quinta-feira, janeiro 30, 2025

7 em cada 10 pessoas desconfiam de líderes políticos, empresariais e jornalistas

Uma pesquisa recente do Edelman Trust Barometer 2025 revelou uma preocupante queda na confiança em instituições como governos, empresas e a media. Segundo o relatório, 70% dos entrevistados acreditam que funcionários governamentais, líderes empresariais e jornalistas os enganam intencionalmente, recorrendo a declarações falsas ou exageradas. O estudo, que analisou as respostas de 32.000 adultos em 28 países, mostra uma crescente erosão da credibilidade em instituições outrora consideradas pilares da sociedade. Desde 2021, a desconfiança nos líderes empresariais aumentou 21%, enquanto o ceticismo em relação ao governo e aos media subiu 19% no mesmo período. Entre as principais razões apontadas para esta crise de confiança, cerca de 60% dos participantes atribuíram o seu descontentamento à perceção de que essas entidades atendem apenas aos interesses de uma elite restrita. A pesquisa ainda destacou que aqueles com altos níveis de queixas são menos propensos a confiar em CEOs — apenas 30% expressaram confiança nos líderes empresariais, comparados a 64% entre os que relataram menos insatisfações.

Apesar do cenário de declínio geral, o estudo mostrou que há espaço para recuperação: 78% dos entrevistados apoiam a atuação de líderes empresariais em questões sociais, desde que isso gere um impacto significativo. Além disso, 71% acreditam que as empresas devem envolver-se em causas que afetam diretamente os seus clientes, funcionários e comunidades. O relatório concluiu que as empresas enfrentam uma pressão crescente para abordar questões como as mudanças climáticas, a desinformação e a discriminação, refletindo o desejo da sociedade por instituições mais transparentes e focadas no bem-estar coletivo (Executive Digest, texto do jornalista André Manuel Mendes)

Madeira: A Droga da Ilha

As drogas sintéticas estão a destruir centenas de famílias na Madeira. O Alpha PHP, ou "Bloom" como é conhecido nas ruas, é a substância psicoativa mais consumida e mais traficada na ilha. O pó branco é fumado em cachimbos improvisados, e o preço, cada dose custa cinco euros, tem agarrado cada vez mais consumidores. As autoridades regionais relatam episódios de automutilação e de surtos psicóticos que estão na origem de muitos internamentos compulsivos. "A Droga da Ilha" é uma reportagem da jornalista Sandra Claudino, com imagem de Tiago Passos e edição de Liliana Claro (IRTP) Ver aqui

Sondagem: "Alguns" ou "poucos"? Portugueses divididos sobre vinda de imigrantes, socialistas mais favoráveis do que há um ano

As portas completamente abertas são defendidas por muito poucos e as totalmente fechadas por apenas 15%. No meio, a grande maioria dos portugueses divide-se sobre imigração extra-europeia, vinda de países mais pobres. No último ano alguma coisa mudou. A pergunta é feita nas sondagens ICS-ISCTE para o Expresso e SIC desde março de 2023, há quase dois anos: “Em que medida Portugal deve deixar que pessoas dos países mais pobres fora da Europa venham e fiquem a viver cá?" A resposta pouco ou nada se alterou no último ano: 40% dos inquiridos responderam que se “deve deixar vir algumas pessoas” e 38% “poucas pessoas”.

As duas posições que refletem uma imigração regulada (vinda de fora do contexto europeu e de países mais pobres) é largamente superior aos que defendem que Portugal não deveria deixar vir “ninguém” destes países, 15%. Sendo que apenas 4% dos portugueses defendem, agora, uma política de ‘portas totalmente abertas’, dizendo que o país deve permitir a entrada de “muitas pessoas”. Comparando com resultados de janeiro de 2024, anota a equipa do ICS-ICSTE, “não houve uma alteração significativa”: naquela altura 42% responderam que se devia deixar entrar “muitas” ou “algumas” (agora são 44%); e 55% “poucas” ou “nenhumas” pessoas dos países mais pobres de fora da Europa (agora são 53%). Olhando para os números com detalhe, percebe-se que os que defendiam que “poucas” pessoas deviam poder entrar quebram 5 pontos, mas três desviam-se para o “nunca” e dois para o “algumas”.

Há, porém, mudanças que podem — se confirmadas em futuros inquéritos — ter leituras interessantes: ao contrário do que acontecia há um ano, o grau de instrução dos inquiridos deixou de ser significativo: é certo que quem tem instrução mais baixa (até ao 3º ciclo) ainda é mais negativo sobre a imigração, mas a diferença para quem tem ensino superior é agora muito curta, de apenas três pontos. Traduzindo: ter um curso superior já não parece determinante para ser mais favorável à entrada de imigrantes.

Sondagem: AD à frente, sem nota positiva nem a descolar do PS

Um país nem melhor, nem pior na economia e um Governo a fazer um "mau" trabalho quase na mesma proporção em que faz um "bom" trabalho, embora com menos avaliações negativas do que Costa recebia há um ano. Sondagem ICS/ISCTE para o Expresso e a SIC mostra um país político que pouco mudaria se houvesse eleições hoje e um Governo que não aquece nem arrefece. O líder do principal partido da oposição já vai falando na possibilidade de haver eleições antecipadas a partir de maio do próximo ano, depois de o novo Presidente da República tomar posse com todos poderes, incluindo o de dissolução da Assembleia (“O PS tem de estar preparado”, disse Pedro Nuno Santos ao Expresso). Mas se as eleições fossem hoje, pouco ou nada mudaria no panorama nacional. Segundo a mais recente sondagem feita pelo ICS e ISCTE, com trabalho de campo da GFK Metris, para o Expresso e a SIC, PSD/CDS e PS continuariam taco a taco nas intenções de voto, com a AD na frente, mas sem descolar por aí além.

Com uma amostra de 805 entrevistas consideradas válidas, recolhidas presencialmente entre 9 e 20 de janeiro, depois da demissãodo diretor executivo do SNS, Gandra d'Almeida - mas antes da demissão do secretário de Estado da administração localou da viragem de Pedro Nuno na imigração -, 26% dos inquiridos dizem que votariam AD, enquanto 24% que votariam PS; 14% votaria no Chega e 16% diz não saber ainda em quem votaria. Feita a chamada distribuição estatística dos indecisos, as percentagens sobem, mas a tendência mantém-se: AD e PS separados por apenas 3 pontos percentuais, com 33 e 30% respetivamente (o que não é significativo, porque está dentro da margem de erro de 3,5%). O Chega ficaria com 17% e os restantes partidos apresentam intenções de voto pouco significativas (ver gráfico). Nas eleições de 10 de março de 2024, recorde-se, PS e PSD ficaram praticamente empatados com 28% dos votos e o Chega chegou aos 18%, o que lhe deu 50 deputados na Assembleia da República.

