terça-feira, outubro 31, 2023

Açores: Produtores de banana queixam-se da falta de apoio

 

Os produtores de banana em Vila Franca do Campo queixam-se de falta de apoio do Governo Regional para fazer face ao acumular de prejuízos resultantes das condições atmosféricas adversas. A RTP Açores foi conhecer o caso de um agricultor que estima uma perda de 50% da sua produção este ano e que pondera abandonar a atividade (Aqui)

Grandes grupos de comunicação voltam a registar prejuízos

No ano passado aumentaram os prejuízos dos grupos de comunicação em Portugal que, cronicamente, registam resultados negativos. A única exceção foi a Media Capital (TVI), que passou de cerca de 4 milhões de euros negativos em 2021 para quase 36,7 milhões em 2022 (sobretudo graças à venda do negócio das rádios ao grupo Bauer Media). Em sentido contrário, a sociedade Vicra Desportiva (detentora de ‘A Bola’), entretanto vendida ao grupo suíço Ringier, registou 270 mil eu- ros negativos, o que contrasta com os 357 mil positivos do ano anterior. Os valores têm por base um documento produzido pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) que analisa a situação económica e financeira do setor dos media no nosso país em 2022. De resto, entre os outros grupos, Global Media, que detém ‘Diário de Notícias’, ‘Jornal de Notícias’ e TSF (mais de dois milhões de euros negativos), ‘Observador’ (877 mil negativos) e ‘Público’ (quase 2,1 milhões negativos) voltaram a apresentar contas no vermelho.

Supremo Tribunal venezuelano suspende eleição de candidata presidencial da oposição

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela suspendeu "todos os efeitos" das eleições primárias da oposição, em que Maria Corina Machado foi eleita candidata contra Nicolás Maduro nas presidenciais de 2024. Segundo sentença emitida pela Sala Eleitoral do STJ, ficam suspensos todos os efeitos das diferentes fases do processo eleitoral conduzido pela Comissão Nacional de Primárias (CNP) a 22 de outubro.

O documento, a entidade explica ainda que foi admitido um recurso interposto por José Dionísio Brito Rodríguez, deputado da Assembleia Nacional [parlamento, onde o regime de Maduro detém a maioria] e por alegadas irregularidades no processo e declara-se competente para avaliá-lo. Por outro lado, o STJ ordena à CNP que remeta todos “os antecedentes administrativos contendo as 25 fases que devem reger o processo eleitoral, desde a convocatória das eleições e a sua constituição como Comissão Eleitoral, passando pelo calendário eleitoral, o registo eleitoral com os seus períodos de contestação e verificação, e as candidaturas com os seus períodos de contestação e verificação”.

segunda-feira, outubro 30, 2023

5 gráficos que mostram a diferença nas condições de vida em Portugal e na UE

Desde a população em risco de pobreza à esperança média de vida à nascença, o cenário varia entre os vários países da União Europeia (UE). Portugal está acima da média em alguns indicadores. Quantas famílias estão a passar dificuldades? E onde se vive mais tempo? Apesar dos progressos dos últimos anos, as condições de vida das famílias variam entre os países europeus — e prevalecem as desigualdades, mostra a mais recente edição do Eurostat sobre as condições de vida na Europa. O ECO selecionou cinco gráficos que ajudam a compreender como Portugal se posiciona face aos restantes Estados-membros. Começando pela caracterização das famílias, é possível perceber que Portugal destoa pouco. A situação menos habitual, tal como em todos os Estados-membros, é pais ou mães solteiros, ou seja, um agregado composto por um adulto com crianças. Seguem-se os casais com crianças, que representam cerca de 15% dos agregados familiares de Portugal, o que está em linha com a média europeia.

Percentagem de agregados por composição do agregado:

Fonte: Eurostat

Mas é na restante distribuição que começam a surgir diferenças. Em Portugal, o terceiro tipo mais comum de agregados é composto por adultos solteiros sem crianças, enquanto, na maioria dos países, este representa a maior parte das situações. Na UE, mais de um terço das casas são habitadas por adultos sem crianças, percentagem que cai para pouco mais de 20% nas casas portuguesas. Por cá, seguem-se de perto os casais sem crianças, sendo que o mais comum é mesmo outro tipo de agregado, que não está contemplado neste conjunto — por exemplo, jovens adultos a viver com os pais.

Já no que diz respeito às condições financeiras das famílias, Portugal encontra-se acima da média da UE no que diz respeito à percentagem de famílias com pelo menos alguma dificuldade em pagar as contas (“make ends meet“, na formulação em inglês). Há mais famílias com dificuldades do que em países próximos, como Espanha, França e Alemanha. Mas Portugal acaba por ficar abaixo de Estados como Itália, Grécia e os países de Leste.

Caso BES/Venezuela: Ricardo Salgado acusado de 20 crimes de corrupção no comércio internacional

Ex-líder do BES foi acusado de liderar uma associação criminosa que alegadamente corrompeu 20 dirigentes e administradores públicos venezuelanos para investirem no Grupo Espírito Santo. Ricardo Salgado liderou uma associação criminosa que, além de ter levado à falência de várias holdings do GES e à resolução do BES, também corrompeu cerca de 20 administradores e funcionários públicos venezuelanos para obter contratos de compra de produtos financeiros do BES e do GES em troca do pagamento de cerca de 116 milhões de dólares. Esta é a última acusação do chamado caso Banco Espírito Santo/Grupo Espírito Santo — e uma das mais esperadas por que está diretamente relacionada com o caso BES/GES na Venenzuela e obrigou a uma intensa cooperação internacional com os Estados Unidos, Espanha, Suíça e outros países europeus. Ao fim de uma investigação que se iniciou em 2015, procuradora-geral adjunta Olga Barata não teve qualquer dúvida. Tais fundos foram transferidos para cerca 24 sociedades offshore criadas por diversos funcionários do GES, que tinham contas bancárias no Espírito Santo Bankers Dubai, um banco do GES mas a que pertenciam 20 Pessoas Politicamente Expostas (PEP) venezuelanas — muitos já foram identificados pelo Observador em vários trabalhos ao longo de 2018 (ver aqui, aqui e aqui).

Banana em risco de extinção devido a doença “catastrófica” causada por fungo, alertam cientistas

Quase metade da produção mundial de bananas pode estar em risco de extinção, devido a uma doença fúngica que está a ameaçar plantações em todo o mundo, daquele que é o fruto mais popular no globo. Em particular, estão em risco as bananas Cavendish, uma das variedades mais comuns nos supermercados, sendo que plantações na Ásia, Médio oriente, Austrália e América Central já foram infetadas pela ‘doença do Panamá’, que é causada por um fungo. Esta doença faz com que a bananeira murche, atingindo o sistema vascular da planta e reduzindo a quantidade de água que retira do solo.

