O presidente da República arranca com saldo positivo na primeira avaliação do barómetro da Pitagórica para o JN e TSF. São mais os que lhe dão boa nota (53%) do que os que lhe dão negativa (43%), com destaque para a imagem especialmente favorável junto do eleitorado feminino. Marcelo Rebelo de Sousa está também em vantagem sobre Luís Montenegro no que diz respeito à confiança dos portugueses.
Depois de um período político conturbado e de maior polarização, cujos efeitos se prolongaram por boa parte do ano passado, o presidente parece recuperar a popularidade junto dos portugueses. Quando falta um ano para terminar o seu mandato, a apreciação geral resulta num saldo positivo de dez pontos (a diferença entre o total de avaliações positivas e negativas). Mas a popularidade de Marcelo não é linear.
Entre as discrepâncias mais significativas está o género. Se fossem apenas os homens a avaliar, o presidente até estaria no vermelho (saldo negativo de três pontos). Sucede que as mulheres o salvam de apuros, com um saldo positivo de 24 pontos. Uma certa regularidade nota-se, isso sim, nos três grupos etários em que se divide a amostra (400 inquéritos recolhidos entre 28 de dezembro e 5 de janeiro), ainda que entre os mais velhos a avaliação seja mais simpática.
Norte positivo, Lisboa negativo
Saltando para uma análise aos resultados regionais, acentuam-se de novo os altos e baixos. A avaliação entre os que residem na Região de Lisboa é claramente negativa, mas entre os habitantes da Região Norte o saldo de Marcelo é amplamente positivo. Suficiente para compensar o mau resultado na capital e garantir uma média final tranquilizadora, mesmo que longe da popularidade de outros tempos. Quando o cruzamento se faz tendo em conta o voto partidário dos inquiridos, e em particular os eleitores dos três maiores partidos (os restantes segmentos são demasiado exíguos para retirar conclusões), há diferenças relevantes. Mas é apenas entre os que votam no Chega que o presidente fica no vermelho (e por apenas dois pontos). Os socialistas são um pouco mais generosos (saldo positivo de seis pontos), mas já não são a principal âncora de Marcelo, como nos tempos em que era “feliz” com António Costa a primeiro-ministro. A garantia de popularidade fica agora a cargo dos eleitores da AD (saldo positivo de 47 pontos).
Confiança quanto baste
A fidelidade do centro-direita não é, no entanto, um dado adquirido. Quando se pergunta em quem têm mais confiança, se no primeiro-ministro, se no presidente da República, os eleitores da AD inclinam-se mais para Luís Montenegro (34%) do que para Marcelo Rebelo de Sousa (21%), divergindo do conjunto dos portugueses, que preferem o inquilino de Belém (32%) ao de S. Bento (26%) Os eleitores da AD não estão completamente desacompanhados. Os segmentos de população de melhores rendimentos e os residentes na Região Norte também apontam para Montenegro. Quanto a Marcelo, volta a destacar-se entre o eleitorado feminino, mas ainda mais entre os que residem no Sul e Ilhas e entre os que votaram no Chega.
Ficha técnica
Sondagem realizada pela Pitagórica para a TVI, CNN Portugal, TSF, JN e O Jogo, com o objetivo de avaliar a opinião dos Portugueses sobre temas relacionados com as eleições presidenciais e com a atualidade do país. O trabalho de campo decorreu entre os dias 28 de dezembro de 2024 e 05 de janeiro de 2025, foram recolhidas 400 entrevistas telefónicas a que corresponde uma margem de erro máxima de +/- 5,00% para um nível de confiança de 95,5%. A amostra foi recolhida de forma aleatória junto de eleitores portugueses recenseados e foi devidamente estratificada por género, idade e região. A Taxa de resposta foi de 65,36% e a direção técnica do estudo é da responsabilidade de Rita Marques da Silva. A ficha técnica completa, bem como todos os resultados, foram depositados junto da Entidade Reguladora da Comunicação Social que os disponibilizará para consulta online (Jornal de Notícias, texto do jornalista Rafael Barbosa e gráficos de Inês Moura Pinto)
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