Sondagem: Quem vence as presidenciais? Se fossem hoje, Gouveia e Melo ganharia a todos e em todos os cenários


Gouveia e Melo é o favorito para ganhar as eleições presidenciais em todos os cenários e contra qualquer candidato e à segunda volta também não dá hipóteses. Os resultados da sondagem SIC/Expresso mostram ainda que, entre os possíveis candidatos, André Ventura é o que está em melhores condições de passar à segunda volta. Marcelo Rebelo de Sousa caminha para o último ano de mandato numa altura em que são vários os nomes que se posicionam para ocupar o lugar que vai ficar livre em Belém dentro de um ano.

De acordo com a sondagem do ICS e do ISCTE para a SIC e o Expresso, não há dúvidas de que Henrique Gouveia e Melo é quem reúne, neste momento, a preferência da maioria dos eleitores. O almirante recolhe 25% das intenções de voto, deixando a grande distância o segundo nome mais bem posicionado: André Ventura, que surge como o favorito de 16% dos inquiridos. Neste momento, o líder do Chega é, aliás, o mais bem posicionado para passar à segunda volta. Numa sondagem com listas fechadas de candidatos, António José Seguro, com o apoio do PS, surge em terceiro lugar, com 15%, à frente de Luís Marques Mendes que não vai além dos 13%. Se substituirmos os Antónios, ou seja, António José Seguro por António Vitorino, as posições não mexem mas o antigo comissário europeu perde um ponto percentual. Mário Centeno disse que não queria ser candidato quando o trabalho de campo desta sondagem ia a meio, apesar disso continua a ser o socialista mais bem posicionado para ir a uma segunda volta com Gouveia e Melo.

Sondagem: Mendes é considerado mais “à direita” do que almirante

Ex-líder do PSD só apanha metade do eleitorado do seu partido e é o pior para eleitores localizados ao ‘centro’. Aí, é o almirante quem mais ordena. Quando André Ventura decidiu entrar na corrida presidencial, percebendo que não poderia deixar para outros o discurso do Chega, vários analistas admitiram ao Expresso que isso poderia resultar num encurtamento da base eleitoral de Gouveia e Melo. Pode não ser bem assim, a avaliar pela análise da sondagem do ICS/ISTCE, feita para o Expresso e a SIC, que mostra como Henrique Gouveia e Melo é mais percecionado como um candidato do centro do que posicionado à direita do espectro político.

Segundo o mesmo estudo, não só Gouveia e Melo é destacadamente o candidato com mais intenções de voto entre os inquiridos que se declaram do centro como Marques Mendes, que poderia ser seu competidor direto nesta fatia do eleitorado, tem o score mais baixo de todos (7%) — ficando atrás de Ventura (13%) e do candidato do PS (16%) entre os eleitores do centro. Gouveia e Melo apanha quase um terço dos simpatizantes do PSD e Marques Mendes recolhe cerca de metade desses simpatizantes. Mas entre os eleitores que se declararam de direita há uma divisão clara entre Ventura, Gouveia e Melo e Marques Mendes (com Ventura à frente). O ex-líder do PSD, que formaliza a candidatura na próxima semana, tem assim muito trabalho pela frente: não entra no PS, tem ainda mais dificuldade no Chega e, mesmo entre os eleitores sem simpatia partidária assumida, é tão fraco como Ventura ou os candidatos da área socialista.

Sondagem: PS só tem lugar para um, Vitorino e Seguro seguem empatados, Centeno faria melhor

Sondagem do ICS/Iscte sobre presidenciais mostra que os potenciais candidatos socialistas partem em terceiro lugar na luta pela segunda volta, sem que nenhum deles faça melhor resultado. Uma coisa parece certa: o PS só tem hipótese de disputar uma segunda volta das eleições presidenciais se contrariar a sua própria história e aparecer unido em torno de um só candidato. Esta é uma das conclusões da análise à sondagem do ICS/ISCTE, feita para o Expresso e a SIC, que se dividiu em duas versões: uma primeira com António José Seguro no lugar do candidato apoiado pelo PS e uma segunda com António Vitorino — os dois não foram testados em simultâneo, mas sim em separado. Os resultados, contudo, foram idênticos. Entre o ex-líder do PS e o ex-ministro de Guterres e antigo diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações venha Pedro Nuno Santos e escolha.

Nenhum dos dois assumiu ainda a candidatura, mas ambos têm dado sinais nesse sentido, com Seguro a desdobrar-se em entrevistas e a constituir uma associação-movimento que serve de rampa de lançamento e com Vitorino a ser apontado como o preferido pela direção do partido. Agora, um e outro aparecem em terceiro lugar nas intenções de voto, com uma diferença irrisória de 1 ponto percentual (Seguro com 15% e Vitorino com 14%), um pouco atrás de Ventura e ligeiramente acima de Marques Mendes — sempre dentro da margem de erro.

Sondagem: Gouveia e Melo destacado, Ventura pode ir à segunda volta

Marques Mendes parte em quarto, mas a luta pelo segundo lugar será a três. Almirante capta um terço dos eleitores do PSD e do PS, mas não deve escapar da segunda volta. Entre Seguro e Vitorino, venha Pedro Nuno e escolha. Eis os dados da sondagem Expresso/SIC para as presidenciais de janeiro de 2026. Henrique Gouveia e Melo é o claro favorito e André Ventura está a disputar, taco a taco, um lugar na mais que provável segunda volta das eleições presidenciais de janeiro de 2026. É este o cenário que salta à vista na sondagem do ICS/ISCTE, feita para o Expresso e a SIC a um ano da ida às urnas e tendo por base 805 entrevistas presenciais válidas. Nesta fotografia, Luís Marques Mendes parte para a corrida em quarto lugar, três pontos atrás do líder do Chega e um ou dois pontos atrás de, respetivamente, António José Seguro e António Vitorino — que foram testados à vez e que mostraram níveis de acolhimento muito semelhantes. Ainda assim, todos eles aparecem muito abaixo de Gouveia e Melo e potencialmente empatados, tendo em conta a margem de erro.

Com 15% dos inquiridos a dizerem ainda não saber em quem votar, Gouveia e Melo segue destacado na frente com 25% das intenções de voto, o que, mesmo com uma margem de erro de 3,5%, não chega — em nenhum cenário — para vencer à primeira volta. Bastante abaixo, e com percentagens semelhantes entre si, surge André Ventura com 16% das intenções de voto, António José Seguro com 15%, que passa a 14% quando o nome testado é António Vitorino, e Marques Mendes com 13%. O exercício foi feito apenas com os nomes dos candidatos, ou protocandidatos, que já são dados como praticamente certos, assumindo-se ainda assim a hipótese de haver candidatos apoiados por cada um dos restantes partidos (BE, IL, PCP, CDS e PAN), sem os nomear. As percentagens obtidas por estas candidaturas, contudo, não são significativas.