Especialistas já identificaram sinais do fungo “catastrófico” também na América do Sul, onde crescem grande parte das bananas Cavendish que depois ‘aparecem’ nos nossos supermercados, representando 47% do total de produção e exportação do fruto. Esta espécie de banana foi criada precisamente para substituir outro tipo do fruto, dizimado pela mesma doença na década de 1950. A Cavendish, que era imune a este fungo, foi a solução encontrada e depressa se popularizou.

No entanto, em 1997, foi descoberta uma nova estirpe do fungo, a TR4, na Austrália, que é capaz de infetar a Cavendish. “Desde então, já se espalhou para a Índia e para a China, e afetou alguns dos maiores produtores de bananas em todo o mundo. Também se espalhou no Médio Oriente, em África e recentemente na América do Sul”, alerta James Dale, investigador, professor universitário e coordenados do programa de biotecnologia da banana da Universidade de Tecnologia de Queensland, na Austrália, em declarações ao Insider. Os cientistas estão agora a trabalhar numa versão geneticamente modificada da banana Cavendish, que seja capaz de resistir ao fungo. Já há alguns avanços: a Universidade de Queensland conseguiu desenvolver bananas QCAV-4, que têm estado a ser produzidas numa quinta de testes nos últimos seis anos, e que têm provado ser altamente resistentes à doença do Panamá. Trata-se das bananas Cavendish Grand Nain, modificadas com um gene, o RGA2, de uma outra espécie de banana do sudeste asiático (Executive Digest texto do jornalista Pedro Zagacho Goncalves)

Comentador televisivo, médico, consultor artístico (entre outros): cerca de 50 deputados do Parlamento acumulam funções remuneradas

Há cerca de 50 deputados na Assembleia da República que acumulam funções com outros cargos remunerados, denunciou esta quinta-feira a ‘Integrity Watch Portugal’: comentador televisivo, médico, colunista, advogado, psicólogo, administrador imobiliário, consultor artístico e professor universitário são algumas das funções exercidas pelos deputados – dos 230 presentes no hemiciclo, cerca de 22% exercem outras funções. A ‘Integrity Watch Portugal’, lançada pela Transparência Internacional, permite aceder aos interesses declarados pelos deputados portugueses e tem por objetivo fomentar a integridade política, frisou esta quinta-feira o ‘Jornal de Notícias’. A ferramenta está disponível para todos os cidadãos e possibilita a redução de situações de corrupção, através da deteção de interesses e atividades ilegais, assim como o controlo das declarações e deveres políticos.

Sondagem: 61% dos portugueses culpam Governo pelo arrastar do conflito na Saúde


Metade dos utentes concorda com o protesto. Um quinto responsabiliza os sindicatos pela atual crise e 12% culpam os médicos. Quase 30% ligam para o SNS24 em caso de doença súbita, mas muitos ainda vão diretos à Urgência. Depois de mais de 16 meses de negociações sem acordo entre médicos e Ministério da Saúde, com várias greves pelo meio e um protesto às horas extra que está a fechar vários Serviços de Urgência, os portugueses culpam o Governo pelo arrastar do conflito e tendem a concordar com os protestos dos médicos. Más notícias para o ministro Manuel Pizarro que amanhã terá mais uma oportunidade para se entender com a classe, de forma a evitar o "novembro dramático" prognosticado pelo diretor-executivo do SNS. Um total de 61% dos inquiridos na sondagem DN/JN/TSF sobre a Saúde e a crise dos médicos, consideram que o Executivo de António Costa é o maior responsável pelo arrastar do conflito. Outros 20% culpam os sindicatos e 12% responsabilizam os médicos.

São as mulheres, os jovens adultos (18-34), as classes mais favorecidas e os utentes que nas últimas legislativas votaram nos partidos da Direita (PSD, Iniciativa Liberal, Chega e CDS) que mais responsabilizam o Governo pela interminável contenda. Por outro lado, há mais homens e mais idosos (maiores de 65 anos) a culpar os sindicatos pelo conflito. Os inquiridos com maiores dificuldades socioeconómicas são os que mais apontam o dedo aos médicos.

Associação que comprou as 214 obras da Colecção Berardo é dona de vários museus

Presidida pelo empresário, a entidade é detentora dos acervos do Berardo - Museu de Arte Deco, em Lisboa, e do Museu do Azulejo, em Estremoz. No universo das entidades controladas por José Berardo, a Associação de Colecções – que o empresário usou agora para exercer a opção de compra das obras adquiridas a meias com o Estado – parece ser uma peça cada vez mais relevante, sendo actualmente detentora dos acervos de um conjunto de museus espalhados pelo país, incluindo os recentes B-Mad, Berardo – Museu de Arte Deco, em Alcântara, Lisboa, e o Museu do Azulejo, em Estremoz, instalado no recuperado edifício do Palácio Tocha daquela localidade alentejana.

Criada em Dezembro de 2005, está registada como associação cultural e recreativa, tendo como actividades secundárias o arrendamento de bens imobiliários e a gestão de jardins zoológicos, jardins botânicos e aquários. A “promoção, divulgação e fomento de colecções constituídas por acervos de obras de arte”, bem como a “promoção da educação, nomeadamente na vertente cultural”, são os seus fins estatutários.

Sondagem: Popularidade de Marcelo em queda, Costa no vermelho

Marcelo Rebelo de Sousa volta a ser o político mais popular, mas sofre uma queda acentuada na avaliação dos portugueses, de acordo com uma sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF. Continua, ainda assim, em terreno positivo (10 pontos), ao contrário de António Costa, que perde três pontos face à última avaliação e mantém, por isso, um saldo negativo (22 pontos), em nada beneficiando da apresentação do Orçamento do Estado para 2024 e de medidas populares como o alívio no IRS.

O presidente da República regressa, neste mês de outubro, à trajetória descendente que registou entre abril de 2022 (tinha então 46 pontos de saldo positivo) e o mesmo mês do ano passado (saldo de apenas sete pontos). Em julho passado, e no auge da confrontação com o primeiro-ministro, na sequência do “deplorável episódio” que envolveu o ministro João Galamba, recuperou parte do terreno perdido e chegou aos 26 pontos de saldo positivo (diferença entre avaliações positivas e negativas). Três meses depois, a centralidade política de Marcelo Rebelo de Sousa já não parece ser a mesma e a sua avaliação volta a cair: é certo que consegue um saldo positivo de dez pontos, mas isso corresponde ao segundo pior resultado desde o início desta série de barómetros, em julho de 2020.

