS, marcadas para 15 e 16 de dezembro (52% contra 26%), como quando a questão remete para as eleições legislativas de 10 de março e para a probabilidade de algum deles se tornar o próximo primeiro-ministro (50% contra 24%).

As escolhas no PS

É verdade, no entanto, que os portugueses não votam na escolha para secretário-geral do PS. Razão pela qual tem maior significado o que pensam os potenciais eleitores socialistas. E quando a análise se foca nos resultados deste segmento da amostra, a diferença é ainda maior: relativamente à pergunta sobre a corrida à liderança do partido, Santos chega aos 61% e alarga a vantagem para 35 pontos; quanto à probabilidade de chegar a chefe do Governo, cresce para os 59%, com mais 32 pontos percentuais do que Carneiro.

Também é certo que não são os eleitores socialistas a escolher o próximo líder. E a sondagem não chega ao ponto de distinguir como poderão votar os militantes do PS. Mas, também nessa contabilidade se adivinha uma vantagem para Pedro Nuno Santos: na contagem de espingardas que é atualizada todos os dias vai à frente em quem tem a capacidade de mobilizar eleitores para as diretas, por causa da sua ligação ao aparelho, ou seja, entre os deputados, os autarcas e os líderes de concelhias e federações.

Eleições: abstenção e evolução eleitoral do PSD e do CDS na Madeira


Este quadro mostra a evolução da abstenção (regionais e legislativas nacionais) na Madeira bem como evolução eleitoral do PSD e do CDS na Madeira, considerando os dados oficiais constantes de toda a documentação eleitoral. Importante paras perceberem, em tempos de negociatas políticas de coligações pré-eleitorais, os "benefícios" de certas apostas, "benefícios" esses que os números mostram de forma inequívoca (LFM)

20% dos madeirenses vivem com menos de 530 euros por mês

A Madeira, segundo o INE (dados de 2022), é a segunda região do país com a maior taxa de risco de pobreza ou exclusão social. Alguns cidadãos dizem que a vida está cada vez mais cara e que atualmente, é impossível poupar. Leia aqui os dados publicados pelo INE na sua versão original. Aproveito também para recomendar a leitura, e conjugação de todos os indicadores, o documento do INE, publicado em Novembro de 2023 intitulado "O ganho mediano mensal dos trabalhadores por conta de outrem não ultrapassa 1000 € em 285 (93%) dos 308 municípios - 2021". Leia aqui

A abstenção eleitoral nas Regiões Autónomas

Este quadro mostra a evolução da abstenção (regionais e legislativas nacionais) na Madeira e nos Açores, apenas com base nos dados oficiais constantes de toda a documentação eleitoral. O que nada tem a ver com a realidade de termos cadernos eleitorais empolados e, portanto, alegadamente distantes da realidade, situação que numa democracia eleitoral como a nossa, é um absurdo que ocorra. O problema é que sobejam os que acham, e bem, que temos cadernos eleitorais desactualizados que empolam os valores da abstenção. Mas nada é feito para resolver isso. O problema, muitas vezes escamoteado é que se actualizassem, como deviam, os mecanismos de registo eleitoral de cidadãos inscritos nos cadernos eleitorais, provavelmente a própria distribuição dos deputados a serem eleitos para a Assembleia da República, nos diferentes distritos continentais e Regiões Autónomas, também seria substancialmente diferente da actual. E não apenas isso seria mudado... (LFM)

quarta-feira, novembro 29, 2023

Sondagem: Apoio ucraniano para a adesão à UE e à NATO está em queda

Uma esmagadora maioria dos ucranianos é a favor da adesão à UE e à NATO, no entanto, o nível de apoio registou uma ligeira descida desde o verão, de acordo com uma sondagem divulgada pelo Rating Sociology Group. No total, 78% dos ucranianos votariam pela adesão à UE se um referendo fosse realizado agora, abaixo dos 85% em Julho, e 77% são a favor da adesão à NATO, uma queda em relação aos 83% em Julho. Os números de Julho também representaram uma ligeira diminuição em relação a uma sondagem semelhante realizada em Janeiro de 2023, na qual um recorde de 86% dos ucranianos eram a favor da adesão à NATO. A maioria em todo o país apoia a adesão a ambas as instituições, mas o nível de apoio é mais elevado na parte ocidental da Ucrânia e em Kiev.

Quando questionados se a adesão da Ucrânia à NATO apenas com os territórios atualmente controlados pelo governo era aceitável, mais de metade disse que não (53%), mas a ideia foi total ou parcialmente apoiada por 43% dos entrevistados. Houve um ligeiro desvio regional nos resultados, com os cidadãos da parte ocidental da Ucrânia e de Kiev mais dispostos a apoiar a ideia de aderir apenas aos territórios controlados pela Ucrânia e aos do sul, centro e leste. O Secretário-Geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse a 29 de novembro que a Ucrânia tinha feito progressos significativos na implementação das reformas necessárias para a adesão. “A Ucrânia está mais próxima da OTAN do que nunca”, acrescentou. Já a Comissão Europeia recomendou a 8 de novembro que a Ucrânia iniciasse negociações de adesão à UE. Será necessária uma votação unânime dos Estados-membros em Dezembro para que as negociações comecem oficialmente (Executive Digest)

Aeroporto da Madeira recebeu 4 milhões de passageiros até setembro


Rede de crimes na Ucrânia desmantelada em operação internacional. Os bandidos nem em guerra adormecem...

Uma operação internacional desmantelou um grupo organizado de crimes informáticos na Ucrânia ligado a “ataques de alto perfil que geraram perdas de centenas de milhões de euros” em 71 países, anunciaram hoje as autoridades europeias. Segundo a polícia do bloco europeu (Europol) e a Agência da União Europeia (UE) para a Cooperação em Justiça Penal (Eurojust), mais de 20 investigadores da Noruega, França, Alemanha e Estados Unidos foram enviados a Kiev para ajudar as autoridades ucranianas numa recente operação contra esta rede responsável por importantes ataques informáticos de ‘ransomware’, modalidade criminosa na qual se sequestra informação de uma empresa, um Governo ou um utilizador para cobrar um resgate.

Acredita-se que estes ataques tenham afetado mais de 1.800 vítimas em 71 países, atingindo grandes corporações, paralisando empresas e causando perdas de pelo menos várias centenas de milhões de euros. As investigações determinaram que os piratas informáticos criptografaram mais de 250 servidores de grandes empresas.

Cafôfo disponível para ser cabeça-de-lista a `Lisboa` se `Lisboa` assim o entender...

O candidato a líder do PS Madeira quer primeiro ser eleito e depois deixará que os órgãos do partido decidam os nomes para a lista. Estranha declaração de um partido supostamente autonomista, salvo se o poder de decisão final na escolha dos cabeças-de-lista esteja atribuído apenas a Lisboa, ao Largo do Rato

Madeira: Turismo representa 29% do PIB da Região, mas...