Pen com dados de centenas de espiões e inspetores encontrada no gabinete de Vítor Escária

Foi aberto um novo processo ligado à Operação Influencer. O Ministério Público está a investigar suspeitas de violação de segredo de Estado, depois de ter sido apreendida, durante buscas em São Bento, uma pen com dados de centenas de espiões e inspetores portugueses. O primeiro-ministro, António Costa, diz desconhecer a existência da pen. A pen foi encontrada dentro de um saco de plástico, guardada num cofre no gabinete de Vítor Escária, então chefe de gabinete do primeiro-ministro. Terá sido apenas uma das várias pens apreendidas no âmbito da Operação Influencer. O dispositivo contém dados pessoais de agentes do Estado, incluindo elementos do Sistema de Informações de Segurança, das Informações Estratégicas de Defesa, inspetores da Polícia Judiciária e da Autoridade Tributária. A descoberta aconteceu em novembro de 2023, mas só um ano depois, em novembro passado, foi instaurado um inquérito autónomo pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), que está sob segredo de justiça (SIC Noticias)

Sondagem: Maioria defende que Portugal deve permitir entrada de poucas ou nenhumas pessoas de países pobres

A maioria dos portugueses defende que a imigração deve ser mais limitada. De acordo com a sondagem do ICS e do ISCTE para a SIC e o Expresso, 53% dos inquiridos defendem que Portugal deve deixar entrar poucas ou nenhumas pessoas vindas dos países mais pobres de fora da Europa. Os partidos têm tentado acertar posições no tema imigração. Pedro Nuno Santos tentou aclarar a posição do PS na entrevista que deu na semana passada ao jornal Expresso. Uma parte do partido criticou-o. No Governo saúda-se a aproximação e à esquerda diz-se que já nada distingue os principais líderes.

Mas o que pensam os eleitores sobre este assunto?

De acordo com a sondagem do ICS e do ISCTE para a SIC e o Expresso, 40% dos inquiridos defendem que Portugal deve deixar vir algumas pessoas dos países mais pobres de fora da Europa, 38% respondem que devem ser poucas as pessoas autorizadas a entrar e a viver cá. Só 4% acreditam que devem ser muitos os imigrantes a entrar e a ficar, um valor que contrasta com os 15% que defendem que as fronteiras devem estar fechadas para os mais pobres.

FICHA TÉCNICA:

Este relatório baseia-se numa sondagem cujo trabalho de campo decorreu entre os dias 9 e 20 de janeiro de 2025. Foi coordenada por uma equipa do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa) e do Iscte - Instituto Universitário de Lisboa (Iscte-IUL), tendo o trabalho de campo sido realizado pela GfK Metris. O universo da sondagem é constituído pelos indivíduos de ambos os sexos com idade igual ou superior a 18 anos e capacidade eleitoral ativa, residentes em Portugal Continental. Os respondentes foram selecionados através do método de quotas, com base numa matriz que cruza as variáveis Sexo, Idade (4 grupos), Instrução (3 grupos), Região (7 Regiões NUTS II) e Habitat/Dimensão dos agregados populacionais (5 grupos). A partir de uma matriz inicial de Região e Habitat, foram selecionados aleatoriamente 89 pontos de amostragem onde foram realizadas as entrevistas, de acordo com as quotas acima referidas. A informação foi recolhida através de entrevista direta e pessoal na residência dos inquiridos, em sistema CAPI, e a intenção de voto em eleições legislativas recolhida através de simulação de voto em urna. Foram contactados 3039 lares elegíveis (com membros do agregado pertencentes ao universo) e obtidas 805 entrevistas válidas (taxa de resposta de 26%, taxa de cooperação de 36%). O trabalho de campo foi realizado por 38 entrevistadores, que receberam formação adequada às especificidades do estudo. Todos os resultados foram sujeitos a ponderação por pós-estratificação de acordo com a frequência de prática religiosa e a pertença a sindicatos ou associações profissionais dos cidadãos portugueses com 18 ou mais anos residentes no Continente, a partir dos dados da vaga mais recente do European Social Survey (Ronda 11). A margem de erro máxima associada a uma amostra aleatória simples de 805 inquiridos é de +/- 3,5%, com um nível de confiança de 95% (Sapo)

Sondagem: Apesar do empate técnico, AD afasta-se do PS e Luís Montenegro é mais popular do que Pedro Nuno Santos


Se as eleições fossem hoje o país continuaria muito dividido, mas a Aliança Democrática surge à frente do Partido Socialista. A sondagem do ICS e do ISCTE para a SIC e o Expresso revela um cenário de empate técnico, mas Luís Montenegro é mais popular do que Pedro Nuno Santos. Se os portugueses fossem chamados às urnas, por estes dias, talvez não mudasse grande coisa. O cenário continua a ser de empate técnico, mas a Aliança Democrática está a afastar-se do PS. A sondagem do ICS e do ISCTE para a SIC e o Expresso mostra que 26% dos inquiridos têm intenção de votar na Aliança Democrática, enquanto 24% assumem a preferência pelo Partido Socialista.

16% de indecisos



Numa altura em que 16% dos inquiridos não sabem em quem votariam, o Chega mantém-se como terceira força política nacional com 14% das intenções de voto. A lista fica completa com a Iniciativa Liberal com 3%, a CDU, o Bloco de Esquerda e o Livre têm 2% e o PAN 1%.
Retirando destas contas os abstencionistas e distribuindo os indecisos a distância entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos aumenta em um ponto percentual mas mantém-se o empate técnico. O afastamento dos dois principais partidos é muito ligeiro. Será que está relacionado com a avaliação que os eleitores fazem do desempenho do Governo?

Como está a trabalhar o Governo?


Sobre o trabalho que o Governo está a fazer, 45% dos inquiridos responde mau ou muito mau e 41% dizem que é bom ou muito bom. Ainda que ligeiramente, a maioria faz uma avaliação negativa do desempenho do Executivo de Luís Montenegro. Se compararmos as respostas com as que foram dadas em janeiro, quando António Costa ainda era o chefe de Governo, percebemos que há mais eleitores bem impressionados com este Governo do que havia com o anterior. Na política há uma velha máxima que convém nunca esquecer: a carteira é uma das principais conselheiras na hora de votar e de acordo com a maioria dos inquiridos a economia está na mesma. Quase a mesma percentagem acredita que piorou ou piorou muito.

Qual o político com melhor nota?




