Pensava eu que a malta do CM não me interessa saber de quem se trata, afinal sabia ler melhor do que indiciava. Desilusão, será que alinham no politicamente correcto de um recém-chegado?
Achei uma piada imensa: de repente vão todos à missa, confessam-se todos os meses, comungam todos os domingos, rezam todas as noites, até são capazes de ler a bíblia antes de dormirem, e viraram todos católicos praticantes, tal a fúria a defesa que fazem da Igreja Católica ou dos seus papagaios, sejam eles quais forem.
Durante anos os Bispos que por cá passaram eram uns bandidos. A esquerda acusava-os a todos, para justificarem derrotas, de apelarem ao voto no PPD e de mandarem os coitados dos padres dizer às pessoas onde colocar a cruz no boletim e voto, e outras javardices do género bem à imagem e semelhança dos seus autores. De repente o qualquer importado chega e resolve um assunto político, do agrado da esquerda, e resolve-o da forma que a esquerda queria. Por mim não me aquece nem arrefece nada, estes assuntos valem zero! Numa Igreja reduzida quase a escombros, sem credibilidade, cada vez mais com menos fieis, envolta em escândalos, desde relações com dinheiro sujo a patifarias gays nos corredores do Vaticano, luxos e mordomias denunciadas por jornalistas estrangeiros ligados ao Vaticano, casos de pedofilia, mesmo na Madeira, um silêncio criminoso e cúmplice apesar e conhecem tudo o que se passava (e se passa), com missas quase vazias, ao ponto dos partidos nem irem para os adros porque é perda de tempo e de recursos fazer o que há 20 ou mais anos faziam,etc. Se os adros viraram propriedade particular, só se espera que quando se tratar de obrazinhas, lá fora, no terreiro, ou lá dentro, que as façam com os seus recursos também. Já basta os impostos que não pagam...
Eu pensava que era tudo isso que justificava reflexão e actuação firme para recuperar fiéis perdidos e adaptar aos novos tempos a dialéctica, inventada por homens nos sucessivos Concílios, adaptar ao homem de um tempo novo que nada tem a ver com o que era a nossa realidade social há 10, 20 ou mais anos.
Até parece que não é verdade que um Papa resolveu banir do presépio natalício o coitado do burro que fazia parte daquele cenário centenas de anos. Ou que é mentira que um Papa autorizou alterações na texto da oração mais conhecida - o Pai Nosso - pressionadas pelos novos tempos e por novas bandeiras sociais.
Não, o que ficamos a saber - graças à amplitude noticiosa que esteve e está bem longe de gerar consensos (e eu coloquei-me e coloco-me ao lado do padre visado e protagonista dessa história porque o vejo como um homem igual a mim, com os mesos defeitos e virtudes que os demais homens) - que um padre que apareceu em cucas na cama de um hotel foi sacrificado na praça pública e expulso do sacerdócio, mas o resto, o outro lado, o lado negro que ninguém vê mas sabe que existe, nunca vi ninguém ser publicamente criticado e penalizado.
Quanto a considerações pessoais ou ataques pessoais, desculpe o CM mas mesmo a brincar não comento, por três razões: a minha seriedade não admito que alguém a ponha em causa e porque não há cabrão nenhum que me acuse de corrupto ou de comportamentos impróprios. Em segundo lugar como eu nunca uso o anonimato, acho nojento que o façam, como não me refugio em perfis falsos, acho asqueroso e indigna essa atitude, assumo o que digo, assino o meu nome, concordem ou não. Tenho a consciência limpa. Finalmente eu tenho um principio que para mim é sagrado, digam que é corporativista que não me importo: não ataco jornalistas, discordando ou concordando com eles, e o mesmo se aplica a opinadores de jornais que sejam sérios e isentos, mesmo os que se refugiam, uns e outros, no anonimato, incluindo pseudônimos de gente conhecida. Já existem tantos problemas e tantas ameaças ao jornalismo, ao futuro do jornalismo, aos mídia em geral, que o que faltava eram "desavenças" públicas entre um tão pequeno grupo de profissionais que precisam, cada vez mais, de estar solidários, sobretudo nas suas diferenças.
Agradeço ao CM o cartão negro para as erras do demo, não se esqueçam de umas cervejolas bem frias e uns dentinhos à maneira, porque dizem que aquilo por lá é quente. Mesmo que até hoje a gente não conheça ninguém que tenha ido e voltado, lá ou ao outro lado, mais paradisíaco, para confirmar as histórias que o imaginário alimenta há centenas de anos. Mesmo que garantem que é tudo invenção de "marketeiros" espertalhões que deixaram um legado com centenas de anos (LFM)