Um valor que no entender de alguns especialistas pode pecar por excesso.

Venezuela: detido líder político da oposição após criticar o governo de Maduro nas redes sociais e instigar o ódio

Após ter sido acusado de instigar ao ódio nas suas redes sociais por ter criticado o governo de Maduro, o líder político da oposição foi preso e transferido para a sede de Sebin em Naguanaga. A polícia política venezuelana deteve esta quarta-feira um militante do partido Encuentro Ciudadano, após ter sido acusado de instigar ao ódio nas suas redes sociais, ao criticar o governo de Nicolás Maduro, noticiou o jornal espanhol, El País. De acordo com o jornal, o Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN) apareceu na casa do ativista, Nelson Piñero, por volta da meia-noite, sem mandado de busca, e entrou pela janela devido à resistência do deputado para abrir a porta. O militante do partido da oposição foi transferido para a sede de Sebin em Naguanaga, a norte de Valência. A sua detenção foi tornada pública pela antiga candidata presidencial e fundadora do Encuentro Ciudadano, Delsa Solorzano no X.

“Hoje Nelson é mais um preso político desta ditadura que já prendeu 300 cidadãos por pensarem diferente”, lê-se na sua publicação. A aliança política de oposição venezuelana, Plataforma Unitária, já condenou a medida judicial contra Piñero, criticando a ausência de um mandato tal como o argumento usado pelas força policiais para justificar o ato, que se centraram somente nas publicações feitas na rede social X (antigo Twitter) do militante, conta o La República. Os restantes partidos de oposição fizeram um pedido de apoio a organizações humanitárias internacionais para que intercedessem pelo ativista e propuseram, tal como Solorzano, a documentar o caso para que possa ser usado contra o governo de Maduro, avançou, também, o El País. Os familiares de Piñero — disse o seu filho num vídeo — já pediram ajuda a advogados da organização não-governamental (ONG) venezuelana Foro Penal (FP), defensora da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) (Lusa)

Sondagem: O principal problema do país? “É a economia, estúpido”

A sondagem inclui uma pergunta aberta em que se pede aos inquiridos para nomearem um – e apenas um – que considerem ser o principal problema do país. Sendo uma pergunta aberta, não foram dadas aos inquiridos quaisquer respostas predefinidas. Os problemas com a Saúde, Serviço Nacional de Saúde e médicos foram apontados por 18% dos que responderam à sondagem. O Governo e o seu rumo foi considerado o “principal problema” por 11%. A corrupção foi nomeada também por 11%. A mesma percentagem de 11% dos inquiridos indicou como principal problema o custo de vida e a inflação.

As questões da habitação, em que se incluem taxas de juro e rendas, foram apontadas por 7%. Os baixos salários do país, as pensões e a pobreza foram considerados “o principal problema” por 6% dos inquiridos; a economia e o investimento por 4%, enquanto os impostos foram indicados por 3%. Escolheram a crise política e a demissão do primeiro-ministro (e a instabilidade política) 4%, enquanto também 4% apontaram como principal problema a credibilidade dos políticos. A imigração aparece pela primeira vez neste género de estudos, considerada “principal problema” por 3% dos inquiridos.

Sondagem: Eleições defendidas por 74%, demissão de Costa apoiada por 82%, 53% desconfiam da justiça

Na sondagem Católica, PÚBLICO/RTP a percentagem dos inquiridos que dizem que o país está pior é de 75%. A demissão do primeiro-ministro é defendida por uma maioria esmagadora. O “trauma Santana Lopes”, que aconteceu há quase 20 anos, parece estar bem vivo na sociedade portuguesa – pelo menos naqueles que foram inquiridos pela sondagem Universidade Católica/PÚBLICO/RTP. Um novo Governo sem eleições (uma absoluta normalidade em muitos países europeus) continua a ser considerado impossível em Portugal. Só 20% dos inquiridos da sondagem apoiam a solução que António Costa apresentou a Marcelo Rebelo de Sousa de manter o PS no Governo com o governador do Banco de Portugal e antigo ministro das Finanças dos governos socialistas, Mário Centeno, como primeiro-ministro.

Uma expressiva maioria de 74% apoia a decisão do Presidente da República em convocar eleições antecipadas. A intenção estava pré-anunciada desde que António Costa tinha tomado posse, quando Marcelo Rebelo de Sousa afirmou no seu discurso que a saída do primeiro-ministro conduziria à marcação de novas eleições. Ou, mais propriamente, “seria muito difícil” não o fazer. A avaliar pelo apoio popular à decisão do Presidente da República, a decisão de não mudar de ideias relativamente ao discurso da posse foi positiva.

Também uma esmagadora maioria da amostra – 82% dos inquiridos — acha que o primeiro-ministro fez bem em demitir-se. E apenas uma minoria de 12% defende que António Costa não se devia ter demitido. Tanto na questão das eleições antecipadas como na demissão do primeiro-ministro há 6% incluídos na categoria do “não sabe/não responde”.

European Survey: portugueses confiam na polícia, desconfiam dos políticos e estão abertos à imigração

Os portugueses não acreditam na justiça e acham que há uma para ricos e outra para pobres. Somos um dos povos mais desconfiados da Europa, gostamos de polícias, mas não de políticos, e achamos que os governos não fazem o suficiente para combater a pobreza, diz o European Social Survey, onde Portugal aparece como um dos países mais tolerantes à imigração. O estudo unta investigadores de várias universidades europeias, já vai na décima ronda e abrange perto de 60 mil inquiridos, em 31 países europeus. Parece uma contradição: num momento em que os partidos de extrema-direita com discursos racistas e xenófobos crescem em muitos países europeus - incluindo em Portugal - a aceitação dos imigrantes melhorou na Europa no ano de 2022, em relação ao mesmo inquérito realizado há 20 anos pelo European Social Survey. O grau de abertura dos portugueses à imigração também aumentou, como um dos povos mais tolerantes neste domínio, apesar de agora haver um partido como o Chega, que defende o fecho de portas, a registar resultados em sondagens na casa dos 16% (como na sondagem “Público”/RTP desta terça-feira).

O European Social Survey (ESS), que junta investigadores de várias universidades europeias, já vai na décima ronda e abrange perto de 60 mil inquiridos, em 31 países europeus. A edição deste ano, conclui que “os políticos e os partidos políticos continuam a ser os grupos a quem são atribuídos os valores mais baixos de confiança”, enquanto “a polícia é a instituição mais merecedora de confiança tanto em Portugal, como no conjunto dos países, e foi a única instituição nacional que registou um aumento considerável de confiança nas últimas duas décadas”. Os portugueses atribuíram uma média de 6 valores de confiança à polícia numa escala de 10. Mas a confiança no sistema judicial “é menor agora do que em 2002, apresentando valores muito abaixo da média dos países” onde foi realizado o inquérito: em 2002, a justiça tinha um grau de confiança de 5,5 e agora caiu para o nível 4.