Nesta sondagem também quisemos saber qual é a avaliação que os inquiridos fazem dos protagonistas políticos. A escala é de 0 a 10 e só dois têm uma avaliação positiva: Marcelo Rebelo de Sousa é o mais bem avaliado, com 6.1, e Luís Montenegro surge em segundo lugar. Pedro Nuno é terceiro com uma avaliação negativa, de 4.7. Para encontrarmos André Ventura nesta lista precisamos de descer à oitava posição porque o líder do Chega tem uma avaliação mais negativa do que Rui Tavares, Nuno Melo, Rui Rocha ou Mariana Mortágua.
FICHA TÉCNICA:
Este relatório baseia-se numa sondagem cujo trabalho de campo decorreu entre os dias 9 e 20 de janeiro de 2025. Foi coordenada por uma equipa do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa) e do Iscte - Instituto Universitário de Lisboa (Iscte-IUL), tendo o trabalho de campo sido realizado pela GfK Metris. O universo da sondagem é constituído pelos indivíduos de ambos os sexos com idade igual ou superior a 18 anos e capacidade eleitoral ativa, residentes em Portugal Continental. Os respondentes foram selecionados através do método de quotas, com base numa matriz que cruza as variáveis Sexo, Idade (4 grupos), Instrução (3 grupos), Região (7 Regiões NUTS II) e Habitat/Dimensão dos agregados populacionais (5 grupos). A partir de uma matriz inicial de Região e Habitat, foram selecionados aleatoriamente 89 pontos de amostragem onde foram realizadas as entrevistas, de acordo com as quotas acima referidas. A informação foi recolhida através de entrevista direta e pessoal na residência dos inquiridos, em sistema CAPI, e a intenção de voto em eleições legislativas recolhida através de simulação de voto em urna. Foram contactados 3039 lares elegíveis (com membros do agregado pertencentes ao universo) e obtidas 805 entrevistas válidas (taxa de resposta de 26%, taxa de cooperação de 36%). O trabalho de campo foi realizado por 38 entrevistadores, que receberam formação adequada às especificidades do estudo. Todos os resultados foram sujeitos a ponderação por pós-estratificação de acordo com a frequência de prática religiosa e a pertença a sindicatos ou associações profissionais dos cidadãos portugueses com 18 ou mais anos residentes no Continente, a partir dos dados da vaga mais recente do European Social Survey (Ronda 11). A margem de erro máxima associada a uma amostra aleatória simples de 805 inquiridos é de +/- 3,5%, com um nível de confiança de 95% (Sapo)

Pobreza absoluta em Portugal cai, mas Lisboa regista níveis preocupantes à boleia do preço das casas

A taxa de risco de pobreza absoluta em Portugal diminuiu nos últimos 17 anos, situando-se atualmente entre os 8,5% e os 12,6%, dependendo do método de cálculo utilizado. Embora tenha ocorrido uma melhoria, os dados revelam ainda disparidades significativas, especialmente entre desempregados e famílias com crianças. De acordo com o relatório intercalar Portugal, Balanço Social, intitulado “Quem consegue pagar as despesas essenciais? Uma análise da pobreza absoluta em Portugal”, publicado pela Fundação la Caixa | BPI e elaborado pela equipa da Nova SBE, coordenada pela Professora Susana Peralta, os desempregados continuam a ser os mais afetados pela pobreza absoluta, com uma taxa de 25%, seguida pelas famílias com crianças, que registam 12,2%.

Lisboa destaca-se como a única região do país onde a pobreza absoluta ultrapassa a relativa, refletindo o elevado custo de vida na capital, especialmente no que se refere à habitação. As regiões autónomas, nomeadamente Açores e Madeira, apresentam as maiores taxas de pobreza absoluta, com 22,1% e 15%, respetivamente.

Desde o século passado que Portugal não tinha tanta gente a trabalhar

De acordo com os dados provisórios do INE, o número de empregados aumentou em 18.300 pessoas face ao mês anterior, atingindo um total de 5.127.300 trabalhadores. Este valor representa um novo recorde de empregabilidade em Portugal, sendo necessário recuar a 1998 para encontrar números semelhantes. A Randstad Portugal analisou os dados estatísticos divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), Serviço Público do Emprego Nacional (IEFP) e Segurança Social relativos ao mês de dezembro de 2024, e revela que a população ativa também cresceu em dezembro, com mais 11.300 pessoas disponíveis para trabalhar (+0,2% face a novembro). A taxa de desemprego registou uma descida de 0,2 pontos percentuais em relação a novembro, estabilizando nos 6,4% face ao mesmo mês de 2023, consolidando uma tendência positiva. A diminuição do desemprego foi observada em todos os principais grupos populacionais, independentemente do género ou da faixa etária.

Estudo: Grande maioria da população portuguesa conta com o jornalismo para combater a desinformação

De acordo com um estudo da agência MARCO, que foi realizado com base em informação recolhida junto de 680 portugueses, 83% dos inquiridos entendem que a informação fornecida pelos jornalistas “é mais credível do que a transmitida por um influenciador”. A grande maioria da população portuguesa conta com o jornalismo tradicional fundamental para combater a desinformação, de acordo com o terceiro Relatório Global de Consumo 2024, desenvolvido pela agência internacional de comunicação MARCO, em parceria com a Cint.

De acordo com o mesmo estudo, que foi realizado com base em informação recolhida junto de 680 portugueses, 83% dos inquiridos entendem que a informação fornecida pelos jornalistas “é mais credível do que a transmitida por um influenciador” . “A confiança nas fontes de informação continua a ser um fator determinante nas decisões de consumo, com os portugueses a demonstrarem uma preferência clara por conteúdo mais objetivo e factual, em detrimento de sugestões de influenciadores, muitas vezes vistas como comerciais ou menos imparciais”, é referido num comunicado emitido a propósito do estudo.

“É extremamente positivo ver que uma grande maioria dos portugueses reconhece a importância do jornalismo na promoção da informação fidedigna. Num momento em que a desinformação é uma preocupação crescente, o papel dos jornalistas como fontes de informação credíveis torna-se mais vital do que nunca. O jornalismo de qualidade tem o poder de informar, educar e, acima de tudo, proteger a sociedade da proliferação de fake news“, comenta Diana Castilho, head of Portugal na MARCO, citada na mesma nota.

quarta-feira, janeiro 29, 2025

Banana dos Açores em processo de classificação com Indicação Geográfica Protegida

A Cooperativa Agrícola Açoreana de Hortofloricultores disse que está a trabalhar na classificação Indicação Geográfica Protegida (IGP) da banana dos Açores para promover o crescimento sustentável do setor e “garantir a qualidade do produto”. O Instituto de Alimentação e Mercados Agrícolas dos Açores publicou no Jornal da Região a abertura do “procedimento de oposição nacional” ao pedido de registo da “Banana dos Açores IGP”, apresentado pelo agrupamento de produtores Frutaçor - Cooperativa Agrícola Açoreana de Hortofruticultores, que tem sede no concelho de Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel.

O presidente da Frutaçor, Carlos Araújo, referiu que a cooperativa se propõe “a registar a banana dos Açores como IGP com o objetivo de promover o crescimento sustentável da cultura e garantir a qualidade do produto, criando uma estratégia para a conquista e fidelização de clientes que o identificam como banana IGP, conferindo-lhe a notoriedade”. O prazo de oposição à classificação da banana açoriana é de 30 dias a contar da data de publicação do presente aviso e, segundo o texto, “qualquer pessoa singular ou coletiva residente ou com sede em território nacional pode apresentar declarações de oposição, desde que demonstre um interesse legítimo”.

Sobre as vantagens da denominação IGP para os produtores e para a região, o dirigente explicou que permitirá “aumentar a visibilidade e valorização da banana Açores, destacando as suas características diferenciadoras e de qualidade superior”, e divulgá-la “tanto junto de consumidores como de outros intervenientes do setor agrícola, destacando os benefícios dos produtos e a sua origem local”.

