domingo, março 26, 2023

Sondagem: Abusos na Igreja - A Maioria defende a suspensão de padres e indemnização das vítimas


A maioria dos portugueses defende a suspensão imediata dos padres suspeitos de abusos sexuais de crianças (82%) e a indemnização das vítimas por parte da Igreja Católica (72%), sendo que cerca de 89% consideram que a instituição demorou muito tempo a aceitar uma investigação. Para uns, foi "uma tentativa de ocultar os crimes". Para outros, essa demora resultou do receio de "danos na sua reputação". Só 5% entendem que a Igreja averiguou no tempo certo e 2% dizem que a instituição não tinha de fazer qualquer investigação.

Quase dois terços chumbam a forma como a instituição reagiu às conclusões do relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa. Apenas 12% consideram que a resposta da Igreja foi positiva, segundo a sondagem da Aximage, feita para o DN, JN e TSF. Recorde-se que o relatório da comissão validou 512 queixas e estimou que, pelo menos, 4815 crianças terão sido abusadas em Portugal. No total, as dioceses receberam 98 nomes de alegados abusadores: cinco são de leigos e 93 de sacerdotes, 36 dos quais já faleceram.

Gouveia e Melo: Há condições para um militar ser Presidente da República?

Desde as eleições de Ramalho Eanes, em 1976 e 1980, que Portugal não tem um militar como figura de um órgão de soberania. A nível europeu, a República Checa é o único país onde isto se verifica. Com Gouveia e Melo a ser tido como possível candidato, terá o Chefe do Estado-Maior da Armada uma palavra a dizer na sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa? Os politólogos ouvidos pelo DN divergem. "Há espaço", diz Paula do Espírito Santo. Viriato Soromenho-Marques discorda e diz que "vai uma grande distância" entre as funções de PR e aquilo que o Almirante já fez. A Constituição não o impede, mas ter um militar no lugar mais alto do Estado não tem sido comum em Portugal. Tirando o período da I República (1910-1926), em que houve vários casos (como Sidónio Pais, por exemplo), os dados mostram que a eleição de Ramalho Eanes, em 1976, foi um caso raro. Aliás, essa eleição foi, ela própria, disputada praticamente só entre militares. Além do eleito Ramalho Eanes, foram ainda a votos Otelo Saraiva de Carvalho (apoiado por pequenos partidos, como a UDP, foi segundo) e José Pinheiro de Azevedo, que foi terceiro. A exceção foi o histórico comunista Octávio Pato, que ficou em quarto, e último. Desde então, nunca mais os militares estiveram num cargo político em Portugal.

Sondagem: Adeptos dão nota negativa à arbitragem portuguesa

O estado da arbitragem no futebol português é considerado negativo pela maior parte dos participantes num estudo de opinião realizado pela "Aximage" para o JN, DN, O Jogo e TSF. Desafiados a fazer uma avaliação do setor, 43% dos inquiridos optaram pela resposta negativa (27%) ou muito negativa (16%) e apenas 23% tiveram opinião positiva (19%) ou muito positiva (4%). A responsabilidade é atribuída, sobretudo, ao Conselho de Arbitragem (44%), mas também aos dirigentes dos clubes (28%) e aos próprios árbitros e VAR (22%), sendo que a maioria dos adeptos considera que o videoárbitro acrescenta muito à verdade desportiva (47%), enquanto 37% respondeu que acrescenta pouco ou nada.

Sondagem: Benfica com título à vista e Gonçalo Ramos em destaque

A vantagem significativa do Benfica na liderança da classificação explica a opinião clara dos adeptos relativamente à questão de quem será o próximo campeão nacional. A maioria dos inquiridos na sondagem da Aximage respondeu que o título vai ser conquistado pelo clube da Luz (64%), seguindo-se, a grande distância, o F. C. Porto (14%), o Sporting (4%) e o Braga (1%). Recorde-se que, a nove jornadas do fim da competição, as águias possuem 10 pontos de avanço sobre os dragões, 12 sobre os bracarenses e 18 sobre os leões, que têm menos um jogo disputado.

O bom rendimento individual dos jogadores do Benfica também leva a que sejam duas das principais figuras do plantel às ordens de Roger Schmidt a concentrar a maior parte das respostas sobre quem será o melhor futebolista da Liga portuguesa. O preferido nesta sondagem foi o avançado Gonçalo Ramos (28%), à frente de Rafa (14%), e só no terceiro lugar aparece um jogador que não pertence à equipa benfiquista, nesta caso o guarda-redes do F. C. Porto, Diogo Costa (11%).

Na lista de jogadores mencionados pelos adeptos, seguem-se Pedro Gonçalves, do Sporting (6%), Taremi, do F. C. Porto (5%), Marcus Edwards, também do Sporting (2%) e Ricardo Horta, do Braga (2%). Curiosamente, João Mário, atual melhor marcador do campeonato, não surge entre os preferidos dos adeptos para ganhar o prémio de melhor jogador da temporada (Jornal de Notícias, texto do jornalista Nuno A. Amaral)

sexta-feira, março 24, 2023

Sondagem: Mais de metade dos portugueses não acredita no plano para a Habitação

Numa avaliação ao programa apresentado pelo Governo, 62% consideram que as medidas não vão solucionar os problemas existentes e 53% criticam o arrendamento obrigatório de devolutos. O pacote de medidas apresentado pelo Governo para resolver os problemas na habitação parece não ter convencido os portugueses. Cerca de 62% consideram que o plano desenhado pelo Executivo de António Costa não vai contribuir para solucionar a crise na habitação e que a bonificação dos juros é insuficiente para apoiar as famílias. Metade dos portugueses critica, ainda, o arrendamento coercivo de imóveis devolutos. Consideram a medida um "atentado ao direito à propriedade privada". Em contrapartida, 59% aplaudem o limite ao aumento de rendas nos novos contratos. Esta é a avaliação feita pelos portugueses à resposta do Governo à crise na habitação, de acordo com a sondagem da Aximage feita para o JN, TSF e DN. Denominado Mais Habitação, o programa foi apresentado a 16 de fevereiro. Prevê, a par das medidas já mencionadas, a simplificação dos processos de licenciamento, o fim da concessão de vistos gold e a cedência de terrenos ou edifícios pelo Estado para serem reabilitados por cooperativas ou privados.