Puigdemont ameaça fazer cair Sánchez se não vir avanços rumo à independência catalã

O Juntos pela Catalunha (Junts) estará disposto a retirar o apoio ao Governo do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, “se não houver progressos suficientes” nas negociações para a independência da Catalunha, disse o líder do partido, Carles Puigdemont, citado pelo portal Politico. Faz precisamente duas semanas, esta quinta-feira, que Pedro Sánchez foi reconduzido no cargo de presidente do Governo de Espanha, depois de um longo processo de negociações com vários partidos independentistas, entre eles o Junts. Menos de 15 dias depois, Puigdemont diz que os sete deputados do seu partido, parte essencial para a maioria parlamentar do PSOE no Parlamento espanhol, estariam abertos a trabalhar com o Partido Popular (PP) para depor Sánchez a meio do mandato.

A informação é avançada pelo Politico, nesta quarta-feira, que cita o líder independentista e eurodeputado catalão, que terá admitido essa possibilidade a Manfred Weber, presidente do Partido Popular Europeu (PPE). De acordo com o Politico, Weber e Puigdemont conversaram informalmente quando se encontraram num evento em que o político alemão censurou o líder independentista por “alimentar” a extrema-direita do Vox, ao que o catalão respondeu apontando a possibilidade de o Junts chegar a acordos com o PP durante a legislatura. “Mas, para isso acontecer, o PP tem de dar um passo na nossa direcção... Não podem continuar a tratar-me como um terrorista”, disse Puigdemont.

Sondagem: O caso Influencer e a crise política. O que pensam os portugueses

O caso Influencer, que levou ao pedido de demissão de António Costa do cargo de primeiro-ministro, à decisão do presidente da República de marcar eleições legislativas antecipadas e à possibilidade de a procuradora-geral da República dar explicações públicas sobre a investigação e a independência da justiça, foi outros dos temas abordados na sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e jornal Público. A maioria dos inquiridos entende que a chamada dos eleitores às urnas foi a melhor opção. Quando questionados sobre a melhor opção para o país depois da operação Influencer que acabou por levar à demissão do primeiro-ministro, 74 por cento consideram que a opção de eleições antecipadas foi a melhor.

Por outro lado, 20 por cento dos inquiridos eram favoráveis a um novo governo do PS liderado por Mário Centeno. Seis por cento não sabem ou não respondem à questão de eleições antecipadas ou novo governo liderado pelo Partido Socialista. Para 82 por cento dos inquiridos, António Costa tomou a decisão certa ao apresentar a demissão. Doze por cento acham que não e seis por cento não sabem ou não respondem.

A maioria dos inquiridos - 76 por cento - defende que a procuradora-geral da República deve dar explicações públicas sobre a investigação ao primeiro-ministro, 20 por cento têm uma opinião contrária e seis por cento não sabem ou não respondem. Para 53 por cento dos inquiridos, a independência da justiça não está garantida e outros 38 por cento afirmam que sim. Nove por cento não sabem ou não respondem.

Ficha técnica

Este inquérito foi realizado pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público entre os dias 15 e 24 de novembro de 2023. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1102 inquéritos válidos, sendo 41% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 31% da região Norte, 20% do Centro, 33% da A.M. de Lisboa, 7% do Alentejo, 5% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região com base no recenseamento eleitoral. A taxa de resposta foi de 31%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1102 inquiridos é de 3,0%, com um nível de confiança de 95% (RTP, texto da jornalista Cristina Sambado e grafismo de Sara Piteira) 

Sondagem: O estado do país. Larga maioria dos inquiridos considera que está pior

A sondagem da Universidade Católica para a RTP, a Antena 1 e o jornal Público divulgada esta quarta-feira revela que 75 por cento dos inquiridos considera que o país está pior do que há um ano. Os principais problemas prendem-se com a saúde, a governação, a corrupção e a inflação. Na sondagem realizada em julho de 2023, 65 por cento dos inquiridos considerava que o país estava pior do que no ano anterior. Os dados do estudo feito entre 15 e 24 de novembro, já depois da demissão de António Costa do cargo de primeiro-ministro, mostram que o número passou para 75 por cento.

Quando questionados sobre a situação em geral do país - se está pior, igual ou melhor do que há um ano -, 75 por cento respondem que está pior, 14 por cento consideram que está igual e para dez por cento a situação está melhor. Um por cento não sabe ou não respondeu. Em julho de 2023, 65 por cento consideravam que o país estava pior, 22 por cento afirmaram que estava igual e, para 12 por cento estava melhor.

CGD põe novo processo em tribunal contra Berardo e familiares: este vale €35 milhões

Os tribunais têm sido o centro da luta entre os bancos e o empresário Joe Berardo. Agora, os filhos e netos do madeirense também são réus numa ação judicial. A Caixa Geral de Depósitos colocou um novo processo judicial contra o empresário José Berardo (conhecido como Joe Berardo) e seus familiares, no valor global de 35,2 milhões de euros, de acordo com o portal Citius. Além de Berardo há outros oito réus neste processo que deu entrada no Juízo Central Cível de Lisboa esta semana, entre os quais os filhos Renato Berardo e Cláudia Berardo, e os seus netos. Contactada, a CGD ainda não respondeu ao Expresso sobre por que razão decidiu apontá-los como visados. O valor exato da nova ação judicial é 35.178.286,67 euros. Não é a única: no início desta semana, a CGD também pôs uma ação no Tribunal de Lisboa, num montante mais tímido (310 mil euros), contra a Fundação José Berardo e a Statuschange, Lda, que tem Cláudia Berardo entre os seus gestores.

UMA LUTA ANTIGA

Os principais bancos credores (CGD, BCP e Novo Banco) decidiram levar para tribunal o empresário e suas empresas para tentarem ser ressarcidos das dívidas que consideram que o seu universo empresarial deixou por pagar, que calculam num valor global próximo de mil milhões de euros. Os três avançaram com uma ação principal nesse valor, em busca daquele ressarcimento, que pensam conseguir através das obras de arte da Coleção Berardo, hoje em dia integradas no estatal Museu de Arte Contemporânea. O Governo decidiu anular o acordo que tinha com o empresário madeirense e integrar essa coleção no museu estatal, até que tribunais decidam se efetivamente os bancos têm direito às obras enquanto garantia dos créditos concedidos - as pinturas estão arrestadas à espera da decisão judicial, continuando a ser expostas publicamente.