Sondagem: Manuel Pizarro paga fatura do conflito com os médicos

Ainda não foi desta que Manuel Pizarro se tornou o pior ministro do Governo (a “distinção” fica para João Galamba), mas está muito perto. A julgar pelos resultados da sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF, o governante paga a fatura do conflito com os médicos e da crise na Saúde. Entre os cinco ministros avaliados, há apenas um caso de saldo positivo: Mariana Vieira da Silva. Desde que assumiu funções na Saúde, em setembro do ano passado, e a cada barómetro que passa, a avaliação de Manuel Pizarro foi sempre piorando. Mas, desta vez, a queda foi mais acentuada: passou de 22 para 42 pontos de saldo negativo (diferença entre avaliações positivas e negativas). Quando se analisam os resultados por faixa etária, percebe-se que, quanto mais velhos os inquiridos, ou seja, quanto maior a preocupação com a saúde, maior a percentagem de avaliações negativas (no caso dos que têm 65 ou mais anos, são 67%).

Uma avaliação que parece estar em linha com os resultados de uma sondagem publicada na passada quinta-feira, em que se percebia que 61% dos portugueses responsabilizam o ministro pelo arrastar do conflito com os médicos; e que uma maioria de 50% diz concordar com as greves, mesmo sabendo que isso implica adiar consultas e cirurgias (31% discordavam).

Finanças negativas

O ministro das Finanças está um pouco melhor que os seus colegas das Infraestruturas (Galamba) e da Saúde (Pizarro), mas também não tem razões para celebrar. O protagonismo mediático que conseguiu com a apresentação do Orçamento do Estado, em que reivindicou para si um alívio do IRS maior do que aquele que estava previsto, não surtiu efeito e Fernando Medina continua com saldo negativo, que até se agravou, sendo agora de 29 pontos.

Quando se analisam as respostas dos segmentos etários, a evolução é a inversa do seu colega da Saúde: quanto mais jovens os inquiridos, maior a percentagem de avaliações negativas. Outra diferença fundamental relativamente a Pizarro é que mantém uma popularidade elevada junto dos eleitores socialistas (63% de avaliações positivas).

Outros ministros

Mariana Vieira da Silva

A ministra da Presidência continua a ser a única governante socialista com saldo positivo (seis pontos), com destaque para os residentes da Área Metropolitana de Lisboa e para os que têm 65 ou mais anos. Em termos de voto partidário, e para além dos socialistas, tem imagem positiva entre os bloquistas.

José Luís Carneiro

O ministro da Administração Interna consegue, pela segunda vez consecutiva, um saldo neutro (a mesma percentagem de avaliações positivas e negativas). Se fossem apenas os homens a avaliar, até estaria em terreno positivo. Para além dos que votam no PS, tem boa imagem entre bloquistas e os comunistas (Jornal de Notícias, texto do jornalista Rafael Barbosa)

Sondagem: Excedente do Estado devia ser usado para reduzir impostos

 

Se o Estado está a receber mais dinheiro do que aquele que gasta, deve devolvê-lo aos portugueses, reduzindo impostos (52%); o IVA zero devia ser prolongado, para evitar uma subida de preços em janeiro (63%); e os aumentos para pensionistas (61%) e funcionários públicos (52%) são insuficientes. Nota positiva, no Orçamento do Estado para 2024, só mesmo para a redução do IRS (50%), de acordo com os resultados de uma sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF. Fernando Medina começou ontem a defender a sua proposta de Orçamento do Estado. Um documento que, com maiores ou menores alterações, não terá dificuldade em ser aprovado, tendo em conta a maioria absoluta do PS na Assembleia da República. E, quando se pergunta aos portugueses sobre a prioridade seguida no desenho do documento, ou seja, as “contas certas” que prometem, neste e no próximo ano, um excedente de quase três mil milhões de euros, até são mais os que estão de acordo com essa estratégia (36%), com destaque para os que votam no PS, os homens e os cidadãos com 65 anos ou mais, do que aqueles que discordam (31%). Mas o caso muda de figura quando se trata de dar opinião sobre decisões em concreto.

A falta de sintonia torna-se evidente, desde logo, quando os portugueses são confrontados com o destino a dar ao dinheiro que “sobra” (ou seja, os 2200 milhões de excedente que haverá este ano, a que se somarão os 664 milhões de 2024): o ministro das Finanças quer “depositar” o dinheiro num fundo de investimento, mas só 12% dos inquiridos o acompanham nesse plano. O que os portugueses querem é que o dinheiro lhes seja devolvido através de uma redução de impostos (52%), sendo essa a estratégia preferida de todos os segmentos da amostra (geografia, género, faixa etária, classe social e voto partidário), incluindo os eleitores socialistas. Mesmo sabendo que já está previsto um alívio no IRS, que a maioria considera positivo (50%).

Berardo usou associação para comprar 214 obras adquiridas a meias com o Estado

Accionando a opção de compra garantida pelo acordo de 2006, o empresário recorreu à Associação de Colecções, sediada no Funchal, para ficar com as obras adquiridas nos primeiros anos do Museu Berardo. O Ministério da Cultura confirmou esta quarta-feira ao PÚBLICO que a Associação de Colecções, uma sociedade funchalense que integra reconhecidamente o universo de entidades controladas por José Berardo, adquiriu todas as 214 obras de arte que tinham sido compradas para o Museu Colecção Berardo, a partir de 2007, com verbas de um fundo de aquisição co-financiado pelo empresário e pelo Estado português.

Os estatutos da Fundação de Arte Moderna e Contemporânea – Colecção Berardo (FAMC-CB), anexos ao decreto-lei que criou a fundação, em Agosto de 2006, previam que o coleccionador, ou “quem ele venha a indicar”, poderia comprar estas obras pelo preço que custaram à época, pagando apenas a parte que fora desembolsada pelo Estado.

Como ambas as partes deixaram de alimentar este fundo de aquisição – para o qual o empresário e o Estado contribuíam, cada um, com 500 mil euros anuais –, todas as obras agora adquiridas pela Associação de Colecções chegaram ao Museu Colecção Berardo nos seus primeiros anos de funcionamento. É um conjunto maioritariamente constituído por obras de artistas portugueses – Pedro Cabrita Reis, Rui Chafes ou Jorge Molder são alguns exemplos –, mas que também inclui algumas criações de artistas estrangeiros, como Daniel Buren ou o neerlandês-americano Willem de Kooning, um dos nomes cimeiros do expressionismo abstracto.