Sondagem: Ronaldo ainda tem condições para ser titular na seleção


Sondagem revela que o capitão continua a ser uma peça importante, mesmo tendo 38 anos e jogando na Arábia Saudita. Roberto Martínez é incógnita. Aos 38 anos, Cristiano Ronaldo ainda mantém intactas as condições físicas para continuar a ser titular da seleção portuguesa, mesmo que esteja a atuar na Arábia Saudita, no Al Nassr, um campeonato periférico e longe da ribalta da Premier League, onde defendia as cores do Manchester United. Este é o resultado de uma sondagem da Aximage, feita para o DN,JN e TSF, na qual 48% dos inquiridos aprova a integração de CR7 no onze de Roberto Martínez, enquanto 29% acha que o avançado não devia jogar de início, 11% considera que nem devia ser convocado, e, por fim, 12% não sabe. Isto antes do jogo de hoje com o Liechtenstein, no arranque do apuramento para o Euro 2024.

Os inquiridos simpatizantes do Sporting, clube que formou Cristiano Ronaldo para o futebol, são os maiores apoiantes do capitão da equipa das quinas, seguindo-se os adeptos do FC Porto e Benfica. No último Mundial 2022, recorde-se, CR7 foi titular nos três jogos de Portugal na fase de grupos, mas acabou relegado para o banco nos oitavos de final e nos quartos, frente à Suíça e Marrocos, respetivamente. No duelo com a Coreia do Sul, não gostou de ser substituído, o que provocou polémica e desgaste no relacionamento com Fernando Santos.

EUA: Fotos falsas de Trump a ser preso geradas por IA tornaram-se virais




Tudo não passou de uma brincadeira de um diretor de um consórcio de notícias norte-americano nas redes sociais, mas muitos acreditaram que era reais. Fotos que mostravam Donald Trump a ser preso tornaram-se virais nas redes sociais nos últimos dias e levaram muitos a acreditar que eram reais. Mas tudo não passou de uma brincadeira de um jornalista com a ajuda de programas de Inteligência Artificial, mais concretamente da ferramenta Midjourney. Aproveitando o comentário feito pelo ex-presidente norte-americano na semana passada, de que seria preso na terça-feira, Eliot Higgins, fundador e diretor criativo do consórcio de notícias de investigação Bellingcat, recorreu a programas de Inteligência Artificial, e depois colocou nas redes sociais o resultado: fotografias de Trump a ser preso com alguma violência à mistura e com o seguinte comentário: "A fazer fotografias de Trump a ser preso enquanto aguardo que seja mesmo preso". As fotos tornaram-se imediatamente virais e eram tão realistas à primeira vista que levaram algumas conhecidas agências a verificar a sua veracidade - obviamente a conclusão foi que eram falsas. Aliás, com a devida atenção, alguns pormenores deixavam logo cair por terra a sua veracidade, como explicou o autor.

Quanto custa eleger um deputado? E conquistar um voto?

Várias conclusões se podem tirar das contas partidárias da campanha eleitoral de 2022. O PS consegue, em simultâneo, ter a campanha mais cara mas também a mais rentável (dividindo-se a despesa pelo número de votos obtidos e pelo número de deputados eleitos). Para ter o mesmo resultado do que o Livre, o PAN gastou quatro vezes mais. Com 19 mil euros elege-se um deputado socialista; e com 252 mil a deputada do PAN. Dois cafés "compram" um voto nos socialistas. Socialistas e liberais. O PS e a Iniciativa Liberal foram os campeões nas legislativas de 2022 no que respeita a derrapagens entre o que previam gastar nessa campanha eleitoral e o que efetivamente gastaram. Em valores absolutos, o PS esmaga todos os outros partidos: a sua campanha eleitoral custou quase um milhão de euros a mais do que o partido tinha inicialmente orçamentado. Passou de 2,45 milhões (custo previsto) para 3,38 milhões de euros (custo final). Um desvio de 38,2 pontos percentuais face ao inicialmente previsto.

Mas se no capítulo das derrapagens os socialistas são campeões em valores absolutos, já a Iniciativa Liberal bate todos os outros partidos parlamentares quanto ao desvio percentual. Os liberais gastaram mais 55% do que tinham inicialmente previsto. Uma campanha orçamentada em 385 mil euros acabou a custar quase 600 mil euros. Neste campeonato das derrapagens entre previsões e custos finais, destaque para o PSD e a CDU. Com estas duas formações ocorreu o contrário do que se viu em todas as outras: a despesa final foi inferior ao custo inicialmente previsto. No caso do PSD, a diferença é de 4,1% (quase 85 mil euros); no caso da coligação liderada pelos comunistas, a percentagem é superior: gastaram menos 20,6% do que tinham inicialmente orçamentado. Uma campanha que previam que custasse 695 mil euros acabou por custar 552 mil. Poupança: 143 mil euros.

Sondagem: Três em cada quatro concordam com venda da TAP, mas com condições

Perto de três em cada quatro portugueses (74%) concordam com a reprivatização da TAP, contra apenas 16% que a rejeitam em qualquer cenário. No entanto, a maioria dos que admitem a venda fá-lo mediante condições: 30% dos inquiridos numa sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF só aceitam privatizar se o Estado receber mais do que os 3,2 mil milhões de euros que injetou na TAP, com 27% a exigirem que o Estado fique como acionista. Só 17% concordam com a venda incondicional. Embora quase dois terços (66%) concordem com a decisão do Governo de demitir a administração da TAP, a perceção quanto à responsabilidade política é outra: para a maioria (55%), o ministro das Finanças, Fernando Medina, deveria ter sido demitido na sequência da indemnização paga à ex-administradora Alexandra Reis. Só pouco mais de um quarto (27%) apoiam a continuidade do governante. Três em cada quatro concordam com venda da TAP, mas com condições

Norte prefere vender

Na análise por regiões, é no Norte (excluindo a Área Metropolitana do Porto - AMP) que a privatização da TAP tem mais defensores: 81% admitem-na, com ou sem condicionantes. Na AMP esse valor cai para 75% e, no Centro, Área Metropolitana de Lisboa (AML) e Sul e Ilhas, ronda os 73%. A sondagem foi feita antes de ser anunciado que, em 2022, a TAP regressou aos lucros.

