Chega
e Iniciativa Liberal já somam mais de dez pontos percentuais, de acordo com
sondagem da Aximage para o JN e a TSF. PSD e CDS estão em perda, com os centristas
próximos da irrelevância.
Mais
do que um exercício de adivinhação de resultados, as sondagens eleitorais - em
particular barómetros regulares como o da Aximage para o JN e a TSF - permitem
perceber tendências eleitorais. Uma das mais sólidas a cada nova pesquisa é a
que anuncia a emergência de um novo ambiente parlamentar e partidário
(incluindo o PAN). Sendo certo que as mudanças mais profundas estão a acontecer
à Direita do espetro político.
Veja-se
a evolução da nova Direita e da Direita tradicional: Iniciativa Liberal e Chega
somaram pouco mais de dois pontos nas legislativas; um ano depois, já valem
quase dez pontos. PSD e CDS valiam 32 pontos em outubro de 2019; agora somam
escassos 25 pontos. A situação dos sociais-democratas não é famosa, a dos
centristas é dramática, parecendo a cada mês que passa mais próximos da
irrelevância (ainda que as sondagens tenham tradicionalmente dificuldades em
medir com rigor o seu valor).
Os
homens da Direita radical
O
ponta de lança desta nova Direita é claramente André Ventura. E um sinal da sua
estabilidade e força é que vai mantendo alguns traços característicos de
barómetro para barómetro: um eleitorado quase exclusivamente masculino; uma
força consistente na faixa etária dos 50 a 64 anos; uma implantação invulgar na
região Sul e muito razoável em Lisboa, ou seja, no maior círculo eleitoral do
país.
Os
Liberais estão uns furos mais abaixo que a Direita radical e não mostram a
mesma estabilidade, mas também vão alicerçando alguns traços distintivos: o
perfil tendencialmente masculino, o claro apreço de uma faixa de fiéis entre as
classes mais abastadas, e a sua praça-forte de Lisboa (mais oscilantes no
Porto).
Lisboa
ao rubro
Não há
dúvidas quanto ao primeiro (PS) e segundo (PSD) em Lisboa. Mas a luta pelo
terceiro lugar na região está ao rubro, com quatro partidos na casa dos oito
pontos percentuais: CDU, BE, PAN e Chega.
Centrismo
bloquista
O
Bloco de Esquerda regista de forma recorrente bons resultados na região Centro
(aliás, elege vários deputados nesses círculos). Em novembro não foge à regra,
marcando 13,2%, o que o deixa isolado em terceiro lugar.
PS ao
Centro, PSD ao Norte
O PS
está bem distribuído pelo país, liderando em todas as regiões. A melhor
projeção é a da região Centro e é também aí que tem a maior vantagem para o
PSD. Para estes, o principal baluarte continua a ser o Norte (Jornal de
Notícias)