Há fadiga de guerra no Ocidente? A invasão da Ucrânia pela Rússia teve lugar há mais de ano e meio, sendo que deste então os países ocidentais têm prestado ajuda financeira e militar a Kiev, por entre promessas de apoio aos ucranianos durante o tempo que for necessário. Segundo uma sondagem realizada pelo Instituto Internacional de Sociologia de Kiev, a percentagem de ucranianos que acredita que o Ocidente está cansado e pretende negociações com Moscovo duplicou no último ano. A percentagem de ucranianos que acredita que o apoio dos aliados está a diminuir e que gostaria que Kiev iniciasse negociações com Moscovo aumentou de 15% para 30%, em comparação com setembro e dezembro do ano passado. O cansaço do Ocidente tem sido uma mensagem do Kremlin num passado recente. “Dissemos repetidamente que, de acordo com as nossas previsões, o cansaço deste conflito, o cansaço do patrocínio completamente absurdo ao regime de Kiev irá aumentar em vários países, incluindo os Estados Unidos”, referiu Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.
quinta-feira, outubro 26, 2023
sexta-feira, junho 16, 2023
O segredo mais bem guardado do Kremlin: quantos generais russos caíram na Ucrânia?
O número de generais russos mortos na Ucrânia é um segredo de Estado na Rússia – o Kremlin raramente reconheceu as mortes em combate de altos oficiais militares, ao mesmo tempo que não divulga os números oficiais de baixas como resultado da invasão. De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, as suas forças sofreram até agora 5.937 mortes em combate. No entanto, a Ucrânia já afirmou ter morto 13 generais russos desde o início do conflito, uma informação que não será verdadeira, uma vez que 3 dos considerados mortos já surgiram posteriormente em vídeos postados nas redes sociais. Dos 13 oficiais superiores do Kremlin afirmou ter abatido, Moscovo só confirmou a morte de seis, sendo que os restantes não foram verificados mas também não foram negados. Esta semana, a lista foi ‘atualizada’ pelo Ministério da Defesa da Rússia: o coronel Vyacheslav Makarov e o coronel Yevgeny Brovko, ambos mortos em ação enquanto lideravam as tropas russas na região de Donetsk, embora não tenha sido especificado quando ou onde exatamente morreram. Há mais casos, como o do general Sergei Goryachev, chefe do Estado-Maior do 35º Exército russo, morto num ataque com mísseis ucranianos durante a contraofensiva de Kiev contra as forças russas na passada segunda-feira, na linha da frente de Zaporizhia.
sexta-feira, fevereiro 24, 2023
Nestas terras as armas não se calam: 20 conflitos no mundo
Ronald Reagan levava pouco mais de um ano na Casa Branca quando, num discurso proferido na cerimónia de formatura do Eureka College (Illinois), a 9 de maio de 1982, partilhou o seu conceito de paz: “Não é a ausência de conflito, é a capacidade de lidar com o conflito por meios pacíficos.” O norte-americano e o soviético Mikhail Gorbatchov seriam os últimos líderes das duas superpotências que ditaram as regras nos anos da Guerra Fria (1947-1991), quando muitos conflitos foram travados por procuração, numa lógica de esferas de influência que partiu o mundo em dois, tornando-o mais previsível do que é hoje. No atual mapa-mundo da conflitualidade há disputas ativas que se arrastam há décadas, como na Palestina e no Sara Ocidental, em que as iniciativas de paz não germinam. Em regiões com grande diversidade étnica, como nos Grandes Lagos africanos ou em Mianmar, a perseguição a um povo concreto com o intuito de o apagar da face da Terra — no caso, os tutsis e os rohingyas — prova que o genocídio não é prática do passado.
UCRÂNIA, CASO ÚNICO NO SÉCULO XXI
Diferendos envolvendo potências nucleares, seja em torno de Caxemira ou Taiwan, seja a propósito do desenvolvimento de programas nucleares nacionais, como nos casos da Coreia do Norte ou do Irão, têm potencial para escalar para um conflito global. No Médio Oriente, Iémen, Líbia e Síria são atualmente os incêndios mais ativos numa região onde a conflitualidade é endémica. No continente africano, a Somália e a região do Sahel — latitudes especialmente castigadas pela seca — têm sido portos seguros para grupos terroristas. No território correspondente à ex-União Soviética e à sua antiga zona de influência dois conflitos ameaçam arrastar terceiros para crises maiores: o estatuto do Kosovo e a disputa pelo enclave de Nagorno-Karabakh.