Vasco Cordeiro (PS) desafia Governo dos Açores a refletir sobre eleições antecipadas

O líder do PS/Açores desafiou o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) a refletir sobre "se não vale a pena devolver a palavra ao povo", porque "continuam a existir razões de instabilidade política" e uma situação económica e social "a degradar-se". "Julgo que essa reflexão, sobre se não vale a pena devolver a palavra ao povo [antecipando eleições legislativas regionais], ainda não foi feita e seria importante, não a bem do Governo, nem a bem dos partidos políticos, mas a bem dos Açores ", afirmou Vasco Cordeiro, líder parlamentar do PS/Açores. Vasco Cordeiro, antigo presidente do Governo dos Açores, falava na abertura das jornadas parlamentares do PS/Açores, que decorrem esta semana na ilha do Pico. "Compreende-se que o Governo tem estado, desde o seu início, envolvido num conjunto de casos e casinhos de instabilidade de que ele é a fonte e a causa. Isso dificulta a atenção e o cuidado que é necessário ter para definir e implementar eficazmente medidas", apontou Vasco Cordeiro. Para o líder regional socialista, a sociedade, a economia açoriana, as famílias e empresas "não podem estar à espera" que o executivo "resolva os seus problemas de instabilidade interna do próprio Governo e coligação que o suporta para só depois olhar para aquilo que devia ser a sua principal preocupação".

Melhor oferta pelas ações da Bacalhôa ficou a metade do valor mínimo em leilão

Melhor proposta pelo lote de ações da empresa de vinhos de Berardo foi de apenas 687 mil euros, metade do valor mínimo que estava a ser pedido. Leilão surge na sequência da ação de execução do BCP. O leilão de um lote de ações da Bacalhôa, a empresa de vinhos de Joe Berardo, terminou esta quarta-feira sem grande sucesso, com a última oferta a rondar apenas os 687 mil euros, cerca de metade do valor mínimo de 1,12 milhões de euros. Não deverá haver negócio. Esta participação, correspondente a quase 2% do capital da Bacalhôa, estava em leilão desde o passado dia 23 de fevereiro, depois de o BCP ter avançado para a execução de duas empresas ligadas ao empresário madeirense, a Associação de Coleções e a Metalgest, por conta de uma dívida de dois milhões de euros. Os interessados tinham até às 10h30 desta quarta-feira para apresentarem propostas. Agora, com os prazos encerrados, terá lugar a cerimónia de encerramento do leilão que está marcada para as 14h30, no Palácio da Justiça, em Lisboa. O banco não comenta o resultado do leilão.

PS convida para 50 anos do partido ex-líderes ainda filiados e Sócrates fica de fora

O presidente socialista afirmou hoje que serão convidados para as iniciativas das comemorações dos 50 anos da fundação do PS todos os dirigentes que ainda são militantes do partido, critério que deixa de fora José Sócrates. Carlos César falava numa conferência de imprensa conjunta com o secretário-geral adjunto dos socialistas, João Torres, depois de questionado se os responsáveis pelo programa de comemorações dos 50 anos do PS vão convidar todos os antigos líderes desta força política, incluindo aqueles que se afastaram do partido ao longo dos últimos anos. “Nós vamos convidar os secretários-gerais do PS que são membros do partido. Caso a pergunta se refira a José Sócrates, como se sabe desligou-se por sua livre iniciativa e por sua livre vontade do PS”, observou.

 “Não nos competia, nem nos compete agora, contrariar ou afrontar essa sua opção”, acrescentou. José Sócrates, que liderou os socialistas entre 2004 e 2011, desfiliou-se do PS em 2018, depois de ter feito duras críticas à atuação da direção de António Costa em relação à política de justiça, em particular no que respeita às circunstâncias do processo “Operação Marquês” em que o antigo primeiro-ministro (2005/2011) está acusado (Multinews)

Sabe qual o país (do mundo) onde o salário médio é mais alto? Chega quase aos 8 mil euros. O mais baixo não chega aos 50 euros (sim, 50)

A Paylab, plataforma internacional de pesquisa salarial, elaborou o ranking dos 20 países com os maiores salários médios mensais. E também os 20 países que praticam os salários mais baixos. Top 20 dos países com salários brutos médios mais elevados:

Croácia | 7606.27 eur

Suíça | 7522.51 eur

Liechtenstein | 6110.68 eur

Dinamarca | 6025.98 eur

Estados Unidos da América | 5790.58 eur

Luxemburgo | 5060.66 eur

Mónaco | 4979.85 eur

Singapura | 4902.06 eur

Alemanha | 4687.90 eur

Austrália | 4488.23 eur

Noruega | 4439.13 eur

Países Baixos | 4364.19 eur

Sondagem: Mais de metade dos portugueses aponta o dedo ao Governo pelo mau funcionamento da Saúde. Atual ministro não convence

A esmagadora maioria dos portugueses considera que o principal responsável pelo atual estado de mau funcionamento na Saúde é o Governo. Segundo uma sondagem da Intercampus para o Correio da Manhã, mais de 65% dos inquiridos aponta culpas ao Executivo pelo atual estado da Saúde em Portugal. As administrações hospitalares são outros dos responsáveis, apontados por 20,7% dos inquiridos, enquanto ao médicos são considerados culpados por 3,6% dos portugueses. O mesmo estudo de opinião revela que dois terços dos inquiridos não concordam com o encerramento das Urgências, medida tomada recentemente pela Direção Executiva do SNS, devido à falta de médicos e enfermeiros. A sondagem revela ainda que a ex-ministra da Saúde Marta Temido continua a ter uma boa avaliação por parte dos portugueses, e quase o dobro da avaliação positiva que tem o atual titular da pasta: apenas 36,5% dos inquiridos tem uma boa opinião sobre Manuel Pizarro (Multinews)

Chovem avisos para acabar com apoios. Que medidas o Governo ainda tem em vigor?