Estado contrata escritório do advogado de Joe Berardo por 1,2 milhões

Em causa estão serviços jurídicos prestados ao Turismo de Portugal. Advogado é arguido no processo em que são investigadas suspeitas da prática de vários crimes nos créditos concedidos pela Caixa. O Estado vai pagar ao escritório de André Luiz Gomes, advogado de Joe Berardo, 1,2 milhões de euros por serviços jurídicos, segundo uma notícia avançada esta sexta-feira pelo Correio da Manhã. De acordo com o jornal, o contrato com a Clareira Legal – Sociedade de Advogados foi celebrado em meados deste mês, por ajuste direto, pelo Turismo de Portugal. Esta última entidade foi mandatada por um despacho do ministro da Economia, António Costa Silva, “para assegurar os atos e os meios necessários à representação do Estado Português nas ações arbitrais desencadeadas pelas concessionárias de jogo em Portugal”. O advogado André Luiz Gomes, à semelhança de Joe Berardo, é arguido no processo em que o Ministério Público investiga suspeitas da prática de vários crimes nos créditos concedidos pela Caixa Geral de Depósitos ao grupo de Berardo. Em causa estão suspeitas de fraude fiscal, falsidade informática e branqueamento de capitais (ECO online)

Lesados do BES e Banif temem "morrer na praia" com crise política

Os lesados do Banif e das sucursais exteriores do BES temem que a crise política impeça a solução que vinham a negociar há anos com o Governo para os compensar parcialmente pelas perdas sofridas nos colapsos dos bancos. "Estamos preocupados, trabalhámos durante cinco anos de forma árdua para encontrar por fim uma solução para os lesados do Banif e das sucursais exteriores do BES e esta avalanche política surge no mês quando estávamos para anunciar as soluções", disse o advogado Nuno Vieira, representante de lesados, contactado pela Lusa. O advogado disse que, apesar da crise política, os lesados esperam que o atual Governo ainda avance com o processo para que o novo executivo tenha condições de pegar no assunto e o fechar rapidamente.

"Não queremos morrer na praia, contamos que o Governo seja responsável nesta fase transitória, que permita continuar o dossiê e que o entregue ao próximo Governo para finalizar", afirmou. Já antes da crise política, os lesados tinham deixado de ter o interlocutor com que contavam nas Finanças, uma vez que João Marcelo, que era chefe do gabinete do secretário de Estado das Finanças, passou a administrador da Parpública. Em 13 de outubro, os lesados do BES e do Banif entregaram, no Ministério das Finanças, os relatórios para uma solução que permita reaver o dinheiro que reclamam, tendo então o executivo dito que ia distribuir os documentos à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e ao Banco de Portugal e que marcaria uma reunião técnica.

Nota: Coligações da treta e o método de Hondt


Para que as pessoas percebam estas negociatas das coligações eleitorais - e eventualmente o que elas escondem - elaborei estes quadros que espero ajudem a entender melhor do que falamos. As coligações normalmente envolvem os mais fracos, aqueles que não conseguem passar aos eleitores uma dinâmica de vitória, os que encontram "vitórias" nas derrotas. Aconteceu na Assembleia da República com a geringonça de Costa, em 2015, afastando a coligação PSD-CDS do poleiro, coligação que nunca deveria acontecer depois de 4 anos de governação desgastante, marcados pela austeridade e pela troika e em que a bancarrota provocada pelo PS e por Sócrates passou rapidamente para o esquecimento colectivo.

Aconteceu em 2020 na Assembleia Legislativa dos Açores com a geringonça de direita liderada pelo PSD de Bolieiro, que afastou do poder o PS, que foi o partido mais votado nas urnas. Uma geringonça entre PSD, CDS e uma coisa” chamada PPM, apoiada no parlamento por Chega e Iniciativa Liberal e que por causa do Orçamento para o ano eleitoral de 2024, atravessa dificuldades políticas, no fundo uma instabilidade iniciativa em 2023 com o afastamento do Chega e da IL do acordo parlamentar assinado em 2020.

Finalmente em 2023 tivemos uma inesperada geringonça na Madeira, celebrada entre PSD, CDS e PAN, que garantiu a continuidade no poder do partido maioritário que, deste modo, ficou refém do CDS e do PAN. Isto se por acaso surgirem problemas que tornem o recurso a eleições inevitável e incontornável. Na realidade o PSD tem apenas 20 deputados dos 57 mandatos do parlamento regional, contra 3 do CDS e 1 do parceiro PAN. Juntos formalizam a maioria absoluta de 24 deputados. Para o PSD-Madeira a coligação nas regionais resolveu o quê? Que mais-valia representou se perdeu votos e deputados? Por isso sou e serei sempre contra coligações pré-eleitorais, nada tendo a opor a coligações pós-eleitorais. E felicito as Iniciativa Liberal e o seu líder nacional por terem mandato o PSD à fava, apesar das pressões vergonhosas que sobre ele e o partido tem sido feitas. No caso da RAM o entendimento PSD-PAN era algo inimaginável antes das eleições. Mas foi possível. Política é isso mesmo, a capacidade e a habilidade negocial, sempre que for necessário.

No primeiro caso – Exemplo 1 – usamos de forma aleatória a votação atribuída aos seis partidos usados nesta projecção meramente especulativa. Aplicando o método de Hondt vemos que os 45 mil votos dariam 4 deputados ao PSD e os 25mil votos propiciaram 2 mandatos ao PS.

No caso do Exemplo 2 – e mantendo o mesmo procedimento – e aumentados os votos do PSD de 45 para 50 mil (somando os 5 mil “atribuídos” do CDS) constata-se que nada muda, apenas a sequência de eleição dos diferentes deputados. Neste caso, manter-se-iam os 4 eleitos do PSD contra 2 do PS.

No caso do Exemplo 3 usamos a média eleitoral apurada para cada partido. Como obtivemos essa média, também de forma especulativa? Somamos os resultados nas legislativas nacionais na RAM de 2019 e 2022 e encontramos o valor médio de cada partido (o CDS colou-se em 2022 ao PSD nas nacionais, pelo que continuamos sem saber o que realmente valem eleitoralmente tanto o PSD como o CDS desde as regionais de 2019). Neste caso os resultados em nada se alteram face aos eleitos, de facto, nas legislativas nacionais de 2022. PSD e PS manteriam os mesmos 3 mandatos.

No caso da Madeira - e é estranho que ninguém veja isso - PSD e CDS apenas perdem votos, porque nem o PSD consegue segurar uma parte do seu eleitorado mais tradicional e que não quer, nunca quis, ter nada a ver com o CDS, nem o CDS segura uma parte do seu eleitorado mais tradicionalista e radical que foi habituado a ver o PSD como o adversário, diria mesmo o inimigo. Uma certa dialética radicalizada ao longo dos anos, e repetidamente usada para fundamentar o apelo ao distanciamento entre PSD e CDS na Madeira, pode ter gerado, acho que gerou mesmo, essa desconfiança, diria mesmo esse distanciamento que os resultados evidenciam.

