sábado, novembro 21, 2020

Nota: O “calcanhar de Aquiles” de António Costa

António Costa continua muito longe, mesmo muito longe, de José Sócrates, quando se trata de comunicação directa com os cidadãos - ele próprio já reconheceu várias vezes essa sua falha clamorosa - e de utilização dos meios de comunicação para a propaganda governamental, sempre e quando se abrem as janelas de oportunidades - algo que nesta crise pandémica se tem  sucedido com assinalável frequência.

Não confundir essas insuficiências comunicacionais de Costa com a sua tarimba política, com a experiência, a matreirice e com a forma como gere politicamente a agenda, os factos e joga com a circulação das pessoas que chama para trabalharem com ele. Sócrates - que paradoxalmente acabou por cair em desgraça, apesar  do processo em que está envolvido não apontar nenhuma acusação em  concreto e devidamente fundamentada contra ele... - sabia comunicar, cuidava da sua imagem, treinava comportamentos per ante as câmaras (aliás, há vários apanhados quanto a isso), treinava cadências oratórias durante as suas comunicações, sabia onde "carregar" nos assuntos para chamar a atenção das pessoas, procurava dar o essencial e não se perder em longas conferências de imprensa que depois de banalizavam ao ponto de, espremidas, pouco ou nada propiciarem de útil, como ocorre frequentemente com Costa. Costa estava bem assessorado em termos de comunicação, tinha vários jornalistas a trabalhar com ele, tinha aprendido as técnicas essenciais da comunicação política, sabia apresentar as medidas que lhe interessavam, sabia mentir, era populista e demagogo - lembram-se daquele aumento dos salários da função público que passados 2 ou 3 meses revogou?! - e tinha a mania que o seu governo (e o PS) pr precisavam de controlar uma parte importante da comunicação social de primeira linha, nomeadamente a televisão (lembram-se dos vários casos em que houve denúncias e suspeitas de tentativa de assalto aos média, com particular destaque para  a TVI?)

Costa tem sido desastroso na comunicação aos portugueses - suspeito que desvalorizou esta frente importante - mostra que não

controla com segurança os dossiers, suspeito que tudo é feito em cima do joelho apressadamente, sem convicção, sem preparação competente e especializada, duvido que ele tenha paciência para ler aqueles dados e documentos oficias. incluindo os mais reservados, que o colocariam mais "dentro" da problemática pandémica.

Acresce - e duvido que Costa não saiba isso - que o líder socialista tem gente no seu governo que fala demais, que irrita as pessoas, que as saturam, que já têm a imagem desgastada -Marta Temido é uma delas e duvido que os ministros das Finanças e da Economia aguentem muito tempo, porque acabarão por ser a causa desse, desgaste do governo de Costa que costuma ser pouco tolerante politicamente com essas falhas ou deficiências fragilizantes (LFM)

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