“Lembrem-se do Maine!” A história mostra como as mentiras podem espoletar guerras

"Uma mentira pode viajar meio mundo enquanto a verdade ainda está a calçar os sapatos", diz um ditado frequentemente atribuído a Mark Twain, embora Jonathan Swift possa ser a sua inspiração original. Na semana passada, no meio de receios de que uma guerra mais vasta pudesse eclodir no Médio Oriente, o presidente dos EUA, Joe Biden, aproveitou o momento para reforçar a verdade e travar a perigosa espiral de desinformação, que muitas vezes conduziu a guerras, como já vimos antes na história.

O bombardeamento do Hospital Al-Ahli em Gaza, a 17 de outubro, que matou centenas de civis, foi uma tragédia terrível. Imediatamente a seguir à explosão, muitos meios de comunicação social reciclaram declarações dúbias do grupo militante islâmico Hamas, culpando Israel. "Ataque israelita mata centenas de pessoas no hospital, dizem os palestinianos", dizia um dos primeiros títulos do sítio Web do The New York Times. Os líderes árabes apressaram-se a condenar Israel.

Numa nota dos editores, na segunda-feira, o Times admitiu que "as primeiras versões da cobertura - e o destaque que recebeu num título, alerta de notícias e canais de redes sociais - basearam-se demasiado em afirmações do Hamas e não deixaram claro que essas afirmações não podiam ser imediatamente verificadas. O relatório deixou os leitores com uma impressão incorrecta sobre o que era conhecido e o quão credível era o relato".

Biden, o Conselho de Segurança Nacional dos EUA e a comunidade de inteligência americana expressaram confiança de que o ataque ao hospital foi o resultado de um rocket errante disparado pela Jihad Islâmica Palestina, um grupo militante afiliado ao Hamas que os EUA e Israel consideram uma organização terrorista.

Mais de 1% da população mundial é milionária. Europa alberga o país com mais milionários

Destaca este o relatório “The World Ranking” que, dos quase 7,9 mil milhões de habitantes do planeta, 56 milhões são considerados milionários, ou seja, mais ou menos o número de pessoas que vivem em Itália. Mas não é neste país que se concentram mais milionários. Mais de 1% da população mundial é milionária, o que significa que este universo detém um património líquido per capita de mais de 900 mil pessoas, de acordo com o último relatório publicado pelo “The World Ranking”.

Destaca este estudo que, dos quase 7,9 mil milhões de habitantes do planeta, 56 milhões são considerados milionários, ou seja, mais ou menos o número de pessoas que vivem em Itália. O relatório “The World Ranking” chega à conclusão que o país com mais milionários a nível mundial, em relação à sua população, é a Suíça, país em que mais de 10% dos seus habitantes possui um património de mais de 1 milhão de dólares, de acordo com dados do Credit Suisse referentes a 2020. Deste universo, alguns são considerados também multimilionários.

Desta forma, a Suíça é o país que agrega dez das 500 maiores fortunas mundiais. Não é em vão que a rentabilidade per capita neste país europeu alcançou, já este ano, uma média de quase 90 mil euros. Hong Kong e Kuwait completam o pódio dos países com mais milionários a nível mundial. Os três aglomeram 15% dos milionários do planeta. Esclarece o “The World Ranking” que Hong Kong é a região mundial com mais super ricos, já que se estima que mais de 10 mil pessoas tenham um património de 30 milhões de euros. Quanto ao Kuwait, o relatório realça que a sua população beneficia do crescimento económico baseado na exploração das reservas de petróleo no território (Jornal Económico, texto do jornalista José Carlos Lourinho)

“Avaliações da TAP rondam mil milhões de euros ou menos”, adverte Luís Marques Mendes

A confirmar-se, será um terço ou um quarto dos 3,2 mil milhões de euros injetados na companhia. “Está-se mesmo a ver que quando se der a venda isto vai gerar polémica”, destacou Marques Mendes no habitual espaço de comentário na SIC este domingo. O comentador da SIC e antigo líder do PSD, Luís Marques Mendes, advertiu este domingo, no espaço de comentário no “Jornal da Noite” da SIC, que a TAP deverá estar avaliada em mil milhões de euros ou menos, ou seja, um terço ou um quarto dos 3,2 mil milhões de euros que foram injetados na companhia.

“Pelo que me dizem, as avaliações que foram feitas dão um valor relativamente baixo da companhia: um terço ou um quarto dos 3,2 mil milhões que já foram injetados na TAP. Portanto, serão mil milhões de euros ou menos. Está-se mesmo a ver que quando se der a venda isto vai gerar polémica e a esta não podemos acrescentar nova polémica a nível de transparência”, destacou Marques Mendes. Neste espaço de comentário, o antigo líder do PSD concordou em absoluto com o veto de Marcelo Rebelo de Sousa ao diploma que estabelece os parâmetros da privatização da companhia aérea: “É um veto benigno, não é para criar dificuldades ao Governo mas sim para ajudar a que o processo de privatização da TAP seja transparente, sem suspeições”.

Sondagem: líderes partidários todos no vermelho

A avaliação dos portugueses a nove líderes partidários é arrasadora: todos registam, neste mês de outubro, um saldo negativo (diferença entre avaliações positivas e negativas), de acordo com a sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF. A maior queda, face a julho passado, é a de Mariana Mortágua (BE). Mas a mais significativa é a de Luís Montenegro (PSD), que já só tem Paulo Raimundo (PCP) atrás de si na rejeição dos portugueses. Desta vez, a projeção de voto para o PSD anda a par da avaliação ao seu líder: estão ambos em maré vaza. Luís Montenegro “ultrapassa” António Costa e afunda-se, em particular em segmentos da amostra, como os homens, os que residem no Sul e ilhas e os que têm 65 ou mais anos (57% de avaliações negativas), sendo que este último grupo é particularmente importante quando se trata de sair de casa e ir a votos. O líder social-democrata só consegue saldo positivo entre os seus eleitores, mas, ainda assim, um quarto dá-lhe nota negativa.

Críticos de Ventura

André Ventura continua a ser o líder partidário com maior percentagem de avaliações negativas. E há três segmentos da amostra que são particularmente críticos: os que residem da Área Metropolitana do Porto, os que têm 65 ou mais anos e os que têm melhores rendimentos. O único político que se aproxima da linha de água é o deputado do Livre Rui Tavares: tem um saldo negativo, mas de apenas um ponto. E até tem saldo positivo entre os lisboetas e os mais velhos. Em julho, Rui Rocha (Iniciativa Liberal) e Mariana Mortágua (Bloco de Esquerda) tinham conseguido um saldo neutro (tantas positivas como negativas), mas em outubro já estão no vermelho, o liberal com oito pontos de saldo negativo e a bloquista com 16.