Acresce que o problema do PSD - supostamente o mais interessado numa coligação pré-eleitoral na Madeira que não serve para nada, porque na realidade não ganha nada com ela, apenas permite que a sua bengala não tenha despesas, não seja obrigada a uma campanha eleitoral isolada no terreno e, com sorte, ainda acabe por ganhar alguma coisa que, em situações normais nunca conseguiria, falo de um eventual deputado em Lisboa, algo que há muitos anos não consegue porque não tem votos para isso.

Outro problema, o segundo, do PSD é que continua a ter  alguma dificuldade em perceber que precisa de mudar muita coisa, que o sistema partidário tradicional está a esgotar-se aceleradamente, permitindo o avanço de novas propostas alternativas, que tem de refrescar-se e ter coragem - que duvido que tenha - para o fazer, tem de mudar o discurso adaptando-o a um eleitorado que hoje nada tem a ver com o eleitorado para quem falávamos há 20 ou 30 anos, nos primórdios da autonomia regional, de enterrar lengalengas gastas, ultrapassadas, que hoje nada dizem às pessoas, sobretudo aos jovens, tem de reassumir a sua identidade ideológica e delimitar espaços e marcar diferenças. Pior do que isso, acho que o PSD, tanto no país como nas regiões, insiste em não querer entender que o eleitorado está a mudar e que o crescimento de partidos como o Chega e a Iniciativa Liberal é feito à custa do PSD e do CDS. E estes dois partidos, sobretudo o primeiro, não deram ainda razões para que os eleitores "foragidos" regressem à base, retomando o voto nos social-democratas. Aliás, duvido, perante a realidade dos factos e dos números, que isso possa ocorrer nos próximos tempos. Continuo com muitas dúvidas, mesmo depois de tudo o que se passou, que os resultados de 10 de Março sejam o que alguns antecipam. Admito que na noite eleitoral a desilusão possa ser generalizada e que problemas bem mais complicados - falo dos resultados eleitorais, possam ser colocados à democracia e ao sistema político nacional, no imediato, e regional a curto prazo. O fenómeno da abstenção nunca foi estudado a sério, colmo acho que devia ser, para entendermos as causas próximas desse fenómeno.

Alguns preferem confundir as pessoas, manipular os números, mas nunca os actualizam. Tentam disfarçar ou atenuar o impacto negativo da abstenção na afirmação da democracia e da própria autonomia regional, usando subterfúgios que podendo ser discutíveis num quadro mais vasto de abordagem e debate, precisam, contudo, de fundamentos seguros e verdadeiros. A verdade é essencial.

Se a Madeira tem mais de 250 mil eleitores nos cadernos eleitorais alguma coisa determinou isso. O quê? Porquê? Porque não é isso resolvido em tempo útil? Se esse número é ou não verdadeiro, então explique-se de forma competente, segura e verdadeira, sem manipulações ou distorções que servem sempre alguns desígnios mais gastados com os valores da abstenção e a interpretação que isso permite, o que se passa, porque alegadamente temos - e temos - gente a mais recenseada? E porque nada é feito, ainda por cima quando a RAM tem um círculo único em que os deputados deixaram de ser eleitos por concelho…

Esta factualidade, inegável, indesmentível, faz com que a pergunta se coloque com acuidade acrescida: afinal se o PSD não consegue cativar o voto útil de importantes sectores da sociedade, como aconteceu com a AD de Sá Carneiro e Amaro da Costa - grandes líderes – se Montenegro diz que só será primeiro-ministro se ganhar as eleições, se o PSD, no caso de ganhar sem maioria absoluta garantida, não quer levar o Chega por arrasto, antes obrigá-lo a distanciar-se do PS, acabando por isso por se colar ao PSD, que raio de alternativa credível, estável e competente será afinal produzida? Julgo que a 10 de Março ficaremos a saber. Uma coisa é certa, pelo que diz Montenegro, geringonça como Costa fez à esquerda ou o PSD nos Açores fez à direitas – o primeiro afastando a coligação PSD/CDS vencedora nas urnas do poder, o segundo afastando o PS, vencedor das regionais, do Governo Regional - estão fora de hipótese!

Intenções e…Cafofo

Julgo que não é especulação que a intenção do PSD-Madeira seja a de retirar um mandato ao PS, mas para o conseguir terá que recuperar eleitores perdidos, algo que, sinceramente, duvido seja capaz.

Mas o PSD-Madeira tem um problema acrescido, ainda sem confirmação. E se Paulo Cafofo for eleito líder do PS-Madeira e resolver, como antecipo que o faça – até porque precisa de um espaço político até as regionais de 2027 (caso tudo decorra com normalidade…), na medida em que não foi candidato nas regionais de 2023 – líder a candidatura socialista na Madeira? Acham mesmo que o ainda secretário de estado das comunidades portuguesas está assim tão “chamuscado” aos olhos dos eleitores madeirenses? Duvido. E tudo isso, admito, pressiona o PSD-Madeira e a sua estratégia eleitoral no terreno. Por um, lado pressionado por Chega e Iniciativa Liberal em crescimento, por outro pressionado à esquerda pelo PS – que pode muito bem recuperar votos que perdeu nas regionais para a JPP e o PAN – o PSD-Madeira precisa de pensar muito a sério no que deve fazer em vez de achar que tudo se resolve com negociatas ou coligações circunstanciais para calar alguns. Não resolve coisa nenhuma, nem nas regionais resolveu coisa nenhuma, como se viu. Julgo que Miguel Albuquerque já deixou umas dicas sobre a candidatura, mas duvido que promova alterações significativas até porque há muitos receios, interesses (e ameaças…) em jogo. Vamos aguardar. (LFM)

TAP voltou aos cortes salariais

Desde agosto que a companhia aérea estava a pagar os salários por inteiro através de adiantamentos. Mas com a crise política a gestão da companhia aérea voltou atrás e disse estar à espera de uma clarificação do Estado em relação às assinaturas necessárias para pôr fim aos cortes salariais.

terça-feira, novembro 28, 2023

Parlamento quer regulamentar o lobbying em Portugal

Os partidos admitem que uma lei não resolve todos os problemas, mas é mais um instrumento para aumentar a transparência. PCP e Bloco de Esquerda estão contra, alegando que está em causa a legalização do tráfico de influências.

Valor das casas caiu em outubro e crédito à habitação caiu para 100 mil milhões

O valor mediano ficou nos 1.536 euros por metro quadrado, cinco euros abaixo da média registada por metro quadrado em setembro. Ainda assim, o valor de outubro fica 8,2% acima do mesmo mês do ano passado.

Crédito à habitação caiu em outubro

O volume total de crédito à habitação caiu 1%, em outubro, para cerca de 100 mil milhões de euros. É, segundo o Banco de Portugal, uma descida face ao mesmo mês de 2022.

