segunda-feira, novembro 16, 2020

70% dos pacientes jovens que lutam contra o ‘long covid’ sofrem danos nos órgãos

Cerca de 70% pacientes mais jovens que lutam contra o chamado ‘Long Covid’, ou seja a doença a longo prazo, podem sofrer danos em vários órgãos quatro meses depois de vencer a infeção, de acordo com um novo estudo britânico, citado pelo ‘Daily Mail’.

As primeiras descobertas do estudo ‘COVERSCAN’ sublinham o impacto do vírus em pessoas consideradas de baixo risco. Os dados mostraram que quase 70% dos voluntários tiveram danos em um ou mais órgãos, incluindo o coração e os pulmões.

Amitava Banerjee, médico e um dos investigadores do University College London, responsável pelo estudo, revela que 25% dos pacientes reportaram danos em dois ou mais órgãos. Os médicos alegaram que órgãos foram feridos como resultado da infeção, com o sistema imunológico de algumas pessoas a entrar em ação para lutar contra o vírus.

Segundo os especialistas, «só o tempo dirá» se os problemas são ou não permanentes, ainda assim aconselham a que a população faça exercício físico e perca peso, porque descobriram que aqueles com um índice de massa corporal mais elevado corriam mais risco de danos nos órgãos.

O estudo COVERSCAN é um dos muitos que examinam os danos a longo prazo causados pelo Covid-19 nos principais órgãos e envolve 500 pacientes recuperados. O estudo, com a duração de dois anos, está a ser conduzido pela empresas médicas Perspectum, Oxford University Hospitals NHS Trust e Mayo Clinic.

Os voluntários serão monitorizados durante um ano para detetar quaisquer sinais de mudanças na sua saúde desencadeados pelo vírus, enquanto os cientistas trabalham para entender os verdadeiros efeitos do ‘Long Covid’.

Os resultados, obtidos através de exames de sangue, serão comparados com amostras de controlo de dezenas de milhares de voluntários no Biobank do Reino Unido, muito antes da pandemia. Isto ai servor para mostrar se a proporção de pessoas com danos em órgãos é realmente maior no grupo Covid-19 do que na população em geral.

O último estudo de dados é baseado em 201 pacientes com idade média de 44 anos, quatro meses após o resultado do teste positivo. Desses, 197 disseram que sofriam de fadiga, 176 dores musculares e 166 dores de cabeça. A maioria das pessoas que apresentavam sintomas como fadiga também apresentava lesões em órgãos, segundo os resultados.

Lesões cardíacas ou pulmonares foram associadas à falta de ar, enquanto que problemas de fígado e pâncreas foram associados a sintomas gastrointestinais, que podem incluir dores de estômago ou diarreia. Nenhum dos pacientes foi examinado antes de desenvolver Covid-19, o que significa que alguns deles podem já ter doenças pré-existentes.

«Isto é interessante porque temos de saber se [as deficiências] continuam ou melhoram – ou se há um subgrupo de pessoas que pode piorar», afirma Banerjee, citado pelo ‘Daily Mail’ (Executive Digest, texto da jornalista Simone Silva)

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