quinta-feira, novembro 30, 2023

Sondagem: Pedro Nuno Santos favorito na luta com Carneiro pela liderança do PS

Pedro Nuno Santos é o favorito dos portugueses a vencer as eleições no PS (52%) e o candidato socialista com maior probabilidade de chegar a primeiro-ministro (50%), de acordo com uma sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF. José Luís Carneiro (38%) só aparece à frente do seu principal rival (34%) quando se pergunta quem daria um melhor primeiro-ministro. No entanto, quando se analisam apenas os resultados entre os eleitores socialistas, Pedro Nuno deixa Carneiro para trás em todos os capítulos. A vantagem do ex-ministro das Infraestruturas é de dois para um relativamente ao ainda titular da pasta da Administração Interna. É assim quando se pergunta aos portugueses sobre qual dos dois tem mais hipóteses de vencer as diretas no PS, marcadas para 15 e 16 de dezembro (52% contra 26%), como quando a questão remete para as eleições legislativas de 10 de março e para a probabilidade de algum deles se tornar o próximo primeiro-ministro (50% contra 24%).

As escolhas no PS

É verdade, no entanto, que os portugueses não votam na escolha para secretário-geral do PS. Razão pela qual tem maior significado o que pensam os potenciais eleitores socialistas. E quando a análise se foca nos resultados deste segmento da amostra, a diferença é ainda maior: relativamente à pergunta sobre a corrida à liderança do partido, Santos chega aos 61% e alarga a vantagem para 35 pontos; quanto à probabilidade de chegar a chefe do Governo, cresce para os 59%, com mais 32 pontos percentuais do que Carneiro.

Também é certo que não são os eleitores socialistas a escolher o próximo líder. E a sondagem não chega ao ponto de distinguir como poderão votar os militantes do PS. Mas, também nessa contabilidade se adivinha uma vantagem para Pedro Nuno Santos: na contagem de espingardas que é atualizada todos os dias vai à frente em quem tem a capacidade de mobilizar eleitores para as diretas, por causa da sua ligação ao aparelho, ou seja, entre os deputados, os autarcas e os líderes de concelhias e federações.

Empurrão à Direita

Há um único ponto em que José Luís Carneiro pode cantar vitória: é ele que reúne uma maior percentagem (mas não uma maioria) quando a pergunta é sobre qual dos dois daria um melhor primeiro-ministro. São mais quatro pontos do que Pedro Nuno Santos, mas também é esta a questão em que mais pessoas são incapazes de dar uma resposta (28%), mesmo que o inquérito tenha sido feito quando já tinha passado mais de uma semana sobre o anúncio das candidaturas.

Por outro lado, se o país em geral até valoriza mais as qualidades de Carneiro, entre os socialistas é de novo Santos que vence, ainda que com margem estreita: 44% contra 41% acham que daria um melhor primeiro-ministro. O ainda ministro da Administração Interna só fica à frente do ex-ministro das Infraestruturas entre os portugueses porque vence claramente entre os eleitores de todos os partidos à Direita. Ao contrário, o “maestro” da primeira versão da geringonça tem, para além dos socialistas, a admiração dos que votam mais à Esquerda (BE e CDU).

COLIGAÇÕES

O que fazer com uma vitória sem maioria?

Os portugueses estão bastante divididos sobre o que deve fazer o PS, no caso de uma vitória nas legislativas sem maioria absoluta. Ainda assim, são mais os que defendem acordos ou coligações à Esquerda (46%), do que os que preferem um Governo socialista em minoria (41%). Mais uma vez, o resultado é diferente entre os eleitores do PS, e de novo com uma proporção de dois para um: 60% querem entendimentos com bloquistas e/ou comunistas, 30% que o PS governe em minoria. Mais um sinal de que o “maestro” da geringonça leva vantagem sobre o moderado. Quando está em causa um acordo e/ou coligação, a solução com maior apoio é a de juntar BE e CDU em simultâneo, como em 2015. No apoio a um governo socialista em solitário destacam-se os eleitores liberais, sociais-democratas e do Chega. Os 46% de portugueses que defendem soluções à Esquerda dividem-se quanto à fórmula: uma parte (47%) entende que isso implica a participação de outros partidos no Governo, com destaque para os eleitores à Direita; a outra parte (44%) que é suficiente repetir a solução dos acordos de incidência parlamentar, com destaque para os eleitores socialistas (Jornal de Notícias, texto do jornalista Rafael Barbosa)

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