sábado, novembro 11, 2023

Nota: justiça sob escrutíneo

Não tenhamos dúvidas: ao provocar a demissão de um primeiro-ministro e a consequente queda do seu governo, a justiça portuguesa, sobretudo o Ministério Público, sujeita-se a um escrutíneo público, porventura mais agressivo, porque as pessoas não admitem mais a repetição do caso Sócrates que há 6 anos continua sem ser acusado e muito menos julgado. Se com a evolução deste processo se constatar que António Costa - e só falo dele porque foi ele o rastilho desta inesperada crise política - afinal não é acusado de coisa nenhuma com a gravidade que a demissão antecipava, se constatarmos que o MP não consegue contra o demissionário Costa algo verdadeiramente consistente e factualmente provado, então o terramoto das demissões chegará à justiça incluindo uma revisão do seu modelo actual de funcionamento e da orgânica. Tratando-se um poder constitucionalmente independente, a Justiça não pode contudo andar a saltar de um caso Sócrates para um novo caso Sócrates, num carrossel de impasses e de incompetências sem que rolem cabeças e existam penalizações. Que fique claro: isto é o que eu penso caso a montanha volte  a parir um ratinho como parece estar a acontecer com Sócrates, para estupefacção de uma opinião pública, cada vez mais desconfiada com certos poderes desregulados que andam por aí e com a possibilidade de existirem ajustes de contas surdos e nos bastidores... (LFM)

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