Maiores
defensores de travão às viagens e reuniões familiares no período de festas são
os mais velhos (85%). Proibições deste fim de semana também são bem aceites.
"Sim"
ao estado de emergência (67%), "sim" à proibição de sair do concelho
de residência (57%) e ao recolher obrigatório (67%) nos dois fins de semana
prolongados de dezembro. E um "sim" ainda mais rotundo a restrições
que dificultem as viagens e reuniões familiares no Natal (71%) e no Ano Novo
(78%).
De
acordo com o barómetro da Aximage para o JN e a TSF, os portugueses estão
preparados para sacrificar o período de festas deste ano. Se o número de casos
continuar elevado durante os próximos dias, a noite de Natal deverá ser passada
longe da família mais alargada: 71% acham que o Governo deve impor restrições,
em particular os inquiridos com 65 ou mais anos (82%) e os habitantes da região
Norte (75%). No caso das comemorações do Ano Novo, o apoio às restrições é
quase unânime nestes dois grupos: 90% por parte dos mais velhos e 87% dos
habitantes do Norte.
Ao
contrário, apenas um em cada cinco portugueses rejeita uma intromissão tão
radical do Governo no próximo Natal (15% no caso das restrições à festa de
passagem do ano). A resistência é maior no escalão etário dos 18 aos 34 anos
(27%) e entre os que vivem na Área Metropolitana de Lisboa (25%).
Tolerância
de ponto
Os
inquéritos da Aximage foram conduzidos entre segunda e quinta-feira passadas,
ou seja, a seguir ao anúncio do confinamento parcial válido para este e para o
próximo fim de semana prolongado.
Conclui-se que a grande maioria da população aceita medidas como a proibição de viajar entre concelhos durante quatro dias, bem como o fecho das escolas e a tolerância de ponto na segunda-feira: 57% acham que é adequado. Mas vale a pena notar que 19% as consideram insuficientes e queriam ainda mais, de novo com destaque para o Norte (31%).
O
Governo parece estar em sintonia com a população no que diz respeito à
imposição do recolher obrigatório (entre as 23 e as 5 horas durante os dias de
semana; a partir das 13 horas aos fins de semana e feriados): 67% concordam
total ou parcialmente. Recorde-se, no entanto, que já foram mais. No barómetro
de outubro, e quando ainda não tinham experimentado as contrariedades desta
restrição, eram 81%.
Barómetro
Governo
demorou demasiado tempo
Há uma
maioria de portugueses que continuam a confiar no Governo para lidar com a
pandemia (41%). Mas são ainda mais os que apontam as medidas inadequadas no
combate a esta segunda vaga (59%) e, dentro deste grupo, os que lamentam a
demora em aplicar as restrições (38%).
Há
confiança no Executivo para lidar com a pandemia. Mas também dúvidas sobre a
eficácia das medidas
Quando
se compara o grau de confiança no Governo com a que se deposita no Serviço
Nacional de Saúde e nos seus profissionais, a balança pende para o lado dos
segundos: António Costa e os seus ministros suscitam grande confiança em 41% da
população (26% têm pouca), mas o SNS e os profissionais de saúde são elogiados
por 70% dos inquiridos (10% não estão convencidos da sua eficácia).
O
nível de confiança no Governo é mais significativo em alguns segmentos da
amostra: entre os que têm 65 ou mais anos (56%), entre os que vivem em Lisboa
(48%) e, naturalmente, entre os eleitores socialistas. Os que mais desconfiam
da capacidade governativa para lidar com a pandemia são os habitantes do Norte
(37%) e os eleitores mais à Direita, com destaque para os Liberais (85%).
O
saldo é positivo quando está em causa a confiança, mas é negativo quando se
pergunta pela capacidade de tomar medidas concretas: 59% dos inquiridos dizem
que as medidas foram inadequadas (34% acham-nas adequadas).
O erro
mais apontado ao Governo no combate à segunda vaga tem a ver com a demora na
implementação de medidas restritivas (38%), sendo este o pecado que mais
irritou os eleitores socialistas (47%) e os mais velhos (50%). Seguem-se os
falhanços em reforçar atempadamente o SNS com recursos humanos (22%), mas
também a escolha de medidas demasiado leves (19%). Entre os que pedem maior
dureza destacam-se os eleitores do PAN.
Saber
mais
34%
A
perceção de risco em relação ao contágio por covid-19 mantém-se baixa: apenas
34% acham que há uma probabilidade alta ou muito alta de serem infetados.
A
salvo da infeção
Ao
contrário, uma grande maioria da população (58%) entende que a possibilidade de
ser infetada é baixa ou muito baixa.
87%
Os
eleitores do PS são os mais favoráveis à imposição do estado de emergência: 87%
acham que tem mais efeitos positivos do que negativos.
Contestação
à Direita
No
espetro partidário, quem mais contesta o estado de emergência são os eleitores
da Iniciativa Liberal (58%) e do Chega (42%) (Jornal de Notícias, texto do
jornalista Rafael Barbosa)
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