FICHA TÉCNICA

Sondagem de opinião realizada pela Aximage para DN/JN/TSF. Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região. A amostra teve 805 entrevistas efetivas: 680 entrevistas online e 125 entrevistas telefónicas; 382 homens e 423 mulheres; 185 entre os 18 e os 34 anos, 212 entre os 35 e os 49 anos, 195 entre os 50 e os 64 anos e 213 para os 65 e mais anos; Norte 279, Centro 161, Sul e Ilhas 118, A. M. Lisboa 247. Técnica: aplicação online (CAWI) de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para pessoas com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas (CATI) do mesmo questionário ao subuniverso utilizado pela Aximage, com preenchimento das mesmas quotas para os indivíduos com 50 e mais anos e outros. O trabalho de campo decorreu entre 18 e 24 de outubro de 2023. Taxa de resposta: 68,68%. O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de +/- 3,5%. Responsabilidade do estudo: Aximage, sob a direção técnica de Ana Carla Basílio (Jornal de Notícias, texto do jornalista Rafael Barbosa)

domingo, outubro 29, 2023

Sondagem: PS estacionado, PSD a derrapar, Chega a acelerar

É um PSD (24,9%) a perder pontos para outros partidos à Direita o cenário que projeta a mais recente sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF. Que também mostra um PS (28,6%) que, sem sair do sítio, se volta a destacar no primeiro lugar. A fragilidade social-democrata é aproveitada pelo Chega (14,6%), sem rival para o terceiro lugar, e pela Iniciativa Liberal (6,7%), que está agora a escassas décimas do Bloco de Esquerda (7,1%). Seguem-se o PAN (4,8%), que se mantém à frente da CDU (3,8%), o Livre (2,9%) e o CDS (1,6%).

Se houvesse hoje eleições, e se os resultados das urnas confirmassem estes resultados, os socialistas teriam uma vitória de Pirro: porque a maioria parlamentar estaria ao alcance do conjunto de partidos mais à Direita, que somam 47,8 pontos, e não dos partidos mais à Esquerda, que se ficariam pelos 42,4 pontos. Mesmo a junção do PAN a uma espécie de “frente popular” seria insuficiente (em termos percentuais) para garantir a maioria a um Governo liderado pelos socialistas.

Qual seria a alternativa?

Se um quarto Governo consecutivo do PS parece, neste cenário, uma miragem, que hipótese teria o PSD de oferecer uma alternativa sólida? Mantendo-se as garantias do atual líder, Luís Montenegro, de que não haverá um Governo social-democrata que dependa do Chega, não teria nenhuma: o bloco à Direita, com o CDS (que neste momento está fora do Parlamento), mas sem o Chega, somaria uns curtos 33,2 pontos percentuais. Refazendo as contas para lhe juntar o PAN (a exemplo do que sucedeu, entretanto, na Madeira), seriam 38 pontos, de novo insuficiente para bater o conjunto da Esquerda.

PS marca agenda para Março: directas no início do mês e congresso a meio

A comissão nacional elegeu, com 85% dos votos, a lista encabeçada por Pedro do Carmo para presidir à comissão organizadora do congresso. Atrás ficou a lista liderada por Pedro Rodrigues Pereira. O PS aprovou na sua comissão nacional, a realização do próximo congresso para 15, 16 e 17 de Março de 2024 e a eleição do secretário-geral para 1 e 2 de Março do mesmo ano. A lista à Comissão Organizadora do Congresso (COC), encabeçada por Pedro do Carmo, secretário nacional para a organização do PS, venceu.

Na intervenção inicial da reunião, António Costa, no fato de secretário-geral do PS, avisou que o direito à defesa de Israel “tem de ser exercido no escrupuloso respeito pelo direito internacional”. E fê-lo munido da “mesma legitimidade” com que condenou a invasão da Rússia à Ucrânia ou o “ataque terrorista do Hamas”. Antes de a comissão nacional deliberar a sua agenda, Costa interveio para dizer que Israel tinha o direito de se defender — “não só impedindo acções no seu território, mas agindo militarmente para destruir a capacidade do Hamas” —, mas que esta defesa “tem de obedecer às regras do direito internacional”.

Luís Paixão Martins: as sondagens “não servem para prever resultados eleitorais”

O consultor político considera que os estudos de opinião são fontes de informação complexas que permitem ler tendências. Mas a sua interpretação não pode ser simplificada, sob o risco de ser errada. O consultor político e especialista em comunicação Luís Paixão Martins, que tem trabalhado com o PS de António Costa, nomeadamente nas últimas legislativas, lança este sábado mais um livro. Depois de Como Perder uma Eleição, é a vez de Como Mentem as Sondagens, em que o especialista em comunicação política reflecte sobre os estudos de opinião. Com uma abordagem analítica e com reporte histórico, Luís Paixão Martins explica as razões pelas quais as sondagens erram tanto, ou seja, por que muitas vezes não acertam nos resultados eleitorais. O livro é apresentado em Lisboa por Mariana Vieira da Silva e José Pacheco Pereira.

Diz, no seu livro, que “os estudos de opinião servem para muita coisa, mas não servem para prever resultados de uma eleição.” Portanto, a conclusão é a de que não vale a pena fazer sondagens eleitorais...

É a minha conclusão.

Aliás, as últimas legislativas, autárquicas, regionais, demonstram isso...

A Argentina, a Madeira, as mais recentes. As sondagens são muito úteis para muitas coisas. Eu sou fã de sondagens, de estudos de opinião. Aquilo para que elas realmente não servem é para prever resultados eleitorais.

Mas porquê?

Há dois grandes problemas. Um é a diminuição da fidelização dos eleitores aos partidos. Quer dizer que é mais difícil prever, a uma semana de antecedência, a um mês de antecedência, como é que as pessoas vão votar. Porque a realidade é que grande parte dos eleitores ainda não decidiram como é que vão votar. Isso é um falhanço. O outro grande erro é a maneira como os media tratam as sondagens. Mas o grande problema da falta de fidelização aos partidos tende a acentuar-se.

Venezuela instada a implementar acordos que garantem participação política nas presidenciais

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) instou a Venezuela a implementar os recentes acordos assinados entre o governo de Nicolás Maduro e a Plataforma Unitária, com garantias de participação política dos oposicionistas nas próximas eleições presidenciais. "A CIDH e a sua Relatora Especial para a Liberdade de Expressão (RELE) reconhecem a importância do recente diálogo e dos acordos alcançados entre o governo venezuelano e a Plataforma Unitária", aliança política que reúne alguns partidos da oposição, mas ao mesmo tempo, alertam que, "para que os diálogos contribuam para a superação da crise, o Estado deve garantir a participação política da oposição nas eleições presidenciais de 2024", indica num comunicado. A Comissão Interamericana relembra que, no âmbito dos acordos, "o Governo venezuelano comprometeu-se a estabelecer um calendário e um roteiro para a realização de eleições presidenciais, que garanta a participação de todos os candidatos sem restrições arbitrárias, em condições de igualdade e com garantias de segurança".