“Estabelecer e fortalecer parcerias com distribuidores, retalhistas e outros agentes comerciais, com o objetivo de expandir os canais de comercialização da banana IGP Açores e assegurar a sua presença no mercado nacional e internacional”, bem como “trabalhar em conjunto com os produtores e parceiros comerciais para garantir uma política de preços estável e justa, que assegure a sustentabilidade económica da cultura” são outros dos benefícios apontados.

A denominação IGP, é indicado, também permitirá incentivar práticas de manuseamento sustentável e produção biológica, e possibilitar o crescimento económico dos produtores e a valorização deste fruto como um produto distinto e autêntico. As bananas dos Açores são das espécies ‘Musa acuminata Colla’ e ‘Dwarf cavendish’ (vulgo pequena anã) e são produzidas em áreas geográficas delimitadas ao ar livre maioritariamente em regime de sequeiro.

Segundo o presidente da Frutaçor, têm características diferentes das demais produzidas a nível mundial por serem “mais pequenas, doces, de textura macia e aroma intenso e agradável” quando maduras. A Cooperativa Agrícola Açoreana de Hortofloricultores tem atualmente cerca de 60 associados afetos à produção de banana. Em 2024 comercializou 1.500 toneladas deste produto, sendo que cerca de 10% foram destinadas ao mercado internacional, 40% ao continente português e 50% aos Açores (fonte: Açoriano Oriental)

Tribunal de Contas: denúncias aumentam 28,5% em 2023

O Núcleo de Análise e Tratamento de Denúncias e de Relatórios dos Organismos de Controlo Interno (NATDR) do Tribunal de Contas recebeu 447 processos em 2023, o que representa um aumento de 28,5% face ao ano anterior. Deste total, 406 correspondem a processos de Denúncias e 41 a Processos Diversos. O Relatório de Análise Global do Tratamento das participações, exposições, queixas e denúncias, acabado de publicar, indica que as denúncias apreciadas descrevem uma multiplicidade de situações, apresentando-se em maior volume as que reportam ilicitudes financeiras e de gestão de dinheiros públicos. A Administração Local/Setor Empresarial Local é a área que concentra o maior número de denúncias e processos relacionados, representando cerca de 55,9% do universo total. A seguir surge a área das Funções de Soberania com 13,6%. Uma parte significativa dos processos desta área se referem-se, todavia, à tipologia Processos Diversos, que tiveram na sua base decisões proferidas pelo Centro de Arbitragem Administrativa. Tendo apenas em consideração o universo dos Processos de Denúncias, a segunda área com mais processos submetidos à apreciação do NATDR é a referente ao Setor Social (12,1% do total). Relativamente aos Órgãos de Controlo Interno, o NATDR analisou 21 novos relatórios em 2023, menos quatro do que em 2022. A Secção Regional dos Açores do Tribunal de Contas recebeu 26 denúncias em 2023, mais seis do que no ano anterior, enquanto a da Madeira registou 12 denúncias (+3).

O relatório revela ainda que foram aprovados 10 relatórios de Apuramento de Responsabilidades Financeiras (ARF) com base nas informações e diligências instrutórias desenvolvidas pelo NATDR no âmbito dos processos analisados, sendo que 80% diz respeito à área da Administração Local. Relatório da Ação Intersectorial sobre a Análise global do tratamento das participações, exposições, queixas e denúncias (aqui)

Tribunal de Contas: Objectivos da rede de cuidados continuados integrados permanecem por concretizar

As metas definidas para 2016 no âmbito da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) continuam por alcançar e os objetivos de cobertura permanecem por concretizar. Esta é uma das conclusões da Auditoria que o Tribunal de Contas acaba de publicar com a avaliação desta Rede que assenta numa Parceria Público-Social. O objetivo desta auditoria foi avaliar se a RNCCI, criada em 2006, garantiu o acesso dos utentes a cuidados de saúde de qualidade e financeiramente comportáveis no período de 2017 a 2023. A despesa pública com esta Rede ascendeu a 279 milhões de euros em 2023, o que representa o valor mais alto de sempre e um aumento de 18,2% em relação a 2022.  Os gastos das famílias atingiram os 45 milhões de euros, cerca de 13,9% dos encargos totais com a Rede em 2023 (324,2 milhões de euros).

A auditoria concluiu que se registaram menos 4.774 lugares de internamento e menos 52 equipas de apoio domiciliário do que o previsto, o que representa um desvio negativo de, respetivamente, 33,3% e 14,3%. O relatório indica que as metas de desenvolvimento da Rede foram revistas em 2024, remetendo agora a sua concretização para 2030. No final de 2023, existiam 1.804 utentes a aguardar vaga nas diferentes tipologias da Rede (+19,9% face a 2017), aos quais acresciam 2.267 utentes (+93,6% relativamente a 2017) cujos processos de referenciação ainda se encontravam em fase de validação.

O relatório revela que, em 2023, aumentou a pressão sobre a capacidade de resposta da Rede, em resultado do crescimento de 28,5% no número de utentes referenciados (+11.328 face a 2017), observando-se assimetrias regionais nos tempos de acesso às diferentes tipologias. A auditoria concluiu ainda que a evolução da atividade assistencial entre 2017 e 2023 reflete uma estagnação da capacidade instalada, com o número de utentes assistidos na Rede a crescer a uma média anual de 2,1%, em linha com a variação média anual do número de diárias de 2,2%.

O relatório confirma que a falta de resposta da Rede é a principal causa de internamentos inapropriados nos hospitais, que têm vindo a contratar cada vez mais camas de retaguarda ao setor privado e social, cujo gasto médio por diária de internamento (111,98 €) tem sido superior ao preço das diárias de internamento na Rede, o que revela o potencial de poupança associado ao seu alargamento e à melhoria da sua capacidade de resposta.

Além das fragilidades estruturais do sistema de informação da RNCCI, o Tribunal de Contas alerta para o facto de o modelo de financiamento da Rede assentar na atividade realizada, indiferente à qualidade dos cuidados prestados e aos resultados alcançados, com preços fixados não sustentados em metodologias de custeio, determinados administrativamente e sem revisão periódica, o que constitui um risco para as finanças públicas, para a sustentabilidade das unidades e para o seu desenvolvimento, mais premente num contexto de progressivo envelhecimento populacional.

O Tribunal formula um conjunto de recomendações às Ministras da Saúde e da Segurança Social, designadamente a promoção e o desenvolvimento estrutural da Rede, considerando o previsível aumento de necessidades e a revisão, atualização e calendarização dos seus objetivos de expansão, tendo em conta as metas definidas e a recuperação dos atrasos verificados na sua concretização. Recomenda ainda que promovam a avaliação e a revisão do modelo de funcionamento e financiamento da Rede, reiterando o compromisso assumido pelos vários governos com o setor social e solidário. Relatório de Auditoria à Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (aqui). Dashboard (quadros e gráficos) aqui

Tribunal de Contas: Relatório sobre a sustentabilidade da Segurança Social não permite saber impactos

O modelo que suporta as projeções do Relatório sobre a Sustentabilidade da Segurança Social “não projeta adequadamente a receita e a despesa do sistema previdencial da Segurança Social, o que diminui a sua utilidade enquanto instrumento de gestão e de informação aos contribuintes, não permitindo conhecer os impactos sobre as Finanças Públicas e todas as contingências sociais para os cidadãos". Esta é uma das principais conclusões de uma auditoria do Tribunal de Contas aos relatórios sobre a Sustentabilidade Financeira da Segurança Social, que acompanham as propostas de Orçamento do Estado entre 2018 e 2024, que acaba de ser publicada.

