segunda-feira, novembro 30, 2020

Sondagem: Idosos são dos que mais confiam e querem ser logo vacinados

 


O grupo de trabalho que está a preparar a estratégia de vacinação excluiu, na sua proposta preliminar, as pessoas com mais de 75 anos (sem comorbilidades) do grupo prioritário para receber a vacina contra a covid-19. Mas, de acordo com o barómetro da Aximage para o JN e a TSF, são precisamente os mais velhos que mais confiam na eficácia da vacina e que manifestam maior disponibilidade para a receber, assim que estiver disponível.

A maioria (54%) quer tomar a vacina assim que esteja disponível, especialmente na região Norte (63%), seguindo-se a Área Metropolitana do Porto (57%). Mais os homens (62%) do que as mulheres (47%). E sobretudo os de mais de 65 anos (69%). O segundo grupo etário a desejar mais a vacina é o que inclui os portugueses dos 35 a 49 anos (55%), que também são os segundos a confiar mais na eficácia da vacina (59%).

O plano da vacinação contra a covid-19 deve ser anunciado nos próximos dias, assegurou esta semana a ministra da Saúde, Marta Temido. O parecer da comissão técnica também ainda não está fechado. Mas, a possível exclusão dos mais velhos já levou o presidente da República a classificar a proposta de "tonta" e o primeiro-ministro a garantir que as "vidas não têm prazo de validade". Os técnicos defendem que não dá para vacinar todos os idosos na primeira fase e que não há provas da eficácia da vacina entre os mais velhos.

O coordenador da estratégia de vacinação, Francisco Ramos, divulgou, anteontem, que os primeiros a ser vacinados serão os funcionários e residentes em lares (seja qual for a idade), profissionais de saúde e de forças de segurança, bem como os idosos com doenças graves.

Obrigatória não

Os portugueses não manifestam grandes dúvidas quanto à eficácia da vacina. O nível de confiança entre os que têm 65 ou mais anos (79%) é quase o dobro do expresso pelos adultos entre os 50 e os 64 anos (40%). Este é, aliás, o grupo etário menos confiante. Até os mais jovens (18 a 34 anos) mostram maior segurança. A nível regional, é no Norte que mais se confia (69%), sendo nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa que se regista menor segurança (55% e 58%, respetivamente).

A maioria dos inquiridos discorda que a vacina seja obrigatória mas esta é a pergunta que mais divide - a obrigatoriedade é defendida por 45%, enquanto 48% respondem que deve "ser uma escolha pessoal". O Norte é a única região onde metade considera que deve ser obrigatória. Nos homens, 49% defendem a obrigatoriedade, enquanto a maioria das mulheres prefere que seja opcional.

Ordem pede equidade

O bastonário e o Gabinete de Crise para a covid-19 da Ordem dos Médicos pediram ontem transparência, equidade e fundamentação na vacinação contra o novo coronavírus, manifestando disponibilidade para colaborar no plano nacional.

Impacto só em 2021

O impacto da vacinação contra o novo coronavírus só deve sentir-se em Portugal (e no Mundo) no fim de 2021, mesmo que as primeiras pessoas sejam imunizadas a partir de janeiro, segundo especialistas ouvidos pela agência Lusa. Será preciso haver vacinas suficientes para inocular cerca de metade da população e conseguir o efeito da imunidade de grupo (Jornal de Notícias, texto da jornalista Alexandra Inácio)

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