Sondagem: José Luís Carneiro é o preferido dos portugueses para líder do PS e primeiro-ministro


O atual ministro da Administração Interna é o preferido dos portugueses para líder do PS e também para primeiro-ministro, segundo revela a sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e jornal Público. José Luís Carneiro surge à frente de Luís Montenegro na preferência para chefe de Governo e é o candidato que reúne mais votos para líder dos socialistas. No entanto, para os inquiridos que votaram PS nas últimas legislativas, o líder escolhido é Pedro Nuno Santos. A 10 de março do próximo ano, os portugueses serão de novo chamados às urnas para escolher um novo Parlamento e um novo primeiro-ministro.

A sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e jornal Público pôs em confronto Luís Montenegro e dois dos candidatos à liderança do PS (Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro). Para a maioria dos portugueses inquiridos, José Luís Carneiro seria melhor chefe de Governo do que o líder dos social-democratas (42% contra 37%). No entanto, se o confronto for com Pedro Nuno Santos, há um empate, com uma ligeira vantagem para Luís Montenegro (40% contra 39%). Nos dois cenários há um número significativo de indecisos (21%).

José Luís Carneiro preferido para a liderança do PS

Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro são os candidatos à liderança do Partido Socialista, depois de António Costa se ter demitido na sequência da “Investigação Influencer” e ter anunciado que não se recandidataria ao cargo. A escolha do novo secretário-geral do PS será feita pelos militantes socialistas nos dias 15 e 16 de dezembro. No entanto, se a nomeação do novo líder socialista estivesse nas mãos dos portugueses, o favorito seria José Luís Carneiro.

Sondagem: Carneiro ganha a Pedro Nuno e Montenegro para primeiro-ministro


Luís Montenegro com popularidade atrás de Carlos Moedas e de Pedro Passos Coelho para candidato a primeiro-ministro do PSD. José Luís Carneiro fica à frente de Luís Montenegro – com 42% das intenções de voto – na corrida para primeiro-ministro. Pelo menos este é o número que a sondagem Universidade Católica/PÚBLICO/RTP revela quando se pergunta ao universo de participantes na sondagem quem preferiam para primeiro-ministro. Num cenário de confronto com José Luís Carneiro nas legislativas de 10 de Março, Luís Montenegro seria derrotado, já que apenas 37% do universo o considera melhor primeiro-ministro do que o actual ministro da Administração Interna.

Já numa disputa com Pedro Nuno Santos, os dados da sondagem revelam um empate técnico, com Luís Montenegro à frente por um ponto. Assim, à pergunta “qual seria o melhor primeiro-ministro”, Luís Montenegro recolhe 40% das preferências, enquanto Pedro Nuno Santos apenas 39%. Mas se restringirmos a análise aos inquiridos que votaram no PS nas últimas eleições, os dois candidatos ultrapassam Luís Montenegro por larga margem. Tanto Pedro Nuno Santos como José Luís Carneiro obtêm 64 por cento na pergunta sobre “quem é melhor primeiro-ministro” em confronto com Luís Montenegro.

Sondagem: direita sem Chega vale o mesmo que toda a esquerda

Os partidos de direita todos juntos, sem o Chega, valem tanto como os partidos de esquerda, incluindo o PAN. É o que revela a sondagem de Novembro do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica (Cesop) para o PÚBLICO, RTP e Antena 1. O PSD obtém 29%, a Iniciativa Liberal 9%, o CDS 2%, o que representa 40% das intenções de voto. O PS com 28% somado com a CDU (3%), BE (6%), o Livre (2%), e o PAN (2%) consegue formar um bloco que recolhe 41% das intenções de voto. Isto significa que os dois blocos têm praticamente a mesma força, sem ter em conta o Chega. Com o partido de André Ventura, um bloco de direita liderado pelo PSD com 56% teria possibilidades de obter a maioria absoluta. A sondagem não faz a distribuição de mandatos porque as eleições legislativas não têm um círculo eleitoral único mas 22, que correspondem aos distritos e dois círculos de emigração. Nas eleições legislativas de 2022, o PSD teve 27,6% dos votos, a IL 4,9% e o CDS 1,6%. Sem o Chega que teve 7,1%, o bloco de direita valia 34,1%. A sondagem mostra que os eleitores preferem um governo de coligação do que um governo minoritário e que aceitam também que haja "geringonças", como em 2015, ou seja, que o segundo partido mais votado possa formar governo se conseguir reunir os apoios de outros partidos. O presidente do PSD, Luís Montenegro, já disse que não aceita fazer coligações com o Chega.

Ficha técnica

Este inquérito foi realizado pelo CESOP - Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e PÚBLICO entre os dias 15 e 24 de Novembro de 2023. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram seleccionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efectuadas por telefone. Os inquiridos foram informados do objectivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1102 inquéritos válidos, sendo 41% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 31% da região Norte, 20% do Centro, 33% da Área Metropolitana de Lisboa, 7% do Alentejo, 5% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região com base no recenseamento eleitoral. A taxa de resposta foi de 31%. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1102inquiridos é de 3% com um nível de confiança de 95% (Publico, texto da jornalista Helena Pereira)

Expresso: Alberto João Jardim defende “uma grande frente, incluindo o Chega, para derrotar o socialismo e o comunismo”

Ex-presidente do governo regional da Madeira celebrou o 25 de Novembro em Câmara de Lobos e conversou com o Expresso sobre uma aliança de toda a direita, entre o PSD, o CDS e o Chega. “Se a solução é esta, vamos a esta”, diz. Deixa avisos ao seu partido e uma provocação a Pedro Nuno Santos

“Neste momento, é preciso ver que tipo de bloco é possível fazer entre o CDS e o PSD, que contributo ambos podem dar para fazer um grande partido de massas ao centro-direita”, é a proposta que Alberto João Jardim lança no dia do Congresso do PSD que prepara as eleições antecipadas de 10 de março. Mas o governante que permaneceu mais tempo em funções na democracia portuguesa vai mais longe no desafio à sua área política. Não é apenas uma fusão entre velhos aliados, mas também uma coligação com os novos concorrentes. “Eu hoje defendo que deve haver uma grande frente, incluindo o próprio Chega, para derrotar o socialismo e o comunismo”. Caso necessário, até com presença no executivo. “Se for preciso uma coligação governamental, defendo que seja feita”, adianta, em divergência ou antecipação face ao restante PSD.

