Presidente
dispara nas avaliações positivas e chega aos 74% (apenas 9% lhe dão nota negativa).
Primeiro-ministro inverte tendência de queda que vinha desde o verão e marca
agora 56% de avaliações positivas.
Estes
são dados do barómetro de novembro da Aximage para o JN e a TSF, feito nos dias
seguintes ao anúncio da renovação do estado de emergência e ao anúncio de
várias restrições à liberdade de circulação.
A
popularidade de Marcelo Rebelo de Sousa disparou neste mês de novembro. E
arrasta consigo António Costa. O presidente sobe 14 pontos percentuais nas
avaliações positivas e chega aos 74%, batendo todos os recordes. O
primeiro-ministro não só inverte a tendência de queda contínua dos três meses
anteriores, como sobe cinco pontos, para 56%.
Parece
um paradoxo que, quando a pandemia regista a sua máxima força, os dois
principais responsáveis políticos pela estratégia de combate estejam em alta.
Parte da explicação estará no facto de os inquéritos terem sido feitos no
início desta semana, ou seja, no rescaldo da comunicação ao país de Marcelo
Rebelo de Sousa e do impulso que António Costa conseguiu para impor restrições
mais duras do que as precedentes.
A
prova de que a análise à popularidade do presidente e do primeiro-ministro não
pode ser desligada das suas decisões no âmbito da pandemia são os resultados do
barómetro que o JN divulgou ontem: 67% dos portugueses concordam com a
imposição do estado de emergência; 57% com a proibição de circular entre
concelhos e fechar escolas nas pontes; 67% com o recolher obrigatório aos fins
de semana; e, finalmente, aceitam restrições que dificultem as viagens e as
reuniões familiares no Natal (71%) e no Ano Novo (78%). Conclusão: a maioria
que apoia e pede medidas muito restritivas é a mesma que premeia os políticos
que as põem em prática.
Socialistas
mais satisfeitos
Tal
como nos meses anteriores, a popularidade de Marcelo e Costa tem património em
comum, mas também apresenta divergências, como é visível ao analisar os
diferentes segmentos da amostra. A comunhão mais evidente é o empurrão que
ambos recebem dos eleitores socialistas: 90% de avaliações positivas para
Costa, 83% para Marcelo. Mas também fica claro que o primeiro-ministro está
ancorado à Esquerda (à Direita o saldo é sempre negativo), enquanto o
presidente tem uma popularidade transversal ao espetro político-partidário (o
saldo só é negativo entre os liberais).
Outra prova do bom momento comum é que, no jogo da confiança, estão ambos em alta. Ainda que, como sempre, Marcelo valha bastante mais (três vezes mais em novembro) do que Costa. E, desta vez, também bate Costa entre os eleitores socialistas (a exceção são os comunistas, que confiam mais em S. Bento do que em Belém). Um outro traço distintivo, quer nas avaliações, quer na confiança, é que o primeiro-ministro tem um suporte mais sólido entre os escalões mais velhos (em particular nos que têm 65 ou mais anos), enquanto o presidente tem consigo a força dos mais novos (sobretudo nos 18 a 34 anos).
Oposição
também está em alta
Não
são apenas o presidente e o primeiro-ministro que estão em alta. Também a
Oposição consegue em novembro um saldo positivo (um acontecimento raro). Embora
uma avaliação única a um conjunto tão díspar de atores políticos exija cautela,
como prova o facto de, entre os segmentos partidários, serem os eleitores
socialistas os mais satisfeitos com a Oposição. E se o saldo também é positivo
entre os que votam PSD e BE, entre os restantes partidos é negativo.
Na
análise aos segmentos da amostra, percebe-se que os mais satisfeitos com a
Oposição são os homens (51%) e os eleitores entre 50 e 64 anos (63%). Ao
contrário, os mais críticos são os inquiridos com 65 anos ou mais (53% de
avaliações negativas).
Rio,
Ventura e Catarina
O
barómetro da Aximage também perguntou quem é a principal figura da Oposição.
Sem surpresa, o mais citado foi o líder do PSD, Rui Rio (35%). Mas a distância
para outros dois atores políticos não é muito grande: Catarina Martins, do BE,
e André Ventura, do Chega, empataram nos 20%.
À
proeminência do líder do partido de Direita radical não será alheia a
notoriedade que lhe deu a polémica do acordo com o PSD nos Açores (ver texto ao
lado). Aliás, para os eleitores dos 18/34 anos, como para os que votam nos
partidos mais pequenos, Ventura é a principal figura da Oposição (Jornal de
Notícias, texto do jornalista Rafael Barbosa)
Sem comentários:
Enviar um comentário