Várias instituições apelam para os governos acabarem com apoios extraordinários para não alimentar inflação. Em Portugal ainda há medidas abrangentes que não seguem os alertas. Os avisos multiplicam-se por parte de várias instituições internacionais: os apoios extraordinários implementados pelos governos devem chegar ao fim, ou pelo menos serem mais direcionados para a população mais carenciada, para evitar contribuir para a inflação. Apesar de todos estes avisos, o Governo português anunciou que vai avançar com mais apoios sociais, sendo de recordar que estão ainda em vigor várias medidas direcionadas para a generalidade da população que não vão ao encontro dos alertas de Bruxelas, do Banco Central Europeu (BCE) e da OCDE.

No discurso em que anunciou mais uma subida de 50 pontos base das taxas de juro diretoras, Christine Lagarde defendeu que “as medidas de apoio dos governos para proteger a economia do impacto dos altos preços da energia devem ser temporárias, direcionadas e adaptadas para preservar os incentivos para consumir menos energia”. “É importante começar rapidamente a reduzir essas medidas de forma concertada”, à medida que “os preços da energia baixam”, para evitar “aumentar as pressões inflacionistas a médio prazo”. Tal “exigiria uma resposta mais forte da política monetária”, avisou a presidente do BCE.

Europa: Estónia e Letónia ultrapassam Portugal no PIB per capita

Portugal é o sétimo país com menor Produto Interno Bruto (PIB) per capita da União Europeia. Em 2022, Portugal foi ultrapassado pelas economias da Estónia e da Letónia, segundo dados publicados nesta quinta-feira pelo gabinete de estatísticas Eurostat. Considerando como 100 o índice médio do PIB per capita na União Europeia em paridade de poder de compra, Portugal registou 85,70 pontos em 2022, uma melhoria face aos 85,62 pontos do ano anterior. No entanto, Portugal continua muito longe da média europeia e de países como Espanha, França, Itália e Alemanha. Luxemburgo e Irlanda destacam-se como os dois países da União Europeia como melhores índices, com 261 pontos e 234 pontos, respetivamente. A Dinamarca, o terceiro melhor país, surge com 136 pontos (CNN-Portugal)

quinta-feira, março 09, 2023

Açores: e agora?

Os Açores passam por uma nova crise política? Mas desde que a geringonça de direita foi ali construída – imitando a mesma cena vista em 2015 na Assembleia da República - envolvendo os partidos que perderam as eleições regionais de 2020 nos Açores, mas cuja fome de poder e do tacho os levou a um acordo absurdo feito à imagem da geringonça da esquerda e de Costa em Lisboa, alguma vez o cenário de crise foi posto de parte? Nunca.

Repito, será que alguma vez os Açores tiveram garantia de cumprimento da Legislatura regional que deveria terminar em 2024?

Vamos a factos, esperando que toda esta trampa político-partidária açoriana sirva de exemplo, desde logo para alguns partidos nos Açores que devem alcançar o poder se alcançarem pelo voto e pelo mérito o mandato do eleitorado açoriano. Esperando igualmente que algumas ingenuidades que por aí andam, naquelas ou noutras latitudes, achando que o poder justifica tudo e que os cidadãos não percebem o que se passa.

Este caso começa pela ausência de explicações credíveis e verdadeiras sobre o que se passou com a demissão do ex-secretário regional da Saúde dos Açores, Clélio Meneses, uma destacada figura do PSD açoriano que se demitiu alegadamente em protesto pela fome de poder do CDS açoriano e pela influência crescente do pequenote na coligação.

domingo, março 05, 2023

Opinião: 3 notas...

A Turquia e a Síria e a hipocrisia ocidental. Afinal vai ou não o Ocidente abandonar o apoio a dois países destruídos por um violento sismo, quando é sabido, por dados oficiais da ONU, que existem mais de 100 mil pessoas desaparecidas, a maioria delas soterradas sob os escombros das vilas e cidades turcas e sírias destruídas pelo tremendo sismo (e pela aldrabice e corrupção na construção civil local)? Ou o Ocidente não vai conseguir reunir recursos financeiros para acudir a um drama social e humano que afecta, também segundo a ONU, mais de 25 milhões de pessoas que vivem em condições miseráveis? Ou para a Ocidente, na sua hipocrisia costumeira, a prioridade financeira resume-se a continuar a desviar milhões para serem espatifados em armamento de ponta a enviar para a Ucrânia alimentando uma guerra infindável, perigosa, claramente abandalhada e que está a destruir aos poucos a Europa e o Ocidente de uma maneira geral?

ONU produz acordo histórico para a proteção oceânica

Ao fim de 15 anos de negociações, as Nações Unidas conseguiram finalmente chegar a acordo quanto à necessidade de proteger a vida marinha em alto mar. A decisão, assinada por mais de 100 países, vai permitir criar áreas marítimas protegidas

Não tem a noção do ridículo e do patético: Plateia da conferência na Índia ri-se quando Lavrov diz que guerra foi lançada contra a Rússia

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo ficou embaraçado com a forma como as pessoas presentes na conferência Raisina Dialogue reagiram à sua declaração. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, foi alvo de risos depois de ter descrito a invasão russa da Ucrânia de uma forma inesperada: "A guerra que a Rússia está a tentar impedir e que foi lançada contra nós usando o povo ucraniano." Declarações feitas durante na sexta-feira durante a conferência Raisina Dialogue, na Índia, e foram recebidas com risos e sons de surpresa. Lavrov afirmou ainda que Moscovo está à procura de parceiros alternativos em termos de energia, deixando claro que "Índia e China certamente estão entre eles" (DN-Lisboa)