E o veterano dos sociais-democratas tem argumentos na manga. “Neste momento, estão partidos de extrema-direita em vários governos da Europa. Em nenhum deles se verificou qualquer atentado à democracia ou violação da normalidade democrática. Estão ali, direitinhos, a cumprir a Constituição. Não se derrota a extrema-direita com as tiradas da esquerda. Derrota-se, obrigando-a a cumprir o jogo democrático e esvaziando-a dentro do jogo democrático”, é a tese de João Jardim, revelada ao Expresso esta tarde. “A direita democrática só derrotará a esquerda e a extrema-direita se, perante a derrota da esquerda, colocar a extrema-direita numa área de poder em que esta cumpre a Constituição e deixa de ser qualquer tipo de ameaça”, concretiza.

Os aviões andam a voar à "velocidade do som". Eis porquê

A corrente de jato é conhecida por reduzir em cerca de uma hora os voos de longo curso de oeste para leste. Mas, neste momento, está a ser especialmente difícil para os viajantes em classe económica, pois a corrente de jato sobre o Atlântico é tão forte que os voos que se dirigem dos EUA para a Europa estão a atingir velocidades equivalentes à do som. O som viaja a cerca de 1225 km por segundo em "condições normais ao nível do mar", segundo a NASA. Nas últimas 24 horas, os aviões de passageiros que viajam para leste dos EUA, atravessando o Atlântico, atingiram até 1252 km/h. Isto é um pouco mais de 322 km/h mais rápido do que as velocidades de cruzeiro normais.

Mas se pensa que estes tempos de voo estão à altura do desaparecido Concorde, cujas explosões sónicas costumavam assinalar a quebra da barreira do som, é altura de pensar de novo. Há uma diferença entre a velocidade no solo e a velocidade no ar (velocidade indicada no ar, essencialmente a velocidade do avião em relação ao ar que o rodeia). Estes voos de passageiros, por muito rápidos que sejam, não quebraram a barreira do som.

Aviação: Subida de dois dígitos nas taxas alvoraça companhias

A subida das taxas aeroportuárias proposta pela ANA para 2024 está a agitar o sector e já levou inclusive a Ryanair a ameaçar retirar os voos dos aeroportos da Madeira, Açores e Faro usando o custo como argumento. É que no próximo ano, se a proposta da concessionária for aceite pela ANAC, as taxas irão aumentar 14,55%, em média, o equivalente a €1,6 por passageiro. Uma subida significativa, fruto do crescimento da procura, associado ao galope da inflação — e ainda assim revista em baixa pela ANA que inicialmente apontava para uma inflação de 9,7% e reviu depois para 8,8%. São subidas permitidas pelo contrato de concessão, que quanto mais procura existe, mais permite aumentar as taxas. É no Aeroporto Humberto Delgado que o aumento será maior: 16,98%, o equivalente a €2,29 por bilhete. É também em Lisboa que a procura é maior, deverá chegar aos 34 milhões em 2023. No polo oposto estão os Açores, onde o aumento será menor: 7,47% (€0,57). No Porto a subida será de 11,92% (+€0,92), em Faro de 11,35% (+€0,88) e na Madeira de 7,92% (+€0,98).

A proposta está sob a análise da ANAC, que prefere manter o silêncio sobre o assunto. Já teve, no entanto, o protesto das companhias. A Associa­ção das Companhias Aéreas em Portugal (RENA) e a IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) assinaram um documento conjunto, que enviaram ao regulador da aviação, onde contestam o aumento. “Foi apresentada uma reclamação pela RENA e a IATA à ANAC contestando a decisão da ANA relativamente à proposta das taxas aeroportuárias para o próximo ano, especialmente a do aeroporto de Lisboa”, confirmou ao Expresso o diretor-geral da RENA, António Moura Portugal. Mas não quis avançar as razões do protesto. O Expresso sabe, porém, que um dos argumentos usados pelas companhias para justificar o desacordo com a subida prende-se com o facto de os custos da ANA com os passageiros terem recuado mais de 2%, em 2022.

A ANA tem desdramatizado, sublinhando que se trata de um valor mínimo no preço de um bilhete, inferior a 1% do montante cobrado em média pelas companhias que voam para Lisboa. A bola está agora do lado da ANAC, que terá de dizer se aceita a proposta ou obriga a concessionária a revê-la (Expresso, texto da jornalista ANABELA CAMPOS)

Os benefícios do ‘clube’ do rating A

A dívida portuguesa de longo prazo tem, finalmente, uma maioria confortável de notações de rating A, depois de a agência Moody’s, na semana passada, ter subido, de surpresa, a classificação portuguesa para A3 (o equivalente a A- nas outras agências), tanto mais que a decisão foi tomada no meio de uma crise política grave. Há um efeito reputacional imediato: “Os investidores confiarão mais na dívida portuguesa, porque uma agência de referência como a Moody’s diz que é mais segura”, refere-nos David Brito, diretor-geral em Portugal da plataforma internacional de gestão de risco Ebury.

Com a melhoria da notação decidida pela Moody’s, a dívida portuguesa passa a ter quatro classificações no patamar de rating A (ver tabela). “Falta, apenas, a Standard & Poor’s (S&P) para fazer o pleno no rating A”, diz David Brito. A S&P ainda classifica a dívida portuguesa em BBB+. Até final do ano não está prevista mais nenhuma decisão de agências, e o calendário para 2024 ainda não é conhecido. O leque de notações atuais já equilibrou a situação com os ratings para a dívida espanhola (ver tabela).

Eleições 2024: Sondagem aponta para empate técnico entre PS e PSD

Depois do terramoto que levou à demissão de António Costa e à consequente crise política, a sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e jornal Público, divulgada esta segunda-feira, aponta para um empate técnico entre PS e PSD nas eleições legislativas de 2024. Os social-democratas têm uma ligeira vantagem de um ponto percentual em relação ao Partido Socialista. Os resultados desta sondagem política realizada pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa indicam que 75% dos inquiridos têm já a ideia de votar nas próximas eleições legislativas, marcadas para 10 de março. Os dois principais partidos estão lado a lado na tabela no que respeita às intenções diretas de voto dos portugueses (20%), com ligeira vantagem para os social-democratas na estimativa de resultados eleitorais (29% para 28%). Os números representam uma queda para os dois partidos em relação aos resultados do CESOP de julho último, embora se mantenha o empate técnico.

Mas o maior prejudicado é o Partido Socialista, que sofre uma queda de 13 pontos percentuais face às últimas eleições, onde obteve uma maioria absoluta. Já o PSD conquista mais um ponto percentual em relação a esse escrutínio. O Chega, por sua vez, é o partido que tem a maior subida no número de votos. O partido de André Ventura consegue agora 16% dos votos - mais nove pontos percentuais em relação ao resultado das legislativas do ano passado. A Iniciativa Liberal também cresce para 9% e quase duplica as intenções de voto. À esquerda, o Bloco de Esquerda sobe para 6% e a CDU cai ligeiramente para os 3%. O Livre, PAN e CDS-PP estão empatados com 2% dos votos. A sondagem aponta para uma maioria clara dos partidos da área não socialista, que juntos somam 56%. Por sua vez, os da área socialista totalizam 41%.

