sábado, novembro 11, 2023

Nota: não confundir política desportiva com apoio ao futebol profissional

Dois dos pilares da política desportiva regional eram conhecidos desde 1976, com os primeiros órgãos de governo próprio regionais eleitos e empossados: por um lado ajudar os clubes regionais, nas diferentes modalidades, a garantir aos jovens madeirenses o acesso à prática desportiva, furtando-os dos "maus caminhos" na vida. Por outro, apostar através do futebol de alta competição, vulgo profissional  na promoção da RAM no mercado turístico nacional. Hoje é sabido que os turistas nacionais não visitam a Madeira por causa das camisolas dos jogadores que lá andam, em divisões secundárias, com pouca visibilidade e mediaticamente quase ignoradas. Esse tempo da promoção versus futebol passou à história no nosso caso. É esta a minha opinião. Hoje temos que ter a coragem de querer mais, se os madeirenses concordarem com isso, embora os tempos não sejam nada fáceis: ou temos a ambição de levar as nossas equipas às provas europeias, por onde já andaram no passado recente, ou vamos deixar que elas aos poucos vão definhando num futebol português que tem tido a habilidade - um dia acho que teremos um "caso" qualquer que nos vai ajudar a perceber os contornos disso tudo - de saber disfarçar ou contornar temporariamente a sua alegre caminhada para uma perigosa pré-insolvência.

O problema é que mesmo nas modalidades que supostamente deveriam albergar jovens madeirenses, transformaram-se em corporações reféns de lógicas doentias de competição pela competição, beneficiando, enquanto durar, dos apoios oficiais e de federações nacionais. E do subsídio de mobilidade. Não fora isso e as coisas já seriam substancialmente bem diferentes. Não  podemos achar normal que equipas de formação, juniores ou juvenis, ou as chamadas equipas de formação, sub-23 ou B tenham mais de 50% do seu plantel constituído por jogadores contratados no exterior da Região e até do País. Se acham que é esse o caminho, então boa sorte, continuem a percorrê-lo. Depois não se queixem! A lógica da competição pela competição, serve ao pequeno mundo de alguns, à manutenção de lugares e à preservação de influências nos clubes, mesmo que os sucessos sejam quase nulos, como tem sido o caso nos últimos anos. Se estamos a falar de alimentar egos de algumas pessoas incapazes de perceberem o que está mal e que precisa de ser repensado e ser revisto, então deixem tudo como está, até a queda final. Os clubes cometem erros graves - o meu União que até andou pela I Liga acabou por protagonizar uma queda fatal - mas recusam aceitar essa realidade. Insistem no erro, disfarçam as dificuldades, escondem as ameaças à sua própria existência. Temos exemplos que sobejam (LFM)

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