A Indiferença, segundo Sá Carneiro

O jornal Nascer do SOL publicou, no lançamento do V Volume dos textos políticos de Francisco Sá Carneiro (promovido pelo Instituto Sá Carneiro em colaboração com a Editora Alteia) um inédito do fundador e antigo líder do PPD-PSD e que deveria ter sido publicado no Povo Livre, mas acabou por não ser. «Na vida política, um evento é capaz de desencadear reações em cadeia, capaz de definir o legado dos seus líderes, esculpir a história das organizações partidárias, quando não mesmo o rumo de toda uma nação», afirma a eurodeputada e presidente do Instituto Sá Carneiro, Maria da Graça Carvalho, ao falar sobre este volume, intitulado A Ausência de Liderança, que se centra nos tempos da crise interna que leva Sá Carneiro a afastar-se da presidência do partido. Para João Montenegro, vice-presidente do Instituto, o facto de Sá Carneiro ter encabeçado as cinco listas que concorreram ao Conselho Nacional foi «um ato de nobreza política e inegável altruismo», uma vez que a sua continuidade no Conselho Nacional «simboliza apenas o seu interesse pelo partido e a continuação da sua militância».

Indiferença

1. Nesta crise que se vai instalando tem sido gabada a serenidade e maturidade dos portugueses, a calma e o civismo com que aguardam o seu desfecho.

Ora a verdade é que a serenidade, o civismo e a calma são meras aparências que os políticos e alguma imprensa gostam de invocar como sinais e ornamentos da ‘jovem democracia portuguesa’.

O que na realidade há, perante a crise e tudo quanto a ela tem dado lugar, é uma enorme e profunda indiferença.

Indiferença que radica em crescente descrença e se liga ao conformismo tradicional dos portugueses.

Como Costa quis montar uma “central de comunicação”

Depois do erro inicial, Costa recuou: secretário de Estado-adjunto faz a “comunicação política”, mas gabinete de comunicação tem 15 pessoas para passar a mensagem. A profissionalização da comunicação com recurso a técnicas especializadas semelhantes às que se praticam nos departamentos comerciais e criativos de marcas e empresas era um desejo antigo de António Costa. A primeira tentativa de o fazer foi em 2016, quando recrutou o diretor de comunicação comercial do Millennium BCP, Mário São Vicente, que sairia um ano depois sem cumprir a missão. Costa arrumou a ideia por uns anos, mas voltaria a tentar em junho passado, quando foi buscar João Cepeda ao grupo Time Out Market com o argumento de que, com maioria absoluta, a pressão mediática sobre o Governo ia ser gigante.

A ideia, dizia o gabinete do primeiro-ministro em maio, era preencher uma falha na orgânica inicial do Executivo. “Com a extinção da Secretaria de Estado-adjunta do primeiro-ministro, deixou de haver quem coordenasse e articulasse a comunicação do Governo”, entendia-se em São Bento. A coordenação interna do Governo estaria, de forma implícita, no superministério de Mariana Vieira da Silva, mas “criou-se a expectativa” de que o gabinete de comunicação, criado em junho, iria resolver os problemas criados pela dificuldade de os vários gabinetes chegarem ao primeiro-ministro. Mas não correu da melhor forma. O novo diretor de comunicação fez apenas uma reunião inicial e por via digital com os assessores de imprensa, onde vincou que não tinha pretensões de ser o ‘chefe dos assessores’, mas que queria, sim, uniformizar a imagem e “profissionalizar” a comunicação do Governo como um todo. O resultado foi o que se sabe. Internamente houve uma certa dose de “ceticismo” em relação àquele “corpo estranho”, os gabinetes não sabiam a quem reportar e, mediaticamente, os “casos e casinhos”, demissões e semidemissões, sucediam-se uns atrás dos outros.

PSD: Ex-líder (Passos Coelho) não faz voto de silêncio

Quando Pedro Passos Coelho se referiu ao seu “horizonte político e pessoal” esta segunda-feira, no Grémio Literário, em Lisboa, limitou-se a sinalizar o óbvio: o ex-líder do PSD nunca disse que tinha morrido para a política e jamais, desde que abandonou as funções, fez qualquer declaração no sentido de “nunca mais” regressar. De resto, tão recentemente como em novembro do ano passado, depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter afirmado em público que o país devia “esperar muito do seu contributo no futuro”, Passos chegou a dizer que estava “fora de tudo” e que assim pretendia “continuar”. Mas também clarificou que esse “horizonte” era uma possibilidade: “Não há nenhuma razão para dizer que nunca mais na vida faço coisa nenhuma, seria uma tolice, um absurdo”, afirmou então. Agora, embora, segundo fontes passistas, não deseje causar “perturbação”, também não considera “razoável” ficar calado e desaparecer da cena cívica e pública por haver quem se perturbe com a sua intervenção e ache que ele será candidato ao que quer que seja: “Não tem um dever nem uma obrigação moral de voltar à política, mas não fez um voto de silêncio”, verbalizou Miguel Relvas, ex-ministro de Passos, esta semana, na CNN.

O ex-primeiro-ministro, que recentemente escreveu um artigo no “Observador” contra a eutanásia e que publicou um longo prefácio com detalhes sobre o seu Governo no livro do ex-embaixador português em Berlim, tem na gaveta um livro à espera do melhor momento para lançar e escreverá em breve o prefácio de outro livro, apurou o Expresso. Passos não abdicará da intervenção cívica que também pode ser vista como política.

TAP não consegue contratar e cancelamentos ameaçam verão

A transportadora aérea está a recrutar para reforçar a operação na época alta, mas posições ficam desertas. Trabalhadores alegam que as condições salariais e a má reputação da companhia estão a afastar os candidatos e alertam que sem mão-de-obra os aviões ficarão em terra.  Os tempos em que uma carreira na TAP era desejada por muitos parece estar distante. As polémicas recorrentes na administração da transportadora, os longos meses sem paz social ou os salários talhados por um plano de reestruturação mordaz têm afastado o interesse dos profissionais da aviação. Com mais rotas e com um maior número de ligações programadas para a época alta, a companhia está, desde o início do ano, a contratar para posições como pilotos, tripulantes ou técnicos de manutenção, mas a fraca procura está a tornar-se numa dor de cabeça para a TAP. Os sindicatos da empresa alertam para um verão caótico, com os aviões a ficar colados à pista e os voos cancelados por falta de pessoal. "A companhia está com dificuldade nas contratações, nomeadamente de tripulantes com experiência. A atual situação a nível financeiro e os salários que paga aos tripulantes de cabine já não justificam a vinda para a TAP", explica ao Dinheiro Vivo o presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Ricardo Penarroias.