Sem apoios sociais quase 4,4 milhões de pessoas em Portugal seriam pobres

Quase 4,4 milhões de pessoas em Portugal seriam pobres se não houvesse transferências sociais, revela o Instituto Nacional de Estatísticas baseando-se em dados de 2022, ano em que a taxa de risco de pobreza aumentou para 17%. Os dados constam do mais recente Inquérito às Condições de Vida e Rendimentos (ICOR), realizado em 2023, mas relativo aos rendimentos de 2022, e dão conta de um aumento da taxa de risco de pobreza de 0,6 pontos percentuais (p.p.) em comparação com 2021, o que significa mais 81 mil pessoas. De acordo com o INE, “o contributo das transferências sociais para a redução da pobreza foi de 4,2 p.p. em 2022”.

“Considerando apenas os rendimentos do trabalho, de capital e transferências privadas, 41,8% da população residente em Portugal estaria em risco de pobreza em 2022”, o equivalente a 4.365.675 pessoas, refere o instituto. Segundo o INE, os rendimentos provenientes de pensões de reforma e sobrevivência fizeram com que o risco de pobreza baixasse em 20,6 p.p., “resultando assim, numa taxa de risco de pobreza após pensões e antes de transferências sociais de 21,2%”.

E com razão: Quase três em cada quatro portugueses pensa que IA vai eliminar empregos

São os homens e os mais jovens (até aos 34 anos) quem mais procura saber como a Inteligência Artificial (IA) poderá alterar a sua função. Um estudo do Observador Cetelem divulgado esta segunda-feira mostra que quase três em cada quatro portugueses (68%) acredita que a Inteligência Artificial (IA) levará  a uma redução do número de postos de trabalho. “Os resultados do Observador Inteligência Artificial 2023 (…) revela que a maioria dos inquiridos (68%) acreditam que a IA irá provocar uma redução dos postos de trabalho”, lê-se num comunicado. “Uma das dúvidas que prevalece é sobre a possibilidade de as máquinas substituírem o homem nas suas funções profissionais”, acrescenta a nota sobre o estudo.  De acordo com o documento, a opinião de que os humanos “poderão ser substituídos pelas máquinas, levou a que 80% dos inquiridos referissem que se informaram ou se tencionam informar sobre o impacto da Inteligência Artificial no seu trabalho”. São os homens e os mais jovens (até aos 34 anos) quem mais procura saber como a IA poderá alterar a sua função.  A “importância do conhecimento das novas tecnologias é reconhecida pelos inquiridos”, revela o estudo, “uma vez que se verifica que a larga maioria (75%) tem interesse em formações na área, tendo intenção de procurar – ou já procurado – informações sobre as que estão disponíveis” (Sol)

Público - Taxa de risco de pobreza em Portugal subiu para 17%. Lisboa teve o maior aumento

 

Em 2022, havia mais 81 mil pessoas a viverem com menos de 591 euros mensais. A pobreza ou exclusão social ameaça agora 2,1 milhões de portugueses. Especialistas admitem agravamento da pobreza urbana. Depois de uma diminuição registada em 2021, a taxa de risco de pobreza em Portugal voltou a subir, para os 17%, em 2022, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelados esta segunda-feira. Um aumento de 0,6 pontos percentuais, o que significa que mais 81 mil pessoas viviam com rendimentos mensais líquidos inferiores a 591 euros.

A Área Metropolitana de Lisboa (AML) destaca-se pela negativa: é a região com o maior aumento de pobreza e também a que apresenta o maior nível de desigualdades. “Alguma coisa estranha se está a passar na Área Metropolitana de Lisboa”, diz o investigador Fernando Diogo, especialista em questões de pobreza, da Universidade dos Açores. “Este aumento ligeiro da taxa do risco de pobreza tem muito que ver com o que se passou na AML nesse período e também um bocadinho nos Açores. Mas é sobretudo a AML que influencia, pelo peso do aumento e pelo peso da população que ali reside – porque é que há esta divergência e, sobretudo, este aumento de pobreza, é a questão que se coloca e não tenho resposta para ela”, diz.

O sociólogo destaca assim os dados relativos à taxa do risco de pobreza por região, em que se percebe que apenas a AML e os Açores viram crescer esse risco, enquanto no centro a taxa se manteve, tendo baixado nas restantes. Apesar de os Açores e a Madeira continuarem a ter as taxas de risco de pobreza mais elevadas do país – 26,1% e 24,8%, respectivamente –, os dois arquipélagos revelaram tendências diferentes na comparação entre os dois últimos anos, com a taxa a subir um ponto percentual nos Açores e a diminuir 1,1 pontos percentuais na Madeira.

Sondagem PÚBLICO-RTP: PS e PSD caem e mantêm empate. Chega sobe para 16%

Dois maiores partidos continuam com empate técnico, mas dão um tombo. Chega, IL e PAN sobem na primeira sondagem do Cesop desde a crise política. O centro afunda-se e o Chega sobe. É isto que mostra a sondagem de Novembro do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica (Cesop) para o PÚBLICO, RTP e Antena 1: 29% para os sociais-democratas, 28% para os socialistas. Na última sondagem, de Julho, o PSD tinha também mais um ponto do que o PS – 33% contra 32%. O “empate técnico” entre PS e PSD mantém-se, mas a conclusão nova e mais evidente é que os dois maiores partidos sofrem um rombo eleitoral em igual medida, o que significa que desde o Verão o eleitorado penaliza praticamente da mesma forma os grandes partidos. Em quatro meses, os dois partidos alienam juntos oito pontos percentuais, sendo que os únicos partidos a subir no mesmo período são o Chega, IL, PAN e CDS.

Esta sondagem foi feita entre os dias 15 e 24 de Novembro, reflectindo já os efeitos da crise política aberta no dia 7, com buscas a gabinetes do Governo e com a demissão de António Costa por causa da Operação Influencer. Nessas buscas, foram constituídos arguidos o chefe de gabinete do primeiro-ministro, o então ministro das Infra-Estruturas e o advogado e amigo de António Costa Diogo Lacerda Machado, entre outros. No dia 9, o Presidente da República reuniu o Conselho de Estado e anunciou que a solução para o país seria eleições antecipadas, que marcou para o dia 10 de Março.

Com a demissão de Costa, o PS prepara-se para escolher um novo líder em eleições directas nos dias 15 e 16 de Dezembro, sendo que há três candidatos: Pedro Nuno Santos, José Luís Carneiro e Daniel Adrião. De acordo com a sondagem, a maior subida na intenção de voto é no Chega, que passa de 10% em Julho para 16%. A Iniciativa Liberal sobe de 7% para 9%, o PAN de 1% para 2% e o CDS também de 1% para 2%.