Afirma ainda que, em 22 de outubro, um setor da oposição venezuelana realizou uma consulta aos cidadãos para escolher o seu representante nas próximas presidenciais, tendo o Ministério Público aberto uma investigação contra os organizadores dessa consulta.

quinta-feira, outubro 26, 2023

Subida das taxas de juro não impediu bancos de aumentarem comissões


Em causa está o pagamento dos serviços nas contas à ordem. A DECO diz que é uma "estratégia desonesta" da banca e critica a "passividade" do Banco de Portugal.

Madeira: 23 mil vacinas administradas contra a gripe e covid-19

Desde que começou a Campanha de Vacinação já foram administradas 22 mil e 600 vacinas contra a gripe e a Covid-19. O secretário da Saúde visitou hoje o Centro de Saúde do Bom Jesus, onde diariamente são vacinadas cerca de cem pessoas.

Centro Internacional de Negócios da Madeira já angariou 150 novas empresa em 2023

Só este ano, o Centro Internacional de Negócios da Madeira já angariou 150 novas empresas. A Sociedade de desenvolvimento da Madeira apela à Assembleia da República para a urgente prorrogação do regime que permite a instalação de mais empresas. O presidente da SDM, Roy Garibaldi, alerta para a importância da estabilidade numa altura em que há mais entidades registadas centro madeirense.

Estudo: Portugueses dão mais importância às questões sociais do que a maioria dos europeus


Estudo mostra que Portugal prefere a democracia social à liberal e é dos poucos países que dão mais importância à redução das diferenças dos níveis salariais face há dez anos. Na última década, apesar de a Europa ter passado por várias crises que elevaram a contestação aos regimes democráticos, a maioria dos europeus não mudou significativamente a forma como vê a democracia, que continua a ter um apoio “forte”. Mas se há um aspecto em que os países europeus vêem melhorias no desempenho dos governos é em relação às questões sociais. Portugal não destoa, sendo até um dos países que maior importância dão à democracia social e, em particular, à redução das diferenças dos níveis salariais, face há dez anos. Os portugueses fazem, contudo, uma avaliação mais positiva da forma como a democracia liberal é aplicada no país pelo Governo e continuam a dar nota baixa ao desempenho da democracia social.

Estas são algumas das conclusões do relatório Understandings and Evaluations of Democracy, divulgado nesta terça-feira, que compara os resultados de 2012-2013 do European Social Survey, um inquérito que é realizado a cada dois anos para medir as atitudes, crenças e comportamentos dos europeus, com os dados recolhidos em 2020-2022. O estudo foi conduzido pela City, University of London, a partir de entrevistas presenciais ou questionários realizados entre Setembro de 2020 e Agosto de 2022 em 30 países europeus, durante a pandemia de covid-19.

UE alerta super-ricos para possível taxa mínima de impostos

Um estudo recente do Observatório Fiscal da União Europeia (EU), mostra que os multimilionários a nível mundial têm taxas de imposto efetivas equivalentes a 0% a 0,5% da sua riqueza. Especialistas alertam para possível imposto mínimo. Os dados mostram que esta tributação mínima ou nula se deve ao uso frequente de empresas-fantasma para evitar pagar impostos sobre o rendimento. “Uma proposta fundamental é instituir um imposto mínimo global sobre os multimilionários, igual a 2% da sua riqueza”, sugere o Observatório Fiscal, adiantando que esta medida poderia fazer as máquinas fiscais encaixar 236 mil milhões de euros (250 mil milhões de dólares) a nível global. Para além disso, os dados mostram que o imposto mínimo global de 15% sobre as multinacionais enfraqueceu ao longo do tempo, quando inicialmente era esperado que aumentasse as receitas fiscais globais em perto de 10%. Os especialistas apontam ainda que um imposto mínimo global reforçado sobre as empresas multinacionais arrecadaria mais de 236 mil milhões de euros (250 mil milhões de dólares) por ano.

Por outro lado, o estudo da EU revela que a evasão fiscal offshore por parte dos super-ricos diminuiu. “Graças à troca automática de informações bancárias, estimamos que a evasão fiscal offshore diminuiu por um fator de cerca de três nos últimos 10 anos. Este sucesso mostra que é possível fazer progressos rápidos contra a evasão fiscal se houver vontade política para o fazer”, escrevem no estudo. Elaborado pela equipa do Observatório Fiscal da EU, um laboratório de investigação criado em 2021 para analisar questões fiscais internacionais, este relatório resume o trabalho realizado por mais de 100 investigadores em todo o mundo, muitas vezes em parceria com entidades fiscais (Executive Digest, texto do jornalista André Manuel Mendes)

Europa desunida: Orban compara adesão da Hungria à UE a quatro décadas de domínio soviético

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, comparou a adesão do seu país à União Europeia a mais de quatro décadas de domínio soviético, durante um discurso hoje para assinalar o aniversário do levantamento húngaro contra Moscovo em 1956. Falando para um restrito grupo de convidados na cidade de Veszprem, Orbán acusou a União Europeia (UE) de tentar despojar a Hungria da sua identidade, impondo um modelo de democracia liberal que, segundo o governante, os húngaros rejeitam e que se assemelha aos dias da dominação soviética. “Hoje surgem coisas que nos lembram os tempos soviéticos. Sim, acontece que a história se repete”, disse Orbán no evento, do qual todos os meios de comunicação foram excluídos, exceto os estatais.

“Felizmente, o que antes era uma tragédia agora é, na melhor das hipóteses, uma comédia. Felizmente, Bruxelas não é Moscovo. Moscovo foi uma tragédia. Bruxelas é apenas uma má paródia contemporânea”, acrescentou. O feriado nacional de 23 de outubro comemora o início de uma revolta popular em 1956 contra a repressão soviética que começou na capital, Budapeste, e se espalhou por todo o país. Depois de o líder estalinista da Hungria ter sido deposto com sucesso e das tropas soviéticas terem sido forçadas a sair da capital, uma diretiva de Moscovo enviou o Exército Vermelho de volta a Budapeste e reprimiu brutalmente a revolução, matando cerca de 3.000 civis e destruindo grande parte da cidade.