Açores: Monteiro da Silva defende auditoria à situação económica da Região

O antigo juiz conselheiro do Tribunal de Contas, Monteiro da Silva, defende a realização de uma auditoria à atual situação económica e financeira dos Açores, para melhor ajustar as despesas às receitas. O endividamento da Região e o problema demográfico foram temáticas abordadas pelo economista na Conferência ‘Sete Fragilidades e Ameaças dos Açores’, que decorreu em Ponta Delgada.

Privatização da Azores Airlines

 

Governo e SATA dizem que estão a cumprir o calendário

Há um novo gigante nos media? O que vale uma ‘MediaCof’

Em 2019 a Cofina tentou comprar a Media Capital, agora o negócio poderá ser o inverso. A concretizar-se, a 'MediaCof' será o novo gigante dos media, deixando a Impresa para trás. A Media Capital está a negociar a compra da Cofina? Depois de uma noticia do Observador e da suspensão das ações em bolsa, os dois grupos de media fizeram comunicados ao mercado, a partir dos quais é possível perceber que o setor está em efervescência. Sem confirmarem negociações, as empresas que controlam a TVI e o Correio da Manhã sinalizaram movimentações de mercado, contactos de consultores externos e avaliação de oportunidades. O grupo liderado por Paulo Fernandes “esclarece que foram realizadas abordagens preliminares por diversos assessores externos, com vista a encetar possíveis negociações, que estão a ser objeto de análise pela sociedade, sem que haja, na presente data, qualquer decisão ou conversações, entre a Cofina e, nomeadamente, a Media Capital ou os seus acionistas, relacionadas com a matéria da referida notícia“. Já a Media Capital acrescenta, em comunicado enviado cerca de uma hora depois, que “como sucederá com as demais empresas do setor dos media, está atenta e disponível para analisar oportunidades de negócio que possam surgir“. Este negócio, a concretizar-se, é um volte face no mínimo inesperado. Em 2019, o que estava em cima da mesa era uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) da Cofina sobre a Media Capital, negócio que foi, até, aprovado pelas entidades reguladoras, nomeadamente em termos de concentração no setor. O negócio caiu, Paulo Fernandes (líder da Cofina) e Mário Ferreira (agora maior acionista da Media Capital) entraram num confronto profissional e perdeu-se a passada relação pessoal.

Quatro maiores bancos nacionais lucraram cinco milhões por dia em 2022

No ano passado, os bancos lucraram mais 50% do que em 2021. No conjunto dos quatro maiores bancos, foram mais de cinco milhões de euros por dia

Lufthansa assume interesse na TAP

De acordo com a agência Bloomberg, a administração da companhia aérea alemã declarou que os alvos mais interessantes para fusões e aquisições são a portuguesa TAP e a italiana ITA.

Políticos e juízes mas também futebolistas e caras da TV: Quais as profissões e organizações que os portugueses consideram mais poderosas?

 

Seria difícil avaliar de forma certeira e generalizada quais são as profissões e as organizações que, em Portugal, detêm maior poder. Por isso, foi feito o desafio de perguntar aos portugueses qual a sua opinião e, segundo o apurado, políticos e juízes lideram nas escolhas, mas há algumas surpresas. Segundo uma sondagem da Intercampus para o Jornal de Negócios, quando questionados para identificarem quais as profissões que consideram que dão origem a maior poder, em primeiro lugar na lista surgem os políticos (64,6%), seguidos dos juízes (25,6%). A lista continua com chefes de grandes empresas (20,1%), membros de topo da Igreja (11,1%), médicos (10,5%), jornalistas (10,3%) e cientistas e investigadores (10,2%). Por outro lado, no espectro oposto, como as profissões menos referidas como as mais poderosas, surgem humoristas (0,8%), os escritores (1,9%), os atores e caras da televisão (2,7%) e os membros de topo das Forças Armadas.

Transferências do Estado para as Regiões Autónomas não cobrem as despesas

 

Projeto-piloto entre Açores e Madeira quer reformar as finanças públicas

A "liberdade" na terra do bandalho do Putin e corja de lambe-botas do Kremlin

O pai de uma menina de 12 anos, que fez um desenho antiguerra durante uma aula numa escola russa, enfrenta acusações criminais e uma potencial pena de três anos de prisão. A criança foi temporariamente colocada num orfanato — é o caso mais recente de repressão do Kremlin junto de crianças e pais por críticas à guerra na Ucrânia. O pai, Alexei Moskaliov, de 53 anos, foi detido esta quarta-feira, 1 de Março, em Iefremov, cidade russa na região de Tula, cerca de 240 quilómetros a sul de Moscovo. Foi acusado de crimes de ofensa e “descrédito ao Exército russo”, após buscas em casa e análise de publicações nas redes sociais. Isto depois de a filha, Masha Moskaliova, ter feito o desenho numa aula do sexto ano em Abril de 2022. A professora de Masha pediu aos alunos que desenhassem algo patriótico para celebrar a luta dos soldados na linha da frente. Contudo, Masha desenhou a imagem de uma mulher em frente à bandeira da Ucrânia, protegendo uma criança dos mísseis russos, e acompanhada pelo texto: “Não à guerra.” A professora informou imediatamente o director escolar, que reportou o incidente às autoridades. Masha foi questionada pelo FSB, o principal serviço de segurança russo, e Moskaliov foi interrogado.