A auditoria concluiu que o Relatório não é completo nem abrangente, prejudicando a compreensão dos riscos financeiros, económicos e demográficos que recaem sobre a sustentabilidade global com a proteção social, na medida em que apenas se reporta à componente contributiva da Segurança Social, não incluindo a parte não contributiva e o regime de proteção social convergente relativo aos trabalhadores inscritos na Caixa Geral de Aposentações. O relatório refere que a inexistência de uma avaliação global e integrada dos ativos e das responsabilidades financeiras atuais e futuras dos sistemas de proteção social públicos “prejudica o conhecimento sobre as eventuais necessidades de financiamento para cobrir défices de autofinanciamento e os consequentes impactos sobre as finanças públicas e sobre a distribuição de custos e benefícios entre gerações".

A separação entre os dois sistemas contributivos - sistema previdencial da Segurança Social e regime de proteção social convergente - prejudica a transparência da avaliação da sustentabilidade financeira do conjunto dos regimes contributivos de proteção social pública em Portugal.

O relatório revela que a receita do sistema previdencial tem beneficiado das contribuições e quotizações relativas aos trabalhadores com relação jurídica de emprego público - que desde 1 de janeiro de 2006 deixaram de ser inscritos na CGA - sem que tal tenha contrapartida proporcional na despesa com prestações sociais, o que conduziu a uma melhoria dos saldos financeiros anuais do sistema previdencial, sem a correspondente melhoria da sustentabilidade financeira do conjunto dos sistemas contributivos. O relatório alerta ainda para o facto de a taxa contributiva global do sistema previdencial não ter sido ainda revista, quando o deveria ter sido quinquenalmente com base em estudos atuariais, a partir de 1 de janeiro de 2010, dia em que entrou em vigor o Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial da Segurança Social.

A falta de estudos atuariais “impossibilita uma avaliação rigorosa" do custo efetivo da cobertura de cada risco social, “introduz opacidade" na gestão financeira das prestações sociais e “prejudica a avaliação" do impacto financeiro das alterações legislativas que modifiquem as condições de acesso e/ou os montantes das prestações sociais. “Nesta falta, o impacto financeiro das alterações legislativas não é estimado nem internalizado no equilíbrio atuarial de cada uma das eventualidades cobertas", alerta o relatório.

A auditoria revela que o modelo de natureza atuarial e contabilística que suporta as projeções “assenta em pressupostos pré-determinados e não incorpora de forma sistemática a incerteza inerente aos inúmeros fatores demográficos, económicos e financeiros que determinam a evolução da receita e da despesa do sistema previdencial". O Tribunal de Contas recomenda aos Ministros das Finanças e da Segurança Social a elaboração e divulgação de um relatório de avaliação atuarial, contendo a projeção integrada da situação financeira a longo prazo do conjunto dos sistemas contributivos de proteção social e do sistema de proteção social de cidadania e um balanço atuarial. Auditoria ao “Relatório” sobre a sustentabilidade financeira da Segurança Social​ (aqui)

Discurso de Donald Trump na posse nos EUA

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Nem os sustos os travam?!...



Uns dirão que a Madeira é uma terra de "oportunidades", uma espécie de América dos labregos, do chico-espertismo e das ratazanas. Outros dirão que a Madeira é um El Dourado para os patos-bravos que desembarcam na terra, eventualmente com intenções de se apoderarem dela e condicionarem a liberdade, racionalidade er legalidade dos seus processos de decisão pública, que rapidamente parecem abandonar o interesse público para tratarem das vidinhas, cada um à sua maneira, e enquanto as "tetas" derem leite... Nos últimos anos isso ainda ficou mais patente, bem mais patente. Os sustos (?) em 2024 - cujo epílogo provavelmente ficaremos a conhecer este ano - poderiam travar esses jagunços, mas pelos vistos eles continuam as impor as suas vontades e a manietarem facilmente quem, na causa pública, deveria ter por dever e obrigação zelar por uma cidade, por uma região e pelo seu povo. Mas nada disso acontece.

Bastou ter ido uns dias a Lisboa e no regresso ainda cheguei a pensar que me tinha enganado no apartamento. Afinal não, os abusos dos tais espertalhões patos-bravos forasteiros, que se instalaram na Madeira - vá lá saber-se porque motivo, dizem que depois de situações públicas ocorridas numa região nortenha que eu até conheço bem... - são a demonstração de que as entidades competentes, que já começaram a trabalhar no assunto, têm o dever de levar este processo até às ultimas consequências, custe o que custar, doa a quem doer - falo do processo de licenciamento em todas as suas diferentes fases.

Em Viana do Castelo, o prédio Coutinho, na marginal da cidade, inaugurado em meados da década de 70, demorou anos mas veio abaixo. A demolição custou cerca de 1,5 milhões de euros, a que se juntaram os 17 milhões de euros de indemnizações pagos aos proprietários, sem contar com custas judiciais. Lembro que tudo isto aconteceu cerca de 20 anos depois de José Sócrates, então ministro do Ambiente do Governo de António Guterres, ter declarado aquele prédio “um aborto arquitetónico” e defendido a sua demolição. Há "sócrates" que deviam existir noutras paragens...

O problema deste registo fotográfico é que, para além da excessiva dimensão dada ao empreendimento em causa, aumentando a pressão naquela zona da cidade, sem que a CMF e demais entidades públicas, que se saiba, tenham investido atempadamente em sectores essenciais, para prepará-la para um aumento de consumidores a todos os níveis, desde a água, ao lixo, passando pelos esgotos, pela circulação automóvel, pelos acessos, pelas comunicações, etc.

O que me pareceu, à primeira vista, e suscitou dúvidas, foi se não estaríamos perante uma aldrabice promovida pelo chicoespertismo do costume, que não me surpreende, pois a CMF para além de ter autorizado, misteriosamente, esta excessiva dimensão da construção em causa - por isso, espero que as entidades públicas competentes, a seu tempo clarifiquem tudo isso, porque aconteceu e como aconteceu e por decisão de quem... - não consegue perceber que, para além do facto destes prédios terem uma dimensão (número de pisos) superior aos demais edifícios já existentes no local - uma bandalheira que cheira a tanta coisa... - permite que apareçam "pisos" adicionais, presumo que para colocação de chaminés, caixas de elevadores, ventilações, etc. Não reduziram os 8 ou 9 pisos para ficarem com espaço para essas habilidades. Nada disso, mantiveram os pisos aprovados e, sem se perceber como, ainda lhe juntam um outro. A patifaria  pelos  vistos é descarada e conta com uma imensa impunidade cúmplice. Nem os sustos de 2024 a travaram!