María Corina Machado: a “Dama de Ferro” da oposição venezuelana tornou-se esperança num país subjugado pela ditadura

O desmoralizado campo dos que combatem Nicolás Maduro viu-se animado por uma veterana dessa luta. Conservadora que recentemente rumou ao centro, corajosa e acossada, María Corina Machado venceu as eleições primárias para defrontar o herdeiro de Hugo Chávez em 2024. Foi como que um pressagio. María Corina Machado, de 56 anos, conservou durante muito tempo na parede do seu gabinte, em Caracas, um desenho infantil que revela algo sobre a candidata unitária da oposição venezuelana. “O sol brilhará amanhã/amanhã, amanhã/amo-te”, escreveu um dos seus filhos no papelito, ao lado da ilustração.

A resposta, pelo seu punho e letra — “Não te preocupes, meu amor. É agora” — diz muito do momento que vive a mulher mais influente da história política do país sul-americano. Este domingo protagonizou uma vitória inédita, ao obter 93% dos votos nas eleições primárias da oposição. Já fora a deputada mais votada nas legislativas de 2010, ainda Hugo Chávez impunha a sua lei.

“Não é o final, é o começo do final”, vaticinou Machado, perto da meia-noite, na primeira reação aos resultados. Sorridente, com o seu típico gesto de levar as mãos ao peito, a líder do movimento Vem, Venezuela propôs a formação de uma grande aliança nacional para “derrotar a tirania” e levantar um país “com pilares republicanos e liberais”. Foi uma primeira piscadela de olho aos seus velhos rivais, com quem nunca se deu bem: é que o “furacão” Machado varreu os partidos opositores tradicionais. “É claro que as pessoas votaram contra a nossa forma de fazer política”, reconhecia Henry Ramos Allup, dirigente da Ação Democrática (AD).

Primeira-ministra junta-se à greve: mulheres de toda a Islândia param país em protesto contra desigualdades

Escolas fechadas, transportes públicos atrasados, hospitais com falta de pessoal e quartos de hotel por limpar: é o cenário que encontraram os homens na Islândia, com as mulheres em greve e unidas na luta pela igualdade salarial. Katrin Jakobsdóttir, a primeira-ministra, também resolveu ficar em casa. A primeira-ministra da Islândia e as mulheres de todo o país entraram nesta terça-feira em greve para pressionar pelo fim da desigualdade salarial e da violência baseada no género. Os islandeses acordaram com notícias, apresentadas exclusivamente por homens, a anunciar encerramentos em todo o país insular: escolas fechadas, transportes públicos atrasados, hospitais com falta de pessoal e quartos de hotel por limpar. A primeira-ministra, Katrin Jakobsdóttir, avisou que ficará nesta terça-feira em casa no âmbito da greve das mulheres - "kvennaverkfal" em islandês - e disse esperar que outras mulheres no seu Governo façam o mesmo.

Os sindicatos da Islândia, os principais organizadores da greve, apelaram às mulheres e às pessoas não binárias para que recusem qualquer trabalho remunerado e não remunerado, incluindo tarefas domésticas, durante o dia. Cerca de 90% dos trabalhadores islandeses pertencem a um sindicato. As escolas e o sistema de saúde, que têm uma força de trabalho dominada por mulheres, disseram estar a ser fortemente afetados pela paralisação, enquanto a estação nacional RUV avisou que reduziu as transmissões de televisão e rádio.

Mahsa Amini: Jornalistas que noticiaram caso condenadas a penas de prisão

Organizações de defesa da liberdade de imprensa condenaram as penas de sete e seis anos de prisão aplicadas a duas jornalistas iranianas que cobriram o caso de Mahsa Amini, morta sob custódia. Masha Amini, jovem curda de 22 anos, morreu depois de ter sido detida pela polícia da moral iraniana por, alegadamente, violar o código de vestuário rigoroso imposto pela República Islâmica. Niloofar Hamedi, de 31 anos, trabalhava para o diário iraniano Shargh e foi ao hospital onde Mahsa Amini esteve em coma durante três dias após a sua detenção, antes de morrer, enquanto Elaheh Mohammadi, de 36 anos, repórter do diário Ham Mihan, foi à cidade natal da jovem, Saqqez, para fazer a cobertura do funeral. As duas jornalistas foram detidas pouco depois, em setembro de 2022, e permaneceram presas enquanto aguardavam o julgamento e a sentença. Elaheh Mohammadi foi condenada a seis anos de prisão e Niloufar Hamedi a sete anos de prisão por colaboração com os Estados Unidos, segundo o Mizan Online, uma página na Internet especializada em assuntos judiciais. Durante o julgamento, as duas jornalistas rejeitaram as acusações de colaboração com os Estados Unidos.

O Ocidente está cansado de conflitos? Ucranianos estão menos confiantes no apoio ocidental, aponta sondagem

Há fadiga de guerra no Ocidente? A invasão da Ucrânia pela Rússia teve lugar há mais de ano e meio, sendo que deste então os países ocidentais têm prestado ajuda financeira e militar a Kiev, por entre promessas de apoio aos ucranianos durante o tempo que for necessário. Segundo uma sondagem realizada pelo Instituto Internacional de Sociologia de Kiev, a percentagem de ucranianos que acredita que o Ocidente está cansado e pretende negociações com Moscovo duplicou no último ano. A percentagem de ucranianos que acredita que o apoio dos aliados está a diminuir e que gostaria que Kiev iniciasse negociações com Moscovo aumentou de 15% para 30%, em comparação com setembro e dezembro do ano passado. O cansaço do Ocidente tem sido uma mensagem do Kremlin num passado recente. “Dissemos repetidamente que, de acordo com as nossas previsões, o cansaço deste conflito, o cansaço do patrocínio completamente absurdo ao regime de Kiev irá aumentar em vários países, incluindo os Estados Unidos”, referiu Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.

“Está tudo bem com ele”: Kremlin é forçado a negar rumores crescentes de que Putin sofreu parada cardíaca há poucos dias

O Kremlin negou esta semana os rumores crescentes de que Vladimir Putin terá sofrido uma paragem cardíaca no passado domingo: Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, riu-se mesmo das alegações de que o presidente russo utiliza duplos em aparições públicas. “Está tudo bem com ele, esse é absolutamente mais um rumo falso”, insistiu, negando qualquer utilização de duplos. “Posso dizer que não há duplos quando se trata de trabalho e assim por diante”, frisou. “Este tipo de histórias pertence à categoria de notícias falsas, discutidas com tenacidade invejável por vários meios de comunicação social. Isso não traz além de um sorriso no Kremlin”, garantiu. Esta é a segunda vez este ano que Peskov é forçado a negar o uso de duplos, muitas vezes associados a problemas de saúde supostamente graves de Putin. O porta-voz sublinhou que o presidente russo está em boa forma e bem. “Os rumores representavam uma farsa absurda”, reforçou.