Já a invasão russa da Ucrânia — iniciada em 2014, no Leste, e visando todo o país desde 24 de fevereiro de 2022 — não encontra paralelo no século XXI: o ataque de um Estado soberano a outro com o intuito de o controlar.
domingo, outubro 12, 2014
Henrique Cymerman testemunha a violência na Síria
terça-feira, agosto 26, 2014
É assim que vamos lá?!|
terça-feira, março 25, 2014
segunda-feira, setembro 16, 2013
terça-feira, novembro 20, 2012
Correspondente da SIC explica como funciona escudo anti-míssil de Israel
terça-feira, junho 05, 2012
"Menina de Napalm" conta como foto mudou a sua vida

"Sempre quis fugir da imagem daquela rapariga, mas parece que a fotografia nunca me deixou", explica Kim Phuc, a menina da fotografia, atualmente com 49 anos. Kim recorda que ouviu soldados exaltados a 8 de Junho de 1972. "Temos que fugir daqui, eles vão bombardear-nos, vamos morrer", gritaram. Segundos depois, fumo roxo e amarelo já tinha envolvido o templo Cao Dai, local onde a família da menina estava abrigada há três dias. Várias bombas explodiram, fruto dos confrontos entre as forças vietnamitas de norte e sul, pelo controlo da cidade.
Kim sentiu o chão tremer, olhou para cima e rapidamente se apercebeu de que um avião estaria prestes a sobrevoá-la. Sem que desse conta do que iria acontecer, a menina foi atingida por Napalm, que a feriu gravemente. Reconhecida como a "Menina de Napall", Kim foi queimada de uma maneira quase instantânea. Não havia solução para o seu braço esquerdo, desfigurado pelas queimaduras e o mesmo quase se podia dizer das suas roupas, que inflamaram no momento da explosão. Kim estava em choque e gravemente ferida quando se apressou até à autoestrada 1, onde se juntou ao irmão. Quando chegou ao destino, a menina cedeu aos ferimentos e desmaiou, não tendo visto as dezenas de jornalistas estrangeiros que ali estavam para registar o acontecimento. Foi então que Huynh Cong Ut, o fotógrafo vietnamita autor da imagem, viu a menina e a levou para o hospital. Já dentro das instalações hospitalares, Ut foi avisado de que a menina estaria demasiado ferida para ser salva. No entanto, o jovem terá mostrado o sua credencial de membro de imprensa norte-americana, trunfo que usou para exigir o melhor tratamento para Kim.
Um futuro incerto
Após inúmeras cirurgias, realizadas ao longo de 13 meses, a menina saiu do hospital. Kim queria voltar a ser criança, queria que a sua vida entrasse na normalidade de novo. Contudo, a fotografia, na época já vencedora do prémio Pulitzer, alterou o seu futuro. Durante algum tempo, Kim Phuc conseguiu viver normalmente. Apesar de a fotografia ser conhecida em todo o mundo, Kim permaneceu desconhecida, exceto para os habitantes da sua vila, perto da fronteira com o Cambodja. Entretanto, as dores de cabeça e corporais acabaram por arruinar a vida que Kim queria começar a ter. Tanto os tratamentos médicos como os medicamentos eram caros e para usufruir de ambos, Kim teve que começar a trabalhar. Posteriormente, a jovem foi aceite na faculdade de medicina onde iria iniciar a sua carreira de sonho, ser médica. Sonho esse que acabou após os líderes comunistas terem usado a sua fotografia como propaganda. Kim voltou para a sua vila, onde recebeu visitas frequentes de jornalistas. "Eu queria fugir daquela fotografia... Fui queimada por Napalm e tornei-me numa vítima de guerra mas, ao crescer, acabei por me tornar noutro tipo de vítima", contou Kim. Huynh Cong Ut, fotógrafo da célebre imagem, chegou a ir ao encontro de Kim, em 1989. No entanto, não conseguiram conversar.