Aproveito para contrastar esta aberração com a um empreendimento construído a pouca distância deste, o Savoy Residence Monumentalis, que me parece perfeitamente enquadrado no local, e com a qualidade que o Dubai não tem (LFM)

segunda-feira, janeiro 13, 2025

Sondagem: Lage e Gyökeres: figuras de dezembro no duelo de janeiro

A sondagem realizada pela Pitagórica para a TSF-JN-O Jogo-TVI-CNN Portugal, divulgada em dia de final da Taça da Liga, mostra que o treinador do Benfica e o avançado sueco são as duas figuras que estiveram em destaque do último mês do ano. O treinador do Benfica, Bruno Lage, e o avançado do Sporting Viktor Gyökeres são as duas figuras que estiveram em destaque do último mês do ano, segundo as opiniões expressas na sondagem da Pitagórica para a TSF-JN-O Jogo-TVI-CNN Portugal.

O treinador do Benfica surge na frente das escolhas para 30% dos inquiridos, deixando os treinadores dos outros rivais bastante mais atrás. Durante o mês de dezembro, Bruno Lage apenas perdeu um jogo e foi em Alvalade, na estreia de Rui Borges.  Os resultados da sondagem mostram ainda que o técnico do FC Porto, Vítor Bruno, aparece com 10% das citações e o mais recente treinador do Sporting, Rui Borges, vem logo a seguir com 9% das opções.

De notar ainda que João Pereira — que treinou os leões durante quase todo o mês de dezembro — também surge nesta sondagem recolhendo 6% das referências. Quanto ao melhor jogador do último mês, os inquiridos elegeram Viktor Gyökeres (22%). O avançado dos leões é o melhor marcador do campeonato e coloca o benfiquista Ángel Di María na segunda posição, não passando dos 10%. O pódio completa-se com Samu, do FC Porto, com 4% das preferências dos inquiridos.

FICHA TÉCNICA

Sondagem realizada pela Pitagórica para a TSF-JN-O Jogo-TVI-CNN Portugal. O trabalho de campo foi efetuado entre os dias 28 de dezembro de 2024 e 5 de janeiro de 2025, foram recolhidas 400 entrevistas telefónicas, a que corresponde uma margem de erro máxima de mais ou menos 5% para um nível de confiança de 95,5%. A amostra foi recolhida de forma aleatória e foi devidamente estratificada por género, idade e região. A taxa de resposta foi de 65,36% e a direção técnica do estudo é da responsabilidade de Rita Marques da Silva (TSF, texto do jornalista Mário Fernando)

Sondagem: AD deixa PS para trás, mas continua longe da maioria

Com o Governo de Luís Montenegro a conseguir a aprovação da maioria dos portugueses (62%), a Aliança Democrática (AD) seria a principal beneficiária de uma hipotética (mas improvável) antecipação das eleições. De acordo com o barómetro da Pitagórica para o JN, TSF e TVI/CNN, a intenção de voto de PSD/CDS é de 32,9%, mais quatro pontos do que nas legislativas de março do ano passado e mais seis do que tem agora o PS (26,9%). Muita parra para pouca uva, uma vez que o centro-direita continuaria minoritário no Parlamento, mesmo que acrescentasse a Iniciativa Liberal (5,7%) à coligação. Quem mais perde na comparação com o último ato eleitoral é o Chega (16,3%). O BE (4,3%) e o Livre (3,1%) ficam iguais, a CDU (4%) cresce ligeiramente e o PAN cai (1,4%).

Foi há nove meses que Luís Montenegro tomou as rédeas do poder. Findo o período de gestação, os portugueses parecem razoavelmente satisfeitos: 62% aprovam o Governo e 32% desaprovam (o saldo é positivo até entre os eleitores socialistas). Acresce que o primeiro-ministro é o político com melhor avaliação nesta primeira vaga do barómetro: 53% dão-lhe boa nota, 38% dão negativa, o que corresponde a um saldo de 15 pontos positivos, melhor do que o presidente da República (saldo positivo de dez pontos) e a anos-luz de Pedro Nuno Santos (o socialista tem um saldo negativo de 28 pontos) e André Ventura (o líder do Chega tem um saldo negativo de 43 pontos).

Bomba atómica fica suspensa

Em linha com essa popularidade, mas sem a mesma pujança nos números, a AD reforça a sua posição relativamente às últimas legislativas. Em março passado, conseguiu mais um ponto percentual (e mais dois deputados) do que o PS, agora seriam mais seis pontos. Há que ter em conta, no entanto, que a margem de erro da sondagem é de mais ou menos 5%, o que remete, na prática para um empate técnico (o melhor resultado possível para o PS, 31,3%, é superior ao pior possível para a AD, 28,2%). E há, por outro lado, 12,5% de indecisos.

Barómetro: Montenegro é mais popular que Marcelo, Ventura fica no fundo

Luís Montenegro é o político mais popular do barómetro de janeiro da Pitagórica para o JN, TSF e TVI/CNN, com 53% de avaliações positivas e 38% de negativas, o que lhe garante um saldo positivo de 15 pontos. Deixa a grande distância Pedro Nuno Santos (que fica com um saldo negativo de 28 pontos) e André Ventura (saldo negativo de 43 pontos) e faz até melhor do que Marcelo Rebelo de Sousa (saldo positivo de dez pontos), cuja avaliação divulgamos na sexta-feira. O primeiro-ministro sai-se melhor do que o presidente da República, não por causa das avaliações positivas (ambos com 53%), mas porque as críticas são mais suaves: 38% de avaliações negativas para Luís Montenegro, face aos 43% de Marcelo Rebelo de Sousa. Nesta competição virtual entre palácios, percebe-se que o inquilino de Belém deve o seu saldo positivo às mulheres e revela maior nível de popularidade entre os mais velhos, enquanto o de S. Bento revela boa cotação nos dois géneros e maior reconhecimento entre os mais novos.

Saldo negativo em Lisboa

Há um único segmento sociodemográfico da amostra (género, idade, classe social e região) em que Montenegro não convence: os residentes na Região de Lisboa dão-lhe saldo negativo de dois pontos percentuais (mais avaliações negativas do que positivas). Note-se, no entanto, que foi entre os lisboetas que as quatro personalidades políticas avaliadas pelo barómetro revelaram piores resultados. Ao contrário, Montenegro destaca-se pela positiva entre os que têm maior rendimento e os que vivem na Região Norte, à semelhança do que sucede com as intenções de voto da AD. Como seria de esperar, o primeiro-ministro também é avaliado negativamente pelos eleitores socialistas (saldo negativo de 12 pontos) e do Chega (saldo negativo de 19 pontos). Mas entre os seus, ou seja, os que votaram na AD nas últimas legislativas, está como peixe na água (saldo positivo de 82 pontos).