Lucro da TAP ultrapassa os 200 milhões de euros

A TAP obteve nos primeiros nove meses do ano um resultado líquido de 203,5 milhões de euros e as receitas operacionais ascenderam a 3,2 mil milhões de euros, um aumento de 725 milhões, mais 29,7% que no mesmo período de 2022.  Em comunicado divulgado esta terça-feira, a companhia aérea revela ainda que considerando apenas o terceiro trimestre, o lucro atingiu os 180,5 milhões de euros, com um crescimento de 62% em comparação com igual período de 2022. “Os resultados do 3º trimestre são encorajadores e validam o foco da organização em executar um bom verão para os nossos passageiros. Estamos a dar sólidos passos para melhorar a robustez das nossas operações e a qualidade do serviço que prestamos aos nossos passageiros, acelerando a recuperação dos dois últimos difíceis anos”, afirma o presidente executivo da TAP citado no comunicado.

“O aumento significativo das receitas, suportado por margens operacionais resilientes e um forte trajeto de desalavancagem, provam a solidez financeira do Grupo num contexto desafiante. Neste caminho contamos com o empenho e dedicação de todos os nossos trabalhadores, de forma a estabelecermos, em conjunto, a TAP como uma referência no sector”, acrescenta Luís Rodrigues.  No resultado do período de janeiro a setembro deste ano, a TAP sublinha o “crescimento robusto das receitas” – as receitas operacionais até setembro subiram 29,7%, para 3,16 mil milhões de euros, impulsionadas pela subida de 34,5% nas receitas com passageiros (que ascenderam a 2,9 mil milhões de euros). De acordo com o comunicado enviado às redações, os “primeiros nove meses registaram um excelente desempenho das métricas financeiras e comerciais” , tendo a TAP registado um EBITDA Recorrente de 752,4 milhões de euros, com uma margem de 24%, bem como um sólido EBIT Recorrente de 400,7 milhões de euros, com uma margem de 13%. A companhia informa ainda que no final de junho de 2023, a TAP procedeu ao reembolso das Obrigações 2019-2023, no valor total de 200 milhões de euros (Sol)

Pagamos hoje tanto de IRS como há 20 anos: “Um salário de 1.300 euros paga praticamente o mesmo imposto que pagava em 2003”

Nos últimos anos, sobretudo a partir de 2013, "a receita do IRS tem crescido substancialmente", a reboque do aumento do peso dos impostos nos agregados familiares portugueses A tributação efetiva do IRS registou um “crescimento significativo” nos últimos 20 anos, o que se traduz num aumento do peso do imposto nos agregados portugueses, sobretudo entre os solteiros sem dependentes. A conclusão é de um estudo, divulgado esta semana pela consultora PwC Portugal, que analisa a evolução do IRS entre 2003 e 2023. Em concreto, os autores analisaram a evolução da taxa efetiva de IRS nos últimos 20 anos para a remuneração média mensal de cada ano (exceto 2022 e 2023, que decidiram excluir para evitar eventuais “distorções na comparação” pela diferenciação de fontes), em dois agregados distintos: por um lado, um sujeito passivo solteiro sem dependentes e, por outro, um casal com entrega conjunta da declaração de IRS e com dois dependentes.

Os dados demonstram que “a taxa efetiva de IRS em ambos os cenários tem vindo a aumentar significativamente” desde 2003. Para o solteiro sem dependentes que em 2003 auferia o salário médio mensal de 711,40 euros e em 2021 o salário médio mensal de 1.082 euros, a taxa efetiva de IRS aumentou de 0,61% para 8,58%. Para um casal com dois dependentes que em 2003 auferia o salário médio mensal de 711,40 euros por titular e em 2021 o salário médio mensal de 1.082 de euros por titular, a taxa efetiva de IRS aumentou de 2,85% para 6,78%.

Quem é María Corina Machado, a "Dama de Ferro" da Venezuela que dizem ser capaz de derrotar Maduro

Tem raízes portuguesas e é descrita pela imprensa internacional como "um furacão" da oposição venezuelana. Assume-se como a candidata certa para tirar Nicolás Maduro do poder - mas para isso tem de enfrentar vários desafios. María Corina Machado venceu este domingo as eleições primárias da oposição na Venezuela com uns expressivos 93,15% dos votos contabilizados. O segundo candidato da oposição mais votado, o social-democrata Carlos Prosperi, obteve apenas 4,75% dos votos. “Isto ainda não é o fim, mas é o início do fim”, declarou a candidata do Vente Venezuela (Vamos Venezuela), de centro-direita, pouco depois de conhecer os resultados. Aos 56 anos, María Machado, que tem raízes portuguesas -  embora a família esteja já há vários séculos na Venezuela - torna-se assim na principal opositora de Nicolás Maduro, embora não seja certo que possa vir a concorrer contra o atual presidente nas eleições de 2024.

Isto porque a candidata está proibida de exercer cargos políticos durante os próximos 15 anos, por decisão da Controladoria-Geral da Venezuela (CGV), que supervisiona as contas públicas e que em 2015 a acusou de não ter incluído na sua declaração de rendimentos alguns prémios que recebera como deputada - acusações que a candidata sempre negou. Em junho deste ano, oito anos depois, a CGV prolongou a "inabilitação" [desqualificação legal] de María Machado como consequência do apoio demonstrado pela candidata às sanções dos Estados Unidos contra a Venezuela, nomeadamente nas exportações de petróleo e ouro venezuelanos.

Radares espalhados pelo país em nome da vida e do dinheiro

1975 foi o ano em que morreram mais pessoas nas estradas portuguesas. De lá para cá muita coisa mudou. Agora, os radares estão espalhados pelo país, uns para prevenir acidentes, outros para encher os cofres do Estado. A segurança rodoviária é uma preocupação de qualquer governo, ou autarquia, que se preze e nos últimos 30 anos muito mudou nas estradas portuguesas. Segundo os dados da Pordata, o ano mais trágico nas estradas portuguesas foi 1975, quando terão morrido mais de 2600 pessoas. A fasquia de menos dois mil mortos por ano só seria alcançada em 1984, mas os números voltaram a subir no ano seguinte, sendo preciso esperara por 1997 para as vítimas mortais baixarem para menos de duas mil. A partir daí, foi sempre a descer, embora os dados da Pordata não ‘casem’, em alguns casos, com os da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR). Enquanto a Pordata anuncia que morreram 390 pessoas em 2020 e 2021, a ANSR contabilizou 536 e 561, respetivamente. Mas a razão pode ser simples: a Pordata só deve contabilizar o número de mortes até às 24 horas seguintes ao acidente, enquanto a ANSR, à semelhança das suas congéneres, faz a contabilidade 30 dias depois, já que há muitos feridos graves acabam por morrer nos hospitais.