A Bloomberg criou um ranking dos 53 países mais resilientes na resposta à pandemia da Covid-19, com base em diversos fatores, e Portugal, ainda que não faça parte dos 30 primeiros, está no total de 50, o que constitui um bom indicador no combate à doença.
À
medida que o vírus se espalha pelo mundo, vai desafiando os preconceitos sobre
os locais que poderão estar a enfrentar de forma mais positiva a crise de saúde
pública.
As
economias avançadas como os EUA e o Reino Unido, classificadas como as mais
preparadas para uma pandemia, foram repetidamente oprimidas por infeções e
enfrentam atualmente um regresso a sérios bloqueios. Enquanto isso, outros
países – mesmo nações em desenvolvimento – desafiaram as expectativas, alguns
praticamente a conseguir eliminar o patógeno dentro das suas fronteiras.
A
Bloomberg analisou os números para determinar os melhores locais para se viver
em tempos de pandemia. Para isso foi necessário responder à questão: «Onde é
que o vírus foi tratado de forma mais eficaz com o mínimo de interrupção para
os negócios e a sociedade?»
O «Covid Resilience Ranking» pontua economias avaliadas em mais de 200 mil milhões de dólares, com base em dez indicadores principais, tanto sanitários como políticos, mas também sociais: número de casos por 100 mil habitantes no último mês; taxa de letalidade; total de mortes por milhão de habitantes; taxa de testes positivos; acesso às vacinas; rigor do confinamento; mobilidade das populações; previsão de crescimento do PIB em 2020; cobertura universal dos serviços de saúde e índice de desenvolvimento humano.
Portugal
surge em 33º lugar da lista, com uma pontuação no índice de resiliência de 59,2
em 100; cerca de 1.455 casos mensais por 200 mil habitantes; uma taxa de
letalidade no último mês de 1,1%; 382 mortes por 100 mil habitantes; uma taxa
de testes positivos de 14%; e uma pontuação de 3, em 5, no acesso à vacina.
Para além disso, segundo a Bloomberg, a percentagem dada à mobilidade dos cidadãos, que tem sido limitada, é média, face aos outros países, sendo concretamente de -21,6%. Quanto à severidade do confinamento, Portugal recebe 63 num total de 100 pontos. Prevê-se também uma quebra de 10% do PIB. A cobertura do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é o indicador onde Portugal regista a melhor pontuação, 84 num total de 100 pontos.
Logo à
frente de Portugal está a Arábia Saudita e atrás a Índia, um dos países mais
afetados. Na Europa países como Espanha e Itália estão também atrás de
Portugal, ambos com uma pontuação de 54,2.
A
liderar o ranking está a Nova Zelândia, com uma pontuação de 85,4 em 100.
Segue-se em segundo lugar o Japão, com 85 pontos e, para completar o pódio,
Taiwan, com 82,9 pontos. No lado oposto a ocupar os últimos três lugares, está
o México, com 37,6 pontos, Argentina, com 41,1 pontos e Peru com a mesma
pontuação.
O
resultado é uma pontuação geral que avalia a forma como a pandemia está a
desenvolver-se nesses 53 países até agora. Contudo, «não é um veredicto final,
nem poderia ser com as imperfeições nos dados sobre o vírus e com o ritmo acelerado
desta crise», sublinha a Bloomberg. «Circunstâncias e pura sorte também
desempenham um papel importante, mas são difíceis de quantificar», acrescenta.
O
ranking vai se alterando á medida que os países mudam as suas estratégias, que
o clima muda e a corrida se intensifica para uma vacinação viável. Ainda assim,
a lacuna que se abriu entre as economias no topo e aquelas na base
provavelmente vai perdurar, com consequências potencialmente duradouras no
mundo pós-Covid.
Veja
agora a lista completa dos 53 países que melhor responderam à crise de saúde
pública, na análise da ‘Bloomberg’ (Executive Digest, texto da jornalista
Simone Silva)
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