Crise: Famílias cortaram a fundo na comida que levam para casa

As famílias residentes em Portugal foram reduziram de forma significativa (maior corte de que há registo) o volume de alimentos comprados em 2022, mas, no entanto, o valor da fatura dos lares com comida subiu a um ritmo recorde puxado pela inflação galopante e atingiu o maior valor das séries oficiais, indicou o Instituto Nacional de Estatística (INE). Ou seja, há sinais inequívocos de que muitas famílias -- sobretudo as mais pobres, com menos rendimento disponível, e as mais vulneráveis à subida das taxas de juro porque têm dívidas bancárias a aumentar com o avanço das taxas de juro -- estão mesmo a cortar na alimentação para conseguir poupar mais um pouco. É isso que indica a quebra no volume. Segundo o novo destaque do INE, que fecha o ano de 2022 em contas nacionais, se não houvesse inflação, a despesa com alimentos teria caído na mesma. A quebra real (descontando a inflação) foi de 2,3%, a maior das séries oficiais do instituto, que remontam a 1995. É o equivalente a menos 573 milhões de euros em comida face a 2021. É preciso recuar aos anos de chumbo do programa de ajustamento do governo PSD-CDS e da troika para encontrar um encolhimento nos gastos reais com alimentos. Mas nem nessa altura foi tão grande: caíram 0,7% em 2011 e 1,3% em 2012, mostra o INE.

Opinião alheia: A liberdade de imprensa está mesmo a morrer?

Eu bem tentei, fartei-me de dedilhar nas caixas de pesquisa dos sites dos principais jornais e televisões portugueses, mas, até às 18 horas de ontem, quando comecei a escrever este texto, não encontrei uma única referência a esta notícia: passa um ano desde que o jornalista espanhol Pablo Gonzaléz foi preso na Polónia, suspeito de espionagem para a Rússia.

Desde esse dia 28 de fevereiro de 2022 González cumpre uma detenção que a Federação Internacional e Europeia de Jornalistas considera ser "um ataque à liberdade de imprensa e à democracia". "É inaceitável que um estado-membro da União Europeia detenha um jornalista de forma tão arbitrária", concluiu o último comunicado dessa organização, emitido ontem, e que a imprensa portuguesa não citou.

Fui ver os grandes jornais espanhóis.

El Pais: nada. El Mundo: nada. ABC: nada. La Razón: nada. La Vanguardia: peça grande. Público de Espanha (jornal digital para quem González trabalhava): peça grande, mantida todo o dia no topo da primeira página do site.

Leio então o que dizem os artigos dos jornais espanhóis que abordaram o assunto e onde se fala também de algumas intervenções no parlamento espanhol.

Vaticano: Cardeais e bispos vão começar a pagar renda pelos apartamentos onde vivem, decide Papa Francisco

O Papa Francisco decretou que os cardeais e bispos vão começar a pagar renda pelos apartamentos onde vivem no Vaticano e decidiu que nenhum líder da Cúria pode ter uma propriedade pertencente à Santa Sé “gratuitamente ou em condições particularmente favoráveis”, de acordo com o jornal italiano ‘Il Gazzetino’. O ‘Rescriptum’, ou seja, o novo regulamento imposto, que ainda não foi oficialmente confirmado pelo gabinete de imprensa do Vaticano, ordena “a abolição de alojamento gratuito e vantajoso para cardeais, chefes de dicastérios, presidentes, secretários, subsecretários, executivos, auditores e seus equivalentes”. Ainda que o documento não faça referência à possibilidade de despejos, menciona que os arrendamentos habitacionais serão revistos, como estipulado, sem prejuízo para os contratos existentes. O Papa apelou a que todos façam “um sacrifício extraordinário para atribuir maiores recursos à missão da Santa Sé” o que, na sua ótica, deve começar pelo pagamento de renda dos apartamentos ocupados, em alguns casos situados mesmo em grandes palácios do Vaticano.

Crise: Em entrevista ao M&P o presidente do SJ abre a porta a uma greve geral dos jornalistas

“A greve é o último recurso de uma luta. Mas às vezes é o recurso necessário e imperioso”, afirma Luís Filipe Simões. Numa altura em que se sucedem protestos e reivindicações em vários grupos de media, o M&P ouviu o presidente do Sindicato dos Jornalistas, que, em entrevista, traça um cenário negro e avança com a possibilidade de uma greve geral. Isto quando, adianta ao M&P, está por dias ou semanas a aprovação do novo contrato coletivo cuja negociação se arrasta há vários anos. Uma nova tabela salarial única, que não faz distinção entre um jornalista de Lisboa e outro de Bragança, com uma remuneração de entrada na profissão fixada nos 900 euros, será uma das principais mudanças no novo contrato coletivo de trabalho que, após oito anos de avanços e recuos, será agora finalmente depositado no Ministério do Trabalho, começando a produzir efeitos já a partir de março. A convicção é de Luís Filipe Simões, presidente do Sindicato dos Jornalistas, que adianta, em entrevista ao M&P, que o documento final está 99,99 por cento aprovado. A entrada em vigor do novo contrato coletivo chega numa altura em que se multiplicam as reivindicações por melhores condições de trabalho e atualizações salariais em vários grupos de media, com novas greves entretanto convocadas na Lusa e na TVI, colocando mesmo em cima da mesa a possibilidade de uma inédita greve geral de jornalistas.

Meios & Publicidade (M&P): O ano arrancou com notícias de despedimentos no Diário de Notícias e no grupo Renascença, preocupação com possíveis reduções também na Media Capital, pedidos de revisão dos salários na Global Media, um protesto silencioso na Impresa pelo mesmo motivo, o mesmo que está agora na origem de uma greve convocada na TVI. A situação dos jornalistas portugueses agravou-se particularmente nos últimos meses?