Sondagem: AD cresce nas intenções de voto. Maioria aprova atuação do Governo e reprova Pedro Nuno e Ventura

Em estado de graça, Luís Montenegro recebe avaliação positiva da sondagem da Pitagórica para TSF-JN-TVI-CNN Portugal, que dá vantagem à AD sobre o PS nas intenções de voto, ainda que se registe um empate técnico. Chega desce, liberais sobem, esquerda resiste. Com 62% de notas positivas à atuação do Governo e um primeiro-ministro ainda em estado de graça em terreno positivo, a AD mostra tendência de vantagem sobre o PS, embora os 6 pontos percentuais que os separam estejam dentro da margem de erro da sondagem da Pitagórica para TSF-JN-TVI-CNN Portugal.

A coligação no Governo regista 32,9% de intenções de voto, acima dos resultados que teve em março do ano passado, ancorado no voto jovem, das mulheres e do eleitorado de centro e da direita. A AD vence em todos os segmentos, exceto junto dos mais velhos e no sul, onde o PS ainda conserva uma ligeira vantagem. Dos inquiridos, 62% aprovam a atuação do Governo, entre eles metade daqueles que dizem votar no PS, enquanto 31% dão nota negativa ao executivo liderado por Luís Montenegro.

O Partido Socialista parece perder gás desde o empate nas legislativas, recolhe agora 26,9% de intenções de voto e Pedro Nuno Santos recebe 59% de opiniões negativas contra 31% de avaliações positivas. Cerca de 40% de quem diz votar no PS reprova a atuação do líder e junto de outros eleitores de esquerda a opinião é também negativa.

Perigos...


Curiosidades: o conhecimento

Sócrates acreditava que o verdadeiro conhecimento começa com admitir ignorância. Ele disse: "Eu sei que nada sei". Através do diálogo e perguntas, acreditei que poderíamos chegar mais perto da verdade.

Platão:

Platão, aluno de Sócrates, acreditava que o conhecimento vem do mundo das ideias e ideais. Na República, ele usou o exemplo de uma caverna para explicar como o mundo físico é simplesmente uma sombra do mundo real que pode ser acessada por raciocínio filosófico.

Aristóteles:

Aristóteles, estudante de Platão, acreditava que o conhecimento vinha da experiência sensorial e da observação. Eu acreditava que a mente humana poderia compreender o mundo compilando e analisando dados.

Descartes:

Descartes, o famoso filósofo francês, disse a famosa frase: "Eu acho, então existo. " Eu acreditava que o pensamento e a dúvida eram a base do verdadeiro conhecimento. Para ele, a razão é a ferramenta básica para alcançar conhecimento.

Immanuel Kant:

Kant tentou equilibrar razão e experiência. Eu acreditava que o conhecimento surge da interação da mente com o mundo físico e que temos limites para o que podemos saber. Ele disse que há coisas que a mente humana não consegue compreender completamente, que são "a coisa em si. ”

John Locke:

John Locke, o filósofo inglês, acreditava que a mente humana gera uma ficha em branco (tabula plana) e que o conhecimento vem da experiência sensorial e da interação com o mundo exterior.

David Hume:

Hume duvidou da possibilidade de alcançar conhecimento absoluto e verdadeiro. Eu acreditava que o nosso conhecimento é baseado na experiência e no hábito, e que a mente não consegue alcançar a certeza absoluta (fonte: internet)

Qual é o verdadeiro endividamento e responsabilidades financeiras do Estado?

Normalmente olha-se apenas para a dívida pública (em % do PIB), que em 2023 se fixou em 97,9% do PIB (262 mil milhões €), mas, as responsabilidades do Estado são bem superiores. Isto porque há que somar os direitos futuros a pensões nos regimes da Segurança Social. Os atuais trabalhadores descontam mensalmente uma parte dos seus salários como contribuição para a Segurança Social e esperam, mais tarde, aceder a uma pensão de velhice. Essa é uma responsabilidade que o Estado assume. Em 2021, esses direitos futuros valiam mais de 800 mil milhões €, cerca de 300% do PIB português. Para além disso, a ótica mais comum de contabilização da dívida pública (ótica de Maastricht) não contabiliza toda a dívida das empresas públicas. A dívida das empresas fora do âmbito das Administrações Públicas não é contabilizada. Em 2022, valia cerca de 4 mil milhões €, mais de 1% do PIB. No total, o endividamento e responsabilidades do Estado português ascendem a mais de 400% do PIB (Instituto Mais Liberdade)

Dimensão das grandes empresas em Portugal, face à Europa Ocidental

Portugal não é um país de grandes empresas e as grandes empresas que existem no nosso país têm uma dimensão reduzida quando comparadas com as grandes empresas dos outros países da Europa Ocidental. A capitalização média das dez maiores empresas portuguesas cotadas em bolsa era de 6 mil milhões € em Outubro de 2024, apenas superando, na Europa Ocidental, a Grécia (5 mil milhões €) e a Islândia (mil milhões €). Na França, as dez maiores empresas cotadas em bolsa têm uma capitalização média de 157 mil milhões €, um número cerca de 26 vezes superior ao que se verifica em Portugal. A dimensão do país terá alguma influência na dimensão das empresas, mas a 🇮🇪 Irlanda e a Dinamarca têm cerca de metade da população portuguesa e as suas dez maiores empresas valem, em média, 75 mil milhões € e 68 mil milhões €, respetivamente (Instituto Mais Liberdade)


Barreiras Regulatórias à Concorrência

Portugal é o 4.º país europeu da OCDE com mais barreiras regulatórias à concorrência, sendo apenas ultrapassado pela Turquia, Luxemburgo e Hungria. O nível da barreiras regulatórias à concorrência é medido através dos indicadores da Regulamentação do Mercado de Produtos (PMR) da OCDE, que avaliam o alinhamento do quadro regulamentar de um país com as melhores práticas internacionalmente aceites. Mede, entre outros aspetos, as distorções à concorrência que são induzidas pelas barreiras à entrada e à expansão enfrentadas pelas empresas, o envolvimento do Estado na economia, etc. A existência de mercados competitivos e de poucas barreiras à entrada de novas empresas nos mercados “aumenta a produtividade, o emprego e o nível de vida”, refere a OCDE no relatório onde analisa o nível de concorrência em Portugal (OECD Product Market Regulation indicators: How does Portugal compare?). O relatório refere também que “Portugal poderia beneficiar da simplificação dos requisitos administrativos para a criação de novas empresas, do reforço dos mecanismos de avaliação do impacto das leis e regulamentos novos e existentes sobre a concorrência e de uma maior participação das partes interessadas no processo de consulta regulamentar. Além disso, a governação das empresas públicas poderia ser mais bem alinhada com as melhores práticas da OCDE, a fim de garantir condições de concorrência equitativas em relação às empresas privadas”.

Relativamente ao lobbying, “em Portugal, embora existam regulamentos que abordam os conflitos de interesses e que exigem que os funcionários públicos respeitem um período de reflexão após a cessação das suas funções, existem muito poucos requisitos em matéria de divulgação das suas interações com os representantes de grupos de interesses. Esta falta de regulamentação pode favorecer os esforços de lobbying das grandes empresas estabelecidas, prejudicando as empresas mais jovens e mais pequenas”. Por outro lado, “o regime de licenciamento de novas empresas em Portugal está bastante bem alinhado com estas melhores práticas” (Instituo Mais Liberdade)