quarta-feira, novembro 11, 2020

Nota: contradições em Braga em tempo de pandemia


O Hospital de Braga (cidade pela qual tenho um enorme carinho e uma ligação sentimental forte) funcionava com concessão atribuída a privados mas a "guerra" que alguns partidos de esquerda moveram a esta situação, sobretudo depois da geringonça de 2015, foi tal que os privados foram corridos e o moderno Hospital passou a integrar o SNS e a esfera pública. A festança que PCP e Bloco fizeram na altura.... As patetices do costume de uma esquerda ultrapassada foram, por isso, a causa do que se passou e o PS, entalado e a precisar de manter-se no poder, cedeu. A promessa do paraíso também funcionou como um alimento para a opção tomada. O SNS seria a salvação de tudo e de todos. Sucede que o Hospital de Braga - que já não é privado há mais de um ano - começou a despedir enfermeiros, isto em plena pandemia, e para além disso luta com uma gritante falta de médicos e a degradação acelerada do serviço prestado num hospital novo e construído de raiz. Ou seja, há, ou parece haver, quartos, camas e equipamentos, mas não há os profissionais necessários. Mudança para isto, para esta mer** vergonhosa?

Um nota (essencial e) de princípio

Eu não defendo o comportamento de muitos privados na saúde, obviamente sem generalizações, não subscrevo a lógica do primado do lucro em detrimento de tudo o resto. Por isso, quando critico a situação do Hospital de Braga isso não implica que defenda o modelo anterior, porque confesso não ponho as mãos no fogo pelos privados que detinham a concessão desde os tempos do governo de Passos e Portas. Que isso fique claro. Acho que os investidores privados se apostarem na saúde, e têm todo o direito a fazê-lo, devem usar os seus recursos e viver com os seus meios próprios, sem andarem a encostar-se ao Estado e a fomentar truques e habilidades para sacarem milhões em nome de uma "falsa saúde para todos", aproveitando-se basicamente da incapacidade do Estado em fazê-lo. Apesar de ter o dever constitucional de assegurar um serviço de saúde eficaz, para todos, em vez de ficar refém de pressões, lobbys e truques destinados encostar a teta milionária da saúde na boca dos privados que olham a saúde como um negócio apetecível e não como algo demasiado sério e sagrado destinado a salvar pessoas (LFM)

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