Luís Filipe Simões (LFS): Tem vindo a degradar-se muito ao longo dos anos. Degradou-se de tal forma que, nesta altura, somos confrontados com um estudo que teve a colaboração SJ, da CCPJ e das universidades de Coimbra, de Lisboa e do Minho, que nos mostra que quase metade dos jornalistas em exercício declarava em 2022 um rendimento mensal bruto inferior a 900 euros. Segundo números do INE, o salário médio é 1.276 euros. Os jornalistas recebem hoje abaixo da média. E o jornalismo, com as responsabilidades que tem, uma profissão que, não por acaso, é consagrada na Constituição, nunca pode ser uma profissão de rendimentos mínimos. Se perdemos qualidade naquele que é um dos pilares da democracia, é a própria democracia que fica em risco. Não concebo, por muito que me digam que o modelo de negócio tem de ser revisto e que as empresas de comunicação social estão a atravessar um período difícil. Não é possível continuarmos a perder poder de compra e nível de vida de uma forma tão acentuada como aconteceu nos últimos 30 anos.

Crise: Setor dos media em Portugal “neste momento não está nada bem”

O presidente do Sindicato dos Jornalistas afirmou à Lusa que o setor dos media em Portugal “neste momento não está nada bem” e considerou que “mais cedo do que tarde” vai ter que existir “uma resposta global”. “O setor neste momento não está nada bem“, afirmou Luís Simões, adiantando que, face ao contexto do aumento de custos, a alta da inflação, a subida das taxas de juros, os trabalhadores têm defendido atualizações salariais e “é muito rara a empresa que está a responder a estas preocupações”.

O ano da consolidação dos grandes grupos de media?

No caso da TSF, do grupo Global Media (GMG), assistiu-se aos trabalhadores “a fazerem um plenário e a pedirem à entidade patronal que possa rever os salários”. No Jornal de Notícias (JN), que é do mesmo grupo liderado por Marco Galinha, assiste-se à “preocupação até pela saída do local de trabalho para outro que não oferece garantias, inclusivamente em termos de transportes“, apontou o presidente do SJ.

Crise: Trabalhadores da Lusa rejeitam contraproposta da administração e marcam greve

 

Os trabalhadores da Lusa rejeitaram, em plenário, a contraproposta de valorização salarial apresentada pela administração, decidindo agendar uma greve para o final de março e manifestações regulares. Os trabalhadores da Lusa rejeitaram esta quarta-feira, em plenário, a contraproposta de valorização salarial apresentada pela administração, decidindo agendar uma greve para o final de março e organizar manifestações regulares. “Os trabalhadores da Lusa, reunidos em plenário em 01 de março de 2023, rejeitaram por unanimidade a contraproposta apresentada pelo Conselho de Administração”, lê-se numa resolução, na qual indicam que vão avançar com novas formas de luta. Na semana passada, a administração da agência de notícias apresentou aos sindicatos uma contraproposta, que prevê o aumento salarial de 35 euros, a ser efetuado em março e com retroativos a janeiro, a atribuição de um subsídio parental e o aumento das ajudas de custo internacionais para o máximo legal regulamento em 89,35 euros, acima dos 72,72 euros atualmente praticados.

Crise: Trabalhadores da TSF cancelam concentração e reúnem-se em plenário

Os trabalhadores da rádio TSF, do grupo Global Media (GMG), cancelaram a concentração face à ausência de resposta a ajustes salariais e marcaram um novo plenário. Esta alteração acontece na sequência de um 'mail' interno dos recursos humanos que foi enviado na terça-feira à tarde, a que a Lusa teve acesso. "Na sequência das conversações havidas com os representantes dos trabalhadores, e após avaliação das condições económico-financeira das empresas comunicamos a decisão da Comissão Executiva" liderada por Marco Galinha, lê-se na nota enviada. Uma das decisões é "rever o valor de subsídio de refeição para máximo diário não tributável -- 8,32 euros", sendo que "esta revisão aplica-se a todos os trabalhadores e traduz um aumento de 1,91 euros/dia, ou seja, 29,8% face ao valor atual do subsídio de refeição".

A outra é "rever o valor dos salários mais baixos de modo a que todos os trabalhadores aufiram uma retribuição total mensal mínima de 830,00 euros (incluindo todas as componentes com pagamento regular, designadamente comissões)". Ambas as decisões "terão efeitos a 01 de março de 2023 e aplicam-se a todas as empresas do Global Media Group". A GMG "está a avaliar a possibilidade de, durante o presente ano, ainda proceder à revisão de salários aos restantes trabalhadores com remuneração mais baixas, que não tenham beneficiado de revisão salarial no último ano, decisão que terá de ter enquadramento na evolução da condição económico-financeira das empresas", conclui a nota enviada aos trabalhadores (Correio da Manhã)

Crise: Trabalhadores da TVI em greve a 15 de março

 

Os trabalhadores da TVI, canal do grupo Media Capital, vão estar em greve no dia 15 de março, na sequência da decisão hoje aprovada em plenário e “por unanimidade”, disseram à Lusa vários jornalistas. Em 09 de fevereiro, os trabalhadores da estação de Queluz tinham aprovado em plenário um pré-aviso de greve, de 24 horas, para 08 de março, em que reclamavam uma atualização salarial mínima de 8% para todos. Em plenário, a proposta da administração foi rejeitada pelos trabalhadores, tendo sido convocada greve para 15 de março, confirmou à Lusa Rolando Santos, da Comissão de Trabalhadores (CT). Aquando do primeiro plenário, a CT da TVI tinha dito que 8% era o “mínimo aceitável, porque cobre a taxa de inflação”. Entre as outras reivindicações está a atualização do subsídio de alimentação para o máximo permitido legalmente, a concessão de 25 dias de férias anuais e outras questões que têm a ver com o plano de carreiras. Na altura, a CT adiantou que só recuará caso este caderno reivindicativo fosse aprovado a 100%.Um dia depois, em 10 de fevereiro, o Presidente da República alertou que só com uma “comunicação social forte” se pode garantir uma “democracia forte”, ao comentar o anúncio de greve na TVI e a fase “muito difícil” que o jornalismo está a atravessar.“ Ando há anos a dizer que a comunicação social está a atravessar uma fase social e económica muito difícil, de grande precariedade, e para uma democracia forte, é preciso uma comunicação social forte. Se a comunicação social não é forte, a democracia não é forte”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa (Multinews)